Ministro Luís Roberto Barroso é hospitalizado em Brasília

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sofreu queda de pressão arterial na tarde de ontem, quarta-feira (15), e precisou ser hospitalizado no hospital Sírio Libanês, em Brasília, capital federal, onde foi submetido a uma bateria de exames. Preliminarmente, informações constataram que o magistrado apresentou um quadro clínico compatível com virose e, por esse motivo, passou a noite sob cuidados médicos.

Até a manhã desta quinta-feira (16), nenhum boletim médico foi disponibilizado pela unidade hospitalar e não há novas informações sobre o estado de saúde do magistrado. O episódio gerou preocupação entre os demais ministros e funcionários da Suprema Corte, uma vez que ocorreu dias após a solicitação antecipada de aposentadoria pelo ministro Barroso.

Aposentadoria antecipada

Após 12 anos atuando como ministro do STF, em 09 de outubro (2025)  Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada, deixando a magistratura pública. O anúncio ocorreu ao final da sessão ordinária e, em alguns momentos, foi paralisado seja por aplausos dos demais magistrados ou pela voz embargada do próprio ministro, visivelmente emocionado em suas declarações.


Luís Roberto Barroso anunciando sua aposentadoria antecipada (Vídeo: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)

Barroso foi indicado por Dilma Rousseff em julho de 2013 para ocupar a cadeira do então ministro Carlos Ayres Britto, o qual se aposentou em novembro de 2012. Com uma vasta carreira jurídica em direito constitucional e professor renomado, o magistrado chegou à Suprema Corte sob elogios da presidente Dilma, que declarou à época: “O professor Luís Roberto Barroso cumpre todos os requisitos necessários para o exercício do mais elevado cargo da magistratura do país.”

Comoção entre os pares e substituição

Atuando como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde setembro de 2023, Luís Roberto Barroso ocupou o mais alto cargo da magistratura brasileira. O final deste mandato ocorreu no último dia 29 de setembro (2025), quando Barroso foi substituído pelo ministro Edson Fachin, que permanecerá no cargo até 2027, tendo o ministro Alexandre de Moraes como seu vice-presidente.

A aposentadoria antecipada de Barroso, hoje com 67 anos, gerou grande repercussão nacional dentro e fora da Suprema Corte. Luís Roberto Barroso poderia permanecer no cargo até 2033, quando completaria 75 anos e teria direito à aposentadoria compulsória. A antecipação, devido à polarização política vivida no Brasil, rendeu críticas e elogios ao magistrado que se viu em meio a um turbilhão de acontecimentos desde que o governo dos EUA decidiu impor sanções a algumas autoridades brasileiras.


Declaração do ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre a aposentadoria do ministro Barroso (Foto: reprodução/X/@gilmarmendes)

A saída de Barroso foi oficializada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na data de ontem, quarta-feira (15), publicada no Diário Oficial da União. Dessa forma, o magistrado poderá permanecer no cargo até o próximo sábado (18) e será substituído por um indicado do presidente Lula. Entre os nomes cotados para substituir o ministro estão: o senador Rodrigo Pacheco, preferido pelos demais ministros; Bruno Dantas, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Médico segue com urgência para Brasília a fim de cuidar do ex-presidente Bolsonaro 

Nesta terça-feira (16), na parte da tarde, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi internado em Brasília, no hospital DF Star, após sentir mal-estar com vômitos, soluços fortes e pressão arterial baixa.

A equipe médica deu os primeiros socorros, porém foi pedido para que o médico que fez sua última cirurgia fosse chamado. O Dr. Cláudio Birolini saiu de São Paulo e está a caminho da capital federal para cuidar do ex-presidente. O doutor é diretor de cirurgia geral do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). É especialista em cirurgias gastrointestinais e emergenciais. 

Ex-presidente Bolsonaro, após decreto de prisão domiciliar 

O ex-presidente Jair, assim que sofreu o decreto de prisão domiciliar (03/08), foi pela terceira vez ao hospital. No último domingo (14), o ex-presidente, foi ao hospital para a remoção de oito lesões na pele, que foram levadas à biópsia, feita pelo Dr. Cláudio Birolini. Naquele momento, ele foi diagnosticado com anemia por deficiência de ferro e pneumonia recente. Devido à, seu histórico de saúde após a facada e a idade, era um pouco preocupante esse atual estado. 


Post de Flávio Bolsonaro na rede social sobre o estado de saúde de seu pai (Foto: reprodução/X/@FlavioBolsonaro)

Normalmente, o procedimento padrão para sair do regime e ir ao hospital é pedir autorização ao Supremo, mas há exceções em casos emergenciais como este. Em seguida, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, usou as redes sociais para informar que seu pai havia sido internado e pediu orações pela vida dele.

Histórico de cirurgias do ex-Chefe de Estado Jair

6 de setembro de 2018, O ex-chefe Estado Jair Messias Bolsonaro teve a primeira grande cirurgia logo após a facada. Em seguida, no mesmo mês, ainda de 2018, teve uma cirurgia de desobstrução intestinal. Já em janeiro de 2019, o ex-presidente retirou a bolsa de colostomia em consequência da cirurgia de 2018.

Para o segundo turno, em setembro de 2019, ele foi submetido a uma correção de hérnia incisional. No final do ano, em dezembro de 2019, ele removeu as lesões na face/orelha, crioterapia no tórax/antebraço. No ano de 2020, ele foi também submetido a uma retirada de cálculo na bexiga. Entretanto, após três anos bem, em 2023, ele teve um conjunto de cirurgias: correção de hérnia de hiato, septoplastia, outros procedimentos nas vias respiratórias e digestivas.


Matéria da CNNBrasil sobre histórico de saúde do Ex-Chefe de Estado Bolsonaro (Foto: reprodução/X/@CNNBrasil)

Em abril deste ano, ele teve uma cirurgia abdominal para obstrução intestinal, já no último domingo (14), o Ex-presidente Bolsonaro fez um procedimento médico para remover lesões de pele. Portanto a atual situação de saúde do ex-Chefe de Estado Jair Messias Bolsonaro segue em observação, e novos exames devem ser realizados assim que o Dr. Cláudio Birolini, especialista, chegar a Brasília.

STF estabelece penas para os réus da trama golpista

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta quinta-feira (11), as condenações dos réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, acusado de organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O voto decisivo foi da ministra Cármen Lúcia, que acompanhou o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino, garantindo a maioria condenatória. Sete aliados de Bolsonaro também foram condenados, com penas que variam conforme o grau de participação nos atos, incluindo regime aberto para aqueles que colaboraram com as investigações.

Perfis dos acusados e suas condenações


Diversos ex-ministros e autoridades militares receberam condenações pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Entre eles, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por sua participação estratégica na organização dos atos. Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, recebeu 26 anos de prisão, enquanto Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, foi condenado a 24 anos, ambos considerados peças-chave na articulação e no apoio logístico das ações.

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, recebeu também 24 anos, por omissão e conivência com os ataques. Outros condenados incluem Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, com 19 anos de pena, também por omissão; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que recebeu 2 anos em regime aberto por colaborar com as investigações; e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), condenado a 16 anos e 1 mês, responsável por fornecer apoio estratégico e informações que facilitaram os atos golpistas.

As sentenças refletem a gravidade da participação de cada um, levando em conta o papel e a influência que exerceram na organização dos ataques.


O ministro Alexandre de Moraes destacou a situação dos condenados militares (Vídeo: reprodução/instagram/@portalg1)


Os acusados podem recorrer a decisão do STF

Os réus condenados pela tentativa de golpe de Estado têm o direito de recorrer da decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse recurso pode ser apresentado ao próprio STF, solicitando a revisão das condenações ou das penas aplicadas, ou ainda ser levado a instâncias superiores, como o plenário da Corte, dependendo do caso.

O objetivo é garantir que cada acusado tenha a oportunidade de contestar a decisão e apresentar argumentos que possam reduzir ou modificar sua pena.

O processo de recurso é previsto na legislação brasileira como parte do direito à ampla defesa. Durante essa etapa, a defesa dos acusados pode apresentar novas provas, questionar pontos do julgamento ou argumentar sobre a interpretação da lei aplicada. Mesmo com a possibilidade de recorrer, as condenações já determinadas permanecem válidas até que uma decisão judicial em instância superior possa alterá-las, mantendo a efetividade das penas enquanto o processo segue em análise.

PGR descarta medidas mais duras de monitoramento para Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República determinou que não são necessárias “medidas mais gravosas” no monitoramento do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. O órgão entende que a combinação da tornozeleira eletrônica, a vigilância externa e as restrições impostas garantem a segurança constitucional, evitando intervenções mais restritivas dentro da residência. No entanto, a PGR mantém a exigência de monitoramento integral interno por câmeras sem gravação, e defende reforço externo, diante da proximidade do julgamento no STF agendado para 2 a 12 de setembro de 2025.

Situação do monitoramento e posição da PGR

A solicitação da Polícia Federal exigia a presença permanente de agentes dentro da casa de Bolsonaro, alegando risco de falhas na tornozeleira eletrônica e possível fuga. Mas o procurador-geral, Paulo Gonet, considerou a prisão domiciliar com tornozeleira suficiente e destacou que não há “situação crítica de segurança no interior da casa”. A PGR se posicionou favoravelmente apenas ao monitoramento da vizinhança, incluindo ruas e saída do condomínio, e ao monitoramento visual remoto da área externa, sem gravação e sem presença física contínua de agentes.

Contexto do julgamento e tensões jurídicas

O julgamento no STF — ação penal que acusa Bolsonaro e outros do chamado “núcleo 1” de tentativa de golpe de Estado em 2022 — está marcado para ocorrer entre 2 e 12 de setembro de 2025, com sessões iniciais já na próxima terça-feira (2), das 9h às 19h, e subsequentes ao longo da semana. A cobertura jornalística será intensa, e o contexto político eletrizado: o ministro Luís Roberto Barroso já alertou que o julgamento “traz algum grau de tensão para o país”.


Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e réu em processo que tramita no STF (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Riscos apontados e atuação de Eduardo Bolsonaro

Gonet citou o risco de fuga de Bolsonaro com base em indícios como a existência de uma minuta de pedido de asilo à Argentina encontrada em seu celular, além da atuação do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, em iniciativas que poderiam interferir nas punições contra o pai. Ainda assim, a PGR considerou que isso não justifica medidas mais invasivas do que as já em vigor. No momento, a decisão final sobre intensificar ou não a segurança ainda cabe ao ministro relator Alexandre de Moraes, do STF, que poderá acolher ou não o parecer da PGR.

Defesa de Bolsonaro responde ao STF sobre suposto plano de fuga

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro entregou nesta sexta-feira (22) sua resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o suposto plano de fuga encontrado em seu celular. O ministro Alexandre de Moraes havia dado prazo de 48 horas, encerrado às 20h34 de hoje, para que a equipe jurídica do réu apresentasse explicações sobre os documentos que pediam asilo político na Argentina e sobre o desrespeito às medidas cautelares impostas.

Plano de fuga e medidas cautelares

Os arquivos encontrados pela Polícia Federal no celular de Bolsonaro revelaram dois documentos. Um deles, endereçado à própria corporação, trazia como argumentos perseguição política e riscos à integridade física como justificativa para solicitar asilo. O outro era direcionado ao presidente argentino, Javier Milei, e incluía trechos bíblicos e citações ao Pacto de São José da Costa Rica, reiterando máximas dos direitos humanos.

A revelação intensificou a pressão sobre Bolsonaro, que já havia sido advertido anteriormente por Alexandre de Moraes pelo descumprimento de medidas cautelares. Em episódio recente, quando falou à imprensa na Câmara dos Deputados, a defesa alegou que os limites impostos não estavam claros. O ministro tratou o caso como pontual, mas reforçou que novas violações não seriam toleradas.


Bolsonaro fala à imprensa na Camara dos Deputados (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Argumentos da defesa

Na resposta protocolada hoje, os advogados de Bolsonaro alegaram que o documento encontrado é anacrônico e teria sido escrito um ano antes do avanço das investigações. Também classificaram as acusações de tentativa de fuga como parte de uma estratégia de “lawfare”, termo usado para descrever perseguição política por meio do sistema judicial.

A defesa afirmou ainda que Bolsonaro vem cumprindo integralmente as medidas cautelares determinadas pelo STF e que não há indícios de descumprimento recente. O texto também ressalta que os pedidos de asilo citados nos documentos não refletem a posição atual do ex-presidente, que teria colaborado com todas as fases da investigação.

Próximos passos no processo

Com a entrega da resposta, caberá ao ministro Alexandre de Moraes analisar os argumentos e decidir se haverá novas medidas contra Bolsonaro. O ex-presidente é indiciado por liderar uma trama golpista após as eleições de 2022, o que já lhe rendeu restrições como proibição de contato com outros investigados, obrigação de entregar o passaporte, prisão domiciliar e proibição do uso de redes sociais.

A expectativa agora é que o STF avalie se os documentos encontrados configuram de fato uma tentativa de descumprimento das medidas impostas. Caso contrário, a corte deve manter o andamento normal do processo.

Trump cita Brasília em exemplo para justificar intervenção federal em Washington DC

Na tarde desta segunda-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que a Guarda Nacional de Washington, D.C. — capital do país — ficasse sob controle federal e fosse às ruas para combater o crescente crime na cidade. Durante a coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump citou Brasília como um dos exemplos de comparação de criminalidade entre capitais.

Os dados do presidente

Durante a coletiva de imprensa em que determinou a intervenção federal na cidade de Washington, o presidente apresentou dados para justificar sua decisão. Segundo ele, a capital dos EUA possui 41 homicídios a cada 100 mil habitantes. Levando em consideração essas mesmas proporções, Trump apresentou como exemplos Bogotá, com 11 homicídios; Cidade do México, com 8; e Brasília, com 13 homicídios.

“Nossa cidade está tomada por gangues violentas e criminosos sanguinários… maníacos drogados e moradores de rua. E não vamos deixar isso acontecer novamente. Não vamos tolerar isso.” disse Trump durante coletiva.


Presidente Donald Trump cita Brasília em coletiva (Foto: reprodução/Instagram/@globonews)


Controvérsias nos gráficos

Os dados apresentados por Trump diferem dos mais recentes divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que aponta que Brasília, em 2024, teve apenas 207 homicídios, resultando em uma taxa de 6,9 a cada 100 mil habitantes. Além disso, o Atlas da Violência de 2024, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), revelou que Brasília é a segunda capital com o menor índice de violência de todo o país.

Em contrapartida, os números da capital brasileira não foram os únicos a divergir. Segundo dados de segurança pública dos EUA, a capital americana atingiu, em 2024, o menor índice geral de crimes dos últimos 30 anos. Já os crimes violentos, como os citados por Trump, tiveram queda de 26% entre 2023 e 2024.


Donald Trump em coletiva na casa branca (Foto: reprodução/Andrew Caballero-Reynolds/G1)

Trump declarou estado de emergência de segurança pública em Washington, D.C. Após a coletiva de imprensa na Casa Branca, a prefeita democrata da capital, Muriel Bowser, classificou o anúncio de Donald Trump como “alarmante e sem precedentes”.

Alerta de bomba desvia voo da Azul para Brasília

Após suspeita de que havia uma bomba a bordo de uma aeronave, um voo comercial da companhia aérea Azul, que partiu de São Luís (MA) com destino a Campinas (SP), precisou realizar um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Brasília, na noite desta quinta-feira (7). A operação preventiva seguiu os protocolos de segurança, garantindo a integridade de todos a bordo.

Todos os 170 passageiros e tripulantes desembarcaram de forma segura e sem incidentes. Conforme declarou a companhia, as prioridades foram proteger a vida dos ocupantes do voo e colaborar com as autoridades durante toda a operação. O atendimento foi prestado ainda no terminal de Brasília, enquanto as investigações estavam em andamento.

O que diz a Azul 

A Azul informou que a decisão de desviar o voo foi tomada com base em uma possível ameaça de artefato explosivo. De acordo com informações, um bilhete escrito à mão foi deixado no banheiro da aeronave, informando sobre a existência de uma bomba no avião. Segundo declaração, as investigações sobre a autoria deste possível atentado seguem em andamento pela Polícia Federal (PF).

Após o pouso, o avião foi isolado e passou por uma varredura conduzida por equipes especializadas da PF. O procedimento de segurança durou algumas horas, e somente por volta das 2h45 da madrugada, horário de Brasília, desta sexta-feira (8), foi possível confirmar que não havia nenhum explosivo no interior da aeronave.


Publicação sobre a movimentação no aeroporto de Brasília após suspeita de bomba em voo comercial (Vídeo: reprodução/Instagram/@metropoles)


Com o encerramento da inspeção, a PF divulgou uma nota informando que a suspeita de bomba havia sido descartada. Dessa forma, a aeronave foi liberada para retomar suas atividades normais. O episódio reforça a importância dos protocolos de segurança em voos comerciais e a pronta resposta das autoridades em situações de risco.

O incidente

Imagens da plataforma “FlightRadar24” revelaram que a aeronave fez uma curva rápida no ar para se dirigir a Brasília, denotando o caráter emergencial da situação. A Azul ressaltou que prestou todo o suporte necessário aos passageiros após a liberação das autoridades e reiterou que a segurança é prioridade em suas operações. 


Publicação sobre o desvio do voo para o aeroporto de Brasília (Foto: reprodução/X/@flightradar24)


Enquanto a inspeção era conduzida, os passageiros permaneceram em uma sala de segurança no aeroporto, prestando depoimentos à Polícia Federal (PF). A concessionária Inframérica, responsável pela administração do terminal, informou que o plano de contingência foi imediatamente acionado. Mesmo com a operação especial, as demais atividades do aeroporto seguiram normalmente, sem impacto em pousos ou decolagens.

Governo prepara medida para tornar CNH mais acessível sem autoescola

O governo federal está prestes a aprovar uma medida que poderá mudar significativamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil. A proposta, elaborada pelo Ministério dos Transportes e enviada para avaliação no Palácio do Planalto, dispensa a obrigatoriedade de frequentar autoescolas para conseguir as habilitações de categoria A (motocicletas) e B (veículos de passeio).

Foco é a redução de custos e aumento da acessibilidade

Segundo o secretário-executivo da pasta, George Santoro, a resolução já está pronta e aguarda apenas o aval do governo para ser oficializada. “Estamos com tudo pronto para soltar”, afirmou. A medida mantém as provas teórica e prática, exigidas atualmente pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), mas permite que o candidato se prepare por conta própria, sem a intermediação obrigatória de uma autoescola.

O principal objetivo da proposta é tornar o processo mais acessível financeiramente. De acordo com dados recentes, o custo médio para obter a CNH no Brasil gira em torno de R$ 3.215,64, enquanto o salário mínimo vigente em 2025 é de R$ 1.518. Para muitos brasileiros, essa discrepância torna o documento inacessível. Ao eliminar a obrigatoriedade das aulas práticas e teóricas oferecidas por instituições privadas, o governo pretende facilitar o acesso à habilitação para pessoas de baixa renda.

Impacto pode ser significativo para a população de baixa renda

Se aprovada, a nova regra pode ter um impacto direto na vida de milhões de brasileiros que sonham em dirigir, mas são barrados pelos altos custos. A flexibilização do processo não implicará, segundo o governo, em perda de qualidade na formação dos condutores. “A principal mudança é a redução de custos e burocracia. Não há perda de qualidade”, garantiu Santoro.


George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes (Foto: reprodução/Instagram/@santoro.george)

A proposta, divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN Brasil, representa um possível marco na política de mobilidade nacional. Ao democratizar o acesso à CNH, o governo atende a uma demanda histórica e alinha o processo de habilitação com uma perspectiva mais inclusiva e econômica. Se implementada, a medida pode diminuir significativamente as barreiras enfrentadas por trabalhadores de baixa renda e jovens que buscam maior independência e oportunidades no mercado de trabalho. Ainda é preciso aguardar a decisão final do Palácio do Planalto, mas o debate sobre acessibilidade e custos no processo de habilitação ganha força. A expectativa é de que a medida traga impactos concretos para milhões de brasileiros.

Mal-estar força Bolsonaro a deixar evento e procurar médico em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a apresentar sintomas de indisposição nesta sexta-feira (20), após participar de um evento agrícola em Goiânia. Segundo aliados, ele optou por retornar a Brasília antes do previsto e marcou uma consulta com o médico Claudio Birolini, responsável por sua última cirurgia abdominal. O mal-estar estaria ligado às recorrentes intervenções cirúrgicas no abdômen às quais Bolsonaro tem sido submetido desde o atentado a faca sofrido em 2018, durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG).

A agenda em Goiás incluía um encontro com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem o ex-presidente discutiria cenários políticos para as eleições de 2026. No entanto, o estado de saúde de Bolsonaro já vinha preocupando aliados desde terça-feira (17), quando ele participou de compromissos em Presidente Prudente (SP). Na ocasião, relatou estar debilitado: “Desculpa, estou muito mal. Vomito 10 vezes por dia.”

Cirurgias recorrentes e complicações abdominais

O mal-estar relatado por Bolsonaro não é um episódio isolado. Desde o atentado, o ex-presidente passou por várias cirurgias no abdômen, a mais recente delas em abril deste ano. Na ocasião, ele precisou ser transferido de urgência de um evento político no Rio Grande do Norte para Brasília, onde foi operado por doze horas no hospital DF Star. O procedimento foi considerado bem-sucedido, mas os médicos alertaram que novas intervenções poderiam ser necessárias.


Bolsonaro deixa o hospital DF Star três semanas após cirurgia em Brasília (reprodução/Evaristo Sa/Getty Images Embed)


A razão para isso está na própria natureza das lesões e da cicatrização intestinal. Segundo o médico Raphael Di Paula, chefe de cirurgia oncológica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, qualquer violação da cavidade abdominal pode levar ao surgimento de aderências — cicatrizes internas que podem causar obstruções. “A partir do momento em que você faz uma intervenção ali, pode gerar uma espécie de irritação ou inflamação que leva às cicatrizes e aderências”, explica.

Estado de saúde inspira preocupação

Diante das declarações recentes e do histórico cirúrgico de Bolsonaro, cresce a preocupação entre aliados e apoiadores quanto à sua saúde e à capacidade de manter uma agenda política intensa. A necessidade de novas intervenções médicas segue como uma possibilidade concreta, especialmente devido à natureza crônica das aderências intestinais.

O episódio mais recente reforça que, mesmo anos após o atentado, as consequências ainda impactam diretamente a rotina do ex-presidente. A continuidade dos sintomas indica que seu quadro clínico exige acompanhamento constante e pode influenciar, inclusive, seus planos políticos futuros.

Ex-almirante Garnier nega golpe e diz que tropas foram coincidência

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, afirmou que a presença de tropas nas ruas em 2022 foi fruto de um exercício previamente agendado e negou ter atendido a qualquer pedido do então presidente Jair Bolsonaro (PL). A Procuradoria-Geral da República o acusa de ter aderido ao plano de golpe.

Movimentação planejada segundo ex-almirante

O ex-comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier, negou nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que tenha colocado tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma eventual tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022. Garnier afirmou que a presença de blindados nas ruas foi parte de um exercício militar previamente agendado, sem qualquer vínculo com os desdobramentos políticos da época.


Ex-Almirante Almir Garnier e o então presidente Jair Bolsonaro em exercício militar na cidade de Formosa, 2021 (Foto: reprodução/Almir Sá/Getty Images embed)


“Foi uma coincidência”, disse o militar, referindo-se ao fato de os veículos estarem nas ruas no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o exercício envolvia grande logística e investimento e, por isso, não poderia ser adiado.

Depoimento ao ministro Alexandre de Moraes

Interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, Garnier também comentou uma reunião entre os chefes das Forças Armadas e o então presidente, ocorrida em 7 de dezembro de 2022. “O presidente não abriu a palavra a nós. Ele fez considerações que mais pareciam preocupações e análises do que uma ideia concreta”, relatou. O ex-almirante alegou que a única pauta objetiva foi a preocupação de Bolsonaro com a segurança pública, mencionando a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) como instrumento possível dentro dos limites legais.

Apesar das negativas, o ministro Moraes foi enfático em demonstrar desconfiança: “Coincidências não existem”, declarou, em referência à sobreposição dos eventos militares e políticos naquele período.

Defesa institucional e suspeitas persistentes

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Garnier como o único chefe das Forças Armadas que teria aderido ao plano de golpe. Outros depoimentos prestados ao STF, como os dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior, revelam versões divergentes. Baptista Júnior declarou que Garnier sinalizou apoio a Bolsonaro, colocando tropas à disposição. Já Freire Gomes minimizou o gesto, apesar de ter anteriormente indicado à Polícia Federal preocupações quanto a um possível conluio.

Denunciado por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, Almir Garnier se defende afirmando que atuou dentro dos limites institucionais do cargo. “Eu era comandante da Marinha, não era assessor político do presidente. Eu me ative ao meu papel institucional”, declarou. Sua linha de defesa sustenta que a atuação da Marinha em 2022 foi estritamente técnica. No entanto, o tom adotado por Alexandre de Moraes e as divergências nos depoimentos levantam dúvidas sobre a real extensão de seu envolvimento nos bastidores da tentativa de ruptura democrática.