O cantor sertanejo Zezé Di Camargo recebeu ao menos R$ 20,044 milhões em verbas públicas para a realização de shows ao longo de 2025, segundo levantamento obtido pelo jornalista Gabriel Vaquer, da coluna Outro Canal, do portal F5. Os recursos foram destinados por meio de 42 contratos firmados com prefeituras, viabilizados por portarias do Governo Federal durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os cachês pagos ao artista variaram conforme o município contratante, com valores de até R$ 600 mil por apresentação. O maior pagamento foi feito pela prefeitura de Fazenda Rio Grande, no interior do Paraná, para um show programado para setembro de 2025. A maioria das contratações ocorreu nas regiões Sul e Centro-Oeste, com participações pontuais no Nordeste.
Goiás, estado natal de Zezé Di Camargo, concentrou o maior número de contratos, com dez apresentações em cidades do interior. O Paraná aparece na sequência, também com dez shows. Mato Grosso e Minas Gerais registraram cinco apresentações cada, enquanto o Nordeste contabilizou três eventos, sendo dois em Pernambuco e um em Sergipe. Procurada, a assessoria do cantor não respondeu até a última atualização.
Polêmica envolvendo o SBT
A série de controvérsias envolvendo Zezé Di Camargo se intensificou após declarações do cantor sobre a presença do presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na inauguração do SBT News. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o artista criticou a postura institucional da emissora e fez comentários direcionados às filhas de Silvio Santos, acionistas do canal.
Após a repercussão, o SBT decidiu cancelar a exibição do especial de fim de ano “Natal é Amor”, protagonizado por Zezé Di Camargo, que estava previsto para ir ao ar em dezembro. Em comunicado oficial, a emissora informou que a decisão foi tomada após avaliações internas e não detalhou os critérios adotados.
Pronunciamento de Zezé Di Camargo (Vídeo: reprodução/Instagram/@zezedicamargo)
Cancelamentos após polêmica anti-Lula
Além do cancelamento do especial televisivo, a polêmica teve reflexos em contratos de shows financiados com recursos públicos. Um dos casos ocorreu em São José do Egito, no interior de Pernambuco, onde a prefeitura rescindiu o contrato para uma apresentação prevista para janeiro de 2026, com cachê de R$ 500 mil oriundo de verba federal.
Em nota, o prefeito Fredson Brito (Republicanos) afirmou que a decisão teve como objetivo evitar que o município fosse associado a controvérsias de caráter individual. Segundo ele, a administração municipal optou por preservar a imagem da cidade e anunciou a contratação de outra atração para o evento.
