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A advogada e ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton se posicionou através da rede social Bluesky de forma contrária à escolha do presidente americano Donald Trump de taxar em 50% produtos brasileiros. Clinton afirmou que a medida, que começará a valer a partir do dia 1º de agosto, fará com que os estadunidenses paguem mais caro na carne bovina. Ela ainda disse que Trump quer “proteger seu amigo corrupto”, em referência à Jair Bolsonaro.
A advogada adicionou à postagem um link para uma matéria do New York Times. O título da publicação do jornal diz “Trump promete tarifa de 50% contra o Brasil, citando ‘caça às bruxas’ contra Bolsonaro”.
Carta para Lula
Em carta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Donald Trump mencionou o processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. O republicano também citou o que chamou de “ordens de censura às mídias sociais” para justificar a taxação.
Presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)
A tarifa de 50% sobre produtos do Brasil é a mais alta da série de taxações impostas por Donald Trump.
Trump defende Bolsonaro
O presidente americano já defendeu Jair Bolsonaro em outras postagens nas redes sociais. O republicano se referiu ao julgamento do STF como uma “caça às bruxas”. Trump já usou a expressão outras vezes para falar sobre seus próprios processos. Ele também apelou para que deixassem Bolsonaro “em paz”.
Publicação de Hillary Clinton no Bluesky (Foto: reprodução/Bluesky/@hillaryclinton.bsky.social)
Além de criticar as tarifas, Hillary Clinton também falou sobre as taxações que os “Republicanos no Congresso decidiram ceder o seu poder sobre a política comercial para ele (Donald Trump)”. Durante o governo Barack Obama, Clinton foi secretária de Estado dos Estados Unidos e representou o Partido Democrata nas eleições de 2016, quando Donald Trump foi eleito para seu primeiro mandato.
Em uma coletiva de imprensa que ocorreu nesta sexta-feira (11), o Ministério de Relações Exteriores da China criticou a tarifa de importação anunciada pelos Estados Unidos contra o Brasil, de 50% sobre produtos brasileiros.
Mao Ning, a porta-voz do ministério, disse que alguns dos princípios mais relevantes da Carta das Nações Unidas e das normas básicas nas relações internacionais, é a igualdade entre as soberanias, e não interferir em assuntos internos.
Sobre o que acha das tarifas que Donald Trump impôs sobre o Brasil, Ning comentou que tarifas não devem ser utilizadas como uma forma de coagir, intimidar ou interferir em qualquer país que seja. A porta-voz afirmou que a posição da China sobre as tarifas é clara: quando há uma guerra comercial ou tarifária, não há vencedores, uma vez que o protecionismo prejudica o interesse de todos os envolvidos.
Durante coletiva nesta sexta-feira (11), a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Ela afirmou que medidas tarifárias não devem ser usadas como ferramentas de coerção e sugeriu que Washington… pic.twitter.com/l5XFZnCxi3
Mao Ning se opõe às tarifas de Trump durante coletiva de imprensa (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)
Estados Unidos contra o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou uma carta na última quarta-feira (9) para o presidente Lula, onde relata que irá impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações que forem realizadas do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1 de agosto.
No documento, é citado por Trump que o motivo de sua decisão é o “tratamento” que o ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro “estaria recebendo”. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado enquanto presidiava o Brasil, e encontra-se bem, em sua casa, estando participando de manifestações a seu favor.
Brasil soberano
No mesmo dia em que recebeu a notícia do presidente dos EUA, Lula defendeu a soberania brasileira, e respondeu que a elevação de tarifas unilateral será rebatida conforme a Lei da Reciprocidade Econômica.
No dia seguinte, o presidente contou que uma reclamação oficial à Organização Mundial do Comércio (OMC) será realizada pelo governo federal, em uma tentativa de reverter as tarias.
A Agência Brasil conversou com especialistas, os quais falaram o mesmo que Mao Ning: as tarifas impostas por Trump são uma forma de pressão e chantagem política, e até mesmo uma possível resposta ao BRICS, que teve a última reunião no Rio de Janeiro, e que o presidente já havia ameaçado taxar em 10% quem se alinhasse a ele.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado de seu mandato. Ela pede que o deputado seja investigado por supostamente ter apoiado tarifas comerciais impostas ao Brasil durante o governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Erika também solicita o bloqueio dos bens de Eduardo e das doações feitas à sua família.
De acordo com o documento protocolado, a deputada afirma que o parlamentar demonstrou apoio a políticas adotadas pelos EUA que teriam prejudicado diretamente setores econômicos brasileiros. Para ela, esse tipo de atitude pode ser caracterizado como incentivo à interferência estrangeira em assuntos internos do Brasil, o que pode configurar crime segundo a legislação brasileira.
Investigação paralela e ausência no Congresso
A ação se soma a uma investigação já em andamento, que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro fora do território nacional. Mesmo afastado temporariamente de suas funções na Câmara, ele continua com forte influência política e é frequentemente mencionado como possível candidato em eleições futuras, especialmente diante da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entenda o caso com Hilton:
Esquerda intensifica ações contra Eduardo Bolsonaro no STF e no Congresso (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)
No momento, Eduardo está licenciado do cargo, mas continua ativo politicamente nas redes sociais e em eventos com apoiadores. A movimentação jurídica ocorre em meio a discussões sobre seu eventual retorno à Câmara nos próximos meses.
Reações e novos pedidos no Legislativo
Além do processo no STF, há pressões dentro do Congresso. O Partido dos Trabalhadores (PT) reforçou um pedido anterior ao Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Eduardo. A justificativa é semelhante à apresentada por Erika Hilton e também aponta conduta incompatível com o cargo de deputado federal.
Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre o pedido, e a defesa de Eduardo Bolsonaro não comentou o caso.
Durante uma entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Ele afirmou que o Brasil está disposto a negociar, mas exigiu respeito às decisões do país. Lula também deixou claro que, se não houver acordo, o governo pode aplicar tarifas equivalentes como resposta.
Segundo Lula, o aumento das tarifas americanas não tem justificativa, já que os EUA têm tido superávit na balança comercial com o Brasil nos últimos anos. Ele criticou diretamente o ex-presidente Donald Trump por querer interferir em assuntos internos do país. “O que o Brasil não aceita é intromissão nas coisas do Brasil. Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, disse Lula.
Lula quer conciliar comércios com o mercado global
O presidente explicou que o país buscará ajuda da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de outras nações para tentar uma solução. Caso isso não funcione, o Brasil usará a chamada Lei da Reciprocidade a partir de 1º de agosto. Ele reforçou que o Brasil não quer conflito com ninguém, mas exige ser tratado com seriedade.
Se tem uma coisa que um governo não pode admitir é a ingerência de um país sobre a soberania de outro. E o mais grave, a intromissão de um presidente de outro país sobre o sistema de justiça brasileiro.
Trecho da entrevista do presidente ao Jornal Nacional (Reprodução/X/@LulaOficial)
Lula também disse que vai conversar com empresários brasileiros que exportam para os EUA para entender os impactos das tarifas e discutir soluções. Ele espera que o setor produtivo apoie o governo na defesa dos interesses do país. E concluiu: “Essa é a hora de a gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo.”
Sobre a reunião dos BRICS
Ao ser questionado se suas falas durante o encontro dos Brics influenciaram Trump, Lula negou e destacou a importância do grupo de países do sul global. Ele disse que o Brasil quer mais autonomia para negociar e que não faz sentido depender apenas do dólar.
Sobre sua visita à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, Lula afirmou que se tratou de um gesto humanitário autorizado pela Justiça da Argentina. Para ele, respeitar as instituições de outros países é essencial.
Durante entrevista concedida no último domingo (29) ao programa Sunday Morning Futures with Maria Bartiromo, da emissora Fox News, Donald Trump, presidente em ofício dos Estados Unidos, disse ter encontrado possíveis compradores para o TikTok. Atualmente, o aplicativo está sob domínio da empresa chinesa ByteDance e passa por turbulências com o governo americano.
Segundo o presidente, o grupo é formado por pessoas descritas por ele como ricas e suas identidades devem vir a público nas próximas duas semanas. Trump ainda indicou que o acordo depende da aprovação do governo chinês, dizendo que o presidente Xi Jinping provavelmente irá aprovar a venda.
Legislação exige venda
A venda obrigatória do TikTok nos Estados Unidos decorre de uma lei aprovada em 2024, que determinou um prazo até 19 de janeiro de 2025 para a venda dos ativos. Caso não ocorresse, havia um risco alto de banimento do aplicativo do país. Esse prazo já foi estendido um total de três vezes por Donald Trump, com a extensão mais recente para 17 de setembro. O mandatário argumentou que há uma falta de processo significativo nas tratativas.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)
Tentativas de acordos
Na primavera do hemisfério norte, surgiu uma possibilidade de acordo, onde seria criada uma nova empresa com sede nos Estados Unidos e com controle total de investidores locais, mas as negociações foram encerradas antes que pudessem se concretizar. Entretanto, isso ocorreu após a China sinalizar resistência para a aprovação da operação, especialmente em virtude das declarações de Trump sobre aumentar as tarifas para produtos produzidos e vendidos pela China.
Embora haja tensões nas negociações geopolíticas entre os dois países e o aplicativo seja uma questão sensível em seu governo e entre os eleitores dos EUA, o presidente norte-americano reconhece o papel do TikTok, em especial entre a geração mais jovem.
Até o momento, a empresa ByteDance não se pronunciou oficialmente acerca da proposta de venda de Donald Trump.
A agência de classificação de risco Moody’s manteve nesta segunda-feira (26) a perspectiva negativa para a economia da China, mantendo sua nota A1, mas alertando para riscos relacionados às crescentes tensões comerciais com países parceiros.
A justificativa para a manutenção da perspectiva negativa mudou desde a última revisão, realizada em dezembro de 2023, quando as preocupações estavam centradas na dívida dos governos locais e na fragilidade das estatais chinesas.
Segundo a Moody’s, esses riscos internos foram parcialmente controlados graças a ações coordenadas de política econômica por parte do governo chinês. “Esses fatores agora recuaram após uma política governamental conjunta e não pesam mais de forma significativa sobre a recomendação A1 da China”, afirmou a agência em comunicado.
No entanto, os novos focos de preocupação se voltam para o cenário internacional, especialmente as incertezas em relação a futuras restrições comerciais e à evolução dos fluxos globais de comércio.
Um acordo tarifária entre China e EUA
A agência destacou que, mesmo com o recente acordo de trégua tarifária entre China e Estados Unidos, a perspectiva de que tarifas mais elevadas permaneçam em vigor sobre exportações chinesas representa um desafio para a estabilidade econômica do país. “Como cenário base, prevemos que as tarifas sobre as exportações chinesas para os principais mercados permanecerão mais altas do que no início do ano”, destacou a Moody’s.
Presidente do EUA e da China(Foto: reprodução Matinez,Casares Saul Loebpool/AFP)
Liderança do atual presidente dos EUA Donald Trump
No mês passado, o governo dos Estados Unidos, sob a liderança do do Presidente Donald Trump, chegou a impor tarifas de até 145% sobre produtos chineses. As medidas foram posteriormente suavizadas, mas o episódio acentuou a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo e aumentou a percepção de riscoentre investidores.
Em resposta ao relatório da Moody’s, o Ministério das Finanças da China afirmou que a manutenção da nota A1 foi “um reflexo positivo das perspectivas da economia chinesa”. Ainda assim, o mercado segue atento aos próximos movimentos de outras agências de classificação de risco e instituições financeiras internacionais. Em abril, a Fitch já havia rebaixado a nota de crédito soberano da China de A+ para A, citando o aumento acelerado da dívida e o enfraquecimento das finanças públicas.
Diante do cenário externo incerto e das políticas protecionistas em expansão, o desafio do governo chinês será manter a confiança dos mercados sem comprometer o crescimento econômico.
Questionado se estaria disposto a suspender as tarifas sobre as importações chinesas, Trump negou que os Estados Unidos teriam iniciado negociações de um possível acordo sobre a redução das taxas de 145%. Os comentários foram feitos um dia antes do encontro entre as autoridades dos EUA e China se reunirem na Suíça para encontrar uma solução para o conflito comercial e tarifário. Trumpnegou iniciativa dos Estados Unidos em reconciliação.
Resposta do governo chinês
Trump afirma que anteriormente os Estados Unidos estavam “perdendo um trilhão de dólares por ano” para a China em relação ao comércio e encerrou dizendo: “agora não estamos perdendo nada.” Essa declaração reforça a postura firme do governo americano em relação às tarifas e às negociações comerciais com a China.
Por outro lado, após as afirmações do presidente Trump, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Lin Jian, afirmou mais cedo que qualquer pressão ou coerção não funcionará com a China. Ele garantiu que o país continuará buscando “Justiça” nas negociações com os EUA, deixando claro que não aceitará condições que prejudiquem seus interesses comerciais.
Dificuldades para uma reconciliação
As falas do presidente reforçam a dificuldade para uma reconciliação comercial entre os dois países e um possível acordo benéfico para os dois lados. A postura rígida de ambos os países aumenta as chances de uma prolongada disputa tarifária, dificultando uma possível reconciliação e a redução das tarifas que ambos desejam. Essa situação gera incertezas no mercado global, afetando cadeias de suprimentos e alianças internacionais, além de impactar consumidores, empresas e futuros investimentos.
Presidente dos Estados Unidos Donald Trump (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty images Embed)
Além disso, é importante destacar que essa tensão comercial entre os dois países tem consequências globais, já que ambos representam grande parte da economia mundial. As negociações e as decisões tomadas por eles influenciam diretamente as condições econômicas de outros países, afetando taxas de câmbio e o fluxo de comércio internacional. A postura de ambos revela que, no momento, as negociações permanecem difíceis, e a possibilidade de uma reconciliação parece distante. Isso mantém o mercado atento às próximas declarações e mudanças de postura.
A economia dos Estados Unidos registrou queda de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, marcando o pior desempenho trimestral desde 2022. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Departamento de Comércio, contrariou as expectativas do mercado, que previa uma alta de 0,3%.
Entre os principais fatores apontados para a retração estão as recentes mudanças na política comercial do presidente Donald Trump, que incluem a imposição de novas tarifas sobre produtos importados. As medidas, segundo analistas, afetaram o consumo — principal motor da economia americana — e aumentaram a incerteza entre empresas e consumidores.
Política Comercial do Trump
Logo após a divulgação dos dados, Trump tentou se distanciar da responsabilidade pelo fraco desempenho. “Tenho que começar dizendo que isso é com o Biden, não com o Trump”, declarou.
Apesar disso, o presidente reconheceu o impacto das tarifas nos preços e no padrão de consumo da população.
“Talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30, e talvez essas duas custem alguns dólares a mais do que custariam normalmente”
Donald Trump
O consumo das famílias, que representa cerca de dois terços do PIB americano, foi diretamente afetado pelos temores em relação ao chamado “tarifaço”. A confiança do consumidor caiu ao menor nível desde a pandemia de Covid-19, contribuindo para a desaceleração econômica.
O ex-presidente dos EUA, Joe Biden. (Foto: reprodução/Tannen MAURY / AFP.)
Aumento nas importações
Apesar da queda no consumo, as importações aumentaram significativamente no período. Antecipando-se às tarifas, empresas americanas aceleraram a compra de produtos estrangeiros, o que provocou um aumento de 41% nas importações e ampliou o déficit comercial do país.
Mesmo com os dados negativos, Trump voltou a defender as tarifas como parte de uma estratégia para fortalecer a economia dos EUA. Ele afirmou que pretende retomar negociações com o presidente da China, Xi Jinping, e destacou o enfraquecimento da indústria chinesa.
“Eles estão enfrentando enormes dificuldades porque suas fábricas não estão funcionando”
Donald Trump
Dados recentes indicam que a atividade industrial chinesa sofreu forte queda em abril. Muitas empresas anteciparam exportações antes da entrada em vigor das tarifas americanas, mas, com a nova taxação e a demanda interna mais fraca, houve redução no envio de produtosao exterior.
Economistas alertam que, embora o desemprego permaneça baixo, os efeitos contínuos das tarifas podem levar a uma desaceleração mais profunda nos próximos meses, com riscos aumentados de recessão e desafios adicionais para o Federal Reserve na gestão da inflação e do crescimento econômico .
O presidente americano Donald Trump, em entrevista a jornalistas na Casa Branca, na última quarta-feira (23), informou que seu contato com autoridades chinesas é diário e que mantém uma boa relação com o país asiático.
A declaração de Trump ocorre em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano após as tarifas impostas a dezenas de países em todos os continentes serem anunciadas. As taxas variam de 10% a 245%, sobre a importação de produtos diversos.
No caso da China, a tarifa inicial era de 34%. Em meio às retaliações tarifárias entre EUA e China, atualmente as taxas impostas aos chineses pelos americanos podem chegar a até, 245%.
De acordo com um documento explicativo divulgado pelo Governo Trump recentemente, o aumento da taxa ao país asiático ocorre devido à soma tarifária aplicada pelos EUA à China. No caso, são 125% de tarifa recíproca, 20% relacionado à crise do fentanil e uma tarifa que varia de 7,5% a 100% sobre determinados produtos, relacionados à Seção 301 da Lei de Comércio Americana.
Apesar das conversas diárias com o governo de Xi Jinping, Donald Trump diz que as tarifas serão reduzidas, mas que não chegarão a zero e que, apesar de manter uma boa relação com o líder chinês, entende que a China possui um comércio “muito unilateral”. Ainda assim, espera chegar a um acordo ou definir um preço em breve.
Respeito mútuo
Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que mantém conversas amistosas com o presidente chinês Xi Jinping diariamente, Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, vê a guerra tarifária entre os dois países com preocupação.
Em declaração aberta, na data de ontem, quarta-feira (23), Bessent ressaltou que “America First” não significa “América sozinha ou isolada” e fez um apelo ao respeito e colaboração comercial entre os países.
Ainda, segundo Bessent, a China precisa mudar e sabe disso. Informando que os EUA estão dispostos a ajudar pois é necessário reequilíbrio.
China needs to change. The country knows it needs to change. Everyone knows it needs to change.
— Treasury Secretary Scott Bessent (@SecScottBessent) April 23, 2025
Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA em declaração no IIF (Vídeo: reprodução/X/@SecScottBessent)
Além de Bessent, Jerome Powell, presidente do Banco Central Americano (FED), também avalia que as políticas tarifárias de Donald Trump precisam de equilíbrio para não sobrecarregar o sistema financeiro do país.
Resposta chinesa
Enquanto os EUA estão otimistas com um possível acordo comercial e tarifário com a China, Lin Jian, Vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, declarou em suas redes sociais que o Governo Trump estão “empurram as relações internacionais de volta para a lei da selva”.
Para Jian, os EUA violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao utilizar “tarifas como armas” e que a China, “não busca apenas os seus interesses”, mas “as regras do sistema internacional”.
Chinese FM Wang Yi had a phone conversation with British Foreign Secretary David Lammy @DavidLammy.
The US has weaponized tariffs to launch indiscriminate attacks on other countries, openly violating WTO rules and undermining the legitimate rights and interests of nations…
Publicação de Lin Jian sobre a política tarifária de Donald Trump (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)
Em outra publicação, Lin Jian, declara que os EUA perderam o apoio popular, isolando-se da comunidade internacional e que os países precisam se unir para defender o multilateralismo e as boas relações comerciais.
Em meio a guerra comercial entre EUA e China, o presidente Xi Jinping anunciou a flexibilização tarifária à investidores estrangeiros de diversos setores visando o fortalecimento do comércio interno e do setor industrial chinês.
O presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News mexicana, na última terça-feira (15), declarou que países podem ter que escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com a China. A escolha por um dos lados levará em conta a suspensão ou não da implementação das “tarifas recíprocas” por 90 dias a parceiros comerciais.
As declarações de Trump geram nova tensão no mercado financeiro global, uma vez que arrastam para o epicentro da guerra comercial estabelecida entre EUA e China, países que possuem acordos em andamento com as duas grandes potências.
Ao se posicionar por um lado, parceiros comerciais terão que renunciar a parcerias já firmadas ou com o país norte-americano, ou com o país asiático, levando em conta possível retaliação tarifária.
A medida é vista como uma forma do governo norte-americano pressionar os demais países em sua escolha, gerando nova tensão mundial no mercado financeiro e, principalmente, no mercado de ações.
Países latino-americanos na mira
As falas do presidente norte-americano Donald Trump foram direcionadas, principalmente, a países da América Latina, incluindo o Brasil. Uma vez que Trump está preocupado com a influência da indústria chinesa em países do Sul Global.
A preocupação de Trump tem gerado uma série de ofensivas diplomáticas a países latino-americanos. Onde os EUA procuram retomar o apoio desses países, recebendo seus líderes na Casa Branca para reuniões e acordos.
A visita do presidente salvadorenho Nayib Bukele à Donald Trump, na última segunda-feira (14), é uma demonstração de que os EUA procuram criar alianças com líderes de países geopoliticamente estratégicos e próximos à Casa Branca, visando, também, brecar a expansão chinesa no continente americano.
Presidente dos EUA Donald Trump recebe o presidente de El Salvador Nayib Bukele na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@whitehouse)
Em outra ofensiva diplomática, o governo Trump enviou Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ao Panamá para negociar a retomada do Canal do Panamá pelos EUA, em posse do governo panamenho desde 1977, que vem sofrendo grande influência chinesa na última década.
Entrevista de Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, sobre influência da China no Canal do Panamá ((Vídeo: reprodução/Instagram/@petehegseth)
Além desses países, o Brasil, o México e a Argentina também estão na mira dos EUA, para uma ofensiva diplomática, visando afastar a influência comercial e econômica chinesa.
Iniciativa Cinturão e Rota
Nas últimas décadas, a China tem expandido seus negócios em países em desenvolvimento por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI), ou nova “Rota da Seda”. Um projeto de infraestrutura ambicioso no qual o país asiático pretende se conectar a todos os continentes por meio de parcerias de desenvolvimento econômico.
Este projeto foi apresentado por Xi Jinping em 2013, quando ainda era secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Ganhando força a partir de 2016, com investimento de bilhões de dólares em países da África, Ásia e Europa. Posteriormente, países da América Latina receberam aporte do governo chinês para obras de melhorias em seus portos, aeroportos e rodovias.
China se posiciona contra declarações dos EUA
Após as declarações do presidente americano Donald Trump de que países deverão “escolher um lado” nas negociações comerciais, Lin Jian, vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, utilizou suas redes sociais para comentar sobre o assunto.
China carries out practical cooperation with countries in Latin America and the Caribbean (LAC) on the basis of mutual respect, equality, and mutual benefit. This cooperation has significantly boosted socioeconomic development in LAC countries and has been widely welcomed and… pic.twitter.com/RftzgvpVak
Publicação de Lin Jian sobre declarações de Donald Trump (Reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)
Jian enfatiza que a intimidação dos EUA a países latino-americanos vem de longa data, contrastando com a cooperação promovida pela China a estes países.
Enquanto a atenção do mercado financeiro mundial se volta para os próximos passos da guerra comercial entre EUA e China, o presidente chinês Xi Jinping permanece visitando países do Sul Global em busca de acordos comerciais e parcerias estratégicas.