AIDS registra queda de mortes de 13% no Brasil

Nesta segunda-feira (1), foi publicado no site oficial do governo: gov.br, na seção Boletim Epidemiológico. Esse boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil registrou uma queda nos números de mortes por AIDS de 13% entre os anos de 2023 e 2024, o que resultou no menor número dos últimos 30 anos.

Esses números são um reflexo dos avanços tecnológicos e dos cuidados adotados nos últimos anos. Analisando os dados, as mortes por AIDS passaram de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024, representando o menor registro das últimas três décadas. Outra queda importante foi nos diagnósticos de AIDS, que, no mesmo período, reduziram 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil em 2024,  o que tem uma ótima repercussão, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Motivos da queda de mortes por AIDS nos últimos anos

O ministro da Saúde afirmou que esses números de queda divulgados neste mês são significativos — dezembro é o mês oficial da luta contra o HIV e a AIDS, e 1° de dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS. Padilha afirma que esses dados são muito importantes para demonstrar que este é o caminho indicado para manter e alcançar o menor número de mortes por AIDS dos últimos 32 anos, o que é extremamente relevante.


Post sobre a importância dos cuidados a Aids e celebração de conquistas históricas (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Alexandre Padilha afirma que esses números demonstram o trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem oferecido gratuitamente alta tecnologia, utilizando o que há de mais moderno na prevenção, diagnóstico e tratamento. O ministro da Saúde também destacou que os avanços tecnológicos permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical, ou seja, quando se impede que uma doença seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação, o que era um grande problema de saúde pública.

Uma diminuição significativa dos casos materno-infantil

Quando é analisado o componente materno-infantil, o país registrou uma queda significativa de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). Esses dados reafirmam o que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou sobre como os avanços tecnológicos, aliados ao SUS, impactaram na diminuição desses casos.

O início tardio da profilaxia neonatal — ou seja, iniciar o tratamento preventivo do recém-nascido somente depois do tempo ideal, geralmente nas primeiras horas ou dias de vida, quando o ideal seria iniciar imediatamente após o nascimento — caiu 54% dos casos, demonstrando melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades.


Post sobre o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


O Brasil atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, um número significativo. Além disso, Padilha afirma que todas as gestantes recebem testes para HIV e que também é oferecido tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Assim, como consequência, houve a eliminação da transmissão vertical, que era um grande problema de saúde pública — ou seja, quando se impede que a AIDS seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. Em território nacional, a taxa se manteve abaixo de 2%, e a incidência da infecção em crianças ficou abaixo de 0,5 casos por mil nascidos vivos.

Para concluir, em 2024 foram contabilizadas no Brasil 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou AIDS. É muito importante adotar todos os cuidados possíveis e buscar ajuda médica sempre que necessário.

Projeto que torna adulteração de bebidas crime hediondo é aprovado pela Câmara

Em sessão no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (29), foi aprovado de forma simbólica o projeto de lei que torna a adulteração de bebidas e produtos alimentícios um crime hediondo. Serão considerados os casos onde houver morte ou lesão corporal graves.

O projeto foi aprovado após o surto de casos de mortes e intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no estado de São Paulo e em outros estados. Atualmente, 58 casos foram confirmados e outros 44 estão sob investigação pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 15 mortes foram relacionadas à intoxicação por metanol em todo o país.

O projeto de lei

No texto aprovado pela Câmara, em casos de morte por adulteração de bebidas e produtos alimentícios, a pena para quem cometer o crime pode chegar a 15 anos de reclusão. Para casos de lesão corporal grave, a pena pode variar de 4 a 6 anos, com possibilidade de multa. O projeto foi aprovado de forma simbólica pela Câmara, isso é, não teve contabilização de votos e agora segue para aprovação do Senado Federal.


Ação de fiscalização de bebidas alcoólicas em Curitiba (Foto: reprodução/Valquir Kiu Aureliano/Prefeitura de Curitiba)

O assunto tem tramitado na Câmara desde 2007 e estava parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo resgatado recentemente por conta do número de casos obtidos por intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas em vários estados. A proposta foi feita pelo deputado Kiko Celeguim, do PT, do estado de São Paulo. Ainda no projeto, é prevista a criação de um sistema nacional para rastrear a produção de bebidas alcoólicas, alimentos e produtos de cosméticos e limpeza também, considerados “sensíveis” em suas regulamentações. 

Casos de metanol

Em uma atualização do Ministério da Saúde, mais 58 casos foram confirmados no Brasil, sendo o maior número em São Paulo, com 44 casos confirmados. Os estados de Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Tocantins também registraram casos confirmados. 

O número de óbitos subiu para 15, sendo 9 somente no estado de São Paulo. Casos suspeitos de intoxicação ou mortes por metanol estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde, que continua com a fiscalização em conjunto com a Polícia Federal e lideranças dos estados afetados. 

Lula sanciona lei mais rigorosa contra a venda de álcool para menores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última terça-feira (7) a Lei  15.234/2025, referente ao aumento penal para quem vende, fornece, serve ou entrega bebidas alcoólicas para menores de idade. Esta medida altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), visando combater o consumo de álcool entre os jovens brasileiros.

Da publicação

Publicada no Diário Oficial da União na data de ontem, quinta-feira (8), a alteração determina que a penalidade, antes de 2 a 4 anos de detenção, poderá ser aumentada em um terço, chegando a até 6 anos, caso o menor consuma a bebida. A medida tem como justificativa o entendimento de que a entrega de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes pode ter sérias consequências para a saúde mental e física desta parcela da população.


Publicação sobre a sanção da Lei 15.234/2025 (Foto: reprodução/X/@thim3108)

O departamento de comunicação oficial da Presidência explicou que, com esta alteração, o juiz poderá avaliar os prejuízos causados pelo consumo do álcool, aumentando a punição para aqueles que contribuírem efetivamente para o não solucionamento deste problema. A ampliação das punições faz parte de um pacote de políticas públicas do governo federal visando fortalecer o controle social sobre o acesso da população infantojuvenil ao álcool.

Consumo excessivo

Estudos recentes realizados por diversos institutos relacionados ao assunto indicam que o consumo de álcool entre adolescentes tem aumentado significativamente no Brasil, enquanto em outras partes do mundo houve redução. Por esse motivo, a alteração no ECA demonstra uma preocupação mais ampla com os riscos associados ao uso precoce de substâncias que podem causar dependência física e psíquica no consumidor.

Outra pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, denominada de Vigitel, cuja função é a de, também, monitorar o consumo de álcool e drogas pela população brasileira, atrelou o consumo excessivo de álcool e tabaco a doenças crônicas. Dessa forma, a penalização mais rigorosa para quem facilita o consumo destas substâncias, sobretudo na população mais jovem, com Leis que coíbem tais práticas, é um problema de segurança nacional, mas, também, de saúde pública.

 

PF vai investigar envolvimento de crime organizado nos casos de bebidas com metanol

O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski realizou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30)  afirmando que a Polícia Federal (PF) irá investigar o envolvimento do crime organizado com os casos de adulteração de bebidas alcoólicas com metanol em todo o estado de São Paulo, onde já foram registradas três mortes ligadas a intoxicação. 

Na coletiva feita em Brasília, com detalhes apurados com exclusividade pela CNN Brasil, o ministro disse que o objetivo da investigação é verificar a origem da substância encontrada nas bebidas e a rede de distribuição das bebidas adulteradas. 

Envolvimento do crime organizado

As suspeitas do envolvimento do crime organizado nos casos de intoxicação por metanol já foram levantadas no último domingo (28), onde Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgou uma nota ao público levantando a suspeita da ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na adulteração das bebidas, a suspeita foi levantada porque o metanol encontrado nas bebidas também é usado na adulteração de combustíveis.


Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 30 (Foto: reprodução/José Cruz/Agência Brasil)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que recebeu até o momento dezesseis notificações de pessoas com suspeita de intoxicação por metanol, sendo seis dos dezesseis casos confirmados, todos no estado de São Paulo. Ao todo, três mortes por intoxicação de metanol foram confirmadas. 

Ações preventivas

Na reunião feita nesta quarta, que envolveu os ministros da Justiça, da Segurança Pública e órgãos voltados para a proteção da saúde pública e dos consumidores, ficou decidido que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) deverá emitir um alerta aos Procons, órgãos de proteção ao consumidor, com orientações para os consumidores, que seriam para segurança do consumo e comercialização.

Com o monitoramento do Sistema de Alerta Rápido, que continua rastreando os novos casos, o Ministério da Saúde vai se responsabilizar pelos cuidados dos afetados pela intoxicação, garantindo o atendimento em todos os postos de saúde e um protocolo para notificação de intoxicação por metanol, para a continuidade no rastreamento e registro de casos. Por fim, o Ministério da Agricultura ficará responsável por possíveis ações de fiscalizações das bebidas alcoólicas comercializadas e distribuídas em território nacional. 

São Paulo confirma primeiro caso de gripe aviária em 2025 em ave migratória

O primeiro caso de gripe aviária de 2025 em São Paulo foi confirmado nesta sexta-feira (13). A infecção ocorreu em uma ave silvestre — uma marreca-caneleira — encontrada em Diadema, na Região Metropolitana. O animal apresentava sintomas respiratórios e neurológicos, além de letargia e dificuldade para voar.

A ave foi isolada e testada, assim comprovando o resultado positivo para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, conforme informado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP). O caso não tem relação com granjas comerciais nem com a produção de alimentos.

Estado reforça que não há riscos para consumo de carne e ovos

A Secretaria de Agricultura de São Paulo informou que o episódio não altera o status sanitário do estado nem impacta as exportações. As autoridades também afirmam que não há risco à população ou à cadeia produtiva de carne e ovos, já que se trata de uma ave silvestre.

Também não há registros da doença em humanos. As Equipes da Defesa Agropecuária farão vigilância na área e garantem que não há estabelecimentos de criação de aves num raio de 10 km do caso.


Entenda o que é a gripe aviária (Vídeo/YouTube/CNN Brasil)

Câmara reage a avanço da gripe aviária

A Câmara dos Deputados agilizou dois projetos de lei para conter a gripe aviária após o registro do primeiro caso da doença em granja comercial no Rio Grande do Sul. Logo, a votação simbólica aprovou o regime de urgência. Enquanto isso, um novo foco foi detectado em Mato Grosso, mas em criação doméstica.

O Ministério da Agricultura reforça que as exportações seguem seguras e que medidas sanitárias foram intensificadas nas áreas afetadas.

População deve evitar contato com aves doentes

O governo recomendou que ninguém toque em aves com sinais clínicos como letargia, dificuldade de locomoção ou comportamento anormal. A infecção humana ocorre principalmente por contato direto com animais contaminados.

A Secretaria Estadual da Saúde acompanha o caso com outras pastas e já ativou o plano de contingência para possíveis infecções humanas.


Governo lança vacina brasileira contra dengue no SUS

O governo federal anunciou a incorporação da primeira vacina 100% brasileira contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026. Desenvolvida pelo Instituto Butantã, a vacina será destinada a pessoas de 2 a 59 anos e será produzida em larga escala para atender a demanda nacional.

A vacina, que demonstrou eficácia de até 89,2% contra formas graves da dengue, será fabricada em território nacional, reduzindo a dependência de importações. Com isso, o Brasil pretende expandir a cobertura vacinal e combater o avanço da doença, que registrou aumento significativo de casos nos últimos anos.


Vacina em dose única contra dengue (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Produção nacional e parceria internacional viabilizam o imunizante

A vacina contra a dengue foi desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com a empresa chinesa WuXi Biologics. O projeto contou com anos de pesquisa e um processo rigoroso de testes clínicos para garantir a segurança e a eficácia do imunizante. Durante as fases de estudo, a vacina apresentou resultados promissores, com taxas de proteção que variam entre 79,6% e 89,2%, dependendo do tipo de manifestação da doença.

Para garantir a produção em larga escala, o governo investiu R$ 1,26 bilhão no Butantã, permitindo a fabricação de 60 milhões de doses por ano. O objetivo é atender a população de forma ampla, garantindo que a vacina esteja acessível em todo o país por meio da rede do SUS. Além disso, a fabricação nacional reduzirá a dependência do Brasil de imunizantes importados, fortalecendo o setor de biotecnologia e inovação do país.

Eficácia e abrangência da nova vacina

A vacina do Butantan é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, algo essencial para o controle da doença no Brasil. Durante os testes, os pesquisadores verificaram que o imunizante não apenas reduz as chances de infecção, mas também minimiza os riscos de agravamento nos casos confirmados.

Os estudos clínicos demonstraram que a vacina é altamente eficaz na prevenção de formas sintomáticas da dengue, reduzindo em quase 80% os casos leves da doença. Quando se trata das manifestações mais graves, que podem levar à hospitalização ou até à morte, a eficácia chega a 89,2%. Esses índices tornam a nova vacina uma aliada fundamental no combate à dengue, que já provocou epidemias severas no Brasil nos últimos anos.

A expectativa é que, com a ampla distribuição do imunizante pelo SUS, o impacto da dengue no sistema de saúde diminua significativamente. Especialistas alertam que, embora a vacina seja uma ferramenta poderosa, a prevenção da doença deve continuar sendo reforçada por meio do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Perspectivas e impacto da imunização na saúde pública

A incorporação da vacina brasileira contra a dengue no SUS marca um momento histórico para a saúde pública no país. Atualmente, a única vacina disponível no sistema público é a Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda e aplicada apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Com o novo imunizante do Butantã, a cobertura vacinal será ampliada para pessoas de 2 a 59 anos, garantindo uma proteção mais abrangente para a população.

A dengue tem sido um desafio crescente para o Brasil, com surtos frequentes e aumento do número de casos graves. Em 2024, diversas cidades brasileiras enfrentaram crises sanitárias devido à alta incidência da doença, pressionando hospitais e sobrecarregando o sistema de saúde. A introdução da nova vacina busca reduzir essas ocorrências e diminuir os custos hospitalares associados às complicações da dengue.


Casos de dengue no Brasil aumentaram significativamente nos últimos anos, reforçando a necessidade da vacinação (Foto: reprodução/Agência Brasil)

Além do impacto direto na prevenção da doença, o projeto reforça a capacidade do Brasil de desenvolver e produzir imunizantes de alta tecnologia. O Butantã já é responsável por outras vacinas essenciais no país, e a nova vacina contra a dengue representa mais um passo na consolidação do Brasil como referência na produção de biológicos para a América Latina.

Outros investimentos na área de imunização

O anúncio da vacina contra a dengue faz parte de uma estratégia mais ampla do governo para fortalecer o setor de imunização no Brasil. Além da produção do novo imunizante, o Instituto Butantan também trabalha no desenvolvimento de vacinas contra outras doenças emergentes, como a gripe aviária e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por infecções graves em bebês e idosos.

Outro avanço significativo foi o acordo para ampliar a fabricação de insulina no país, reduzindo os custos para pacientes com diabetes e fortalecendo o parque industrial da saúde. Essas medidas fazem parte de um esforço contínuo para garantir o acesso da população a medicamentos essenciais, reduzindo a vulnerabilidade do Brasil em relação à importação de insumos médicos e farmacêuticos.

Com a introdução da vacina contra a dengue e outros investimentos na área da saúde, o governo espera consolidar uma rede de imunização mais robusta, capaz de responder de forma mais eficiente a surtos e epidemias. A ampliação da cobertura vacinal e o fortalecimento da produção nacional representam passos fundamentais para a autonomia do Brasil no setor de biotecnologia.

Instituto Butantan inicia produção de vacina contra dengue em São Paulo

O Instituto Butantan começou a fabricar as primeiras doses da vacina contra a dengue em São Paulo. A expectativa é produzir 1 milhão de doses neste ano e alcançar 100 milhões até 2027. Em dezembro de 2024, o Butantan concluiu o envio dos documentos necessários para a submissão do registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualmente analisa o material sem prazo definido para conclusão.

A vacina Butantan-DV, desenvolvida ao longo de décadas, apresentou eficácia geral de 79,6% e proteção de 89% contra casos graves da doença. Se aprovada, será a primeira vacina contra a dengue no mundo administrada em dose única, oferecendo proteção contra os quatro sorotipos do vírus para indivíduos entre 2 e 60 anos.


Instituto Butantan iniciou a produção dos imunizantes contra dengue (Vídeo: Reprodução / YouTube / CNN)

Produção e inovação tecnológica

A fabricação da vacina Butantan-DV está sendo realizada no “prédio da dengue”, uma instalação especializada dentro do Instituto Butantan, em São Paulo. As primeiras doses começaram a ser produzidas em janeiro de 2025, com previsão de fabricação de 1 milhão de unidades até o final do ano. Em um futuro próximo, a capacidade de produção deve alcançar 100 milhões de doses anuais, tornando o Brasil um dos maiores produtores mundiais de vacinas contra dengue.

O processo de produção inclui a preparação da vacina em forma líquida, que será envasada em frascos esterilizados. Posteriormente, ela passará por um processo de liofilização, transformando-se em pó. Essa tecnologia facilita o transporte e a conservação, garantindo que o imunizante chegue em perfeito estado às unidades de saúde em todo o Brasil. Antes da aplicação, o pó será reconstituído para injeção intramuscular, assegurando a eficácia da proteção.

Aprovação pela Anvisa e impacto na saúde pública

A vacina está em fase de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em dezembro de 2024, o Instituto Butantan finalizou o envio de toda a documentação necessária para a submissão do registro. O processo está em andamento, mas ainda não há um prazo estabelecido para a aprovação. Especialistas do Butantan ressaltam que, uma vez autorizada, a vacina será a primeira no mundo administrada em dose única para dengue, garantindo praticidade e alta cobertura populacional.

O impacto na saúde pública promete ser significativo. Em 2024, o Brasil registrou mais de 2 milhões de casos de dengue apenas no estado de São Paulo, resultando em mais de 2.000 mortes. A introdução de um imunizante eficaz é essencial para conter a proliferação da doença, especialmente em áreas endêmicas. Além de reduzir os casos graves, a vacina poderá diminuir as hospitalizações, desafogando o sistema de saúde.

Surto de dengue em São Paulo, 21 cidades decretam estado de emergência

Na primeira semana de janeiro deste ano, o estado de São Paulo enfrenta uma grave crise na saúde pública. Com um aumento significativo nos casos de dengue. Em 21 municípios, o estado de emergência foi decretado, com 7.201 casos da doença registrados. O aumento de casos em relação ao período homólogo é de 9,45%. A ampliação de contaminação da doença é alarmante e exige ação urgente. Além de ser essencial a colaboração da população para conter o avanço de proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

Municípios em situação de emergência

Entre as cidades decretaram emergência estão Dirce Reis, Espírito Santo, Estrela D’Oeste, Glicério. Guarani D’Oeste, São José do Rio Preto, São José dos Campos, entre outras cidades paulistas. Com a declaração de estado de emergência é necessário agilidade nas medidas de combate à dengue. Os municípios podem receber recursos adicionais para ajudar nas ações de prevenção. Em São José do Rio Preto, por exemplo, o governo municipal iniciou uma força-tarefa para limpeza de áreas públicas e combate a focos do mosquito transmissor.


A Prefeitura, junto da Secretária de Saúde, realizou nebulização com inseticida no Parque Cidade Nova, em Mogi Guaçu, São Paulo (Foto: reprodução/instagram/@prefeituramogiguacu)

Recomendações à população

As autoridades de saúde reforçam sobre a importância de eliminar criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada, sendo necessária limpeza regular das residências e cuidados para evitar a proliferação do mosquito. Além de enfatizarem que medidas preventivas sejam adotadas, como uso de repelentes e roupas que cubram o corpo. Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo e manchas vermelhas na pele, a orientação é procurar atendimento médico em uma unidade de saúde. Portanto, a mobilização da população é fundamental para conter o aumento de casos e evitar complicações decorrentes da doença.

Medicamento para emagrecimento será disponibilizado na rede pública

A prefeitura do Rio de Janeiro iniciou estudos para viabilizar o uso do medicamento Ozempic no tratamento da obesidade. O prefeito da cidade fez promessas relacionadas ao fornecimento do fármaco e à destinação de recursos específicos para o da obesidade. A iniciativa visa ampliar o acesso à medicação que tem gerado resultados positivos em diversas partes do mundo.

Onde será aplicado

A aplicação do Ozempic será realizada nas clínicas da família, com previsão de início para 2026. O secretário municipal de saúde ressaltou que apenas pacientes que já estão sob acompanhamento médico nas clínicas da família poderão utilizar o medicamento, e somente se o profissional responsável pelo caso avaliar que o tratamento é adequado. O uso será autorizado exclusivamente com a orientação de um médico familiar.


Mulher tirando medidas com um profissional da saúde (Foto: Reprodução/x/g1)

As pesquisas sobre o fornecimento da Semaglutida, substância ativa do Ozempic, começaram no início de 2025, com previsão de que os resultados da análise sejam apresentados dentro de 90 dias. A prefeitura também está em negociações com a empresa dinamarquesa Novo Nordisk, produtora do medicamento, com o objetivo de discutir a possibilidade de quebra de patente para reduzir os custos e tornar a medicação mais acessível à população.

Como funciona

A Semaglutida já é autorizada no Brasil e funciona de várias formas: diminui o apetite, atrasa o esvaziamento gástrico, reduz a produção de glicose, estimula a liberação de insulina e retarda o movimento intestinal. Esses efeitos fazem com que os pacientes se sintam mais saciados, o que pode resultar em emagrecimento.

Efeitos colaterais

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão as náuseas e os vômitos, que geram a crença de que o medicamento contribui para a perda de peso. Embora o Ozempic não seja considerado viciante, algumas pessoas podem sentir dificuldade em interromper o uso, temendo o retorno do peso perdido, mesmo sem depender quimicamente da substância.

EUA sugere uso de medicamentos para diabetes no tratamento da obesidade, impulsionando ações

O governo dos Estados Unidos sugeriu que medicamentos desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2 sejam agora também utilizados no combate à obesidade. Essa proposta inclui a ampliação do acesso a esses remédios através dos programas de saúde pública Medicare e Medicaid, que atendem milhões de americanos. A ideia é que, além de ajudar no controle do diabetes, esses medicamentos possam auxiliar no tratamento da obesidade, uma condição frequentemente associada ao aumento de risco de outras doenças.

O governo busca oferecer uma alternativa terapêutica mais acessível para pessoas com obesidade, especialmente aquelas de baixa renda. A medida tem o potencial de melhorar a saúde pública e reduzir custos associados a complicações de saúde derivadas da obesidade. A proposta também reflete uma abordagem mais integrada e preventiva no sistema de saúde americano, considerando o impacto crescente da obesidade no país.


Medicamento da marca Novo Nordisk adquirido em uma farmácia (Foto: reprodução/ Bloomberg / Colaborador/ Getty Images Embed)


Ações sobem

Após a proposta de Biden, a Novo Nordisk, uma das principais fabricantes desses medicamentos, viu suas ações subirem quase 3% durante o pico do dia na bolsa de Copenhague, fechando com uma valorização de 1,8%. Por outro lado, a Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, encerrou a sessão com uma alta de 4,54%.

Segundo comunicado da Casa Branca:

“Nos últimos anos, houve grandes avanços científicos no tratamento da obesidade, com a introdução de novos medicamentos que salvam vidas. Esses medicamentos contra a obesidade podem ajudar a prevenir o desenvolvimento do diabete tipo 2”.

Tratamentos mais acessíveis

Os tratamentos para obesidade, como os medicamentos propostos pelo governo dos EUA, são muito caros e se tornam inacessíveis para muitas pessoas. Sem cobertura de seguro, o custo desses remédios pode chegar a US$ 1 mil (R$ 5,8 mil) por mês. No entanto, caso as novas regras propostas sejam aprovadas, o programa Medicare, que atende cerca de 3,4 milhões de americanos, passaria a cobrir esses medicamentos. Com a aprovação, os custos diretos para os pacientes poderiam ser reduzidos em até 95%, tornando os tratamentos mais acessíveis para os beneficiários do programa. Isso representaria uma grande melhoria no acesso a medicamentos essenciais, especialmente para pessoas de baixa renda.