Itamaraty aprecia negociações do acordo de paz entre Israel e Hamas

O Ministério das Relações Exteriores publicou neste sábado (4) uma nota sobre o plano de paz que o governo dos Estados Unidos anunciou para a Faixa de Gaza. O Palácio do Itamaraty acompanha de perto as negociações e reafirma o entendimento brasileiro de que há apenas uma solução para o estabelecimento da paz entre Israel e Palestina, que é a ‘implementação dos dois Estados”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o Brasil considera o plano favorável para o fim do conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, após um questionamento do deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR).

Teor da nota

A publicação oficial destaca que a população de Gaza vem contabilizando mortes, deslocamentos forçados, fome, destruição de lares e infraestrutura primária nos últimos dois anos, desde o início do conflito, em outubro de 2023.

A pasta reconhece o empenho dos países envolvidos na mediação para encerrar o conflito e espera que o plano promova em definitivo o fim dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, a liberação dos reféns israelenses, a entrada de ajuda humanitária, a reconstrução do território, sob a liderança da Palestina, a retirada completa das forças militares israelenses e a restauração geopolítica da Palestina.

O governo brasileiro afirma com segurança que a implementação de dois Estados é o caminho viável para a paz. Lado a lado, Palestina e Israel podem viver em paz e segurança, dentro dos limites territoriais já estabelecidos em 1967, com a inclusão da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, em que Jerusalém Oriental se torna sua capital. O Brasil entende que é o Conselho de Segurança das Nações Unidas que deve emitir mandatos para a presença da Força Internacional de Estabilização em território palestino.

Posicionamento de Israel e do Hamas

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta sexta-feira (3) que Israel está em preparação para “implementação imediata” da primeira fase do plano de paz. O plano em questão foi projetado pelos Estados Unidos. Israel informou que continuará operando em parceria com os Estados Unidos a fim de encerrar o conflito na região segundo “os princípios estabelecidos por Israel, que são consistentes com a visão do presidente Trump”.


O Hamas se mostrou disposto a negociar a libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@soupalestina)

Nesta quarta-feira, o Hamas concordou em conversar sobre a proposta de paz com o governo Trump e com Israel. Além de sinalizar a possível liberação dos reféns israelenses, o grupo aceitou o acordo parcialmente nesta sexta-feira (3).

Principais pontos do plano de paz

O documento demanda o cessar-fogo imediato após a aceitação do plano com a troca da libertação de prisioneiros palestinos e de reféns israelenses em 72 horas, além da entrega dos restos mortais de ambos os lados.

O plano de paz contempla a entrada imediata de alimentos, água, energia, hospitais e infraestrutura, o fornecimento de equipamentos pesados para limpeza dos escombros e reabertura de estradas. A distribuição dos itens seria realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Crescente Vermelho e outras entidades.


O plano de paz foi desenhado pelo governo Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Com relação ao novo governo palestino, um comitê tecnocrático e apolítico assumiria a gestão do lugar, um órgão supervisionado pelo “Conselho da Paz”, presidido por Donald Trump.

O plano inclui a desmilitarização e anistia ao Hamas, mediante a entrega de armas, mas toda infraestrutura militar e de túneis seria destruída sob olhos internacionais.

Quanto à segurança internacional e ao futuro político da região, uma Força Internacional de Estabilização ficaria responsável pelo treinamento da Polícia Militar local, após a retirada gradual de Israel do território palestino.

Acordo de paz de Donald Trump é criticado pelo Hamas

Em entrevista para um jornalista da BBC, um alto dirigente do grupo terrorista Hamas afirmou que eles devem rejeitar o plano de paz em Gaza arquitetado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O plano foi apresentado em uma reunião na Casa Branca na segunda-feira (29) e aceito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que estava presente na reunião. 

Um dos principais pontos do plano do presidente norte-americano é o desarmamento do grupo terrorista, algo que o alto dirigente do Hamas afirmou que dificilmente aceitará. Até o momento o Hamas não apresentou uma resposta oficial ao plano de paz proposto.

Negociação com o Hamas

Outro ponto que dificulta a aceitação do plano é a presença da  Força Internacional de Estabilização, que é vista como uma ocupação de território. O alto dirigente do grupo afirma que o plano proposto por Donald Trump serve aos interesses de Israel e ignora o povo palestino. 

O comandante militar do Hamas em Gaza, Ez al-Din al-Haddad, estaria decidido a não aceitar o plano de paz e continuar com a luta. A negociação para a aceitação do plano de paz depende de líderes que estão dentro e fora de Gaza e muitos que estão fora têm perdido espaço na negociação por não terem o controle direto sob os reféns que o grupo mantém. Além de líderes do grupo Hamas, outras facções palestinas estão envolvidas na negociação, como o grupo armado Jihad Islâmica Palestina. 


Crianças palestinas se protegem de ataques à prédio em Gaza (Foto: reprodução/Ebrahim Hajjaj TPX/ Reuters)


Dentro de Gaza, muitos moradores apoiaram o plano de paz proposto pelos Estados Unidos, mesmo que tenham cláusulas ruins. Para os moradores e jornalistas, a recusa do Hamas seria uma carta branca para Benjamin continuar com a guerra e destruir por completo a região de Gaza.

Israel e Estados Unidos

Apesar da aceitação do plano de paz entre os Estados Unidos e Israel, existem possíveis pontos de discórdia e que podem prejudicar o cessar fogo. Em um mapa de Gaza, divulgado pelo governo norte-americano, aparenta ter uma zona-tampão planejada ao longo da fronteira sul com o Egito. Não está claro se Israel tem envolvimento com essa zona.

Com a recente tentativa de assassinato aos líderes do Hamas pelas tropas israelenses, em resposta aos Estados Unidos, estão sendo levantadas suspeitas de uma retomada das operações militares de Israel após a recuperação do reféns. 

Além disso, Benjamin tem dado sinais de que irá recuar em relação ao plano de paz aceito. Em redes sociais, o primeiro ministro de Israel afirmou que o exercito israelense vai permanecer em algumas regiões de Gaza e que estavam resistentes a criação do estado Palestino.

Trump apresenta plano de paz e impõe ultimato ao Hamas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (29), na Casa Branca, um plano de paz para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. A proposta, aceita por Israel, impõe um ultimato ao grupo Hamas: libertar todos os reféns em até 72 horas ou enfrentar uma nova ofensiva militar apoiada pelos EUA. O plano também prevê um governo temporário administrado por um comitê palestino tecnocrático, sob a supervisão de um Conselho da Paz, liderado pelo próprio Trump.

A proposta surge em meio à crescente pressão internacional por uma solução duradoura. De acordo com a Casa Branca, o objetivo é estabilizar Gaza, iniciar sua reconstrução e, futuramente, abrir caminho para um Estado palestino. O Hamas, por sua vez, ainda avalia o plano e não definiu prazo para uma resposta oficial. Enquanto isso, moradores da região demonstram ceticismo quanto à implementação da proposta.

Plano inclui governo técnico e desmilitarização

Segundo os detalhes divulgados, o plano prevê a formação de um governo transitório composto por palestinos não filiados a facções e especialistas internacionais. Esse comitê ficaria responsável por administrar os serviços públicos e gerir os fundos para reconstrução da região. O Hamas e outros grupos armados seriam excluídos do novo governo.


Publicação de CNN Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Além disso, todas as infraestruturas militares da Faixa de Gaza seriam destruídas. Para garantir a segurança interna, uma nova força policial Palestina seria treinada por uma Força Internacional de Estabilização. Tropas israelenses deixariam gradualmente o território, com a manutenção de um perímetro de segurança temporário.

Acordo é visto com otimismo no exterior, mas receio entre civis

A proposta recebeu apoio de países como França, Reino Unido e membros da Liga Árabe. A Autoridade Palestina também se mostrou favorável à iniciativa, desde que haja garantias para a criação de um Estado palestino no futuro. Em Gaza, no entanto, muitos moradores questionam a sinceridade do plano e temem que ele sirva apenas como manobra para pressionar o Hamas.

Grupos aliados ao Hamas, como a Jihad Islâmica, rejeitaram abertamente a proposta, afirmando que ela representa uma “receita para a explosão” da região. Mesmo assim, Trump reforçou que esta é uma “última chance” para que a paz seja alcançada com diplomacia.

Jennifer Lawrence chama conflito em Gaza de genocídio

Nesta sexta-feira (26), Jennifer Lawrence foi homenageada com o Prêmio Donostia, concedido no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, na Espanha. Aos 35 anos, a atriz se tornou a mais jovem vencedora da distinção, que já reconheceu talentos como Cate Blanchett, Penélope Cruz, Javier Bardem e Hugh Jackman. A atriz também aproveitou a ocasião para manifestar sua posição sobre o conflito em Gaza.

Reconhecida como uma das atrizes mais influentes de sua geração, Jennifer Lawrence construiu sua carreira em filmes como O Lado Bom da Vida, que lhe garantiu um Oscar, e a saga Jogos Vorazes.

Papel do cinema

Durante a cerimônia, Lawrence expressou sua gratidão e ressaltou o papel do cinema como uma experiência coletiva e transformadora. “Estar aqui é uma alegria enorme, pois festivais como este são espaços únicos, onde culturas se encontram e o cinema nos conecta de formas inesperadas. É uma lembrança de que, em essência, estamos todos ligados por algo maior”, declarou a atriz em seu discurso.


Jennifer Lawrence durante a cerimônia (Foto: Reprodução/X/@hugogloss)


Posicionamento sobre gaza

Além da homenagem, Jennifer Lawrence usou seu discurso no Festival de San Sebastián para manifestar sua posição sobre o conflito em Gaza. A atriz descreveu como “genocídio” o que considera estar ocorrendo em Gaza, classificando a situação como “inaceitável”.

Ela também direcionou críticas à postura política dos Estados Unidos, questionando a integridade dos líderes e o impacto disso nas gerações mais jovens. “O que me preocupa profundamente é que a normalização desse discurso e dessa falta de respeito será a realidade para muitos jovens que estão começando a votar agora aos 18 anos”, afirmou Lawrence.


Jennifer Lawrence fala sobre guerra em gaza (Vídeo: Reprodução/X/@partisan_12)


“Será totalmente normal que a política careça de integridade. Os políticos mentem, não há empatia, e todo mundo deve lembrar que quando você ignora o que está acontecendo em uma parte do mundo”, acrescentou.

Mahmoud Abbas pede Estado Palestino e condena Hamas em discurso na ONU

Nesta quinta-feira (25), Mahmoud Abbas, então presidente da Autoridade Palestina, discursou por videoconferência na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU). De antemão, Abbas não recebeu visto para entrar nos Estados Unidos da América, decisão tomada pelo governo de Donald Trump.

Assim, o político palestino afirmou que não haverá paz sem a criação de um Estado da Palestina. Ele também condenou o grupo Hamas e declarou disposição para dialogar com Trump, mesmo reconhecendo a aliança norte-americana com Israel.

Defesa da Palestina e reconhecimento internacional

A princípio, o líder palestino reforçou que a convivência pacífica entre Palestina e Israel só será possível com justiça. Além disso, destacou a necessidade de instituições modernas, capazes de garantir segurança e estabilidade. Abbas agradeceu o apoio dos 149 países que já reconheceram a Palestina como Estado, incluindo Canadá, França, Portugal e Reino Unido.


Mahmoud Abbas discursa virtualmente durante a AGNU em Nova York, EUA (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Bloomberg/Getty Images embed)


Apesar do avanço, Donald Trump criticou esses reconhecimentos em seu discurso na ONU. Sendo assim, o republicano reiterou sua oposição à legitimidade internacional da Palestina e cobrou a libertação imediata de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.

Condenação ao Hamas e promessa de governo sem armas

Ainda, Abbas fez duras críticas ao ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023. Ele afirmou que as ações não representam o povo palestino. Além disso, assegurou que o grupo não terá papel em um eventual novo governo de Gaza.

O presidente também pediu que as facções armadas entreguem suas armas à Autoridade Palestina. Segundo ele, o objetivo é criar um Estado estruturado, com forças legais e seguras. Abbas classificou os ataques israelenses em Gaza como “crimes de guerra” e acusou Netanyahu de usar a fome como arma.

Relação com Trump e críticas a Israel


Donald Trump discursa durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images embed)


Apesar das divergências, Abbas disse estar pronto para trabalhar com Donald Trump no plano de paz aprovado em setembro. Ele acusou Israel de descumprir os Acordos de Oslo e de prolongar o conflito. Segundo Abbas, apenas o fim da ocupação militar pode abrir caminho para a paz duradoura.

Ao passo que o conflito israelense-palestino continua como um dos maiores impasses do século XXI. Com a guerra em Gaza e as negociações paralisadas, consequentemente o discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana traz novamente à tona o debate sobre a criação de um Estado Palestino no centro da Assembleia Geral da ONU.

Brasil vê tendência de condenações a Israel na Assembleia da ONU

A República Federativa do Brasil aposta em fortes condenações a Israel durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta terça-feira (23), em Nova York. A princípio, fontes do governo afirmam que a posição israelense se tornou insustentável diante das recentes ações em Gaza e na Cisjordânia.

Logo, países europeus já anunciaram apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado, entre eles França, Canadá, Portugal e Bélgica. Para o governo Lula, pelo menos 150 países devem se alinhar à proposta.

Pressão global e contradição europeia exposta

Sobretudo, fontes brasileiras afirmam que Israel já ocupa a posição de “vilão” no cenário internacional. A conferência sobre os dois Estados, organizada por França e Arábia Saudita, reforça esse movimento. O presidente Emmanuel Macron atua nos bastidores para ampliar o apoio. Já no Brasil, o Palácio do Planalto vê a mudança como confirmação de sua postura desde o início de 2024. O governo avalia que a palavra “genocídio” aparecerá em muitos discursos, mesmo sem consenso formal da ONU.

Diante do cenário, autoridades brasileiras afirmam que a Europa não pode condenar a Rússia e poupar Israel. Consequentemente, isso destruiria a narrativa contra a invasão da Ucrânia. A comparação se tornou central na estratégia diplomática de Lula. O presidente brasileiro também terá encontros paralelos em Nova York. A agenda prevê um evento conjunto com a Espanha sobre democracia e combate ao extremismo. Segundo o Itamaraty, Donald Trump, então presidente dos EUA, não será convidado, para evitar legitimar discursos radicais.


Israel condenou Brasil por avaliar atos genocidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada militar em Gaza

Enquanto cresce a pressão internacional, Israel avança com tropas em Gaza. O porta-voz militar Effie Defrin confirmou que reservistas foram convocados para ocupar áreas estratégicas. Por um lado, críticos alertam que a ofensiva deve gerar deslocamentos em massa de civis. Por outro lado, a ONU já acusou Israel de práticas genocidas em Gaza.

Assim, relatórios citam assassinatos, destruição de condições de vida e restrições que configuram crimes previstos pelo Direito Internacional. Apesar da pressão, os Estados Unidos seguem apoiando Israel. Anteriormente, a capital Washington vetou resoluções que exigiam cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária, aumentando tensões na diplomacia global.

EUA vetam cessar-fogo em Gaza na ONU

Nesta quinta-feira (18), os Estados Unidos vetaram a resolução da ONU que exigia cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária em Gaza, aprofundando a crise no território.

A medida, redigida por 10 membros do Conselho de Segurança da ONU, foi vetada pelos Estados Unidos. Se aprovada, exigiria que Israel suspendesse todas as restrições à ajuda humanitária à Palestina e que o Hamas libertasse todos os reféns, garantindo um cessar-fogo permanente. O veto bloqueou qualquer avanço na proteção de civis, intensificando a pressão sobre a comunidade internacional e a urgência de soluções humanitárias.

Entenda o conflito entre Israel e Hamas

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, disparando milhares de foguetes e realizando incursões terrestres. O ataque resultou na morte de 1.195 israelenses e estrangeiros, além de 251 reféns. Em resposta, Israel iniciou a Operação Espadas de Ferro, uma ofensiva militar em Gaza que já causou mais de 65 mil mortes palestinas e deslocou cerca de 250 mil pessoas, segundo dados da ONU.

Após mais de um ano de intensos combates, um cessar-fogo mediado por Estados Unidos, Egito e Catar entrou em vigor em janeiro de 2025. No entanto, as hostilidades foram retomadas em março, com uma nova ofensiva israelense que resultou em centenas de mortos e feridos. Em agosto de 2025, a violência se intensificou novamente, com bombardeios e ataques aéreos em Gaza, exacerbando a crise humanitária na região.

EUA e sua intervenção na guerra em Gaza

Os Estados Unidos voltam a usar o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU pela sexta vez desde o início do conflito, bloqueando medidas que buscavam pressionar Israel e o Hamas a cumprir acordos humanitários e de cessar-fogo. Analistas apontam que a decisão reflete a prioridade de Washington em proteger seus aliados estratégicos na região, mesmo diante do agravamento da crise civil em Gaza.


Trump em visita ao Reino Unido diverge sobre a criação de um Estado Palestino e reafirma a aliança com o Estado de Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O veto reforça a percepção de que a diplomacia internacional encontra limitações quando confronta interesses políticos e militares dos EUA. Organizações humanitárias alertam que a população palestina continua sem acesso seguro a suprimentos essenciais, enquanto as negociações de paz permanecem estagnadas e sem perspectiva de solução imediata.

Chefe de Direitos Humanos da ONU implora pelo fim do ataque de Israel à Gaza

Volker Turk, Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), suplicou pelo fim da invasão terrestre de Israel à Gaza. Após o início da ocupação, nesta terça-feira (16), o exército israelense declarou que a ofensiva deve durar meses. A ação, que tem como objetivo a tomada do controle da região, já matou mais de 100 palestinos, de acordo com lideranças locais. 

Expansão dos ataques 

O exército israelense iniciou uma ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, que, segundo eles, tem como objetivo destruir a infraestrutura do Hamas. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que as forças do país só vão recuar quando a missão for concluída. O chefe dos Direitos Humanos da ONU apelou à comunidade pelo fim da “carnificina”. Volker questionou os bombardeios a abrigos e áreas residenciais, os definindo como uma expansão dos ataques. 


Postagem de Volken Turk condenando o ataque de Israel a membros do Hamas em Doha na semana passada (Foto: reprodução/X/volker_turk)

Cerca de 100 mil habitantes deixaram a região após pedido de Israel, que anunciou um novo corredor de fuga para acelerar a saída dos moradores para a região sul. A ONU alertou que a ocupação terrestre de Gaza pode levar ao deslocamento forçado de 1 milhão de palestinos. A União Europeia anunciou que planeja sanções e rompimento de acordos comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu.  

Histórico do conflito e genocídio

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada após o ataque do Hamas a Israel, que matou cerca de 1200 pessoas em outubro de 2023. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, assegurados pela ONU, até agosto deste ano, mais de 61 mil palestinos já haviam morrido em decorrência da ofensiva. Uma investigação do jornal britânico, The Guardian, identificou que 42 mil dos mortos eram civis. 


Ataque israelense a prédio de Gaza nesta semana (Vídeo: reprodução/YouTube/folha de s. paulo)

A Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas constatou que Israel cometeu genocídio em Gaza. O texto conclui que o governo israelense executou 4 das 5 práticas genocidas definidas pelo Direito Internacional, que são: assassinato de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso; consumação de danos físicos e mentais; imposição condições de vida calculadas para provocar destruição física total ou parcial; imposição medidas destinadas a impedir nascimentos.

Netanyahu alerta população de Gaza para fugir imediatamente

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a evacuação de civis em Gaza, orientando os moradores a deixarem imediatamente as áreas de risco. O alerta ocorre horas após Israel anunciar que intensificaria os ataques aéreos sobre o território palestino.

A Força Aérea israelense lançou panfletos na cidade de Gaza, indicando as zonas de perigo e reforçando as instruções de segurança. Netanyahu destacou a urgência da medida:

Aproveitem esta oportunidade e me ouçam com atenção: vocês já foram avisados, saiam imediatamente!”

Evacuação de civis em Gaza: alerta de Netanyahu e medidas de proteção

Panfletos foram lançados pela Força Aérea israelense em diferentes bairros de Gaza, orientando os moradores a se deslocarem para locais seguros e evitando baixas durante as operações militares. Além disso, mensagens sonoras alcançam áreas estratégicas, garantindo que todos recebam instruções claras sobre os riscos. Com isso, Israel combina métodos de aviso para proteger a população enquanto intensifica a ofensiva.

A ação também conscientiza a população sobre a gravidade da situação e acelera a evacuação, permitindo que civis deixem rapidamente as áreas mais afetadas pelos combates. A utilização de diversos canais de comunicação reforça o alerta e ajuda a proteger vidas durante a escalada militar.


Força Aérea Israelense lança panfletos na Cidade de Gaza, alertando os civis para evacuarem as zonas de perigo (Foto: reprodução/X/@HananyaNaftali)

Preparativos para ofensiva terrestre e evacuação de civis em Gaza

Netanyahu afirmou que as tropas estão se organizando e se posicionando para uma manobra terrestre em Gaza. As operações já avançam nos subúrbios do norte, desde que ele ordenou a tomada completa da cidade, considerada um reduto do Hamas.

O governo israelense pretende controlar a região para enfraquecer o grupo radical e resgatar reféns. Ao mesmo tempo, a ofensiva terrestre será apoiada por ataques aéreos coordenados, aumentando a eficácia das operações.

Contexto do conflito e impactos humanitários

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando 251 reféns. Desde então, Israel responde com bombardeios e operações terrestres para retomar o controle e neutralizar o comando do grupo radical. Em decorrência disso, a situação provocou a necessidade urgente da evacuação de civis em Gaza para reduzir baixas humanas.

O conflito provocou o deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, mais de 80% da população local, segundo a UNRWA. Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza pelo menos 61 mil mortos, sendo que mais da metade são mulheres e crianças. Israel estima que 20 mil dessas mortes sejam combatentes do Hamas. Dessa forma, a crise humanitária se mantém grave e urgente.

Caminhos para o fim do conflito

Israel afirma que a guerra poderá terminar caso o Hamas se renda, apontando para uma saída militar rápida se as condições forem aceitas pelo grupo. Assim, o governo busca estabilizar a região e reduzir a escalada de violência.

Enquanto isso, a evacuação de civis em Gaza continua sendo prioridade para proteger vidas e minimizar baixas durante os combates. Por outro lado, a dificuldade do Hamas em negociar um cessar-fogo mantém a tensão. Segundo o primeiro-ministro Netanyahu, o grupo terrorista tem atirado em mulheres e crianças para usá-las como escudos humanos, visando imobilizar civis. Nesse contexto, o objetivo de Israel segue sendo evacuar a Cidade de Gaza para reduzir baixas e garantir a proteção da população durante a ofensiva.

Gaza: vídeo mostra ataque aéreo de Israel que destrói prédio na cidade

Mais um edifício foi destruído durante um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza neste domingo (7). Imagens divulgadas mostram o momento exato da explosão, seguido por uma densa nuvem de fumaça que rapidamente cobriu toda a região. O alvo foi o prédio Al-Roya, uma estrutura de vários andares localizada em uma das áreas mais populosas do território.

A ofensiva faz parte de uma operação militar de larga escala conduzida por Israel, com o objetivo de avançar para áreas mais centrais e urbanas da Faixa de Gaza. Segundo as autoridades israelenses, os moradores foram alertados com antecedência para deixarem o local, minimizando o risco de vítimas civis, embora o impacto humanitário ainda seja bastante significativo.

Operação militar e alvos estratégicos

O ataque faz parte de uma estratégia israelense para neutralizar locais considerados importantes pelo Hamas, grupo que governa a Faixa de Gaza. Durante o fim de semana, outros dois prédios altos na mesma região também foram atingidos e destruídos. Enquanto Israel afirma que essas estruturas eram usadas para atividades militares, autoridades palestinas destacam que abrigavam famílias deslocadas pelo conflito.


Vídeo registra o momento do ataque aéreo de Israel ao prédio, na Cidade de Gaza (vídeo: reprodução/YouTube/@CNNBrasil)

A densidade populacional da região agrava o risco de vítimas civis e aumenta a preocupação de organizações internacionais sobre a segurança dos moradores.

Impacto humanitário e cenário de tensão na faixa de gaza

Com a escalada dos ataques, cresce a preocupação com a situação humanitária em Gaza. Centenas de famílias continuam desabrigadas e enfrentam dificuldades para acessar alimentos, água e cuidados médicos. Organizações internacionais pedem a criação de corredores humanitários e alertam para o risco de um aumento no número de vítimas fatais.

Os ataques recentes também intensificam as tensões regionais, evidenciando o ciclo de violência que persiste na Faixa de Gaza. A operação militar segue em andamento, com novos desdobramentos esperados nos próximos dias, enquanto a comunidade internacional monitora de perto a situação.