Imprensa internacional repercute decisão do STF que torna Bolsonaro réu

O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu por envolvimento em um plano de golpe de Estado em 2022, após decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (26). O caso teve grande repercussão na mídia internacional.

A notícia foi destaque em grandes veículos de relevância internacional. O jornal norte-americano The New York Times traçou um paralelo entre os atos de 8 de janeiro no Brasil e a invasão do Capitólio nos Estados Unidos, afirmando que “a decisão marca um esforço significativo para responsabilizar o Sr. Bolsonaro pelas acusações de que ele tentou efetivamente desmantelar a democracia brasileira ao orquestrar um amplo plano para dar um golpe”.


Reportagem do jornal “The New York Times” sobre decisão do STF de tornar Bolsonaro réu (Foto: reprodução/ The New York Times)

O jornal também destacou a relação do ex-presidente Bolsonaro com o atual presidente norte-americano Donald Trump, mencionando que Bolsonaro aposta no apoio de Trump ao buscar asilo político nos EUA. Além disso, o NYT mencionou o processo movido pelo grupo de mídia de Trump contra o ministro do STF Alexandre de Moraes:

“No mês passado, poucas horas depois de promotores brasileiros indiciaram Bolsonaro, a empresa de mídia de Trump processou o juiz Moraes, que supervisiona o caso, em um tribunal federal dos EUA, acusando-o de censurar ilegalmente vozes de direita nas redes sociais.”
Ana Ionova

Outros veículos internacionais destacam o caso

A decisão do STF também foi repercutida por veículos de diversos países. O jornal espanhol El País destacou na primeira página de seu site que “não é incomum que um ex-presidente seja acusado ou julgado criminalmente no Brasil; o que é inédito é que ele será levado a julgamento por um golpe”.

Os jornais Clarín (Argentina), El Comercio (Peru) e Al Jazeera (Oriente Médio) também deram ênfase ao julgamento.

O The Washington Post (EUA) ressaltou a unanimidade dos ministros da Primeira Turma do STF ao aceitarem a denúncia e destacou que Bolsonaro se declara inocente. O jornal também mencionou que o ex-presidente é “conhecido por expressar nostalgia pela ditadura militar e desafiar abertamente o sistema judicial brasileiro durante seu mandato”.

O Wall Street Journal (EUA) analisou as consequências políticas do julgamento, afirmando que a decisão “deve aprofundar as tensões políticas em um país que está dividido antes da eleição presidencial de outubro de 2026, especialmente se o ex-presidente for condenado e preso”.

Decisão do STF

Na quarta-feira, o STF tornou réus Jair Bolsonaro e outros sete aliados no caso que investiga a tentativa de golpe de Estado durante e após as eleições de 2022. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, aceitou na íntegra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), sendo acompanhado pelos demais ministros da Primeira Turma: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

“Bolsonaro tentou contribuir para o meu assassinato”, diz Lula

Na noite de ontem, quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa no Japão, comentou sobre a decisão da Primeira Turma do STF que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu em cinco ações penais. Em sua declaração, Lula, enfatiza que Bolsonaro tentou dar golpe de Estado e contribuir para o seu assassinato. 

Ao ser perguntado sobre os atos praticados no dia 08 de janeiro de 2023, o presidente inicia a fala dizendo ser “presunção” fazer qualquer prognóstico sobre a decisão da Suprema Corte Brasileira. Porém entende que o STF está se baseando em meses de investigação feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. 

Na sequência, Lula faz declarações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e reitera:

“É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível, por todas as provas que ele (Jair Bolsonaro) tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente, para o assassinato do ex-presidente da justiça eleitoral brasileira”
Luiz Inácio Lula da Silva

Lula, ainda, enfatiza que: “todo mundo sabe o que aconteceu nesse país” e que não adianta Bolsonaro “fazer bravata dizendo que está sendo perseguido”.


Presidente Lula em coletiva de imprensa no Japão (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)  

Até a manhã desta sexta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado sobre as declarações do presidente Lula.

Punhal verde e amarelo

As falas do presidente, sobre a tentativa de assassinato refere-se a operação “Punhal verde e amarelo”. Segundo investigações da Polícia Federal, seria um plano para assassinar autoridades brasileiras. 

Os alvos, de acordo com a PF, seriam o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin  e o ministro Alexandre de Moraes, à época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tais assassinatos, conforme as investigações, eram uma tentativa de golpe de Estado, impedindo que Luiz Inácio Lula da Silva, tomasse posse como presidente .

A operação “Punhal verde e amarelo”, foi investigada como uma extensão da operação “Contragolpe” que investigou e prendeu militares. Entre eles, o ex-ministro de Jair Bolsonaro e militar da reserva, General Braga Netto. 

Segundo investigação da Polícia Federal, a operação sobre a tentativa de assassinato de autoridades brasileiras, possuía um plano operacional com inicio em 12 de novembro de 2022 e término em 15 de dezembro do mesmo ano. Porém a missão foi abortada. 


Operação “Punhal verde e amarelo” (Vídeo: reprodução/Youtube/@otempo)

Bolsonaro réu

Na noite de ontem, a Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Carmen Lucia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes, decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR). 

A decisão dos ministros que teve repercussão mundial, tornou os oito denunciados réus em cinco ações penais. Entre elas, tentativa de golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

O processo seguirá os trâmites legais e a data do julgamento que poderá condenar ou absolver os réus, ainda, não tem data marcada. 

Bolsonaro só será preso após condenação, conforme os ministros do STF decidiram

Após aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstrarem receios quanto a ele ser preso nesta terça-feira(25), o STF informou que o ex-presidente só iria para a prisão após a sessão do STF, caso ele fizesse algo que justifique sua prisão. Conforme o informado pelos integrantes da corte, a prisão só é configurada com o trânsito julgado do processo, quando não existe mais possibilidade de recurso. Advogados ainda perderam a esperança quanto ao processo ser suspenso.

Presença inesperada no Tribunal

A presença de Bolsonaro, no julgamento ocorrido nesta terça-feira(25), foi surpreendente para aqueles que estavam envolvidos com a audiência. A defesa do então ex-presidente, informou que ele não teve a intenção de intimidar os ministros do STF, na verdade, conforme o informado pelos advogados, ele teria ido para distanciar a ideia de que o mesmo poderia tentar fugir da situação em caso de condenação, relacionada a uma possível prisão decretada, após o desfecho das audiências que ocorreram.


Alexandre de Moraes em audiência no dia 4 de setembro de 2024 (foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)


Adiamento de julgamento gera expectativas

Na última segunda-feira(24), o ministro Luiz Fux, solicitou o adiamento do julgamento de Débora Rodrigues, que havia sido acusada de pichar a frase “perdeu, mané”, na estátua “A justiça”, que se localiza em frente da sede que se encontra o STF.

Devido a isso, os advogados responsáveis pela defesa dos cidadãos que estão sendo julgados pela possível tentativa de golpe de estado, cogitaram a possibilidade de ocorrer algo parecido nos julgamentos relacionados ao caso dos acusados nesse caso.

Acusados

Com Bolsonaro existem mais 7 pessoas que estão sendo julgados nessa situação, entre eles estão:

  • Alexandre Ramagem (ex-diretor de Abin);
  • Anderson Torres (ex-ministro da justiça);
  • Braga Netto (ex-ministro da casa civil e da defesa)
  • Almir Garnier (ex-comandante da marinha)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do exército)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)

Após se tornarem réus, Bolsonaro e os demais listados acima serão julgados em data a ser definida.

STF: Jair Bolsonaro e mais sete denunciados viram réus por tentativa de Golpe de Estado

Na tarde desta quarta-feira (26), os ministros do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade,  tornaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais outros sete denunciados réus em ação penal por tentativa de golpe de Estado e mais outras quatro ações.

A Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes, decidiu em votação presencial em plenário. As votações ocorreram em três sessões: duas na data de ontem (25) e uma na manhã de hoje (26).


Bolsonaro réu: Zanin termina julgamento; STF aceita denúncia contra ex-presidente e mais sete (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)

A denúncia contra os acusados foi apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR), representada pelo procurador Paulo Gonet 

Com o aceite da denúncia, tornaram-se réus: Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Almir Garnier, Alexandre Ramagem, Mauro Cid e Jair Bolsonaro. 

Considerados pelos ministros como “núcleo 1” da ação, os réus responderão por: golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e grave ameaça contra o patrimônio da União.

Cabe agora análise da Suprema Corte, formada por onze ministros, que decidirão pela absolvição dos réus ou não.  

A Votação 

O primeiro a votar foi o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que destacou em sua fala as cenas de violência realizadas no dia 08 de janeiro de 2023. Destacando “indícios de crime e materialidade” na denúncia apresentada pela PGR relacionados ao ex -presidente Jair Bolsonaro e aos demais denunciados. 

“Há indícios razoáveis de recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República, que aponta Jair Messias Bolsonaro como líder da organização criminosa (…)” Ministro Alexandre de Moraes

Em sua fala, Moraes apresentou, ainda, um vídeo com cenas de destruição e incêndios, segundo ele ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, e ressaltou: “Essas imagens não deixam dúvida da materialidade dos delitos.” 

Os demais ministros seguiram e acompanharam as falas de Moraes no aceite da denúncia.

Manifestação nas redes sociais 

Após o aceite da denúncia pelo STF, nas redes sociais houve grande manifestação por parte da opinião pública, que está dividida. O assunto é um dos mais comentados na mídia local e mundial. 

No trending topics da rede X, antigo Twitter, várias hashtags contra e a favor ao ex-presidente Jair Bolsonaro estão ganhando força ao longo do dia. 

O próprio ex-presidente utilizou sua conta para criticar o processo que ele classificou como “um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política e eleitoral do país”


Publicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (Reprodução/X/@jairbolsonaro) 

O STF também utilizou a mesma rede social para publicar o aceite da denúncia.  Nas próximas semanas o processo seguirá para a “fase de instrução penal” , onde o Ministério Público e advogados de defesa poderão apresentar ou não novas provas. A partir daí, será marcada a data de julgamento para determinar pela absolvição ou condenação dos réus. 

STF julga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta terça-feira (26), o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de arquitetar uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão da Primeira Turma do STF determinará se os acusados se tornarão réus no processo.

A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta quatro núcleos de atuação na suposta trama golpista, envolvendo ex-ministros, militares e assessores do ex-presidente. Caso a corte aceite a denúncia, os investigados responderão por crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.


Sessão da primeira turma do STF analisando denúncia contra Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado (Vídeo: reprodução/YouTube/O Povo)

STF decide futuro de Bolsonaro e aliados

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal iniciou, nesta terça-feira (26), a análise da denúncia contra Jair Bolsonaro e seus aliados políticos e militares. O caso, que tem grande impacto na política nacional, pode levar o ex-presidente e seus apoiadores a se tornarem réus por tentativa de golpe de Estado.

A denúncia foi dividida em cinco partes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que identificou quatro grupos distintos na suposta articulação para impedir a posse de Lula. Entre os principais acusados estão o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, e outros seis aliados próximos do ex-presidente. As acusações incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada.

Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e seus aliados passarão à fase de instrução processual, na qual serão coletadas novas provas e depoimentos para embasar o julgamento definitivo. Se condenados, os investigados podem enfrentar penas de até 43 anos de prisão.

Defesa contesta e julgamento segue em abril

Durante a sessão, a defesa dos acusados argumentou que o STF não teria competência para julgar o caso, pois alguns dos envolvidos não possuem foro privilegiado. No entanto, a Corte rejeitou a tese, mantendo a análise do processo no tribunal, com base na jurisprudência que preserva a competência do STF para crimes cometidos no exercício do cargo.

O julgamento seguirá nas próximas sessões da Primeira Turma, com audiências já marcadas para os dias 8, 9, 29 e 30 de abril. Além disso, a decisão pode impactar futuras investigações envolvendo Bolsonaro, incluindo outras apurações sobre sua atuação após a derrota nas eleições de 2022.

A repercussão do julgamento tem sido intensa, com reações de apoiadores e críticos do ex-presidente. A família Bolsonaro se manifestou publicamente contra a decisão do STF, acusando a Corte de perseguição política. Especialistas, por outro lado, destacam a importância do caso para a consolidação das instituições democráticas no país.


Análise ao vivo do julgamento de Jair Bolsonaro no STF pela equipe da revista Veja (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

O desfecho do julgamento poderá redefinir os rumos da política nacional, influenciando o futuro de Bolsonaro e seu grupo político, além de estabelecer um precedente para casos similares no futuro.

STF julga denúncia contra Bolsonaro e ex-ministros por tentativa de golpe

Nesta terça-feira (25), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar se aceita a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-integrantes de seu governo, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O julgamento será realizado em três sessões e tem previsão de encerramento na quarta-feira.

As sessões do julgamento foram marcadas para as 9h30 e 14h desta terça-feira, com a última prevista para as 9h30 de quarta-feira. A transmissão ao vivo será realizada pelos canais oficiais, e a segurança foi reforçada nos arredores do STF devido à grande repercussão do julgamento.

Acusados enfrentam responsabilidades

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-ministros integravam o núcleo central da tentativa de golpe. A acusação sustenta que esses indivíduos tomaram decisões-chave e articularam ações para quebrar a ordem democrática.

Os acusados são:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
  • General Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid – ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil.

Impactos políticos e jurídicos

Se a denúncia for aceita, o STF iniciará investigações para determinar a responsabilidade dos envolvidos na situação. Caso os ministros da Primeira Turma decidam transformar os acusados em réus, o processo seguirá para a fase de instrução, incluindo a coleta de provas e depoimentos.

O desfecho do julgamento pode impactar o cenário político do país, repercutindo na imagem do ex-presidente e nas futuras disputas eleitorais. Enquanto apoiadores de Bolsonaro falam em perseguição política, opositores defendem a responsabilização dos envolvidos


Jair Bolsonaro em entrevista antes da audiência no STF (Vídeo: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Segurança reforçada e expectativa para o desfecho

Devido à importância do caso, a segurança foi intensificada nas imediações do STF para evitar manifestações e tumultos. O julgamento acontece em um período de forte polarização política, reacendendo debates sobre a democracia e a estabilidade das instituições no Brasil.

A expectativa é que, até quarta-feira, a Primeira Turma do STF defina os próximos passos do processo, o que pode representar um avanço na investigação sobre os atos de 2022.

“Preocupação nenhuma”, diz Jair Bolsonaro sobre Julgamento de decisão do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta segunda-feira (24), na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que não está preocupado com o processo que decidirá se ele se tornará réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

Como se sente sobre o julgamento

Em entrevista ao podcast Inteligência LTDA, Jair Bolsonaro afirmou que não tem como ele ter participado de uma organização criminosa armada no 8 de janeiro que não teve nenhuma arma. Ainda declarou: “Não tenho preocupação nenhuma do que estou sendo acusado”.


Entrevista de Jair Bolsonaro ao podcast Inteligência LTDA (Vídeo: reprodução/Instagram/@inteligencialtd)


O julgamento ocorrerá em três sessões: duas hoje, terça-feira (25), às 9h30 e às 14h; e a terceira ocorrerá na quarta-feira (26), às 9h30. O STF reforçou a segurança e limitou o acesso ao tribunal durante os dias de audiência. Sobre o início do julgamento, o ex-presidente declarou: “o julgamento começa pela admissibilidade, se eu me torno réu ou não. Tenho bons advogados, e eles vão, em um primeiro momento, explorar a questão de tecnicidade”.

Bolsonaro comentou ainda que o caso precisaria ser analisado pela primeira instância e também pelo STF, no plenário, e não pela Primeira Turma. Além disso, sua defesa não teve acesso completo aos depoimentos do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que acabou fechando um acordo de delação premiada.

Expectativas sobre o julgamento

Nesta terça-feira, está previsto que as defesas de todos os denunciados sejam ouvidas. No período da tarde, o relator do caso, o Ministro Alexandre de Moraes, fará a leitura do relatório e votará se aceita ou não a denúncia.

Segundo o Jornal Metrópole, os crimes imputados a Jair Bolsonaro e os outros que foram denunciados são: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra o patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

Nos bastidores, aliados do ex-presidente acreditam que a decisão do STF será unânime pela aceitação da denúncia, tornando Bolsonaro e os demais acusados em réus. Eles também demonstram preocupação em relação ao impacto da transmissão do julgamento na opinião pública.

Julgamento de Bolsonaro: STF passa por varredura antibombas

Bolsonaro e outras sete pessoas começam a ser julgados pelo STF na terça-feira (25/3), e preocupado com a segurança, o Supremo Tribunal Federal executa uma operação especial de segurança.    

Com o apoio da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, a operação vai isolar a Praça dos Três Poderes com grades e quem for acessar o plenário da Corte, além de passar pelo sistema de raio-x do hall de entrada, ainda enfrentará uma barreira dupla de verificação. Da mesma forma, uma varredura antibombas ocorreu nesta segunda-feira (24/3), véspera do início do julgamento.    

Denúncia da PGR

Em fevereiro, a Procuradoria Geral da República denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas pelo envolvimento no plano golpista de Estado que aconteceu em janeiro de 2023.   

Entre os crimes acusados estão: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e liderança de organização criminosa. A defesa de Bolsonaro nega envolvimento e desqualifica a denúncia.   

Ataques ao STF

A intensificação dos protocolos de segurança do STF faz todo sentido, uma vez que a Suprema Corte já foi atacada outras vezes, por motivos políticos. A invasão de Brasília em janeiro de 2023, e consequentemente a depredação da Corte, o ataque de um homem com bombas em novembro do ano passado, com mensagem de ódio contra ministros, preocupa integrantes do Supremo, já que os denunciados em outros momentos incitaram ódio aos ministros da Casa.     


Limpeza da estátua da Justiça, vandalizada nos ataques ao STF (Vídeo: reprodução/X/@STF_oficial)

Depois do julgamento

Após passar pela Primeira Turma do STF, os denunciados pela PGR terão dois caminhos pela frente. Se a acusação for rejeitada, o caso segue para arquivamento. Porém, se a denúncia for aceita, os denunciados se tornam réus dos crimes acusados e responderão processo na Suprema Corte.    

Na fase seguinte, serão apresentadas provas e os depoimentos dos acusados e testemunhas. Por fim, um novo julgamento é marcado e então os ministros decidem se os acusados são inocentes ou culpados dos crimes. Uma vez inocentados, o processo finda com arquivamento. Por outro lado, se forem considerados culpados, receberão penas de acordo com o Código Penal Brasileiro.    

Moraes libera julgamento de denúncia contra núcleo golpista com ex-assessores de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento a denúncia contra o “núcleo dois” da suposta trama golpista que visava manter Jair Bolsonaro no poder. Entre os seis acusados estão Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. A data do julgamento será definida pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado, dividindo-as em núcleos para otimizar a tramitação processual. O “núcleo dois” é composto por seis indivíduos ligados ao governo anterior. As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.


Tudo sobre a liberação (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNNBRASIL)

Denúncia contra o “núcleo dois” avança no STF

Na terça-feira (18/3), o ministro Alexandre de Moraes encaminhou para julgamento na Primeira Turma do STF a denúncia contra o “núcleo dois” dos envolvidos na suposta trama golpista. Este grupo é composto por seis pessoas, entre elas Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, e Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. A decisão de Moraes representa um avanço significativo no processo que investiga a tentativa de subverter a ordem democrática no país.


Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, durante depoimento à CPMI do 8 de Janeiro (Foto: Reprodução/Oliveira/Agência Senado)

A denúncia foi estruturada pela PGR em diferentes núcleos para facilitar a análise e julgamento dos envolvidos. O “núcleo dois” é formado por indivíduos que, segundo as investigações, desempenharam papéis estratégicos na tentativa de manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. As acusações imputadas a este grupo são graves e incluem crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

Próximos passos no julgamento

Com a liberação da denúncia pelo ministro Alexandre de Moraes, cabe agora ao ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, agendar a data para o julgamento. A expectativa é que o colegiado analise se os denunciados se tornarão réus, passando a responder a uma ação penal na Corte. Este processo é fundamental para assegurar que as instituições democráticas sejam protegidas e que eventuais crimes contra a ordem constitucional sejam devidamente punidos.

A divisão das denúncias em núcleos pela PGR visa a uma tramitação mais eficiente dos processos. Além do “núcleo dois”, outros grupos também estão sob investigação, incluindo militares que teriam participado da trama golpista. A estratégia de segmentação permite uma análise mais detalhada das condutas individuais e facilita o andamento dos julgamentos.


A condenação de Filipe Martins (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNNBRASIL)

Contexto das investigações e desdobramentos

As investigações sobre a tentativa de golpe de Estado ganharam destaque após a descoberta de planos que visavam impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as ações planejadas pelo grupo, estavam desde a disseminação de desinformação até a elaboração de estratégias mais agressivas para subverter a ordem democrática. A atuação de figuras ligadas ao governo anterior, como ex-assessores e ex-diretores de órgãos federais, reforça a gravidade das acusações e a necessidade de uma resposta firme por parte das instituições judiciais.

A sociedade brasileira acompanha atentamente o desenrolar desses processos, que representam um marco na defesa da democracia e do Estado de Direito no país. A responsabilização dos envolvidos é essencial para coibir futuras tentativas de ruptura institucional e para reafirmar o compromisso do Brasil com os princípios democráticos.

“Velocidade da luz”, diz Bolsonaro sobre decisão de Cristiano Zanin

O ex -presidente Jair Messias Bolsonaro, na noite de quinta-feira (13), usou suas redes sociais para criticar a decisão do Ministro Cristiano Zanin do STF, pela rapidez com que o magistrado marcou a data do seu julgamento. Previsto para o próximo dia 25 de março, pode tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado.

“ Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz. Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026.” Jair Bolsonaro

Na publicação, Bolsonaro também faz um comparativo entre os trâmites legais realizados no Brasil e os trâmites legais ocorridos em outras partes do mundo. Entre eles, cita o processo semelhante enfrentado pelo presidente americano Donald Trump e o processo em andamento na Alemanha.


Postagem do ex-presidente, Jair Bolsonaro, sobre a decisão do Ministro Cristiano Zanin, STF (Reprodução/X/@jairbolsonaro)

Como será o julgamento 

De acordo com informações disponibilizadas pelo Supremo Tribunal Federal o julgamento será presencial, dividido em três sessões: duas ocorrerão no dia 25, uma às 9h30 e outra às 14h. A terceira será no dia 26, às 9h30. Realizadas pela Primeira Turma do STF.

Nesta fase inicial, o colegiado avaliará se a acusação possui elementos suficientes para que uma ação penal seja aberta contra os acusados.

Em sua rede social oficial, o Supremo Tribunal Federal informou sobre a data e o rito processual.


Postagem do STF sobre a data de julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados  (Reprodução/X/@STF_oficial)



Além da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, outros sete denunciados serão julgados na mesma data. Entre eles, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, juntamente com ex-ministros que fizeram parte do governo Bolsonaro.

Ministros participarão do julgamento 

O julgamento será presidido pelos ministros da Primeira Turma do STF. Composta por Alexandre de Moraes, relator do caso, Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, além de Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Importante ressaltar que a defesa do ex-presidente solicitou que os Ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin fossem afastados do  julgamento, alegando impedimentos legais. Porém, o presidente do STF, ministro Roberto Barroso, negou que os magistrados em questão deixassem o caso. 

A defesa de Bolsonaro pediu conjuntamente para que o julgamento fosse realizado pelo Plenário da Corte, composto por 11 ministros. O que também foi negado.