Acidente aéreo na Coreia do Sul pode ter investigações longas

No último domingo (29), a Coreia do Sul vivenciou uma de suas maiores tragédias aéreas. Um voo da Jeju Air bateu contra um muro no Aeroporto Internacional de Muan. Com 181 pessoas a bordo, apenas duas pessoas sobreviveram.

As investigações sobre o que levou ao acidente devem levar anos, de acordo com o ministério do transporte da Coreia.

Como aconteceu o acidente

A aeronave partiu de Bangkok, na Tailândia, e enfrentou dificuldades para pousar. Segundo investigações, a falha de pouso aconteceu devido uma colisão com pássaros. Um alerta sobre os pássaros foi dado, porém, poucos minutos depois o piloto pediu ajuda.

O ministério afirma que a pista não contribui para a tragédia e que, após uma falha no trem de pouso por conta da primeira tentativa, o piloto fez um pouso forçado e colidiu com o muro, causando explosões. 

Imagens do local são sensíveis, exibindo os destroços espalhados, fogo e fumaça e equipes de resgate trabalhando em busca das vítimas.

Sobreviventes

Um dos sobreviventes da queda, é um comissário de bordo da Jeju Air, de 33 anos. Ele está consciente e teve múltiplas fraturas, segundo o hospital onde ele está internado. O mesmo disse que acordou após ter sido resgatado. A outra sobrevivendo também é comissária de bordo, uma mulher de 25 anos, do qual não foi informado detalhes do seu estado, apenas que está estável. 

Investigações

O diretor da aviação do Ministério de Terras, Infraestrutura e Transportes, Ju Jong-wan informou que as caixas-pretas foram recuperadas e isso pode auxiliar nas investigações. Em comunicado, foi compartilhado que as investigações podem ser longas, pois a aeronave foi fabricada fora do país e será necessário consultar as origens das peças do avião. 


Link da midia:

Imagens do acidente foram compartilhadas na Internet (Reprodução/Instagram/@avioes.historias)


Governo coreano declarou emergência para as investigações e decretou sete dias de luto no país.

Advogados do presidente sul-coreano estarão presentes no julgamento de impeachment

Os advogados do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, comparecerão à primeira audiência do julgamento de impeachment no Tribunal Constitucional, marcada para esta sexta-feira (27), no horário local. O processo foi iniciado pelo parlamento devido à imposição temporária de lei marcial pelo presidente no início deste mês.

Reação interna e repercussões internacionais

O presidente Yoon Suk Yeol se recusou a atender aos pedidos do Tribunal Constitucional para apresentar documentos relacionados ao caso, além de desconsiderar convites de investigadores em uma investigação criminal sobre a imposição da Lei Marcial em 3 de dezembro. Esse comportamento gerou críticas inclusive de membros de sua própria base política.

A medida repentina de decretar a Lei Marcial surpreendeu a opinião pública, abalou os mercados financeiros e prejudicou as relações com aliados estratégicos, como os Estados Unidos e países da Europa, que viam Yoon como um parceiro confiável nas questões internacionais envolvendo China, Rússia e Coreia do Norte.

A crise política se agravou nesta semana, quando o Partido Democrático da oposição anunciou a intenção de impeachment do primeiro-ministro Han Duck-soo, que exerce a função de presidente interino, após sua recusa em cumprir a convocação para nomear três juízes para o Tribunal Constitucional. O parlamento se reunirá na tarde de sexta-feira, e o Partido Democrático informou que apresentará uma moção de impeachment contra Han.

A defesa de Yoon no julgamento será conduzida por dois advogados: um ex-promotor e um ex-porta-voz do Tribunal Constitucional, conforme informou Seok Dong-hyeon, advogado do presidente. A votação sobre o impeachment do primeiro-ministro Han Duck-soo ocorrerá simultaneamente à primeira audiência do Tribunal Constitucional, que decidirá o futuro de Yoon, determinando se ele será reintegrado ao cargo ou removido definitivamente. O tribunal tem até 180 dias para tomar sua decisão. Se Yoon for removido, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada dentro de 60 dias.

Relembre o caso

Em 3 de dezembro, o presidente da Coreia do Sul decretou a lei marcial após uma série de protestos e manifestações em grande escala que começaram a ganhar força no país. A medida foi uma resposta à crescente instabilidade política e social, gerada por questões internas, como a falta de consenso em torno de reformas e projetos de lei importantes.


Exército invade Parlamento na Coreia do Sul após presidente declarar Lei Marcial (Vídeo:Reprodução/Youtube/Folha de São Paulo)


O governo de Yoon enfrentava uma oposição acirrada, especialmente do Partido Democrático, que pressionava por investigações mais profundas sobre sua administração. A decisão de implementar a lei marcial foi vista como uma tentativa de restaurar a ordem, mas gerou uma série de críticas, tanto internas quanto externas, devido à sua natureza abrupta e ao risco de escalada de tensões no país.

A imposição da lei marcial também se deu em um contexto de crescente polarização política e uma crise de confiança nas instituições governamentais. Yoon Suk Yeol justificou a medida como uma forma de garantir a segurança pública e de prevenir o agravamento da situação, mas a ação foi amplamente interpretada como uma tentativa de consolidar poder e reduzir a pressão de seus opositores.

Coreia do Sul: Presidente não compareceu ao interrogatório

O presidente da Coreia do Sul está sendo alvo de uma Investigação Criminal após o decreto da lei marcial no país. Entretanto, Yoon não atendeu a uma intimação no domingo (15), segundo a agência de notícias Yonhap.

Yoon sofreu impeachment neste sábado (14) e está afastado de suas funções presidenciais após sua tentativa fracassada de implementar a lei marcial no país. A equipe responsável pela investigação enviou uma intimação ao presidente na quarta-feira (11), pedindo que ele comparecesse ao interrogatório às 10h de domingo, mas ele não apareceu. A promotoria pretende emitir outra intimação hoje (16).

A investigação criminal

Três partidos apresentaram uma queixa contra o presidente, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-Hyun e o comandante da lei marcial Park An-Su, acusando-os de insurreição. O crime de liderar um levante é punível de morte ou prisão perpétua, com ou sem trabalhos forçados. O ministro da defesa Kim Yong-Hyun foi preso no domingo (8).

A polícia da Coreia do Sul apresentou um mandado de busca e invadiu o escritório do presidente nesta última quarta-feira, Yoon não estava presente durante a invasão. O comissário da Polícia Nacional, Cho Ji-Ho, foi preso por acusações de insurreição neste mesmo dia. Cho é acusado de impedir a entrada dos legisladores no parlamento após o decreto da lei marcial no dia 3 de dezembro.

Os promotores também solicitaram mandados de prisão para altos oficiais militares, entre eles está o chefe do Comando de Guerra Especial do Exército e o chefe do comando de defesa da capital, neste domingo (15).

O impeachment


Deputados aprovam o impeachment de Yoon Suk Yeol (Foto: Reprodução/Seong oon Cho/Bloomberg)

Um outro pedido de impeachment já havia sido apresentado no dia 7, mas o partido de Yoon se opôs ao pedido e a principal oposição não possuía a quantidade suficiente de parlamentares para aprovar a abertura do processo.

Entretanto, na madrugada deste sábado (14), o Parlamento Sul Coreano aprovou o novo pedido de impeachment do presidente Yoon Suk-yeol.

Parlamento sul-coreano aprova impeachment do presidente Yoon Suk-yeol

Na madrugada deste sábado (14), a Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol, após polêmica com a declaração de lei marcial, revogada menos de duas semanas depois. A decisão do parlamento sul-coreano reflete uma intensa crise política no país, marcada por tensões entre o poder Executivo e Legislativo.

Consequências do impeachment

A crise que gerou o impeachment do presidente sul-coreano iniciou-se em 03 de dezembro, quando Yoon decretou lei marcial, substituindo a legislação civil por leis militares, além de fechar a Assembleia Nacional do país e colocar os setores de imprensa sob o controle governamental.


Oposição apresenta pedido de impeachment de Yoon (Foto: reprodução/Yonhap News Agêncy)

Han Duck Soo, primeiro-ministro, assumiu a presidência. O Tribunal Constitucional tem agora o prazo de seis meses para confirmar ou rejeitar o impeacheament, durante esse período Yoon permanecerá afastado. A votação contou com 204 dos 300 deputados a favor do impeachment. Caso o impeachment de Yoon seja confirmado, deverão ser convocadas novas eleições presidenciais em até 60 dias.

Crise política

A situação política da Coreia do Sul, resultou em uma queda significativa na popularidade de Yoon, atingindo 11% e gerou renúncias dentro do próprio partido PPP (Partido do Poder Popular). Yoon foi eleito em maio de 2022, enfrentando desafios como a redução do custo de vida e combate às desigualdades. No entanto, seu governo foi marcado por diversas acusações de corrupção e perda de apoio popular, gerando uma crise política e tensões após decreto da lei marcial.

O atual cenário político sul-coreano, enfatiza a fragilidade institucional do país e a importância de preservar os princípios democráticos em momentos de instabilidade. O desfecho do processo de impeachment será determinante para o futuro político da Coreia do Sul e para a restauração da confiança pública.

Presidente da Coreia do Sul promete lutar até o fim contra impeachment

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, afirmou na quinta-feira (12) que “lutará até o fim” para defender suas ações, incluindo a polêmica declaração de lei marcial e o envio de soldados ao Parlamento. Seu discurso ocorre em meio a crescentes pressões, com seu próprio partido considerando se aliar à oposição para buscar sua destituição.

Discurso presidencial

Em um longo discurso televisionado, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, acusou a Coreia do Norte de hackear a comissão eleitoral sul-coreana, levantando suspeitas sobre a derrota de seu partido nas eleições de abril. Yoon, que lidera a quarta maior economia da Ásia, espera o apoio de seus aliados políticos, mas sua situação se torna mais complicada após suas declarações.


Vídeo do novo discurso do presidente Yoon Suk Yeol (Reprodução/Youtube/BBC News)


Na semana passada, Yoon Suk Yeol declarou lei marcial na Coreia do Sul, mas logo em seguida desistiu. Ele afirmou na quinta-feira (12) que o objetivo era proteger a democracia.

Durante o discurso, o presidente pediu desculpas ao povo, mas também fez duras críticas à oposição, acusando-a de tentar destruir a ordem constitucional e de causar uma “crise nacional”. Yoon afirmou que lutará com o povo até o último minuto, enquanto seu índice de popularidade despencava para 13% após o anúncio da medida. A nova moção de impeachment será votada no sábado, às 17h (5h de Brasília), na Assembleia Nacional.

Novo pedido de impeachment

O líder do Partido do Poder Popular (PPP), partido de Yoon, declarou que chegou o momento para o presidente renunciar ou enfrentar um processo de impeachment pelo Parlamento. Investigado por insurreição junto com seus aliados próximos, Yoon está proibido de deixar o país e enfrentará, no próximo sábado (14), uma segunda votação de impeachment, depois de escapar por pouco de uma moção de destituição na semana passada.

Na votação realizada no último sábado, apenas dois deputados do PPP apoiaram o impeachment de Yoon, enquanto os demais se retiraram da Assembleia Nacional, o que garantiu a continuidade de seu mandato. O líder do partido, Han Dong-hoon, instruiu os parlamentares a participarem do debate e a votarem de acordo com suas convicções e consciência.

Desde então, Seul tem sido palco de protestos diários, com milhares de manifestantes exigindo a renúncia do presidente Yoon.

Crise se agrava na Coreia do Sul e promotores abrem investigação contra presidente

A crise na Coreia do Sul se agravou neste domingo (8), parlamentares estão movendo uma investigação criminal contra o presidente Yoon Suk-yeol. O líder se tornou alvo da investigação após a sua tentativa de implementar a lei marcial no país na semana passada.

Três partidos apresentaram uma queixa contra o presidente, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun e o comandante da lei marcial Park An-su, acusando-os de insurreição. Os promotores prenderam Kim Yong-hyun neste domingo (8).

O crime de liderar um levante é punível de morte ou prisão perpétua, com ou sem trabalhos forçados.


Kim Yong-hyun, ex-ministro da Defesa, foi preso neste domingo (8) (Foto: Reprodução/Shutterstock)

O Partido democrático, principal partido de oposição, pediu a suspensão imediata do presidente das funções presidenciais e a destituição da sua autoridade de controlar as forças armadas do país. O Partido também pediu a prisão de Yoon e dos militares aliados à lei marcial.

A votação

O pedido de impeachment de Yoon foi votado e negado neste sábado (7). Os deputados do Partido do Poder Popular (PPP) precisavam de pelo menos 8 votos para aprovar o impeachment. Entretanto, o partido de Yoon se opôs ao pedido e a principal oposição não possui a quantidade suficiente de parlamentares para aprovar a abertura do processo.

Caso o pedido fosse aprovado, o presidente seria imediatamente suspenso de suas atividades e do exercício do poder até o julgamento do processo. O primeiro-ministro o substituiria como líder interino. A derrota da moção intensificou os protestos públicos pedindo a saída de Yoon.

Protestos contra a lei marcial se intensificam (Foto: reprodução/Carta Capital)

Han Dong-hoon, líder do partido de Yoon, afirmou que o presidente seria afastado do cargo antes da concretização da sua renúncia. No entanto, a proposta foi duramente criticada e rejeitada por parlamentares da oposição, que consideraram ser mais uma estratégia para consolidar poder e evitar o impeachment. O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, afirmou que transferir o poder presidencial para o primeiro-ministro sem um processo de impeachment seria uma violação da Constituição.

O fracasso da lei marcial

O presidente se pronunciou pela primeira vez na semana passada sobre a lei marcial implementada na última terça-feira (3). No discurso televisionado, Yon pediu desculpas e prometeu que não haverá uma segunda declaração de lei marcial no país.

A medida foi rejeitada por parlamentares e pegou a população sul-coreana de surpresa. A medida tinha o objetivo de restringir direitos civis, substituindo a legislação comum por leis militares. A lei permaneceu em vigor por seis horas no país e logo o presidente anunciou que iria revogar o decreto após os deputados fazerem uma votação de emergência para rejeitar a medida.

Presidente sul-coreano pede desculpas por lei marcial em meio a crise política

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, pediu desculpas publicamente após ter declarado a lei marcial na última terça-feira (03). Yoon reconheceu o impacto negativo que a ação causaria. Foi a primeira vez que a medida foi adotada no país desde a democratização em 1987. A ação do presidente foi condenada como uma violação da democracia, gerando manifestações populares, além de abrir caminho para um processo de impeachment, intensificando ainda mais a crise no país.

Reações após o decreto-lei marcial

O presidente sul-coreano justificou que a lei marcial era necessária para “proteger a democracia liberal”. A medida foi vista como um esforço desesperado do presidente Yoon para se manter no poder.

O decreto proibiu as atividades políticas e manifestações, além de colocar a mídia sob controle do Estado, gerando ainda mais tensões no país. A oposição, que lidera o parlamento sul-coreano, anulou o decreto do presidente na madrugada seguinte, contando também com protestos organizados por milhares de cidadãos e confrontos com as forças de segurança.


Manifestações em Seul após o presidente Yoon Suk-yeol declarar lei marcial (Foto: Reprodução/Instagram/@publico.pt)

Crise política e futuro do presidente Yoon Suk-yeol

Com uma aprovação pública, atingindo apenas 13%, Yoon Suk-yeol enfrenta um processo de impeachment liderado pela oposição. Para sua destituição, são necessários dois terços dos votos legislativos. Em discurso recente, Yoon admitiu que a sua decisão gerou ansiedade e transtornos, mas reafirmou que o futuro de sua presidência está nas mãos de seu partido.

Se o impeachment for aprovado, o caso será submetido à Corte Constitucional que decidirá se Yoon será removido definitivamente do cargo. Caso isso aconteça, novas eleições presidenciais deverão ser convocados em até 60 dias. A crise política na Coreia do Sul, ressalta as dificuldades de liderança do presidente e o desafio contínuo da consolidação democrática na Coreia do Sul.

Presidente da Coreia do Sul pode enfrentar processo de impeachment 

A Coreia do Sul enfrenta atualmente um momento delicado em sua política interna. Após o presidente Yoon Suk Yeol decretar lei marcial no país, uma medida vista por muitos como uma tentativa de golpe, ele agora enfrenta uma votação decisiva que pode resultar em sua destituição do cargo.

Processo passa primeiro pelo parlamento

Nesse primeiro momento, para que Yoon Suk Yeol seja retirado do cargo, é necessário que dois terços do parlamento sul-coreano votem a favor do processo. Caso seja aprovado, isso poderá representar uma virada na política interna do país, que já vinha enfrentando momentos delicados.

De acordo com a Constituição sul-coreana, a Assembleia Nacional pode apresentar uma moção de impeachment contra o presidente ou outros altos funcionários públicos caso haja suspeita de que eles “violaram a Constituição ou qualquer lei no desempenho de suas funções oficiais”. Esse mecanismo reforça a possibilidade de que Yoon Suk Yeol enfrente um processo de afastamento, dado o atual contexto político do país.


Protesto emergiram em toda Coreia do Sul logo após a declaração de lei marcial (Foto:reprodução/AFP/JUNG YEON-JE/Getty Images Embed)


Para retirar o presidente, é necessária uma aprovação de dois terços do Parlamento unicameral. Já para outros cargos, uma maioria simples é suficiente. Atualmente, a oposição, liderada pelo Partido Democrata, detém 192 dos 200 votos necessários para avançar com um processo contra o presidente Yoon Suk-yeol, o que demonstra vontade dos parlamentares de seguir em frente com o processo.

As controvérsias envolvendo Yoon, incluindo uma polêmica declaração de lei marcial e um escândalo ligado à sua esposa, aumentaram as pressões por impeachment. No entanto, a postura de alguns membros do seu próprio partido, o Partido do Poder Popular, segue incerta, o que pode ser decisivo em um eventual julgamento parlamentar, no entanto a pressão popular nesse caso pode se tornar um fator importante.

Em caso de impeachment primeiro-ministro assume de forma interina

Em caso de aprovação do impeachment, o presidente do país deixará o cargo, permitindo que o primeiro-ministro assuma de forma interina. Após isso, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul terá cerca de seis meses para realizar um julgamento e confirmar ou negar o pedido de impeachment. Caso o processo seja confirmado, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada dentro de um período de 60 dias.

Ministro da Defesa da Coreia do Sul assume responsabilidade por lei marcial e renúncia cargo

O Ministro da Defesa da Coreia do Sul apresentou nesta quarta-feira (4), o seu pedido de demissão ao presidente Yoon Suk Yeol. Kim Yong-hyun se desculpou e assumiu a responsabilidade pela crise causada pela lei marcial. A lei foi decretada pelo presidente e revogada pelo Parlamento.

O Ministro enviou uma declaração aos jornalistas nesta quarta-feira (4). Ele pede desculpas e assume total responsabilidade por todos os assuntos relacionados à lei.

Em primeiro lugar, lamento profundamente e assumo total responsabilidade pela confusão e preocupação causadas ao povo e relação à lei marcial emergencial. Assumi total responsabilidade por todos os assuntos relacionados à lei marcial e apresentei minha renúncia ao presidente”, disse Kim

O ministro se tornou alvo de pedidos de impeachment, assim como o presidente, após o decreto da lei marcial.

O pedido de demissão

Kim Yong-hyun também renunciou ao cargo após o chefe do gabinete da presidência e outros dez assessores também entregarem seus cargos. Entre eles estão: Chung Jin-suk, chefe de gabinete presidencial; o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik; e Sung Tae-yoon, chefe de gabinete para política, além de outros sete assessores do primeiro escalão do governo.

Os pedidos de renúncia foram entregues ao presidente. Entretanto, por Kim Yong-hyun ser um Ministro, o chefe do Executivo precisa aprovar o pedido.


Prostestos da Coreia do Sul contra a lei marcial (Foto: reprodução/Carta Capital)

A lei marcial

O presidente da Coreia do Sul anunciou a medida nesta terça-feira (3), a fim de restringir direitos civis, substituindo a legislação comum por leis militares. Em discurso, Yoon disse que a lei era necessária para “Proteger o país das forças comunistas norte-coreanas” e para “Eliminar elementos anti-estado“. A medida pegou os sul-coreanos de surpresa e mobilizou a população sul-coreana a realizar vários protestos.

A lei permaneceu em vigor por seis horas no país e logo o presidente anunciou que iria revogar o decreto após os deputados fazerem uma votação de emergência para rejeitar a medida.

Oposição da Coreia do Sul vota contra lei marcial aprovada pelo presidente

Nesta terça-feira (3), durante a noite, no horário de Seul, a capital da Coreia do Sul, o presidente Yoon Suk-yeol deu entrada à lei marcial no país, justificando que a medida seria para “limpar” o país dos aliados da Coreia do Norte.

O desejo do presidente não foi para frente, devido à força e trabalho em conjunto da oposição do país, a qual argumentou que esta seria uma desculpa de Suk-yeol para controlar a Assembleia Nacional, por meio do conflito com Pyongyang, capital da Coreia do Norte.

Anúncio da lei marcial na Coreia do Sul

A lei marcial imposta pelo presidente sul-coreano limita os direitos civis; a legislação comum deixa de existir, sendo substituída pelas leis militares, que visam o controle e restrição das forças policiais, da Assembleia Nacional, bem como da imprensa.

Após a liberação para que os militares tomassem conta do país, quaisquer atividades políticas foram proibidas, como manifestações. Ademais, os sites de notícia coreanos também passaram por instabilidades.

Não foi mais possível adentrar na Assembleia Nacional, e as forças especiais foram chamadas para conter os manifestantes, que se juntaram na frente da sede do Legislativo, em Seul, após o anúncio da lei marcial por Yoon Suk-yeol.

Presidente há dois anos, Yoon decretou a lei marcial no início da noite de terça-feira no horário sul-coreano, em um pronunciamento surpresa, informando que a medida seria para detectar e impedir “elementos pró-Coreia do Norte”, sem especificar quais seriam estes elementos. A última vez que a lei marcial ocorreu no território sul-coreano foi na década de 80, antes da ditadura militar encerrar-se no país.

A oposição sul-coreana contra a Lei Marcial

Na sequência do discurso do presidente, milhares de sul-coreanos foram para a Assembleia Nacional do país, onde as forças militares já estavam iniciando o controle, segundo a imprensa local. Um dos participantes foi a âncora de notícias, Ahn Gwi-Ryeong, que aparece em um vídeo pegando o rifle de um soldado, e indagando se ele não tinha vergonha de marchar entre civis, enquanto estava armado.


Âncora, Ahn Gwi-Ryeong, confrontando militares (Vídeo: reprodução/X/@npomvtt)

Os manifestantes pediram a prisão de Yoon Suk-yeol, enquanto comemoravam a aprovação da lei derrubada, que foi comandada pelo líder da oposição, Lee Jae-Myung. Com a Assembleia fechada, Jae-Myung pulou o muro para conseguir votar contra a lei marcial, fazendo com que o Parlamento conseguisse adentrar a Assembleia Nacional de alguma forma, e votasse contra os atos do presidente.


Líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-Myung, pulando o muro da Assembleia Nacional (Vídeo: reprodução/X/@XXIBGOD_)

A ação de Lee teve resultado, visto que 190 deputados adentraram o prédio e votaram contra a lei marcial de forma unanime.


Deputados votam de forma unânime contra a lei marcial (Foto: reprodução/X/@KPR_Brasil)

Durante seu discurso, o líder da oposição informou que a lei imposta pelo presidente era inválida, portanto, qualquer pessoa que atuar por meio dessa medida, estará descumprindo as leis da Coreia do Sul.