Governo Javier Milei remove sigilo de arquivos da ditadura na Argentina

O governo do presidente Javier Milei anunciou nesta segunda-feira (24) a retirada do sigilo de documentos relacionados à ditadura (1976-1983). A decisão permitirá o acesso a arquivos históricos mantidos sob sigilo por órgãos de inteligência e militares, promovendo um novo capítulo no debate sobre memória e direitos humanos no país.

Segundo o site CNN Brasil, o escritório da Presidência informou que, “esta administração sustentará que o que aconteceu no passado deve ficar nos arquivos da história e não mais na Inteligência do Estado, pondo um fim na intransparência que envolveu os documentos durante décadas e tornando disponíveis à sociedade”.

Mês que é lembrado Golpe das Forças Armadas

Ainda segundo nota da administração federal, reconhecer o passado e a ter a liberdade de discuti-lo, são condições fundamentais para “construir um futuro onde a história seja história e  não somente uma narrativa política e partidária”.

Vale lembrar que nesta última segunda-feira (24), foi relembrado na Argentina a data dos 49 anos do golpe das Forças Armadas de 1976, período que também é comemorado o Dia Nacional em Memória da Verdade e da Justiça. E conclui a nota dizendo que: “ em uma data como esta, os argentinos devem valorizar a paz que foi alcançada pela democracia e ainda reafirmar os compromissos com a celebração integral, e sem omitir ou distorcer políticas”.


Vídeo matéria sobre sigilo suspenso na Argentina ( Vídeo: reprodução/ Youtube @uol)

Visão da Casa Rosada

Já segundo informações do jornal Metrópole, a decisão do governo foi recebida com críticas e apoio de diferentes setores. Setores da sociedade civil e alguns grupos de direitos humanos,  como as Mães e Avós da Praça de Maio questionam a administração de promover revisionismo histórico e de buscar equivalência entre a repressão do estado e ações de grupos armados, conhecida como “ teoria dos dois demônios”. Os argumentos na Casa Rosada são de que: “ é preciso ampliar a transparência e garantir uma memória completa” sobre esse período.

PIB argentino cai 1,7% no primeiro resultado anual de Javier Milei    

Embora tenha crescido no quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou queda de 1,7% no acumulado de todo ano passado. Os números são do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, divulgados nesta quarta-feira (19).   

Este é o primeiro resultado anual do PIB durante a gestão de Javier Milei. De acordo com o Instituto, a queda na soma de toda riqueza produzida pela Argentina se deu pela redução no consumo público e privado e pelos setores importantes da economia argentina que fecharam em queda, como indústria, construção civil e comércio atacadista.     

Plano econômico de Milei impactou o PIB

Outro fator que desacelerou a economia em 2024 foi o pacote de corte de gastos apresentado pelo presidente argentino. Apelidado de ‘plano motosserra’, o objetivo era reduzir a inflação do país que superava o patamar de 200% ao ano.


Javier Milei comemora baixo resultado da inflação argentina (Foto: reprodução/Instagram/@javiermilei)


Por outo lado a equipe econômica de Javier Milei demitiu funcionários públicos, reduziu aumento de salário para aposentados e pensionistas, congelou reajuste do salário mínimo no país e paralisou de forma imediata obras do governo.  Como consequência, a pobreza cresceu, o consumo diminuiu e empresas que recebiam algum subsídio do governo faliram, aumentando o desemprego e freando o ritmo da economia argentina.    

Agricultura e mineração evitaram PIB menor

Além do mais, dos setores da economia, somente agricultura e mineração tiveram resultados positivos. Na soma anual, a agricultura cresceu 31,3%, devido ao aumento na produção de milho, soja, trigo e girassol. Uma safra de 163 milhões de toneladas que colocou o país entre os maiores exportadores de grãos. Outro ponto que vale destacar é a mineração, que cresceu 7,4% em 2024. Essa alta vem da exploração de lítio na região mais árida do país e coloca a Argentina entre os quatro maiores produtores de lítio do mundo.    

Inflação na Argentina

O plano econômico de Javier Milei, apesar de ter feito a pobreza e o desemprego aumentarem, cumpriu seu papel no que diz respeito à inflação. Sobretudo no acumulado de 2024, bateu 66,9% ao ano, embora alta, ainda assim, bem diferente de 214% dos anos anteriores. Agora, o que resta saber é se o ajuste econômico de Milei seguirá apresentando resultados e até quando será possível segurar o arrocho nas contas.  

Argentina anuncia sua saída da OMS

A Argentina anunciou sua saída da Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira (5). De acordo com o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, a saída se deu pelas divergências de opiniões sobre os assuntos relacionados à gestão sanitária. Desta forma, nos próximos meses o país irá interromper todas as contribuições financeiras para os trabalhos da OMS.


Argentina anuncia saída da OMS (Reprodução/YouTube/CNN)

Segundo o porta-voz, o presidente do país, Javier Milei, incitou o ministro das Relações Exteriores a remover a participação da Argentina na Organização devido às “diferenças sobre a gestão sanitária”, sobretudo durante a pandemia da Covid-19. Esta é a primeira medida tomada pela gestão de Milei. Segundo fontes do jornal argentino La Nación, nos próximos dias, Milei irá anunciar a saída do país de outros espaços. A decisão será oficializada através de um decreto assinado pelo presidente.

Saída dos EUA da OMS

No dia da posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro, o líder assinou diversos decretos presidenciais que foram transmitidos ao vivo. Dentre as medidas tomadas em seu segundo mandato está a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde. O país é um dos principais financiadores dos trabalhos da Organização.


Donald Trump assina a retirada dos EUA da OMS (Reprodução/UOL)

Em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, o presidente anunciou a primeira saída do país da Organização e argumentou que os custos fornecidos pelo país à OMS eram desproporcionais comparados aos de outros países. Entretanto, em 2021, o ex-presidente Joe Biden restabeleceu o vínculo com a Organização.

Durante a posse do seu segundo mandato, Trump anunciou novamente a saída dos EUA da OMS e alegou uma má administração dos recursos por parte da Organização, cobranças financeiras injustas e ineficiência na adoção de medidas emergenciais. Além disso, Trump também alega que a OMS os “roubou”.

Apelo da OMS

Logo após o anúncio da saída dos EUA e a consequente suspensão dos recursos para o programa de combate à AIDS no mundo, a OMS emitiu uma nota sugerindo que a medida fosse reavaliada pela gestão atual e expressou grande preocupação. De acordo com a nota, a suspensão dos recursos representa ameaça e retrocesso globais.

Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, diz a nota.

A medida resultou no fechamento de diversas clínicas locais e na suspensão dos atendimentos em diversos países na África. A decisão de Trump representa um corte de U$ 500 milhões em recursos para os programas de saúde pública no mundo.

Milei acusa Maduro de “sequestro” após prisão de agente argentino na Venezuela

O presidente da Argentina, Javier Milei, acusou Nicolás Maduro, líder venezuelano, de cometer um “sequestro” e chamou-o de “ditador criminoso”, após a prisão de um agente diplomático argentino na Venezuela. O incidente eleva a tensão entre os dois países e reacende o embate ideológico no cenário sul-americano.

A detenção do funcionário ocorreu na última segunda-feira (16) e foi classificada como arbitrária pelo governo argentino. Milei exige a libertação imediata e ameaça levar o caso a organismos internacionais.


Argentina exige liberação imediata e ameaça consequência — (Vídeo: Reprodução / YouTube / CNN Brasil)

“Ditador criminoso”: a postura de Milei

O presidente argentino Javier Milei, conhecido por suas declarações contundentes, não poupou críticas ao governo de Nicolás Maduro após a prisão de um agente diplomático argentino. Em pronunciamento, Milei classificou Maduro como um “ditador criminoso” e acusou o governo venezuelano de realizar um “sequestro” que desrespeita convenções internacionais.

A Argentina não irá tolerar atos desta natureza contra seus cidadãos e deplora estas práticas que contrariam os princípios do respeito à liberdade individual e à dignidade humana”, lê-se no texto:


Comunicado oficial da República Argentina — (foto: Reprodução/ poder360)

Reação diplomática da Argentina

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina acionou formalmente organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU, denunciando a prisão como uma violação da Convenção de Viena, que protege agentes diplomáticos no exercício de suas funções. Autoridades argentinas também reforçaram o apelo pela libertação imediata do funcionário, enquanto classificaram o episódio como “gravíssimo”.

A Argentina sinalizou que poderá adotar medidas mais duras contra a Venezuela, incluindo o rompimento total das relações diplomáticas. Até o momento, o governo de Maduro não se manifestou oficialmente, mantendo silêncio sobre as circunstâncias da detenção.

Desdobramentos e expectativa internacional

Javier Milei, desde o início de seu mandato, tem criticado abertamente regimes autoritários, buscando alinhamento com lideranças conservadoras internacionais. Analistas afirmam que a postura do governo argentino poderá atrair apoio de países alinhados contra Maduro.

Enquanto a crise evolui, organismos internacionais como a ONU e a OEA são pressionados a intervir no caso, o que pode determinar os próximos desdobramentos da relação entre Argentina e Venezuela.

Da crise à estabilidade: as estratégias de Milei para reduzir a inflação na Argentina

Desde que Javier Milei assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2023, a inflação mensal, que havia chegado a quase 13%, foi drasticamente diminuída para 3,5%, enquanto o valor do dólar paralelo se estabilizou. Um assessor econômico do governo explicou as estratégias implementadas pelo polêmico líder libertário, cujas políticas foram questionadas por opositores e especialistas.

A estratégia de Milei: Cortes de gastos e controle monetário

Milei enfrentou um cenário econômico crítico ao assumir o cargo, com a inflação disparada e o dólar atingindo recordes. Para reverter a situação, o presidente decidiu realizar o que chamou de “maior ajuste na história da humanidade”, cortando imediatamente um terço dos gastos públicos.

Essa ação foi fundamental para reduzir as emissões monetárias, uma das principais causas da inflação. A decisão de cortar gastos, segundo economistas, foi uma tentativa de restaurar a credibilidade fiscal do governo e criar um ambiente de maior estabilidade econômica.

Desde o primeiro mês de mandato, Milei implementou uma série de políticas que resultaram em uma transformação rápida e radical da economia argentina. Ao eliminar gastos com programas sociais e cortes em setores considerados não essenciais, o governo conseguiu reduzir o déficit fiscal e aumentar a arrecadação. Assim, Milei diminuiu as emissões de moeda, e também passou do déficit ao excedente fiscal – um feito notável em um país que lutava com a instabilidade financeira por décadas.

Miguel Boggiano, membro do Conselho de Assessores Econômicos do governo, detalha que o ajuste foi acompanhado pela redução da taxa de juros dos passivos remunerados, um tipo de dívida de curto prazo que o Banco Central havia acumulado.

Baixamos a taxa de juros paga pelos passivos e desvalorizamos o peso, o que ajustou os preços relativos e liquidou os passivos”, explica Boggiano. Essa estratégia ajudou a controlar a inflação e restaurou a confiança dos investidores, que começaram a ver o país como um lugar mais seguro para aplicar seu capital.

Embora os resultados iniciais tenham sido encorajadores, com a inflação caindo para 3,5% ao mês, a administração de Milei não esteve isenta de polêmicas. O aumento da pobreza, que atingiu níveis preocupantes, com mais de 53% da população vivendo nessa condição, levantou preocupações sobre o custo social das políticas de austeridade.


Javier e sua irmã Karina Milei após a vitória nas eleições argentinas (Foto: Reprodução/Luis Robayo/Getty Images Embed)


Desafios e críticas ao governo Milei

Apesar do sucesso inicial em estabilizar a economia, a Argentina ainda enfrenta desafios importantes. Críticos apontam que as políticas de Milei podem ser uma solução temporária que oculta outros déficits reais. O ex-assessor Carlos Rodríguez alertou sobre os riscos de um malabarismo financeiro que não aborda as dívidas acumuladas.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Rodríguez afirmou que o governo não teria superávit se não fosse financiado por títulos do Tesouro, que permitem o adiamento de pagamentos. A preocupação de muitos especialistas é que, sem um plano de longo prazo, as reformas de Milei podem levar a um ciclo de dívida e recessão.

Além disso, muitos argentinos estão ansiosos com a possibilidade de que a austeridade possa aumentar a crise social. O aumento da pobreza, que impacta emgrande parte crianças e famílias vulneráveis, mostra que as políticas de Milei têm um custo humano elevado. De acordo com estatísticas recentes, quase 7 em cada 10 crianças estão em situação de pobreza, levantando questões sobre a viabilidade das reformas e seu impacto na sociedade.

A trajetória econômica do país, no momento, ainda é incerta. Muitos se perguntam se as mudanças colocadas por Milei conseguirão sustentar uma recuperação a longo prazo em meio a desafios persistentes, como a pobreza e a dívida pública.

Pobreza atinge 15,7 milhões de argentinos, impactando 52,9% da população

O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) divulgou, nesta quinta-feira (26), um levantamento demonstrando que o número de argentinos que vive abaixo da linha da pobreza, aumentou significativamente no primeiro semestre deste ano, alcançando a alarmante marca de 15,7 milhões de pessoas.

A pesquisa, que abrange 31 áreas urbanas do país, revela que mais da metade da população argentina (52,9%) se encontra em condição de pobreza, o que representa aproximadamente 4,3 milhões de famílias — ou 42,5% do total de lares no país.

Esses dados preocupantes intensificam a pressão sobre o presidente Javier Milei, que está no comando do país há 10 meses e enfrenta uma Argentina abalroada por uma grave crise econômica e social. O cenário é marcado por dívidas elevadas, câmbio desvalorizado, reservas internacionais escassas e uma inflação que beira os 236%.

Governo de Milei

Durante os seis primeiros meses de governo de Milei, 3,4 milhões de pessoas passaram a estar na condição de pobreza, de acordo com o Indec. Este aumento representa uma elevação de 11,2 pontos percentuais em comparação ao segundo semestre de 2023, quando 12,3 milhões de argentinos (41,7% da população) viviam nessa situação vulnerável. A persistente escalada da pobreza reflete os desafios profundos que a administração atual enfrenta para reverter a situação.

Desde que Javier Milei assumiu o poder, a inflação mensal na Argentina caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 4,2% em junho de 2024. Apesar de um acumulado de 236,7% em 12 meses, essa desaceleração da inflação tem sido um dos principais pontos positivos da sua gestão.

Milei assumiu a presidência da Argentina no final do ano passado com o desafio de enfrentar uma grave crise econômica que persiste há décadas. Os principais problemas incluem a inflação elevada, a dívida pública, a escassez de reservas em dólares e a desvalorização da moeda local.


Pobreza avança na Argentina (Foto: reprodução/AFP/Luis Robayo/Getty Images Embed)


Taxa de pobreza e de indigência na Argentina

O Indec classifica um cidadão argentino como abaixo da linha da pobreza com base na renda familiar e no acesso a necessidades essenciais, como alimentos, vestuário, transporte, educação e saúde. Atualmente, 5,4 milhões de pessoas (18,1% da população) estão em situação de indigência, um aumento em relação a 3,5 milhões (11,9%) no segundo semestre de 2023.

Em termos de famílias, 1,4 milhão foram classificadas como indigentes (13,6%) no primeiro semestre deste ano, comparadas a 870 mil (8,7%) no final de 2023. A indigência é definida pelo Indec como a falta de acesso a uma quantidade suficiente de alimentos para atender as necessidades diárias de energia e proteína.

Uruguai Solicita investigação de crimes contra a humanidade na Venezuela

Seguindo o pedido da Argentina, em um comunicado lançado nesta última sexta-feira (6), O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai revelou que fez uma solicitação ao promotor do TPI (Tribunal Penal Internacional) inicie a investigação de possíveis crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela.  

Solicitação do Uruguai

A nota informa que o Mistério das relações do país forneceu informações definidas como “complementares e objetivas” para conduzir a investigação que o Tribunal conduz desde meados de 2018. Embora, até o momento, Nicolás Maduro não tenha acusações formais feitas pelo tribunal, vários promotores e outras figuras políticas continuam buscando provas sobre as caçoes do governo do atual presidente venezuelano. 

O comunicado foi assinado em Montevidéu pelo Chanceler uruguaio, Omar Paganini e afirmar sobre um agravamento das crises humanitárias e institucionais vividas na Venezuela depois das eleições de 28 julho que reelegeu maduro. Uruguai também pede ao promotor do TPI, Karim Khan, comece a investigação dos recentes casos do país vizinho e determinar quais são considerados crimes sob a jurisdição do Tribunal, e caso necessário, adotar medidas para garantir a proteção dos diretos humanos para a população urgentemente. 


Casos agravam após a eleição de Maduro em 28 de julho (Foto: reprodução/Matias Delacroix/AP Photo)

“A decisão do governo uruguaio se baseia no agravamento da repressão contra a população civil e os líderes políticos opositores por parte dos serviços de segurança do regime após a fraude eleitoral de 28 de julho.’’ Informa a nota de Paganini.    

Argentina solicita prisão

A notícia venho algumas horas após o governo argentino informar que pedirá ao TPI emitir uma ordem de prisão para Nicolás Maduro. Conforme comunicado pela Chancelaria de Javier Milei, a solicitação será divulgada nesta segunda-feira (9) e trará evidências coletadas nas investigações do TPI e de datas posteriores às eleições de julho. 

“São elementos suficientes para considerar os méritos da emissão dos mandados de prisão”. Diz o governo argentino. 


Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: reprodução/Tomas Cuesta/AFP)

O atual presidente da Argentina, Milei sempre foi crítico do regime chavista de Maduro, inclusive não reconhecendo o resultado do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) e afirma que o candidato da oposição Edmundo González foi o verdadeiro vencedor das eleições. 

Bandeira do Brasil é hasteada em Embaixada Argentina na Venezuela

Nesta quarta-feira (31), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil atendeu ao pedido do governo argentino para defender seus interesses diplomáticos na Venezuela, após a decisão de Nicolás Maduro de expulsar os diplomatas argentinos do país. Depois da tomada de decisão de defender os argentinos, a bandeira brasileira foi erguida na casa do embaixador argentino em Caracas, segundo o Itamaraty.


Bandeira brasileira é hasteada em Embaixada argentina (Vídeo: Reprodução/Youtube/UOL)

Agradecimento de Milei

O gesto brasileiro significa que o Brasil assume a responsabilidade da Embaixada Argentina dentro da Venezuela, bem como outras funções diplomáticas de Buenos Aires em Caracas, conforme dito pelo presidente argentino, Javier Milei. 

Milei também agradeceu o governo brasileiro: “Agradeço imensamente o posicionamento do Brasil em assumir a custódia da Embaixada argentina na Venezuela. E, agradeço também a representação pelos interesses da Argentina, bem como os cidadãos residentes lá”. 

‘Assumir a custódia’

Os detalhes a respeito de como funcionará a cooperação ainda deve ser acertado entre os dois países, mas por ora, o que se sabe é que ao defender os interesses diplomáticos da Argentina, o Brasil deverá assegurar a inviolabilidade de instalações e de arquivos argentinos dentro da Venezuela. 

Isso significa que os funcionários responsáveis pelo setor diplomático brasileiro poderão atuar nas instalações argentinas, como as Embaixadas. Outra ação brasileira deve ser a pesquisa de um novo destino para seis adilados venezuelanos que atualmente se refugiam na Embaixada Argentina, em Caracas. 

Esses asilados são opositores do governo de Maduro e, com a ajuda brasileira, serão transferidos para outras embaixadas de países membros da União Europeia.

Brasil e Argentina

Presidente Lula e o presidente Milei frequentemente se desentendem em pronunciamentos ou comentários, mas a diplomacias entre o governo brasileiro e o argentino mantêm sua relação normal. 

Julio Bitelli é embaixador do Brasil na Argentina e comentou em entrevista a TV Globo que, para o presidente Lula, manter boas relações com o país vizinho é “mais relevante” do que com Javier Milei.

Javier Milei não se encontra com Lula em sua primeira visita ao Brasil após se eleger

No último sábado (6), o presidente argentino visitou o Brasil pela primeira vez após ser eleito, tendo sido recebido em Balneário Camboriú (SC) pelo ex-presidente da república e seu aliado político, Jair Messias Bolsonaro, além de Jorginho Mello (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governadores de Santa Catarina e São Paulo, respectivamente. O que chamou a atenção na visita de Milei, foi o argentino não ter se encontrando com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, indo na contramão do protocolo dos chefes de Estado.


Vídeo sobre agenda de Milei no Brasil (Reprodução: Vídeo/YouTube/CNN Brasil)

Visita de Javier Milei

Em um congresso conservador, no qual participou no domingo (7), fez um discurso onde classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro como “perseguido judicial”, além de algumas falas citando governos de Venezuela e Bolívia, os quais são governos de esquerda.

É de conhecimento público que Milei e Lula não possuem uma relação amigável, desde a época da campanha do argentino, onde aconteciam alguns ataques e colocações de Javier em relação ao brasileiro. Pouco tempo atrás, o presidente argentino chamou Lula de “corrupto”, junto ao fato de ter sido recebido na reunião deste domingo (7), com gritos contra o presidente do Brasil.

A conferência em que Javier Milei compareceu, também contava com José Antonio Kast (candidato à presidência do Chile), Gustavo Villatoro (Ministro da Justiça de El Salvador), além de Luis Alfonso Petri (Ministro da Defesa da Argentina), sendo classificada como “A maior da história” pelos presentes no local e organizadores.

Situação de Jair Bolsonaro

No mesmo evento, foi discutida a atual situação de Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030 e tenta reverter sua situação. Com isso, foi debatida a existência de um plano B, mas Bolsonaro é visto como única opção por seus apoiadores, que contam com uma “mudança de composição” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para uma alteração da sua posição atual.

Jantar com Bolsonaro em evento conversador contará com mais de cem convidados

Agendado para nesse fim de semana, o jantar com o ex-presidente Jair Bolsonaro após o evento CPAC Brasil, deve conter a presença de mais de cem pessoas da direita e da extrema direita em Balneário Camboriú (SC), um dos nomes esperado é do presidente argentino Javier Milei. 

Informações sobre o Jantar

O CPAC (Conservative Political Action Conference) busca reunir intuições e políticos conservadores desde 1974, a primeira edição no país ocorreu em outubro de 2019 na cidade de São Paulo, neste ano, o evento ocorrerá nos dias seis e sete de julho. 

O ingresso para o jantar custa R$ 5 mil, cada mesa terá seis lugares e o cardápio será divulgado no momento, os organizadores revelaram que a adesão foi maior que o esperado e que o valor arrecadado será utilizado para contribuir com instituto e o evento. 

O evento entre os conservadores ocorrerá no pavilhão 2 do Expocentro, em um auditório com a capacidade 3.000 pessoas que foi reservado para o congresso, já o jantar vai acontecer em um espaço reservado no próprio local, conforme confirmado pela assessoria do espaço. 

Mensagem de Bolsonaro

A palestra de Bolsonaro ocorreu neste sábado (06), durante a abertura do evento, onde fez críticas à imprensa, mencionando que, por conta das mídias sociais, alguns veículos buscam o censurá-lo, mesmo assim, ele diz que está disponível para fazer sabatinas. 


Bolsonaro critica imprensa durante palestra (Foto: Reprodução/REUTERS/Ueslei Marcelino)

“Sem falar o nome [dos veículos], mas a imprensa que me critica, aquela grande imprensa, mais uma vez, estou à disposição de vocês para duas horas, ao vivo, ser sabatinado, sobre qualquer coisa”. Disse Bolsonaro no evento. 

Nomes confirmados

Além do ex-presidente, o evento conta com a presença de seu filho, Jair Renan que pretendente se candidatar a vereador na cidade do evento, os governadores Jorginho Mello (SC) e Tarcísio de Freitas (SP), o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira e de outros deputados de direita e extrema direita no Brasil. 


Javier Milei fará palestra no domingo (7) ( Foto: Reprodução/Reuters)

Já entre os conservadores dos outros países da América Latina, foram confirmados o presidente do Partido Republicano do Chile, José Antonio Kast, o ministro da Justiça e Segurança Pública de El Salvador, Gustavo Villatoro, o cantor que tenta o pleito de presidente do México e Milei, que fará sua palestra no domingo (7).