Tarifas elevam risco de recessão nos EUA, alertam economistas

Economia dos EUA enfrenta riscos crescentes de recessão diante de política tarifária agressiva

Uma política tarifária agressiva adotada pelos Estados Unidos está alimentando temores de uma desaceleração significativa da economia em 2024 e 2025. Segundo economistas consultados pela Reuters, a probabilidade média de uma recessão nos próximos 12 meses já se aproxima de 50%.

Mesmo com a recente pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas impostas pelo presidente Donald Trump a parceiros comerciais, a medida teve impacto limitado. A guerra comercial com a China — principal parceiro comercial dos EUA — continua minando a confiança do setor empresarial.

Política Tarifária feito pelo EUA

Com o agravamento do cenário, tanto analistas quanto consumidores vêm elevando suas expectativas de inflação, ao mesmo tempo em que reduzem suas projeções de crescimento. As previsões medianas de inflação nas pesquisas da Reuters aumentaram desde o mês passado, o que pode restringir o espaço do Federal Reserve para promover mais de dois cortes na taxa de juros até o final do ano.

De acordo com levantamento realizado pela Reuters entre 14 e 17 de abril, a chance de uma recessão em 2025 subiu para 45% — o maior patamar desde dezembro de 2023 — ante 25% na pesquisa anterior.

“O sentimento está extremamente fraco no momento, o que revela o nervosismo das famílias em relação aos gastos. Preços elevados, um mercado de trabalho menos aquecido e a redução da riqueza estão se combinando em um cenário bastante desfavorável para o consumo”, afirmou James Knightley, economista-chefe internacional do ING. “Esse é o grande obstáculo para o crescimento dos EUA, pois aumenta significativamente o risco de recessão. A incerteza quanto ao ambiente comercial faz com que as empresas fiquem relutantes em investir na economia americana.”

Todos os 45 economistas que responderam a uma pergunta adicional na pesquisa concordaram que as tarifas prejudicaram a confiança empresarial, sendo que quase metade classificou o impacto como “muito negativo”.

A economia dos EUA

A economia dos EUA, que iniciou o ano com ritmo sólido de crescimento, consumo robusto e geração de empregos, agora deve avançar apenas 1,4% em 2025 — uma forte revisão para baixo em relação à previsão de 2,2% feita no mês anterior.


Economia do Estados Unidos(Foto: Reprodução/meioemensagem/Shutterstock)

Entre os 50 economistas que contribuem regularmente para as projeções da Reuters, 46 reduziram suas expectativas de crescimento para 2025, com uma média de corte de 80 pontos-base em apenas um mês. Segundo a agência, não se via uma revisão tão brusca desde julho de 2022.

“É provável que a incerteza em torno das tarifas já tenha provocado danos à economia. Esse cenário instável tende a frear o crescimento, pressionar a inflação e ampliar os riscos de eventos extremos no médio prazo”, avaliou James Egelhof, economista-chefe do BNP Paribas nos Estados Unidos.

Para o próximo ano, a expectativa de expansão econômica é de 1,5%, abaixo dos 2,0% estimados na pesquisa de março.

Show de Lady Gaga aumenta busca por passagens rodoviárias em relação ao de Madonna

O Rio de Janeiro está prestes a realizar um momento histórico para os amantes de música pop e também para a economia da cidade. Após 11 anos sem realizar qualquer evento no Brasil, a cantora estadunidense Lady Gaga retornará ao país com um show único e gratuito, que será concretizado no dia 03 de maio, na Praia de Copacabana.

A cidade já está se preparando para receber um grande público, estimado cerca de 1,6 milhões de pessoas para assistir o espetáculo, que variam entre turistas brasileiros e estrangeiros.

Segundo um levantamento realizado pela Clickbus em conjunto com a Rodoviária do Rio, houve-se um aumento na busca de passagens rodoviárias para a cidade na semana do show, uma elevação de 170% em comparação com o show de Madonna, concretizado no mesmo local e data em 2024.


Lady Gaga durante seu show no Coachella (Foto: reprodução/Youtube/Coachella)

O previsto é que cerca de 200 mil pessoas movimentem a rodoviária carioca durante a semana do evento, sendo que somente um dia antes do show é esperado mais de 50 mil turistas. Conforme o mesmo dado, a maior parte dos visitantes são provenientes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal.

Impacto econômico

A eventualidade, além de ser um momento marcante para o contexto cultural da cidade, também será determinante para a efetividade da economia e do turismo.

Conforme um levantamento, da Prefeitura do Rio, juntamente com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) e da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro — Riotur, com a grande demanda no turismo, bares, restaurantes e hotéis e, consequentemente, geração de empregos, o show da Lady Gaga poderá movimentar mais de R$600 milhões de reais para a economia do Rio de Janeiro, um aumento de 27,5% frente ao show de Madonna.

Todo Mundo no Rio

O evento que conta com o patrocínio de diversas marcas, como Deezer e a Corona, fará parte do projeto “Todo Mundo no Rio”, uma iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro, que trará anualmente grandes atrações musicais do mundo inteiro para a Cidade Maravilhosa, gerando engajamento no turismo e na economia local.

Canadá e União Europeia agem contra tarifas dos EUA e crise global

Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, reuniu-se nesta quinta-feira (10) com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão da União Europeia. O encontro abordou temas econômicos e de segurança de interesse mútuo entre Canadá e União Europeia (UE). A conversa reforçou a cooperação bilateral diante de desafios globais. Questões como comércio, investimentos e geopolítica estiveram na pauta

O recente encontro entre líderes políticos teve como principal foco a imposição de tarifas comerciais e a ameaça constante de medidas comerciais consideradas “injustificadas” por parte dos Estados Unidos.

Durante as discussões, destacou-se a necessidade de enfrentar os impactos negativos dessas tarifas em setores estratégicos da economia canadense, especialmente nas indústrias automotiva, de aço e alumínio.

Encontro de líderes da União Europeia e Canadá

O ex-governador do Banco do Canadá, Mark Carney, ressaltou a importância de medidas para mitigar os efeitos dessas tarifas, enfatizando que elas prejudicam a competitividade da economia do país. O primeiro-ministro reafirmou seu compromisso em combater essas tarifas, buscando proteger os trabalhadores e as empresas canadenses, além de reforçar a economia nacional diante das adversidades impostas pelo cenário global.


Parlamento Europeu com as Bandeiras dos 27 países, membros da união Europeia (Foto: Reprodução/Thierry Monasse/Getty Images embed)


Além das questões econômicas, o encontro também abordou temas de relevância internacional, com destaque para a situação da Ucrânia. Carney e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram sobre a necessidade urgente de continuar apoiando a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa.

Ambos reforçaram a importância da cooperação entre o Canadá e a União Europeia para fortalecer a segurança transatlântica e enfrentar desafios geopolíticos emergentes.

Acordo União Europeia e o Canadá

Os líderes expressaram satisfação com o progresso das parcerias entre o Canadá e a UE no campo da defesa e segurança, ressaltando que a colaboração entre as nações é essencial para garantir a estabilidade global. A União Europeia e o Canadá têm trabalhado conjuntamente para implementar sanções contra a Rússia, bem como fornecer suporte militar e humanitário à Ucrânia.

Diante desse contexto, a reunião reforçou a posição do Canadá em relação ao comércio internacional e à segurança global. A defesa de um comércio justo e equilibrado, juntamente com o compromisso contínuo com a estabilidade internacional, demonstra o papel ativo do país na cena global.

Assim, as decisões tomadas nesse encontro poderão influenciar significativamente o futuro das relações comerciais e políticas internacionais do Canadá, consolidando sua posição como um ator relevante nas dinâmicas globais atuais.

Guerra Comercial: Tarifas de 84% imposta aos EUA pela China entram em vigor

Conforme anunciado pelo Ministério das Finanças da China, a tarifa de 84% sobre os produtos importados dos EUA, passam a valer a partir de hoje, quinta-feira (10). A taxa é uma retaliação às medidas adotadas por Donald Trump, que elevou as tarifas contra o país asiático em, 104%. 

Os produtos norte-americanos afetados com a cobrança imposta pelo governo chinês, vão desde alimentos até aeronaves civis. Entre eles, os itens mais impactados são: microchips, carros, soja, além de produtos farmacêuticos. 

O comércio entre os EUA e a China se intensificou no final da década de 1990. Segundo estudos, somente em 2024, o valor exportado pelo país norte-americano ao país asiático ultrapassou a casa de US$143 bilhões de dólares.


Anúncio das tarifas retaliatórias pela China contra os EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Em contrapartida, a China exportou para os EUA o equivalente a US$ 438 bilhões de dólares. As exportações variam de brinquedos, eletroeletrônicos, vestuário, equipamentos industriais e matérias-primas para a produção de produtos manufaturados. 

A China informou que apesar de não querer entrar em guerra comercial contra os EUA, permanecerá na luta até o fim.

Manifestações do governo chinês 

Vários integrantes do governo de Xi Jinping, presidente da China, têm se manifestado contra as políticas adotadas por Donald Trump, principalmente contra as tarifas impostas pelos EUA e que têm gerado pânico nas bolsas de valores ao redor do mundo. 

O porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, é um dos que têm utilizado suas redes sociais para comentar sobre as atitudes do Governo Trump. Em suas últimas postagens, publicou que não permitirá que “ninguém tire o direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento.” 

Jian, ressalta que as medidas adotadas pela China são para “salvaguardar a soberania” do país contra, o que ele chama, de atitude “unilateral”, “protecionista” e de “intimidação econômica” realizada pelos EUA. 


Publicação do porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em relação à política tarifária adotada pelos EUA (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Lin Jian também utilizou as redes sociais para informar que a tarifa de 84% sobre as exportações estadunidenses entraria em vigor nesta data, quinta-feira (10). 

Retaliação do governo Trump

Após o anúncio realizado pelo governo de Xi Jinping sobre o aumento da tarifa de 34% para 84% sobre os produtos exportados pelos EUA ao país asiático, Donald Trump prometeu nova retaliação. 

Desta vez, o presidente norte-americano prometeu retaliar os produtos exportados pela China para os EUA em 125%, com início imediato. A nova cobrança foi anunciada em sua conta na rede social.


Publicação de Donald Trump, em tradução livre, anunciando nova cobrança tarifária contra a China (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

Após o anúncio feito pelo presidente Trump, a China informou que não recuará em suas decisões. Colocando o mundo em alerta sobre uma possível retaliação do governo de Xi Jinping contra os EUA, acirrando ainda mais a guerra comercial e econômica com impactos locais e mundiais.

Após começar uma Guerra Comercial, Trump perde dinheiro

Na semana passada, Donald Trump reacendeu a guerra comercial global e os primeiros grandes prejuízos vieram justamente para ele. Desde que anunciou um novo pacote de tarifas pesadas contra produtos importados da China, sua fortuna pessoal já encolheu em US$ 500 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), segundo estimativas da Forbes.

O maior tombo: Trump Media and Technology Group

O maior golpe no patrimônio do ex-presidente dos EUA veio do seu ativo mais valioso: o Trump Media and Technology Group. As ações da empresa despencaram 8% nos últimos três dias de pregão, atingindo o menor patamar desde outubro. 

A fatia de Trump, que na quarta-feira (2) valia US$ 2,2 bilhões (R$ 12,92 bilhões), caiu para US$ 2 bilhões (R$ 11,74 bilhões). Um prejuízo de US$ 170 milhões (R$ 1 bilhão) em menos de uma semana  e talvez só o começo.

Imóveis e campos de golfe também sofrem

As propriedades comerciais de Trump também acompanharam o movimento de queda no setor imobiliário. A Forbes estima que ele tenha perdido US$ 90 milhões (R$ 528 milhões)apenas com seus prédios de escritórios, incluindo participações em arranha-céus como o 1290 Avenue of the Americas, em Nova York, e o 555 California Street, em São Francisco. As ações de empresas parceiras, como a Vornado Realty Trust, caíram até 14% no mesmo período.

Seus famosos campos de golfe, por sua vez, sofrem com dois impactos: custos mais altos (já que muitos insumos são importados) e o risco de fuga de sócios. “Se vem uma recessão, a primeira pergunta é: por que estamos pagando essa fortuna pra continuar nesse clube?”, comenta um executivo do setor. Estimativas apontam uma perda de US$ 70 milhões (R$ 411 milhões) nesse segmento.

Hotelaria e apartamentos de luxo também viram alvo.O resort Trump National Doral, em Miami, é o maior ativo hoteleiro do ex-presidente — e também está em queda. Mesmo com eventos recentes da LIV Golf e a presença de Trump, analistas avaliam que a guerra comercial afetará fortemente o turismo de luxo. Se os hotéis de Trump seguirem o padrão de queda de empresas do setor (como a Vail Resorts e a Soho House, que recuaram 15%), o impacto pode chegar a US$ 65 milhões (R$ 382 milhões).

O mercado residencial também não escapa. Trump possui dezenas de apartamentos em edifícios que ele próprio desenvolveu anos atrás. A estimativa de perda aqui gira em torno de US$ 20 milhões (R$ 117 milhões). Seus “troféus”, como a cobertura na Trump Tower e a mansão de Mar-a-Lago, resistem um pouco mais à crise, mas podem ter desvalorizado cerca de US$ 32 milhões (R$ 187 milhões).


Criptomoedas (Foto: Reprodução/Ilustração: 3Dsculptor / Shutterstock.com

Criptomoedas: alívio que virou problema.  Por um momento, Trump parecia ter uma salvação: criptomoedas. Após o último relatório financeiro de agosto, ele embolsou quase US$ 400 milhões (R$ 2,34 bilhões com o projeto World Liberty Financial e outros US$ 175 milhões (R$ 1,02 bilhão) com a moeda digital $TRUMP.

Mas uma parte significativa desse montante pode ter sido mantida em cripto ativos  e aí veio o baque. Após elogios públicos de Eric Trump à Ethereum, o preço da moeda digital caiu 45%, sendo 18% após o anúncio das tarifas. Se metade dos ganhos de Trump em cripto tiverem derretido, são mais US$ 32 milhões (R$ 187 milhões) a menos na conta.

O que tudo isso revela? A maior ameaça ao patrimônio de Trump não são as tarifas em si, suas empresas vendem poucos bens físicos. O que realmente derruba sua fortuna é a perda de confiança dos investidores. Luxo, imóveis e startups são mercados que reagem muito mais à incerteza do que à lógica.Quanto mais instabilidade Trump cria no cenário global, maior tende a ser o tombo da própria fortuna.

Maduro decreta emergência econômica para enfrentar impactos de sanções e tarifas dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou na noite desta terça-feira (8) um Estado de Emergência Econômica em todo o território nacional. A decisão foi anunciada como resposta à política tarifária dos Estados Unidos, classificada por Maduro como uma “guerra comercial sem precedentes” contra a Venezuela e o mundo.

O decreto, que terá validade inicial de 60 dias e poderá ser prorrogado, autoriza o Executivo a adotar medidas excepcionais, transetoriais e urgentes para proteger a economia nacional, garantir o equilíbrio interno e estimular a recuperação do aparato produtivo.

Segundo Maduro, as recentes sanções impostas por Washington — incluindo tarifas de 25% sobre exportações venezuelanas e o fim da licença que permitia à Chevron operar no país — comprometeram severamente as condições econômicas internas. O presidente denunciou que os Estados Unidos estão “destruindo as regras econômicas globais” e desafiando os princípios do comércio internacional.

Crise cambial, inflação e instabilidade política

Desde outubro de 2024, a economia venezuelana voltou a enfrentar forte instabilidade após um breve período de recuperação entre 2021 e 2023. A suspensão da parceria com a Chevron reduziu drasticamente a entrada de divisas no país, impactando diretamente o mercado cambial. O bolívar se desvalorizou rapidamente, fazendo o dólar oficial praticamente dobrar de valor, o que impulsionou a alta dos preços.


Discurso de Maduro ao declarar estado de emergência econômica (Vídeo: reprodução/Youtube/100 Noticias)

Segundo o Observatório Venezuelano de Finanças, a inflação acumulada no primeiro trimestre de 2025 chegou a 36,1%, enquanto a variação interanual ultrapassou os 136%. O Banco Central da Venezuela, por sua vez, não divulga dados oficiais desde outubro do ano passado.

Medida busca proteger economia nacional

A crise se agrava ainda mais no contexto político: Maduro foi reeleito em julho de 2024 sob fortes acusações de fraude eleitoral. A repressão à oposição e as denúncias de violações de direitos humanos levaram os Estados Unidos a intensificarem as sanções contra o governo venezuelano, dificultando ainda mais a recuperação econômica do país.

O presidente busca ampliar o controle sobre a política econômica da Venezuela e enfrentar o impacto das restrições impostas por Washington. Analistas alertam que medidas unilaterais e centralizadas podem não ser suficientes para conter o agravamento da crise.

Bolsas asiáticas despencam com temor de recessão após tarifas de Trump

As bolsas de valores da Ásia iniciaram essa segunda (7) em forte queda, em reposta ao temor crescente de uma recessão global provocada pela escalada da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos. O pânico nos mercados foi impulsionado pela entrada em vigor, no último sábado (5), de um imposto universal de 10% sobre as importações americanas, anunciado pelo presidente Trump.

A tensão aumentou com a confirmação de que, nesta quarta-feira (9), haverá novas elevações nas tarifas: 20% sobre as importações dos países da União Europeia e 34% sobre produtos chineses.

Hong Kong lidera perdas e governo chinês sinaliza reação

Como resultado, foi registrada a maior queda na bolsa de Hong Kong, que recuou 13%, marcando o seu pior desempenho desde a crise financeira asiática, em outubro de 1997. Outras praças também fecharam no vermelho: taipei caiu 9,7%, Tóquio recuou quase 8%, Xangai teve baixa de 7%, enquanto Singapura, Seul, Manila e Mumbai amargaram perdas entre 4% e 8%.


Post no perfil oficial do presidente com tarifas descritas (Foto: Reprodução/Instagram/Potus)


Entre os setores afetados estão tecnologias, indústria automotiva, bancos, empresas de energia, que lideram a onda de liquidação nas bolsas da região.

Diante desse cenário, o governo chinês prometeu “esforços extraordinários” para mitigar os impactos das tarifas impostas por Washington. Segundo o “Diário do Povo”, jornal oficial do Partido Comunista da China, o banco central da China (PBoC) está pronto para cortar as taxas de juros “a qualquer momento”, caso a situação piore.

Pequim busca manter diálogo com empresas americanas

Em um movimento paralelo, o Ministério do Comércio da China informou que realizou, no domingo (6), uma reunião com executivos de empresas dos Estados Unidos, entre elas Tesla, GE Healthcare e Medtronic. E declarou que continuará oferecendo suporte a companhias estrangeiras que atuam no país, inclusive as americanas.

Por fim, com os mercados em alerta e os governos mobilizados, analistas temem que a disputa tarifária evolua para um confronto prolongado, com efeitos profundos sobre o comércio internacional e o crescimento global.

EUA compra 70% do aço brasileiro, mas tarifa de Trump pode afetar vendas

Entre janeiro e março deste ano, quase 70% das exportações brasileiras de aço e alumínio foram para os Estados Unidos. Porém, mesmo com a taxa de 25% imposta ao aço e alumínio brasileiro, o Ministério do Comércio diz que o Brasil tem alternativa.

Portanto, do total de 2,9 milhões de toneladas de aço e alumínio produzidas no primeiro trimestre de 2025, 70% – ou seja, 2 milhões – foram para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA. Isso posicionou o país como o segundo maior fornecedor do material, de acordo com dados do Departamento de Comércio norte-americano. Ficando atrás apenas do Canadá.  

Brasil somou 1,5 bilhão em exportações para os EUA

Dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mostram que o Brasil atingiu US$ 1,5 bilhão em exportação para os Estados Unidos.  

Contudo, o ministério prevê uma desaceleração nos próximos meses, principalmente pelo temor do mercado financeiro global, causado pela taxação do presidente Trump. Ainda de acordo com o ministério, o Brasil tem alternativas e não fica dependente dos EUA para exportação de aço.  


Donald Trump taxou em 25% o aço brasileiro (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Impacto das taxas na economia brasileira

A taxa de 25% sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio não deve causar um impacto significativo na economia. Segundo especialistas, o Brasil possui alternativas viáveis, como redirecionar as exportações para outros mercados ou priorizar o aumento do consumo doméstico de aço.   

Diferentemente de países como México e Canadá, o Brasil apresenta uma certa independência do mercado americano, podendo fazer mais negócios com países parceiros.  

Trump taxa mais de 100 países

Donald Trump impôs tarifas recíprocas a mais de 100 países, variando de 10% a 50%, como parte de sua política de proteção à indústria americana. Países como China, União Europeia e Canadá foram impactados, gerando instabilidades comerciais globais e a queda das bolsas de valores por todo o mundo.  

As tarifas, embora descritas como “recíprocas”, afetaram produtos como aço, alumínio e automóveis e, no caso de países dependentes das exportações para os EUA, essa medida pode enfraquecer suas economias.   

Cidade do Rio Grande do Sul inaugura maior estátua de Cristo do Brasil

Neste domingo (6), a cidade de Encantado, localizada no interior do Rio Grande do Sul, comemorou a entrega oficial do Complexo do Cristo Protetor. O espaço reúne uma capela, áreas para contemplação, praça de alimentação e uma infraestrutura voltada para o turismo e à visitação.

Com uma população em torno de 22 mil pessoas, Encantado enfrentou duas enchentes devastadoras nos anos de 2023 e 2024. Ainda hoje, diversas famílias seguem abrigadas em moradias temporárias.

A grande estátua de braços estendidos observa uma cidade marcada pela destruição, mas empenhada em se reconstruir e seguir em frente.

Idealização do sonho

A inspiração para construir o monumento surgiu em 2015, a partir do desejo do padre João Granzotto de criar um símbolo da fé local que também impulsionasse o desenvolvimento da cidade. Em 2019, a proposta saiu do papel com a criação da Associação dos Amigos de Cristo de Encantado, entidade responsável por mobilizar recursos e viabilizar o projeto.

A construção ficou a cargo de Artur Lopes de Souza, um mestre de obras aposentado que topou o desafio. Já a parte artística foi assinada por Genésio Moura, escultor conhecido por criar outras imagens de Cristo espalhadas pelo país.

Erguida em 2022, a escultura do Cristo Protetor possui 43,5 metros de altura, já contando a base. Com essa dimensão, ela ultrapassa em 5,5 metros o famoso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.


Cobertura ao vivo da inauguração do Cristo Protetor. (Reprodução/Youtube/JornalForçaDoVale)

A cerimônia de inauguração teve um momento marcante: dona Romilda Santim Chaves, com 103 anos e considerada a moradora mais idosa de Encantado, foi uma das primeiras pessoas a visitar o mirante da estátua.

Situação dos moradores da cidade

Desabrigadas pelas enchentes, muitas famílias vivem atualmente em moradias habitacionais temporárias, com pequena estrutura e calor intenso, semelhantes a contêineres.

Algumas famílias  já receberam o auxílio de R$ 200 mil oferecido pelo governo federal para reconstruir suas vidas, mas muitas ainda aguardam o benefício. Segundo o governo estadual, a realocação para residências permanentes deve começar em maio.

ONU alerta sobre impacto da IA em empregos no mundo todo

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que o mercado mundial de inteligência artificial (IA) deve atingir 4,8 trilhões de dólares (cerca de R$ 27 trilhões) até 2033. A ONU sinalizou que quase metade dos empregos globais podem ser afetados. A IA, apesar de alavancar economias, também apresenta riscos nocivos de favorecimento de desigualdades. A ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) explicou isso em novo relatório.

De acordo com o documento, a utilização da inteligência artificial, apesar de gerar ganhos de produtividade, tem a capacidade de afetar 40% dos empregos no mundo e traz preocupações sobre a automação e a perda de vagas de trabalho. À medida que ondas tecnológicas anteriores afetaram principalmente a classe operária, a UNCTAD salienta que com a IA, empregos que envolvem tarefas cognitivas estão mais propensos a sofrerem impactos

IA e tecnologia no futuro

Isso significa que a força de trabalho de economias maiores sofrerá, majoritariamente, mais consequências. No entanto, estas economias têm mais vantagem para aproveitar os benefícios da IA do que as emergentes. A ONU ainda afirma que a situação é parecida no caso da IA generativa. No entanto, de acordo com o relatório, a IA generativa “poderia oferecer um potencial maior de aumento da mão de obra do que a automação, especialmente em países de rendas baixa e média”.


O ChatGPT é uma das principais inteligências artificiais generativas (Foto: reprodução/Lionel Bonaventure/Getty Images Embed) 


Favorecimento do capital

A UNCTAD avalia que as vantagens da automação impulsionada pela inteligência artificial tendem a favorecer o capital em detrimento da mão de obra, o que pode “aumentar a desigualdade e reduzir a vantagem competitiva da mão de obra barata nas economias em desenvolvimento”.

 Rebeca Grynspan, secretária-geral da ONU Comércio e Desenvolvimento, solicita em nota, maior cooperação internacional para “desviar a atenção da tecnologia para as pessoas, permitindo aos países criarem conjuntamente um marco mundial de inteligência artificial” para que seu potencial seja explorado de forma que priorize o desenvolvimento sustentável. “A história demonstra que, embora o avanço tecnológico seja o motor do crescimento, por si só não pode garantir uma distribuição equitativa da renda, nem promover um desenvolvimento humano inclusivo”, aconselhou Grynspan no relatório.

Mercado tecnológico

As tecnologias avançadas representaram um mercado de 2,5 trilhões de dólares em 2023 (cerca de R$ 12 trilhões na cotação da época). É esperado que este valor seja seis vezes maior até 2033 e atinja US$ 16,4 trilhões (aproximadamente R$ 93 trilhões na atual cotação) de acordo com o relatório da ONU. A IA irá liderar o ranking deste mercado, com o valor de 4,8 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 27 trilhões), o que equivale aproximadamente à economia da Alemanha.

O relatório indica que os benefícios se concentrarão em poucas economias. 100 companhias, a maioria dos EUA e China, representam 40% dos gastos globais em pesquisa e desenvolvimento. O documento também afirma que o Brasil, China, Índia e Filipinas são os países emergentes com os melhores resultados quando se trata da preparação tecnológica.

A UNCTAD ressalta que a inteligência artificial é capaz de criar novas indústrias e dar autonomia aos trabalhadores “Investir em reciclagem, melhoria das qualificações e adaptação da mão de obra é essencial para garantir que a IA melhore as oportunidades de emprego ao invés de eliminá-las”, avalia o informe.

Agentes europeus e internacionais estão envolvidos nas tentativas de estabelecer uma governança da IA. A ONU, no entanto, lamenta que diversos países do sul global estejam de fora desses debates. “À medida que a regulação da IA e os marcos éticos tomam forma, os países em desenvolvimento devem ter um lugar na mesa para garantir que a IA sirva ao progresso global, não só aos interesses de alguns poucos”, declara a UNCTAD.