China chama tarifaço dos Estados Unidos de intimidação contra o Brasil

Em uma coletiva de imprensa que ocorreu nesta sexta-feira (11), o Ministério de Relações Exteriores da China criticou a tarifa de importação anunciada pelos Estados Unidos contra o Brasil, de 50% sobre produtos brasileiros.

Mao Ning, a porta-voz do ministério, disse que alguns dos princípios mais relevantes da Carta das Nações Unidas e das normas básicas nas relações internacionais, é a igualdade entre as soberanias, e não interferir em assuntos internos.

Sobre o que acha das tarifas que Donald Trump impôs sobre o Brasil, Ning comentou que tarifas não devem ser utilizadas como uma forma de coagir, intimidar ou interferir em qualquer país que seja. A porta-voz afirmou que a posição da China sobre as tarifas é clara: quando há uma guerra comercial ou tarifária, não há vencedores, uma vez que o protecionismo prejudica o interesse de todos os envolvidos.


Mao Ning se opõe às tarifas de Trump durante coletiva de imprensa (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Estados Unidos contra o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou uma carta na última quarta-feira (9) para o presidente Lula, onde relata que irá impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações que forem realizadas do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1 de agosto.

No documento, é citado por Trump que o motivo de sua decisão é o “tratamento” que o ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro “estaria recebendo”. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado enquanto presidiava o Brasil, e encontra-se bem, em sua casa, estando participando de manifestações a seu favor.

Brasil soberano

No mesmo dia em que recebeu a notícia do presidente dos EUA, Lula defendeu a soberania brasileira, e respondeu que a elevação de tarifas unilateral será rebatida conforme a Lei da Reciprocidade Econômica.

No dia seguinte, o presidente contou que uma reclamação oficial à Organização Mundial do Comércio (OMC) será realizada pelo governo federal, em uma tentativa de reverter as tarias.

A Agência Brasil conversou com especialistas, os quais falaram o mesmo que Mao Ning: as tarifas impostas por Trump são uma forma de pressão e chantagem política, e até mesmo uma possível resposta ao BRICS, que teve a última reunião no Rio de Janeiro, e que o presidente já havia ameaçado taxar em 10% quem se alinhasse a ele.

Lula critica Trump e acusa Bolsonaro de articular ingerência estrangeira

Em discurso nesta sexta-feira (11), durante um evento em Linhares–ES, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as recentes falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou o governo brasileiro de promover uma “caça às bruxas” por meio do Judiciário. As declarações de Trump, que defendeu o aliado Jair Bolsonaro, foram recebidas com forte crítica por Lula, que classificou o episódio como uma tentativa de interferência estrangeira na soberania do país.

O evento, que reuniu ministros e apoiadores do governo federal, também teve como pauta principal a apresentação de um novo acordo de indenização para as vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em 2015. Ainda assim, foi o cenário político internacional que dominou o tom do discurso do presidente.

Críticas diretas a Trump e Bolsonaro

Lula afirmou que as ameaças de taxação feitas por Trump têm como objetivo pressionar o governo brasileiro a anistiar envolvidos na tentativa de golpe de Estado ocorrida em janeiro de 2022. Ele acusou Jair Bolsonaro de enviar o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), aos Estados Unidos para solicitar apoio direto a Trump em defesa do ex-presidente.

“Aquela coisa covarde, que preparou um golpe nesse país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado… E ele mandou o filho dele para os Estados Unidos pedir para o Trump fazer ameaça: ‘Ah, se não liberarem o Bolsonaro, eu vou taxar vocês’”, declarou Lula. Em tom crítico, acrescentou: “É preciso essa gente criar vergonha na cara”.

Segundo Lula, a carta enviada por Trump ao governo brasileiro contém alegações incorretas, como o suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil, contrariando dados oficiais que apontam o contrário.

Soberania e Estado de Direito

Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula reforçou que “não pode admitir a ingerência de um país na soberania de outro”. Ele destacou ainda que a tentativa de influenciar o sistema judiciário brasileiro por meio de ameaças econômicas representa uma grave afronta ao Estado de Direito.


Presidente Lula critica Trump em entrevista (Vídeo: reprodução/X/@LulaOficial)


A crise diplomática, ainda em seus primeiros desdobramentos, reacende o debate sobre os limites da atuação internacional na política interna de outros países. Lula, ao criticar Trump e Bolsonaro, se posiciona em defesa da autonomia das instituições brasileiras e do processo legal que envolve os acusados pela tentativa de golpe.

Porta-voz da China critica tarifaço de Trump ao Brasil acusando os EUA de coerção

Nesta sexta-feira (11), o ministério de relações exteriores na China teceu críticas a tarifa de importação de produtos brasileiros anunciadas pelo Donald Trump, conforme Mao Ning, a porta-voz do ministério de relações internacionais, informou ao ser questionada por uma repórter, é necessário que se exista uma igualdade e soberania, quando se trata de relações internacionais. Ela falou que tarifas não deveriam ser utilizadas como forma de coerção ou intimidação e interferência, ainda teve o chanceler do país Wang Yi que também criticou a decisão anunciada pelos EUA.

Novas tarifas

O então presidente dos Estados Unidos da América, anunciou na última quarta-feira (9), que iria inserir uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros que geralmente entram na terra do Tio Sam, esta nova taxa entraria em vigor a partir de agosto. Lula disse que não será tutelado por ninguém, e que ira responder a respeito desse aumento unilateral dos valores sobre as exportação brasileira, seguindo a lei da reciprocidade econômica, ele ainda falou que a questão do processo judicial relacionado aos envolvidos no 8 de janeiro não cabe a ele resolver.

Falando sobre o processo judicial, contra aqueles que estão sendo investigados pelo ocorrido no início de 2023, o petista disse que isso é uma competência exclusiva da justiça brasileira. Mediante ao que Donald Trump informou dizendo que, quis aumentar as taxas na importação devido a supostos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres, o governante do Brasil já comunicou que ira mandar de volta a carta enviada vinda de terras estadunidenses, esta tarifa começara a ser aplicada, em todas as exportações vindas das terras tupiniquins até o local em questão.


Presidente da China em evento no dia 13 de maio de 2025 (Foto: reprodução/Florence Lo-Pool/Getty Images Embed)


Relações internacionais

Recentemente, houve uma disputa entre os Estados Unidos e a China, que acabou terminando numa luta tarifária entre Pequim e Washington no quadro geopolítico do mundo. Após ter anunciado em abril que iria haver um aumento de valores a exportações de produtos em alguns países, as terras chinesas acabaram tendo 34% por cento de taxamento, gerando uma retaliação por parte de Pequim, que também resolveu aumentar os impostos em cima de produtos exportados da maior potência econômica mundial, ambos chegaram a um acordo em maio resolvendo a situação.

Conforme Trump disse, a relação do Brasil com os EUA, não tem tido reciprocidade, segundo ele, esta sendo injusto o relacionamento comercial entre ambos os países, explicou ainda que é necessário esse aumento, pois vai corrigir os muitos anos em que houve barreiras tarifárias e não tarifárias que ocorrem com os brasileiros, que acabaram gerando déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos da América, que é uma grande ameaça a economia americana, ele disse em carta enviada as terras tupiniquins.

Como o aumento da tarifa de 50% dos Estados Unidos ao Brasil vai afetar a economia do país

Nesta quarta-feira (9), os Estados Unidos anunciaram o aumento de 50% das tarifas ao Brasil. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º do próximo mês, o que vem despertando sérias preocupações em diferentes áreas da economia brasileira.

Diante disso, o G1 entrevistou economistas e representantes dos setores que podem ser impactados, para entender como esse aumento pode prejudicar as grandes exportadoras e o bolso do consumidor.

Atualmente, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Itens como combustíveis, carne bovina, café, petróleo, ferro, aço e celulose estão entre os produtos brasileiros mais consumidos pelos americanos. Para se ter uma ideia, apenas no primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou mais de 22 bilhões de dólares para o mercado norte-americano.

De acordo com especialistas, o setor agropecuário será o primeiro a sentir os efeitos do reajuste tarifário. Apesar de ter mais flexibilidade para se adaptar à nova política, ainda assim há grande preocupação dentro do segmento.

O que pode mudar

Como parte dos produtos industrializados é destinada ao país norte-americano, agora, com essa medida imposta por Donald Trump, esses itens podem permanecer no Brasil, o que aumentaria a oferta e poderia provocar a queda nos preços dessas mercadorias.

Por exemplo, o café, o suco de laranja e a carne bovina são produtos perecíveis, ou seja, possuem prazos curtos de comercialização, o que dificulta o armazenamento ou a redistribuição para outros mercados. Portanto, caso ocorra uma redução nas exportações brasileiras aos Estados Unidos, essas produções seriam redirecionadas ao mercado interno, gerando possíveis quedas nos preços para os consumidores locais.

Segundo o economista André Perfeito, o café e o suco de laranja, dois itens populares no país, devem ter a demanda interna aumentada.

“O café e o suco de laranja, por exemplo, podem ter uma oferta maior no mercado interno. Esse aumento na disponibilidade pode pressionar os preços para baixo, com risco até de deflação localizada.”

Entretanto, ainda não há uma definição clara sobre como o Brasil vai reagir à decisão de Trump. E, como se não bastasse, há a questão do dólar, que vem registrando uma das maiores cotações dos últimos anos. Caso esse valor se mantenha elevado, as chances de queda nos preços dessas mercadorias diminuem consideravelmente, pois a valorização da moeda pressiona a inflação.

Após o anúncio do presidente americano, o dólar teve alta de 0,72%, reflexo da reação negativa do mercado financeiro ao aumento das tarifas.


Como o aumento da tarifa de 50% dos Estados Unidos ao Brasil vai afetar a economia do país (Vídeo: YouTube/CNN Brasil)


Carta de Trump ao Brasil

Nesta semana, Donald Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comunicando o aumento nas tarifas de exportações brasileiras. Na justificativa, afirmou que a decisão se trata de uma retaliação às tarifas e barreiras comerciais impostas pelo Brasil, classificando-as como “injustas”.

Trump também declarou que os Estados Unidos vêm sofrendo com um enorme déficit comercial desigual, o que, segundo ele, poderia colocar a economia e a segurança nacional em risco. No entanto, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é o Brasil que sofre com o déficit comercial com os EUA desde 2009. Já são 16 anos em que os riscos apontados pela Casa Branca recaem sobre o lado brasileiro.


Foto destaque: Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Durante esse período, as exportações norte-americanas superaram as importações brasileiras em 88,61 bilhões de dólares (cerca de R$ 484 bilhões, considerando a cotação atual do dólar).

Na carta, Trump disse também que as empresas brasileiras podem escapar das novas tarifas, contanto que produzam dentro dos EUA. Ele ainda sugeriu que, se o Brasil abrir seus mercados e retirar as tarifas e restrições que prejudiquem os Estados Unidos, as taxas poderiam ser reduzidas.

Por último, ele comentou sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, essa situação envolvendo Bolsonaro era uma “vergonha internacional”, utilizando esse argumento como justificativa adicional para o aumento das tarifas.



Lula comenta tarifas dos EUA e defende respeito à soberania do Brasil

Durante uma entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Ele afirmou que o Brasil está disposto a negociar, mas exigiu respeito às decisões do país. Lula também deixou claro que, se não houver acordo, o governo pode aplicar tarifas equivalentes como resposta.

Segundo Lula, o aumento das tarifas americanas não tem justificativa, já que os EUA têm tido superávit na balança comercial com o Brasil nos últimos anos. Ele criticou diretamente o ex-presidente Donald Trump por querer interferir em assuntos internos do país. “O que o Brasil não aceita é intromissão nas coisas do Brasil. Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, disse Lula.

Lula quer conciliar comércios com o mercado global

O presidente explicou que o país buscará ajuda da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de outras nações para tentar uma solução. Caso isso não funcione, o Brasil usará a chamada Lei da Reciprocidade a partir de 1º de agosto. Ele reforçou que o Brasil não quer conflito com ninguém, mas exige ser tratado com seriedade.


Trecho da entrevista do presidente ao Jornal Nacional (Reprodução/X/@LulaOficial)

Lula também disse que vai conversar com empresários brasileiros que exportam para os EUA para entender os impactos das tarifas e discutir soluções. Ele espera que o setor produtivo apoie o governo na defesa dos interesses do país. E concluiu: “Essa é a hora de a gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo.”

Sobre a reunião dos BRICS

Ao ser questionado se suas falas durante o encontro dos Brics influenciaram Trump, Lula negou e destacou a importância do grupo de países do sul global. Ele disse que o Brasil quer mais autonomia para negociar e que não faz sentido depender apenas do dólar.

Sobre sua visita à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, Lula afirmou que se tratou de um gesto humanitário autorizado pela Justiça da Argentina. Para ele, respeitar as instituições de outros países é essencial.

Tarifa de 50% de Trump ao Brasil choca EUA e vira manchete internacional

Uma decisão surpreendente do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, gerou alvoroço global nesta quarta-feira (9): a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos, com início em 1º de agosto. A medida não só chocou o mercado, mas também colocou o Brasil em destaque nos principais jornais americanos, como The New York Times, Bloomberg, CNBC e Washington Post.

O mais impactante, contudo, não foi apenas o alto percentual da tarifa — o mais alto já anunciado por Trump — mas sim a justificativa claramente política por trás dessa decisão.

Crítica Política e o Uso de Tarifas como Ferramenta

Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual criticava abertamente o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele classificou o processo em andamento contra Bolsonaro como uma “vergonha internacional” e uma “Caça às Bruxas” que deveria ser encerrada imediatamente.


Carta de Donald Trump para o presidente do Brasil, Lula, sobre a taxação de 50% nas tarifas de exportação (Reprodução/X/@patricia_vasc)

A imprensa americana interpretou essa intervenção em um julgamento criminal de um país estrangeiro como uma demonstração extraordinária de como Trump usa as tarifas como uma ferramenta para diversos propósitos.

Justificativa política gera críticas e levanta dúvidas sobre coerência comercial

Veículos como a Forbes USA e a CNBC, destacaram a inconsistência da justificativa econômica de Trump. Ao contrário do que ele afirmou, os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil. A tarifa foi, portanto, imposta como uma punição por questões políticas e jurídicas internas do Brasil que desagradam a Trump, e não por razões econômicas.

A CNN ressaltou ainda que, apesar da censura ao julgamento de Bolsonaro, Trump ofereceu uma brecha: a isenção da tarifa seria possível caso o Brasil ou empresas brasileiras optassem por fabricar seus produtos nos Estados Unidos, uma oferta similar às feitas a outros líderes mundiais. A decisão eleva a insegurança nas relações comerciais americanas, ao atrelar políticas tarifárias a critérios puramente políticos.

Eduardo Bolsonaro demonstra apoio a Trump em meio à tensão comercial

Eduardo Bolsonaro utilizou suas redes sociais, na data de ontem, quarta-feira (09), para agradecer ao presidente estadunidense Donald Trump e apoiar as ações a serem tomadas pelos EUA referentes ao Brasil. O parlamentar, atualmente deputado federal licenciado, afirmou que as medidas de Trump  devem-se ao “afastamento do Brasil dos valores do mundo livre”.

Nota conjunta

Morando nos EUA, Eduardo Bolsonaro, em declaração direta ao presidente norte-americano, publicou: “obrigado, presidente Donald J. Trump. Espero que as autoridades brasileiras agora tratem esses assuntos com a seriedade que merecem.” Posteriormente, enviou à imprensa brasileira uma nota assinada conjuntamente com o jornalista Paulo Figueiredo.

No documento, os interlocutores imputaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao governo Lula o ônus tarifário de 50% a ser aplicado sobre os produtos brasileiros importados ao país norte-americano, com previsão para entrar em vigor a partir de 01 de agosto (2025).

A declaração, intitulada de “Uma hora a conta chega”, alega que o ministro Moraes não age sozinho em suas decisões; aventando que o governo brasileiro tem participação direta nos atos cometidos pelo STF. Chamando a aplicação tarifária contra o Brasil de “tarifa-Moraes”, os declarantes afirmam que as medidas são “uma forma de responsabilizar não apenas indivíduos, mas o sistema que, segundo ele, sustenta abusos de poder”


Nota conjunta publicada na íntegra pelo jornalista Paulo Figueiredo (Foto: reprodução/X/@pfigueiredo08)

Anteriormente, na última segunda-feira (07), o parlamentar publicou que medidas seriam tomadas pelos EUA em relação ao Brasil. Sem informar quais medidas estariam por vir, alertou sobre ações do governo norte-americano contra o que chamou de “perseguição no Brasil”. Um aceno de que o mandatário estadunidense realizaria sanções inerentes ao governo brasileiro e que afetariam a relação comercial entre os dois países.

Situação reage

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados Federal, Lindbergh Farias, apoiador do governo Lula, tem tecido críticas contundentes à atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Em várias declarações, Farias, condena os atos de Eduardo ao que ele chama de “promoção de ataques institucionais”.

Na manhã de hoje, quinta-feira (10), juntamente com outros parlamentares, Lindbergh Farias, por meio de suas redes sociais, chamou os que defendem as ações de Donald Trump contra o Brasil de “vira-latas, capacho dos EUA”. As falas do deputado referem-se à “moção de louvor e regozijo” encabeçada pelo líder do Partido Liberal (PL), Sóstenes Cavalcante, e aprovada pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, na data de ontem, quarta-feira (09), em favor das ações de Trump.


Lindbergh Farias em relação aos apoiadores das medidas adotadas por Donald Trump contra o Brasil (Vídeo: reprodução/Instagram/@lindberghfarias)]


Segundo Farias, a partir de agora o Brasil divide-se entre aqueles que defendem os interesses do Brasil e os que defendem os interesses dos EUA. Vale ressaltar que, até o final desta matéria, não houve manifestação por parte da oposição sobre as falas do parlamentar. Porém, devido à polarização deflagrada no país nos últimos anos, com vasta utilização das redes sociais, há de se esperar uma “guerra de narrativas” acirrando cada vez mais a polarização política no país.

Guerra comercial: Brasil adotará reciprocidade contra tarifas de Trump, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de ontem, quarta-feira (09), declarou que adotará a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica como medida contra a elevação de tarifas impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump ao Brasil. A fala do presidente Lula ocorreu após o governo dos EUA informar sobre aplicação tarifária de 50% em relação aos produtos importados brasileiros, prevista para entrar em vigor em 01 de agosto (2025).

Soberania brasileira

Em declarações, o presidente Lula defendeu a soberania do Brasil, alegando que o país não será comandado por governos externos. Ratificou a competência das instituições brasileiras, assegurando que os trâmites legais pertinentes ao processo relacionado aos “atos antidemocráticos”, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”. 

As alegações do presidente brasileiro referem-se ao fato de que Donald Trump atrelou a elevação tarifária aplicada ao Brasil ao processo envolvendo o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, tornado réu pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em 26 de março de 2025. Ainda, referindo-se ao episódio de 08 de janeiro de 2023, Lula enfatizou que a “ liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas”.


Declaração do presidente Lula às falas de Donald Trump sobre aplicação tarifária (Foto: reprodução/X/@lulaoficial)

Após contestar o presidente estadunidense, Lula declarou que a relação comercial Brasil-EUA beneficiou o país norte-americano em U$ 410 bilhões de dólares, conforme dados apresentados pelo próprio país de Donald Trump. Ao final, o presidente brasileiro voltou a defender a soberania do Brasil e informou que os interesses da população são o referencial para relacionamentos bilaterais. 

Lei de Reciprocidade 

Aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula em abril de 2025, a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica ou Lei da Reciprocidade Comercial entrou em vigor no mesmo mês. Conforme a legislação, o Brasil poderá adotar contramedidas tarifárias a países que imponham barreiras comerciais de modo unilateral, prejudicando o país comercialmente. A Lei foi promulgada como resposta às tarifas impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump, também em abril de 2025, denominada como “dia da libertação dos EUA”.


Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso sobre a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica, abril/2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Antes das declarações realizadas na data de ontem, quarta-feira (09), o presidente brasileiro convocou uma reunião emergencial com Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores. A medida foi necessária para alinhar os discursos e decidir sobre quais ações serão tomadas frente as decisões do governo estadunidense, maior potência econômica mundial.

Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil e gera crise com governo Lula

Nesta quarta-feira (09), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciando que a partir do dia 1º de agosto, passa a valer a tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos.

Logo após o tarifaço de Trump, Bolsonaro (PL) reagiu enviando uma indireta a Lula (PT). O ex-presidente publicou em suas redes sociais, uma citação de Provérbios 29.2, que diz: “Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme”. 

Junto a isso, aliados de Jair Bolsonaro culparam Lula pela ação de Trump, uma vez que, segundo eles, o governo atual vem estabelecendo uma política grosseira aos EUA, defendendo posições contrárias aos interesses americanos e se aproximando da China e do Irã.

Justificativas para nova tarifa

Na carta enviada a Lula (PT), o presidente dos Estados Unidos traz como um dos argumentos para elevação de tarifa o julgamento do ex-presidente, Jair Bolsonaro no STF. Trump classificou a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente como uma “vergonha internacional” e que o julgamento precisa acabar imediatamente por se tratar de um “caça às bruxas”.

Desde março deste ano, Jair Bolsonaro responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. Além disso, ele está inelegível até 2030, devido a uma decisão de 2023 do Tribunal Superior Eleitoral.

Junto ao ex-presidente mais sete réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.


Analista de Internacional faz análise sobre a repercusão internacional do tarifaço de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


O processo está sob as regras da legislação penal, e se encaminha para a última etapa antes do julgamento, as chamadas alegações finais, que decide se o grupo será acusado ou absolvido.

Outra justificativa do presidente norte-americano é a relação comercial com o Brasil, que segundo ele é  “injusta e desequilibrada” e que a tarifa de 50% busca corrigir essas lacunas.

Como a decisão de Trump afeta o Brasil?

A decisão do governo americano impacta diretamente os produtos que lideram as exportações entre Brasil e Estados Unidos, sendo eles o petróleo, o aço, o café e as carnes bovinas.

Em carta, Trump alerta Lula dizendo que se o Brasil adotar medidas de reciprocidade e aumentar as próprias tarifas em resposta à ação do governo americano, os EUA aumentaram ainda mais as taxas sobre produtos brasileiros, acrescentando o percentual aumentado aos 50% já previstos por eles.

O presidente norte-americano aponta que uma possível redução de tarifa poderia ser feita caso o Brasil abrisse seus mercados e eliminasse tarifas e barreiras comerciais. E promete agilizar os processos para viabilizar a iniciativa de empresas brasileiras que queiram fabricar seus produtos diretamente nos EUA para evitar os 50% em suas exportações.

Resposta do governo brasileiro

O governo brasileiro rebateu, por meio de texto publicado no site do Planalto e nas redes sociais do presidente Lula (PT), as afirmações feitas por Trump e afirmou ser falsa a informação sobre o déficit norte-americano, uma vez que “as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”. Além disso, ressaltou que “qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da lei brasileira de reciprocidade econômica“.

Ainda em texto, Lula defende o Judiciário brasileiro. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.

Trump volta a ameaçar Brics com tarifa de 10%; Brasil prega cautela diante de tensão cambial

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, voltou a ameaçar os países do Brics com a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados, em meio à crescente preocupação com a desvalorização do dólar. A informação foi destacada pela comentarista de economia da CNN Brasil, Rita Mundim, que apontou um cenário de tensão geopolítica e comercial cada vez mais acentuado.

Trump vem fazendo pelo dólar

Segundo Mundim, Trump vem atribuindo a perda de valor da moeda americana à atuação do Brics, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos integrantes recentes, como Irã, Egito e Etiópia. Contudo, outros fatores têm contribuído para esse movimento, como os próprios aumentos tarifários promovidos pelo republicano, a expectativa de inflação nos Estados Unidos e a queda na demanda global por títulos do Tesouro americano.

Indicadores reforçam a tendência. O índice BXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis das principais moedas do mundo, acumula queda de quase 11%, na maior desvalorização desde 1973. “Trump está irado e extremamente preocupado”, comentou Mundim. A especialista não descartou a possibilidade do ex-presidente ampliar ainda mais a tarifa anunciada, a exemplo do que já ocorreu com alguns países asiáticos, onde as alíquotas ultrapassaram os 30%.

Alckmin defendeu abordagem cautelosa


Presidentes dos países do Brics (Foto: reprodução/Per-Anders Pettersson/Getty Images Embed)


Diante do novo sinal de hostilidade comercial, autoridades brasileiras têm reforçado a necessidade de diálogo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu uma abordagem cautelosa. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há um grupo técnico do governo brasileiro em contato constante com representantes norte-americanos para evitar um agravamento da situação.

Mundim classifica o momento como parte de uma “nova guerra fria”, impulsionada por disputas ideológicas e pelo avanço das discussões em torno de uma moeda alternativa ao dólar nas transações globais.

Há um realinhamento geopolítico e uma revolução silenciosa no comércio internacional em curso”, disse.

A possível ascensão do yuan, impulsionada pela China dentro do Brics, seria um dos fatores que mais incomodam Washington.

Para o Brasil, o contexto impõe desafios. Ao integrar um bloco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreve como responsável por 40% do PIB mundial, o país precisa equilibrar seus interesses estratégicos com a manutenção de boas relações comerciais com os Estados Unidos. A busca por alternativas ao dólar, conforme palavras de Lula, é um caminho “sem volta”, o que só aumenta as tensões no tabuleiro global.