STF analisa transferência de Bolsonaro para cirurgia

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou nesta terça-feira (23) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de autorização para que ele seja transferido da sede da Polícia Federal, em Brasília, para um hospital particular da capital federal, onde deve passar por uma cirurgia após confirmação do diagnóstico pela perícia da própria PF.

Pedido da defesa prevê internação e exames preparatórios

De acordo com a solicitação encaminhada ao STF, a defesa de Jair Bolsonaro pede que o ex-presidente seja conduzido e internado na quarta-feira, 24 de dezembro, no hospital DF Star, em Brasília. A internação antecipada teria como finalidade a realização de exames e procedimentos prévios à cirurgia, prevista para o dia seguinte, 25 de dezembro.

No documento enviado ao Supremo, os advogados argumentam que a medida é essencial para garantir que o procedimento cirúrgico ocorra dentro das condições médicas adequadas, respeitando a agenda da equipe responsável e os protocolos clínicos indicados. A defesa destaca que a cirurgia foi recomendada por médicos que acompanham Bolsonaro e que o diagnóstico foi posteriormente confirmado pela perícia médica da Polícia Federal.


Perícia da PF confirma diagnóstico médico

Segundo as informações divulgadas, a Polícia Federal realizou uma perícia médica para avaliar o quadro clínico do ex-presidente. O laudo confirmou o diagnóstico apresentado pela equipe médica particular de Bolsonaro, o que levou à autorização prévia do procedimento cirúrgico pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

A confirmação da perícia é um passo fundamental no processo, uma vez que qualquer deslocamento de um preso para fora da unidade onde cumpre custódia precisa ser devidamente justificado, especialmente quando envolve internação em hospital particular. A decisão do ministro considera tanto o estado de saúde quanto os critérios legais e de segurança envolvidos na situação.

Manifestação da PGR antecede decisão final

Após o protocolo do pedido da defesa, o processo segue o rito padrão no STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem prazo de 24 horas para se manifestar sobre a solicitação. Somente após essa manifestação o ministro Alexandre de Moraes deverá proferir a decisão sobre a autorização da transferência de Bolsonaro da sede da Polícia Federal para o hospital.

A atuação da PGR é considerada uma etapa essencial, pois cabe ao órgão avaliar se o pedido atende aos requisitos legais e se não há riscos processuais ou de segurança associado à saída temporária do ex-presidente do local de custódia.

Saída temporária não significa liberdade

Apesar da repercussão do caso, a eventual autorização para a transferência não representa concessão de liberdade ao ex-presidente. Trata-se de uma saída temporária, estritamente vinculada à realização de tratamento médico, com retorno previsto à custódia após o procedimento, conforme decisão judicial.

Casos semelhantes já ocorreram em outras situações envolvendo presos que necessitaram de atendimento médico especializado fora do sistema prisional. Nesses casos, a Justiça costuma estabelecer regras específicas para o deslocamento, a internação e a segurança do paciente, garantindo o cumprimento da lei e a preservação da integridade física do custodiado.

Decisão ficará a cargo de Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, é o responsável por analisar os argumentos apresentados pela defesa, a manifestação da Procuradoria-Geral da República e os laudos médicos anexados aos autos. A decisão deverá considerar tanto o direito à saúde quanto as condições legais impostas ao ex-presidente.

Até a conclusão da análise, Jair Bolsonaro permanece detido na sede da Polícia Federal, em Brasília. A expectativa é que a decisão seja tomada dentro do prazo necessário para viabilizar, ou não, a internação prevista para o dia 24 de dezembro. O caso segue sob acompanhamento das autoridades judiciais e médicas, e qualquer movimentação dependerá de autorização expressa do STF.

Polícia Federal apura se esquema no INSS chegou à Caixa

A Polícia Federal (PF) apura se investigados por desvios em aposentadorias e pensões do INSS tentaram articular um esquema semelhante na Caixa Econômica Federal, segundo decisão do ministro do STF André Mendonça que autorizou, nesta quinta-feira (18), uma nova fase da operação Sem Desconto. O despacho não afirma que as irregularidades tenham ocorrido nem explica como funcionariam, mas cita trocas de mensagens entre os suspeitos que mencionam um possível “negócio da Caixa”, o que levou ao aprofundamento da investigação.

De acordo com a decisão, o ministro ressalta que não há confirmação de que irregularidades tenham sido cometidas na instituição financeira nem detalhes sobre como o suposto esquema funcionaria. O documento, no entanto, menciona conversas entre investigados que fazem referência a um possível “negócio da Caixa”, o que levou os investigadores a aprofundar as apurações para verificar se houve tentativa de ampliar as fraudes já identificadas no INSS.

Detalhes da operação

Segundo a decisão, a possível tentativa de expansão do esquema teria envolvido Hélio Marcelino Loreno, apontado pela PF como beneficiário direto dos desvios no INSS e ligado a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Heitor Souza Cunha, funcionário da Caixa Econômica Federal.


Repercussão da segunda fase da operação sem desconto (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Ambos foram alvos das medidas judiciais desta fase da operação, com imposição de uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar o país, além do afastamento de Cunha de suas funções no banco. Para a Polícia Federal, os dois teriam participado da concepção de um modelo de fraude semelhante ao previdenciário, agora direcionado a clientes da Caixa, o que indicaria a tentativa de levar o esquema para além do INSS e atingir outra entidade da administração pública federal.

Relembre a fraude do INSS

A investigação sobre a fraude no INSS teve início após a constatação de que aposentados e pensionistas estavam sofrendo descontos em seus benefícios sem terem autorizado qualquer tipo de adesão a associações. As apurações indicam que dados de segurados eram utilizados para criar vínculos falsos com essas entidades, permitindo a cobrança automática de valores mensais. Em muitos casos, os beneficiários só tomaram conhecimento das irregularidades ao analisar os extratos de pagamento, quando parte do benefício já havia sido comprometida.

De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, o esquema operava de forma organizada e explorava falhas nos sistemas de fiscalização. Os valores arrecadados com os descontos indevidos eram repassados a diferentes envolvidos, por meio de mecanismos que dificultavam a identificação do destino final do dinheiro. A apuração busca esclarecer a dimensão do prejuízo, o papel de cada investigado e se a estrutura criminosa tentou se expandir para outros órgãos além do INSS.

PF faz nova ofensiva contra fraudes em contas de jogadores e treinadores de futebol

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (13/11), no Rio de Janeiro, uma nova etapa da Operação Fake Agents, com o objetivo de desarticular um esquema que teria autorizado saques irregulares do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em nome de jogadores, ex-jogadores e treinadores de futebol. Entre os alvos, estão bancários suspeitos de facilitar movimentações ilícitas.

De acordo com os investigadores, o montante movimentado de forma fraudulenta entre 2022 e 2024 chega a aproximadamente R$ 7 milhões. A investigação apontou que o golpe começou a se desenhar após um alerta de banco privado quanto à abertura de contas falsas com documentos de atletas.

Como funcionava o esquema e quem são as vítimas

O esquema investigado envolvia a abertura de contas bancárias em nome de atletas, inclusive estrangeiros com passagem pelo futebol brasileiro, para movimentação irregular de FGTS. Em um dos casos destacados, o nome de Paolo Guerrero foi usado para fraude de cerca de R$ 2,2 milhões.

A ação desta fase cumpriu mandados em três residências de funcionários da Caixa Econômica Federal localizadas nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, além de uma agência no Centro do Rio. Entre as vítimas identificadas, estão nomes como Ramires, Raniel, João Rojas e Christian Titi (Christian Chagas Tarouco).


SBT Rio comenta sobre a operação Fake Agentes (Vídeo: reprodução/X/@sbtrio)


Líder do esquema e suspeitas de corrupção bancária

As investigações apontam que uma advogada, Joana Costa Prado de Oliveira, atuava como chefe do grupo que coordenava as fraudes, usando procurações, documentos de atletas e contatos internos na Caixa. A profissional teve sua carteira da OAB suspensa preventivamente.

Funcionários bancários são suspeitos de liberar valores, enquanto documentos falsos eram usados para dar aparência legal às movimentações. As autoridades acreditam que o uso combinado de influência, falsificação e contas controladas criou uma estrutura sofisticada que permitiu os desvios.

Implicações e medidas cabíveis

Os responsáveis pelo esquema podem responder pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, entre outras infrações que venham a ser comprovadas.

Para os atletas e treinadores afetados, o golpe levanta preocupação, não só pelo prejuízo financeiro, mas pela invasão de seus nomes e documentos em fraudes. Há também impacto reputacional e necessidade de maior fiscalização por parte de clubes e instituições financeiras.

A investigação da PF, apoiada pela Inteligência da Caixa, busca restaurar a segurança dos sistemas bancários e restabelecer a confiança de quem trabalha no esporte.

PGR descarta medidas mais duras de monitoramento para Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República determinou que não são necessárias “medidas mais gravosas” no monitoramento do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. O órgão entende que a combinação da tornozeleira eletrônica, a vigilância externa e as restrições impostas garantem a segurança constitucional, evitando intervenções mais restritivas dentro da residência. No entanto, a PGR mantém a exigência de monitoramento integral interno por câmeras sem gravação, e defende reforço externo, diante da proximidade do julgamento no STF agendado para 2 a 12 de setembro de 2025.

Situação do monitoramento e posição da PGR

A solicitação da Polícia Federal exigia a presença permanente de agentes dentro da casa de Bolsonaro, alegando risco de falhas na tornozeleira eletrônica e possível fuga. Mas o procurador-geral, Paulo Gonet, considerou a prisão domiciliar com tornozeleira suficiente e destacou que não há “situação crítica de segurança no interior da casa”. A PGR se posicionou favoravelmente apenas ao monitoramento da vizinhança, incluindo ruas e saída do condomínio, e ao monitoramento visual remoto da área externa, sem gravação e sem presença física contínua de agentes.

Contexto do julgamento e tensões jurídicas

O julgamento no STF — ação penal que acusa Bolsonaro e outros do chamado “núcleo 1” de tentativa de golpe de Estado em 2022 — está marcado para ocorrer entre 2 e 12 de setembro de 2025, com sessões iniciais já na próxima terça-feira (2), das 9h às 19h, e subsequentes ao longo da semana. A cobertura jornalística será intensa, e o contexto político eletrizado: o ministro Luís Roberto Barroso já alertou que o julgamento “traz algum grau de tensão para o país”.


Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e réu em processo que tramita no STF (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Riscos apontados e atuação de Eduardo Bolsonaro

Gonet citou o risco de fuga de Bolsonaro com base em indícios como a existência de uma minuta de pedido de asilo à Argentina encontrada em seu celular, além da atuação do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, em iniciativas que poderiam interferir nas punições contra o pai. Ainda assim, a PGR considerou que isso não justifica medidas mais invasivas do que as já em vigor. No momento, a decisão final sobre intensificar ou não a segurança ainda cabe ao ministro relator Alexandre de Moraes, do STF, que poderá acolher ou não o parecer da PGR.

Ameaças de Eduardo Bolsonaro: Diretor da PF age com firmeza

A recente declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro, feita durante uma transmissão ao vivo e direcionada a servidores da Polícia Federal (PF), acende um sinal de alerta sobre os limites da liberdade de expressão e os riscos à integridade das instituições democráticas brasileiras.

Ao afirmar que poderia “se mexer” contra investigações em curso e ao se referir a um delegado como “cachorrinho”, o parlamentar ultrapassa os limites do discurso político legítimo, promovendo ataques pessoais e insinuando tentativas de intimidação contra agentes da lei. Tais declarações não apenas desrespeitam profissionais da segurança pública, mas também colocam em xeque a autonomia das instituições encarregadas de garantir a legalidade e a justiça no país.


Matéria sobre live de Eduardo Bolsonaro ameaçando a PF (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Reação Institucional da Polícia Federal

Diante da gravidade das falas, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anunciou que os comentários do deputado serão incluídos no inquérito já existente, que investiga Eduardo Bolsonaro por suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Essa resposta institucional é essencial para reafirmar que a Polícia Federal não se submeterá a pressões políticas e que todos os cidadãos, independentemente de cargo ou influência, estão sujeitos ao império da lei.

As declarações direcionadas a delegados como Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações sensíveis envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, revelam uma estratégia preocupante de deslegitimação e ameaça. Em um Estado Democrático de Direito, a atuação das autoridades deve ocorrer com independência, imparcialidade e sem medo de retaliações. A tentativa de intimidar servidores públicos que cumprem seu dever constitucional representa um ataque direto à democracia e à ordem institucional.

Compromisso com a Justiça e a Defesa do Estado de Direito

A firmeza da Polícia Federal em repudiar essas tentativas de intimidação é fundamental para preservar o Estado de Direito. A garantia de que “nenhum investigado intimidará a Polícia Federal” deve ser mais do que uma frase de efeito: precisa ser um compromisso público com a justiça, a legalidade e a proteção das instituições que sustentam a democracia brasileira. O episódio serve como um lembrete de que a vigilância cidadã e a atuação firme das autoridades são indispensáveis para impedir retrocessos e assegurar que o país continue trilhando o caminho da transparência e da responsabilidade institucional.

PM impede crime ao descobrir túnel que leva ao cofre da Caixa Econômica em Sumaré

Polícia Militar de São Paulo descobriu, na tarde desta quinta-feira (26), um túnel com cerca de 45 metros de extensão que levava diretamente até uma agência da Caixa Econômica Federal, localizada no município de Sumaré, interior do estado de São Paulo. A estrutura subterrânea, aparentemente escavada de forma meticulosa e disfarçada, teria como objetivo furtar o cofre da instituição bancária nos próximos dias

Túnel subterrâneo

Segundo informações preliminares, o túnel já havia atingido a camada de concreto que protege o cofre, o que indica que a ação criminosa estava prestes a ser executada. A descoberta foi feita durante uma operação de patrulhamento ostensivo da Polícia Militar, que identificou movimentações suspeitas nas imediações da agência bancária. Equipes da corporação isolaram a área e iniciaram uma análise técnica do local, com apoio de especialistas em engenharia e segurança.

A escavação, que teria sido realizada por uma possível organização criminosa, revela alto nível de planejamento e execução. De acordo com os policiais, o túnel foi construído a partir de um imóvel próximo à agência, o que facilitava o deslocamento dos envolvidos e dificultava a detecção da obra subterrânea. Até o momento, não houve confirmação de presos, mas as investigações seguem em andamento.


Túnel com 300 metros de comprimento próximo à prisão de segurança máxima em Lima, Peru (foto: reprodução/ STR/Getty Images Embed)


Inquérito policial

A ocorrência está sendo tratada com prioridade pelas autoridades. A Polícia Federal já foi acionada e deverá assumir a condução do caso. O inquérito está sendo investigado na sede da PF em Campinas, cidade vizinha a Sumaré.

Moradores da região relataram estarem surpresos com a descoberta e afirmaram não ter notado movimentações anormais no local. O caso reacende o alerta sobre a atuação de quadrilhas especializadas em crimes contra instituições financeiras no estado.

Com o túnel desativado a tempo, a ação da PM impediu o que poderia ter sido um furto de grande proporção. As investigações prosseguem para identificar os responsáveis e entender a totalidade do plano criminoso.

Eduardo Bolsonaro ignora PF e é investigado por tentar interferir em investigações do STF nos EUA

A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos primeiros contatos para prestar esclarecimentos em um inquérito que investiga suas ações nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Segundo a corporação, foram feitas várias tentativas de contato com o parlamentar, incluindo e-mails enviados ao seu endereço funcional e pessoal, mensagens enviadas por aplicativo no celular e até ligações para o telefone do gabinete dele em Brasília. Apesar disso, Eduardo não deu retorno por nenhum desses meios.

Informações do STF

De acordo com o relatório enviado ao STF, o sistema de correio eletrônico confirmou que os e-mails foram entregues com sucesso, o que indica que as mensagens chegaram aos seus destinos. No entanto, até o momento, o deputado não se manifestou nem respondeu aos pedidos de esclarecimento. A autorização para que Eduardo preste depoimento por escrito foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, considerando que ele está fora do país, residindo atualmente nos Estados Unidos.


Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro em reunião (reprodução/x/@g1)

O inquérito foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta possíveis crimes cometidos por Eduardo Bolsonaro em território estrangeiro. A investigação se baseia em declarações feitas por ele em entrevistas e postagens nas redes sociais. A PGR afirma que o deputado teria atuado junto ao governo do ex-presidente Donald Trump para tentar aplicar sanções contra ministros do STF, o que caracterizaria uma tentativa de interferência indevida nas instituições brasileiras.

Alegações da PGR

Ainda segundo a PGR, essa suposta atuação de Eduardo nos EUA tem como principal objetivo prejudicar as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado no Brasil, caso no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado, é um dos réus. A conduta do parlamentar, diz a Procuradoria, pode ser enquadrada como coação, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Em meio a essa investigação, Jair Bolsonaro foi ouvido pela PF e revelou ter transferido R$ 2 milhões para o filho por meio do sistema Pix. Segundo o ex-presidente, o valor foi enviado para garantir que Eduardo não passasse necessidades enquanto estivesse nos Estados Unidos.

PF revela mensagens de Braga Netto que sugerem interferência em investigações

A Polícia Federal (PF) revelou neste sábado (14), mensagens trocadas por Walter Souza Braga Netto, general e ex-ministro do governo Bolsonaro, que levantam suspeitas de interferência em investigações. O conteúdo foi detalhado em uma decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes. As conversas, recuperadas no âmbito de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF), indicam que o militar teria buscado informações sigilosas e tentado coordenar uma narrativa entre investigados.

O ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, figura central no governo Bolsonaro, é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Preso no Rio de Janeiro, Braga Netto será mantido sob custódia do Exército.

Tentativa de controle da narrativa

Nas mensagens, Braga Netto teria orientado pessoas próximas a alinhar discursos para evitar contradições em depoimentos e preservar aliados políticos. A PF acredita que o objetivo era limitar os impactos das investigações, que miram a organização e o financiamento de atos que contestaram o resultado das eleições de 2022.


Braga Netto (Foto: reprodução/ Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Nessas mensagens, Braga Netto aparece em grupos e conversas individuais, onde discutia estratégias para mobilizar apoiadores e autoridades militares. O general também buscou obter informações confidenciais sobre o avanço das apurações. Apesar das evidências apresentadas, a defesa do ex-ministro nega as acusações, alegando que as mensagens foram retiradas de contexto.

Consequências jurídicas

A decisão de Alexandre de Moraes destaca que o conteúdo das mensagens pode configurar crimes como associação criminosa e tentativa de obstrução de investigação judicial. O ministro autorizou novas medidas para aprofundar as investigações, incluindo a análise de outros dispositivos eletrônicos apreendidos.

O caso agrava a situação de Braga Netto, que já era alvo de críticas por sua atuação durante o governo Bolsonaro. Agora, o general enfrenta maior pressão pública e legal, com a possibilidade de ser formalmente acusado pelos atos revelados. A investigação segue em ritmo acelerado, com novos desdobramentos esperados para os próximos dias.

Matéria por Alexia Gabriela (Lorena- R7)

Saiba o que falta para X voltar ao Brasil

Foi informado pela rede social X que os documentos solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes foram apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF), além do desbloqueio da plataforma ter sido solicitado. O material encaminhado será analisado pelo magistrado, como afirmado por interlocutores da Corte.

Demandas solicitadas por Moraes

Segundo o X, os requisitos que Alexandre de Moraes estipulou para que a plataforma retornasse já foram cumpridos, sendo eles: regularização da representação do X no Brasil, bloqueio de nove perfis que tinham ordens de suspensão e o pagamento das multas por descumprir diversas decisões judiciais no valor de R$ 18,3 milhões.

Para regularização da plataforma no Brasil, a advogada Rachel Villa Nova Conceição foi nomeada, e a documentação da Junta Comercial comprovando o vínculo já foi entregue ao STF. As ordens de suspensão dos nove perfis, incluindo o do senador Marcos do Val, foram emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados do X declaram que a petição, assinada pelos advogados Fabiano Robalinho Cavalcanti e Caetano Berenguer (Bermudes Advogados), André Zonaro Giacchetta e Daniela Seadi Kessler (Pinheiro Neto Advogados) e Sérgio Rosenthal (Rosenthal Advogados Associados), fornece o cumprimento integral das demandas de Moraes.


https://bsky.app/profile/poptime.space/post/3l5545z3tro2d
Liberação do X no Brasil segue sendo analisada (Vídeo: reprodução/Bluesky/@poptime.space‬)


Outro ponto que deverá ser tratado por Moraes, e que deixou de ser mencionado na petição, foi a volta do X durante cerca de um dia no Brasil, que ocorreu por meio de um artifício utilizado, na qual uma nova suspensão foi declarada pelo ministro, mediante uma pena diária de R$ 5 milhões. Segundo interlocutores da empresa, como a multa não foi formalizada, não está claro se de fato será aplicada.

Estando tudo correto, Moraes pode determinar que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) restabeleça o acesso da plataforma.

Anatel e Polícia Federal no caso do X

Foi mostrado pelo O GLOBO que o STF recebeu os relatórios sobre o acesso a rede social X após o bloqueio, pela Anatel e a Polícia Federal (PF).

O X passou por uma mudança em seu endereço eletrônico, que permitiu livre acesso no Brasil, quando a plataforma voltou durante algumas horas. Foi relatado pela Anatel, em documento, que o bloqueio total foi retomado pelas operadoras notificadas.

A Polícia Federal declarou ao STF sobre as medidas que estão sendo adotadas para identificação dos casos de acesso vedado por decisão de Moraes, para que uma eventual multa seja aplicada.

A identidade dos usuários que acessaram a plataforma de forma irregular foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e autorizada por Moraes no dia 16 de setembro.

O GLOBO apresentou que, depois do STF ter pedido que o PF investigasse os casos de acesso do X, a PGR estabeleceu as condutas a serem ponderadas para uma futura punição. O foco é naqueles que continuam a propagar discursos de ódio em suas postagens e fake news, como as que podem afetar as eleições.

Operação da PF prende suspeitos de espalharem fake news em período eleitoral no Rio

Uma operação da Polícia Federal, prendeu nesta quinta-feira (12), quatro suspeitos de espalharem fake news durante o período eleitoral. A Operaçào Teatro Invisível combatia a disseminação de fake news em eleições municipais no Rio de Janeiro. 

Segundo a própria polícia, o grupo teria propagado fake news sobre candidatos desde 2016 e teria influenciado as disputas de pelo menos 13 prefeituras no estado.


Operação da PF contra fake news (Vídeo: reprodução/Youtube/SBT News)

Mandados de busca e apreensão

Os mandados eram: 4 de prisões preventivas e outros 15 de busca e apreensão. Além dos mandatos, também foi feito o bloqueio judicial de R$ 1 milhão em bens para os investigados, decisão do juiz Bruno Rulière. 

Bernard Rodrigues Soares foi um dos presos e era presidente municipal pelo União Brasil em São João de Meriti, município na região metropolitana do Rio. Outros 3 homens foram presos, mas as equipes de defesa de todos os presos ainda não se pronunciaram.

Grande parte do grupo investigado e preso reside na região de São João de Meriti e para o cumprimento de um dos mandados na Baixada Fluminense a Polícia Federal deslocou um blindado. 

Pagamento de atores

A Polícia Federal informou que por meio das investigações, foi apurado que a organização criminosa teria desenvolvido um esquema complexo e lucrativo com base na contratação de pessoas que influenciaram o processo eleitoral de diversos municípios. 

Também foi descoberto que os líderes dessa organização criminosas seriam pessoas que ocuparam funções públicas em diversas cidades cariocas. O método de ação era que as pessoas contratadas se infiltraram em lugares com grande aglomeração de pessoas, como pontos de ônibus, filas, padarias, mercados, e difundia informações falsas sobre o candidato rival. 

O trabalho incluia um relatório diário contendo a quantidade de pessoas que teriam sido abordados, número de votantes em cada um dos candidatos e quantos eleitores teriam sido “convencidos” pelos atores. Cada um dos contratados ganhava R$ 2 mil mensais para a função. 

Os suspeitos são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos, utilização de laranjas, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e prescrições penais sobre a divulgação de notícias falsas, previstas no Código Eleitoral.