A Anvisa determinou nesta quinta-feira o recolhimento imediato de diversos lotes de sabões líquidos da marca Ypê após a contaminação de bactéria Pseudomonas aeruginosa, responsável por causar infecções especialmente em pessoas imunossuprimidas. A decisão, que suspende a venda, o uso e a distribuição dos lotes contaminados em todo o país, foi tomada após análises laboratoriais confirmarem a presença do microrganismo em produtos das linhas Ypê Express, Tixan Ypê e Ypê Power Act.
Lotes contaminados e abrangência do recolhimento
A resolução publicada pela Anvisa lista diversos lotes distribuídos em escala nacional que ainda podem estar disponíveis tanto em supermercados quanto nas casas dos consumidores. Na linha Lava Roupas Líquido Ypê Express, foram identificados como contaminados os lotes 170011, 220011, 203011 e outros que constam no documento oficial. Esses produtos estão entre os mais vendidos da marca e possuem ampla circulação no varejo, o que aumenta a preocupação da agência em relação ao alcance da contaminação e à necessidade de comunicação rápida ao público.
Além disso, os testes também apontaram irregularidades em outras linhas da fabricante. No caso do Tixan Ypê, os lotes 254031 e 193021 entraram na lista de suspensão imediata. Já na linha Ypê Power Act, os lotes 190021, 223021 e 228031 foram confirmados como contaminados e, por isso, tiveram sua comercialização proibida em todo o território nacional. A Química Amparo, responsável pela produção, foi orientada a realizar o recolhimento imediato nos pontos de venda e centros de distribuição, garantindo que as unidades sejam retiradas rapidamente das prateleiras até que a situação seja completamente normalizada.
Por que a bactéria preocupa
A contaminação por Pseudomonas aeruginosa é considerada grave, principalmente por se tratar de uma bactéria altamente resistente e capaz de sobreviver em ambientes úmidos e em superfícies que entram em contato frequente com a pele. Embora em pessoas saudáveis os efeitos possam ser leves, como irritações cutâneas, o risco aumenta significativamente em indivíduos com sistema imunológico comprometido, como idosos, pacientes hospitalizados, transplantados e pessoas em tratamento de câncer. Nessas populações, a bactéria pode causar infecções respiratórias, urinárias e até quadros sistêmicos graves. A Anvisa reforça que, mesmo com a diluição do produto no uso doméstico, não há segurança garantida quando a contaminação é confirmada.
O posicionamento da fabricante
Após a notificação, a Química Amparo divulgou uma nota informando que segue padrões rigorosos de controle interno e que adotará todas as medidas determinadas pela Anvisa. A empresa afirmou que a contaminação foi identificada por análises externas e que apenas os lotes mencionados sofreram impacto. A marca também informou que está realizando o recolhimento voluntário e que consumidores poderão solicitar a troca das unidades afetadas. A companhia destacou ainda que está conduzindo uma investigação interna para identificar a origem da contaminação e evitar que situações semelhantes ocorram novamente.
O que os consumidores devem fazer
A recomendação para quem tem os produtos é cessar o uso imediatamente e verificar o número do lote na embalagem. Se a unidade estiver entre os lotes suspensos, o cliente deve contatar o SAC da Ypê para pedir a troca ou obter outras instruções. A Anvisa solicita que os usuários verifiquem as instruções oficiais antes de descartar os produtos, pois é dever da empresa recolher e destinar corretamente os itens contaminados.
Importância da fiscalização e impacto para o mercado
A decisão da Anvisa ressalta a importância fundamental da vigilância sanitária na preservação da saúde pública. Produtos de limpeza amplamente consumidos, apesar de sua ampla circulação e histórico de confiança, podem oferecer riscos quando há falhas na produção. Esta forma de ocorrência destaca a relevância de processos de fiscalização constantes e análises laboratoriais independentes, bem como a necessidade de estabelecer canais de comunicação eficientes com a população. O incidente deve levar o mercado a revisar internamente seus padrões de qualidade, além de reforçar as práticas de rastreamento e transparência em toda a cadeia de produção.
