Acordo de cessar-fogo é selado sem Israel nem Hamas

Uma cúpula de paz histórica foi realizada na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh nesta segunda-feira (13), onde dezenas de líderes globais assinaram um acordo para oficializar o cessar-fogo na guerra em Gaza. O fato curioso é que Israel e o Hamas não participaram do evento, apesar de serem as partes centrais do conflito.

A assinatura e os protagonistas da trégua

No encontro internacional, mais de 20 chefes de Estado e governo se reuniram para formalizar a trégua proposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que já havia sido negociada por representantes de Israel e do Hamas na fase anterior do conflito. A cerimônia teve contornos simbólicos e diplomáticos: embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha sido convidado, ele acabou recusando o convite, alegando que o evento coincidia com um feriado judaico.

Entre os presentes estavam Trump; o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani; os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, do Egito, Abdul Fatah Al Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; além de líderes europeus como Keir Starmer (Reino Unido) e Emmanuel Macron (França. A ausência de Israel e Hamas marcou o caráter externo da articulação, impressa como mediação internacional para cessar hostilidades.


Momentos de celebração por cessar-fogo (Foto: Reprodução/Abir Sultan/EPA)


A cúpula propôs ainda a criação de um “conselho supervisor” para Gaza, destinado a monitorar o cumprimento do acordo na fase inicial do pós-guerra. O trabalho desse órgão, no entanto, ainda carece de definições, especialmente quanto ao seu poder de intervenção e composição.

Recompensas, liberação de reféns e desafios futuros

A formalização do cessar-fogo ocorreu poucas horas após o Hamas ter liberado os 20 últimos reféns que permaneciam sob seu controle em Gaza. Como parte do acordo, Israel também iniciou a soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua por crimes contra israelenses. Os libertados foram encaminhados pela Cruz Vermelha a Gaza, à Cisjordânia ou outros destinos.

Apesar desse avanço simbólico, diversos pontos críticos do plano ainda são nebulosos, sobretudo a questão do desarmamento do Hamas, a retirada futura das tropas israelenses e a estrutura de governança emergente para Gaza. O acordo mostra que há disposição diplomática global para uma trégua formal, mas a sustentabilidade do cessar-fogo dependerá do engajamento das partes centrais e da capacidade de monitoramento internacional.

Trump pressiona Rússia após fim do ultimato sobre guerra na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressiona a Rússia após o fim do prazo para encerrar o conflito na Ucrânia, que terminou nesta sexta-feira (8) sem acordo. Diante do impasse, Trump reafirmou a intenção de aplicar tarifas de até 100% e sanções mais severas contra Moscou. Além disso, as medidas também miram países que mantêm comércio de energia com a Rússia.

Pressão de Trump sobre Rússia e busca por cúpula

No início da semana, Trump prometeu avançar com as chamadas “sanções secundárias”. Essas medidas podem atingir a Índia, segunda maior compradora do petróleo russo, e possivelmente a China, principal cliente energético de Moscou. Apesar da retórica dura, a Casa Branca confirmou que o presidente prepara um encontro com Putin. A reunião pode ocorrer já na próxima semana, em formato bilateral ou trilateral, incluindo também o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Trump não condicionou a reunião a um encontro prévio entre Putin e Zelensky. Segundo ele, o objetivo principal é “parar o derramamento de sangue”. O republicano não descarta novas medidas econômicas caso Moscou não demonstre abertura para um acordo de paz.

Resistência do Kremlin e reação internacional

O Kremlin ignorou o ultimato. Segundo fontes próximas ao governo russo, Putin acredita que a Rússia mantém vantagem militar e não cederá sob pressão. Moscou insiste que qualquer negociação precisa incluir garantias de segurança para ambas as partes. No entanto, evita atender diretamente às exigências norte-americanas.

A iniciativa de uma cúpula foi discutida entre Putin e o enviado especial de Trump, Steve Witkoff. O Kremlin afirma que a proposta partiu do presidente dos EUA, enquanto a Casa Branca sustenta que a ideia veio dos russos. A possibilidade de um encontro nos Emirados Árabes Unidos está em negociação, mas ainda não há confirmação oficial.

Enquanto isso, líderes europeus e o presidente ucraniano discutem como lidar com as movimentações diplomáticas. Eles temem que uma nova rodada de conversas sirva apenas para adiar medidas mais duras contra Moscou.


Donald Trump estipula prazo para fim da guerra na Ucrânia que termina nesta sexta-feira (8) (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN)

Semanas decisivas para a guerra na Ucrânia

Especialistas em geopolítica avaliam que a postura de Trump busca equilibrar pressão econômica e abertura diplomática. Para isso, a estratégia tenta criar um cenário em que Putin se sinta compelido a negociar, mas sem dar sinais de recuo que possam enfraquecer a imagem norte-americana. No entanto, analistas alertam que esse tipo de ultimato pode ter efeito limitado. Para que funcione, ele precisa vir acompanhado de um plano concreto para encerrar o conflito.

Além disso, em meio à crise, Trump pressiona Rússia com sanções e negociações, buscando um desfecho para o conflito que tem provocado instabilidade global.

Com o ultimato encerrado e as conversas diplomáticas ainda incertas, o impasse entre Washington e Moscou se aprofunda. Trump aposta em sanções e tarifas para forçar um cessar-fogo. Enquanto isso, Putin mantém a narrativa de que a Rússia está em vantagem.

O desfecho das próximas semanas será decisivo para definir se a pressão econômica dos Estados Unidos resultará em negociações de paz ou se a guerra na Ucrânia entrará em um novo ciclo de escalada.

Alemanha exige trégua em Gaza e alerta, Israel corre risco de isolamento global

Alemanha reforçou nesta quinta-feira (31) seu posicionamento a favor de uma trégua imediata no conflito entre Israel e o Hamas, ampliando a pressão internacional por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O apelo foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, durante uma visita oficial ao território israelense, destacando a necessidade urgente de encerrar a ofensiva militar em curso

Isolamento global

De acordo com Wadephul, a continuidade do conflito coloca Israel em risco de isolamento diplomático, em um momento em que cresce o apoio global à causa palestina. A preocupação alemã reflete um movimento mais amplo dentro da comunidade internacional, que busca alternativas diplomáticas para conter a escalada de violência no Oriente Médio.

Durante os últimos meses, o cenário internacional tem mudado significativamente. Diversos países, especialmente da Europa e América Latina, intensificaram seu apoio ao reconhecimento do Estado Palestino como forma de pressionar por uma solução de dois Estados. França, Reino Unido, Canadá e Portugal manifestaram recentemente a intenção de oficializar esse reconhecimento em uma próxima conferência da ONU, marcada para setembro. Atualmente, 144 dos 193 países-membros da ONU já reconhecem a Palestina como um Estado soberano.

A Europa tem demonstrado crescente adesão à causa palestina. Em maio do ano passado, Espanha, Irlanda e Noruega deram um passo conjunto nesse sentido, seguindo o caminho trilhado por Suécia, Polônia, Vaticano, Rússia e Ucrânia. Na América Latina, o reconhecimento é quase unânime, incluindo países como Brasil, Argentina, Chile e Colômbia. O continente africano também tem se alinhado majoritariamente a esse posicionamento, com poucas exceções.


Johann Wadephul, Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, em coletiva de imprensa com Gideon Sa’ar em Berlim, Alemanha (Foto: reprodução/Florian Gaertner/Getty Images Embed)


Relação diplomática

Nesse contexto, a Alemanha tenta desempenhar um papel de equilíbrio: apoiar a segurança de Israel, com quem mantém laços históricos e estratégicos, sem ignorar o crescente clamor global por justiça e paz na região. O alerta de Wadephul evidencia o dilema enfrentado por aliados tradicionais de Israel, diante do desgaste internacional gerado pelas ações militares em Gaza.

O apelo alemão se soma a uma série de pressões diplomáticas que buscam interromper o ciclo de violência. À medida que o reconhecimento da Palestina avança no cenário global, Israel se vê cada vez mais pressionado a reavaliar suas estratégias e considerar soluções negociadas para o conflito.

Israel anuncia trégua parcial e envio de suprimentos a Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (27), que não há fome em Gaza, já que Israel tem permitido a entrada de ajuda humanitária durante a guerra. No mesmo dia, o governo israelense anunciou a suspensão das operações militares por 10 horas diárias em partes da Faixa de Gaza e a abertura de novos caminhos para o envio de suprimentos. Jordânia e Emirados Árabes Unidos também ajudaram, lançando alimentos e remédios por via aérea para os moradores da região.

Esforços de ajuda e pressão sobre Israel

De acordo com Benjamin Netanyahu, Israel tem permitido a entrada de ajuda humanitária em volumes exigidos pelo direito internacional. Ele afirmou que, desde o início da guerra, quase 2 milhões de toneladas de alimentos foram enviadas à Faixa de Gaza e que, no momento, centenas de caminhões com suprimentos ainda aguardam do lado israelense da passagem de Kerem Shalom.

Depois que imagens de palestinos passando fome chamaram a atenção do mundo, Israel começou a receber mais críticas de outros países por causa da situação em Gaza. O governo, no entanto, nega culpa pela crise humanitária. Enquanto isso, as conversas de paz entre Israel e o Hamas, que aconteciam em Doha, foram interrompidas e, por enquanto, não há sinal de um acordo.


Benjamin Netanyahu dizendo que não há política de fome em Gaza (Vídeo: reprodução/X/@netanyahu)

Negociações e situação atual

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, afirmou que a resposta do Hamas demonstrou uma falta de desejo de alcançar um cessar-fogo. Em resposta, o Hamas acusou os mediadores de sabotarem os esforços de paz .

Militares israelenses informaram que, a partir deste domingo, rotas seguras para a passagem de comboios com alimentos e medicamentos estão funcionando todos os dias, das 6h às 23h.

Durante uma visita à Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Israel precisa decidir o que vai fazer a partir de agora em Gaza. Ele comentou que não sabe o que deve acontecer depois que as negociações por um cessar-fogo e a libertação de reféns com o Hamas fracassaram.

Trump e Netanyahu discutem cessar-fogo em Gaza e realocação de palestinos

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seu governo e os Estados Unidos estão buscando países dispostos a acolher palestinos atualmente residentes na Faixa de Gaza. A afirmação foi feita durante encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca. “Estamos trabalhando em estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar países que busquem realizar o que sempre dizem, que querem dar aos palestinos um futuro melhor”, afirmou Netanyahu.

Acordo de paz e plano de reconstrução

Durante a reunião, Trump afirmou haver “ótima cooperação” por parte de países do Oriente Médio consultados sobre o plano, sem nomear os países. O presidente israelense defendeu que a eventual migração poderia oferecer aos palestinos um “futuro melhor”. Trump, por sua vez, sugeriu que os EUA poderiam assumir a reconstrução da Faixa de Gaza após o conflito, inclusive com a criação de uma “Riviera do Oriente Médio”, composta por resorts e centros turísticos no território atualmente devastado pela guerra.

O encontro acontece em um momento de tratativas por um possível cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. Trump demonstrou otimismo, afirmando acreditar que um entendimento pode ser alcançado ainda nesta semana. Por sua vez, o Hamas já se mostrou favorável a uma proposta que inclui a suspensão dos bombardeios por parte de Israel, a liberação de reféns em troca de prisioneiros palestinos e a redução da presença militar israelense na Faixa de Gaza. Apesar da falta de avanços práticos, fontes próximas às tratativas em Doha, no Catar, consideram o clima positivo.


Negociação para cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)


Nobel da Paz e articulações regionais

Além da situação em Gaza, os líderes também acordaram sobre a situação do envio de armas à Ucrânia. Trump, que havia suspendido o apoio, disse que “eles precisam ser capazes de se defender”. Sobre o Irã, o norte-americano declarou que deseja retomar negociações para um novo acordo nuclear e mencionou a possibilidade de suspender sanções. Netanyahu agradeceu pelos recentes ataques dos EUA a instalações iranianas, que acabaram resultando em uma trégua temporária com Teerã.

Logo no início da reunião, Netanyahu revelou ter indicado Donald Trump ao Prêmio Nobel da Paz, destacando seus “esforços para promover a paz no Oriente Médio”. Em meio a processos por corrupção que ainda o cercam, o premiê recebeu apoio público do presidente norte-americano, que afirmou que as investigações podem prejudicar sua capacidade de conduzir negociações diplomáticas. Netanyahu também manifestou a intenção de intensificar conversas voltadas à normalização de relações com países como Líbano, Síria e Arábia Saudita.

O encontro também foi a primeira aparição pública de Trump após demonstrar apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, através de suas redes sociais. A aliança entre Trump e Netanyahu se fortalece em um contexto de realinhamento geopolítico no Oriente Médio, com ambos defendendo uma postura firme contra o Hamas e o Irã, e promovendo agendas internas fortemente ideológicas. O apoio mútuo parece ir além da diplomacia, refletindo estratégias de manutenção de poder e influência regional.

Rússia e Ucrânia negociam troca de prisioneiros, mas cessar-fogo segue distante

Nesta segunda-feira (2), as negociações entre Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo pela troca de prisioneiros. Segundo o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, que mediou o diálogo, a reunião durou menos de uma hora.

No acordo firmado em Istambul, os dois países concordaram em realizar uma nova troca de prisioneiros de guerra e devolver os corpos de 12.000 soldados. Apesar das expectativas, as negociações realizadas hoje (2) chegaram ao fim sem qualquer avanço em direção a um cessar-fogo.

Além disso, em comunicado ao final da reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Öncü Keçel, classificou o encontro de líderes como “de extrema importância para o mundo, e sem resultados negativos”. Por fim, ele acrescentou que “ambas as partes farão suas declarações”.


O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, confirma acordo entre os dois países (Foto: reprodução/X/@HakanFidan)

Troca inclui jovens soldados e corpos de combatentes

Os dois países chegaram a um acordo para a troca de prisioneiros gravemente feridos e doentes, além da repatriação de seis mil corpos de soldados mortos em combate. Entretanto, o acordo firmado também inclui jovens soldados entre 18 e 25 anos. Portanto, estes ganharão liberdade, seguindo o princípio de “todos por todos“.

Para manter o diálogo em andamento, a Ucrânia propôs uma nova reunião com Moscou entre 20 e 30 de junho. Enquanto isso, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, demonstrou interesse em ampliar a mediação. Ele sugeriu uma cúpula com Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Donald Trump, para, finalmente chegar a um acordo de paz definitivo.

Rússia sugere cessar-fogo parcial, Ucrânia exige trégua total

Em contrapartida, o primeiro vice-ministro ucraniano das Relações Exteriores, Sergei Kyslytsia, declarou que “a Rússia continuou a rejeitar a proposta de cessar-fogo incondicional”. Já o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, afirmou que seu país sugeriu uma trégua parcial, limitada a algumas áreas do front por dois ou três dias.

Além disso, o presidente russo,Vladimir Putin, apresentou um memorando com exigências para um cessar-fogo definitivo, incluindo a anexação de 20% do território ucraniano e a retirada completa das tropas de Kiev dessas regiões. A Ucrânia, por sua vez, insiste em um cessar-fogo total e incondicional, além da devolução de prisioneiros e crianças ucranianas levadas para a Rússia.

Cessar-fogo em Gaza: Israel aceita proposta dos EUA, Hamas critica plano

Israel aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (29). No entanto, um líder do Hamas declarou à AFP que o plano não atende às demandas do grupo. O presidente Donald Trump e seu enviado, Steve Witkoff, apresentaram a proposta ao Hamas, que segue analisando o documento. Segundo, Bassem Naim alto funcionário do Hamas, o plano apenas prolonga a ocupação e mantém os ataques e a escassez de recursos.

A resposta sionista, em essência, significa perpetuar a ocupação e continuar a matança e a fome. Ainda assim, a liderança do movimento avalia a resposta à proposta com total responsabilidade nacional”, afirmou o representante do grupo à Associated Press.


Israel aprova cessar-fogo proposto pelos EUA, diz Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca (Vídeo: reprodução/X/@WhiteHouse)

Detalhes da proposta de cessar-fogo

A princípio, a proposta prevê a libertação de 10 reféns vivos e 18 mortos, além de um cessar-fogo de 60 dias. No entanto, ainda não há informações sobre o início das negociações para um fim permanente do conflito, uma exigência do Hamas rejeitada por Israel.

Segundo o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, comunicou às famílias dos reféns que aceitou a proposta americana. Israel, por sua vez, exige o desarmamento total do Hamas, seu desmantelamento como força militar e governante, e a libertação dos 58 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza antes de considerar o fim da guerra.

Bloqueio em Gaza e pressão internacional

Anteriormente, em 2 de março, o governo de Israel bloqueou completamente a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Sob pressão internacional, as autoridades relaxaram parcialmente as restrições na semana passada. No entanto, na quarta-feira, milhares de palestinos em situação extrema correram para um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o ocorrido terminou em tragédia. No tumulto, quatro pessoas perderam a vida.

O episódio ocorreu um dia após uma distribuição desorganizada de suprimentos em um centro da Fundação Humanitária de Gaza (GHF). A organização, apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, enfrenta críticas da ONU. No incidente, cinquenta pessoas ficaram feridas.

Putin sugere negociações de paz, mas Ucrânia mantém cautela

Nesta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou estar aberto a negociações de paz com a Ucrânia, uma proposta que levanta suspeitas devido ao histórico diplomático da Rússia. Enquanto Moscou sugere conversas que manteriam a ocupação russa de cerca de um quinto do território ucraniano, Kiev e seus aliados ocidentais permanecem cautelosos quanto às intenções do Kremlin.

Contexto das propostas de paz

A sinalização de Putin ocorre em meio a um cenário de intensificação do conflito, com as forças russas mantendo ofensivas no norte de Kharkiv. A agência de notícias Reuters, citando fontes internas, revelou que Moscou estaria disposta a considerar negociações para congelar a situação atual no campo de batalha.

Esta não é a primeira vez que a Rússia propõe tal abordagem; um acordo semelhante foi discutido em Istambul em 2022, mas fracassou devido aos contínuos ataques russos e às atrocidades reveladas na região de Kiev.


Acompanhe as recentes declarações de Putin sobre o fim da guerra (vídeo: reprodução/YouTube/EFE Brasil)


Desconfiança e impacto internacional

As declarações de Putin foram feitas durante uma visita ao presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e coincidem com exercícios militares conjuntos entre os dois países, incluindo o uso de armas nucleares táticas. Este ambiente militarizado lança dúvidas sobre a sinceridade da proposta de paz russa.

Além disso, a chegada não confirmada do ex-presidente ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovich, à Bielorrússia, sugere que Moscou poderia estar planejando influenciar o cenário político ucraniano novamente.

A proposta de Putin também parece direcionada aos governos ocidentais, em especial à administração dos Estados Unidos. Com o crescente custo e a impopularidade da guerra, a sugestão de um congelamento das linhas de frente pode parecer uma solução atraente para alguns.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou que as insinuações de Putin visam minar uma cúpula de paz planejada para junho na Suíça, onde a Ucrânia e seus aliados discutirão um possível acordo sem a presença russa.

A história da diplomacia russa, frequentemente usada como estratégia de pressão militar, exige que qualquer proposta de paz seja analisada com ceticismo. A experiência mostra que Moscou pode usar negociações para ganhar tempo ou vantagens estratégicas, sem cessar as hostilidades.

A comunidade internacional e a Ucrânia devem, portanto, permanecer vigilantes e preparados para todas as possibilidades enquanto consideram as ofertas de paz do Kremlin.

Israel enfrenta pressão dos EUA para maior ajuda humanitária em Gaza

No último domingo (7), mais de 300 caminhões de auxílio humanitário entraram no enclave palestino. A Casa Branca elogiou, mas afirmou que seriam necessários, pelo menos, 350 caminhões por dia, enquanto durarem as negociações pelo cessar-fogo e pela libertação dos reféns.

Processo de negociação

John Kirby, porta-voz da Casa Branca, disse que o diretor da CIA, William Burns, esteve no Cairo no último final de semana com o objetivo de focar em negociações para libertar os reféns que estão mantidos em Gaza pelo grupo palestino Hamas.

 “Deveria ser óbvio, apenas pela quantidade de diplomacia que estamos fazendo e que nossos correspondentes estão fazendo, que estamos levando isso muito, muito a sério. E realmente queremos chegar um acordo sobre os reféns o mais rápido possível”.

John Kirby

Palavras ditas por Kirby ao ser questionado pelos repórteres se haveria motivo para otimismo sobre um possível acordo pelos reféns.

O saldo desse embate, até agora, são 1.200 pessoas mortas em um massacre no sul de Israel, em 7 de outubro pelo Hamas, de acordo com informações israelenses; e mais de 33.000 palestinos mortos pelo contra-ataque de Israel, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.


Palestinos evacuam área após ataque aéreo israelense, em outubro de 2023 (Foto: reprodução/Mahmud Hams/AFP/Getty Images embed)


Israel dá resposta à Casa Branca

Atendendo ao apelo dos EUA, Israel enviou nesta segunda-feira (8), 419 caminhões de ajuda humanitária. Segundo as Forças de Defesa de Israel, é a maior entrega de auxílio em um único dia, desde 7 de outubro do ano passado, quando iniciou o conflito.

Antes disso, entre 450 e 500 caminhões com suprimentos entravam em Gaza diariamente. O PAM (Programa Alimentar Mundial) disse que 88% da população em Gaza está em estado de emergência pela insegurança alimentar, e é iminente a fome no norte da Faixa.

Putin alerta que envio de tropas ocidentais à Ucrânia pode causar Terceira Guerra Mundial

Em seu discurso de vitória eleitoral à imprensa em Moscou na madrugada desta segunda (18), no horário local, o presidente reeleito Vladimir Putin declarou que a presença de tropas ocidentais na Ucrânia poderia causar uma Terceira Guerra Mundial. Mas o líder russo disse não acreditar que alguém estivesse interessado em tal cenário e que considera negociar um cessar-fogo durante os Jogos Olímpicos que acontecerão em julho, na França.

Declaração no discurso de vitória

Acho que tudo é possível no mundo moderno. Mas eu já disse isso e está claro para todos que isso (conflito entre a Rússia e a Otan) será apenas um passo de distância de uma Terceira Guerra Mundial em grande escala. Acho que ninguém está interessado nisto”, disse Putin. Após dois conflitos bélicos que mudaram o curso da história da humanidade no século XX, dificilmente alguém arriscaria um conflito desta magnitude, em especial agora, com armamentos nucleares disponíveis.
No mês passado, o presidente francês Emmanuel Macron, fez declaração polêmica ao dizer que não poderia descartar a preparação para uma possível invasão, insinuando que a Rússia não iria para se vencesse na Ucrânia, e pediu aos europeus para não serem “fracos” em sua resposta. “Hoje, decidir se abster ou votar contra o apoio à Ucrânia não é votar pela paz, é escolher a derrota. É diferente”, declarou Macron em entrevista à televisão. A declaração não foi bem recebida por alguns líderes europeus.


Presidente francês Emmanuel Macron em uma entrevista sobre a Guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Frances Televisions/AFP/Ludovic Marin/Getty Images)


Macron afirma ser importante que a Europa não sinalize fraqueza perante a Rússia, que a escolha de não responder caso a guerra se espalhe pelo continente, será escolher a derrota. Lembrando que a França foi refém do regime nazista por quatro anos durante a Segunda Guerra Mundial, de 1940-1944. O presidente francês afirmou que a França jamais iniciaria uma ofensiva contra Moscou e declarou seu desejo de que a Rússia pare a guerra e permita que a paz reine.

A resposta de Putin

Com a aproximação de um evento tão grandioso e tradicional como os Jogos Olímpicos, que serão sediados em Paris este ano, uma situação desconfortável entre as duas nações não é recomendável. O Comitê Olímpico condenou a invasão russa em 2022, mas permitiu que os atletas russos competissem de forma neutra nos Jogos de Paris 24.
Putin declarou que as tropas russas estão avançando todos os dias em território ucraniano, que sua campanha ofensiva a Zelensky está sendo bem-sucedida. Em resposta a Macron, Putin disse que espera que a França busque “caminhos para soluções pacíficas. O governo de Macron oferece desde o ano passado ajuda militar à Ucrânia, com o envio de armas e mísseis para a defesa do território.


Os jogos olímpicos de 2024 começarão em julho (Foto: reprodução/Chesnot/Getty Images)


Macron fez um pedido ao presidente russo, o de um cessar-fogo na Ucrânia durante os dezenove dias de competição na Olimpíada de Paris. O governo russo respondeu que está disposto a negociar sobre a pausa, contanto que a França considere os interesses russos e pare de fornecer armamentos à Ucrânia. 

Apesar de seus quatro anos como primeiro-ministro, Vladimir Putin está no poder há décadas e agora ficará no assento presidencial até 2030, graças a mudanças que permitiram que ele conquistasse seu quinto mandato. O conflito na Ucrânia não parece dar sinais de diminuir ou estar mais próximo de se resolver. Apenas o tempo dirá se tanto o medo de Macron quanto o de Putin realmente irão se concretizar.