EUA pressionam, mas Maduro rejeita saída imediata proposta por Trump

A crise entre Estados Unidos e Venezuela ganhou novos contornos depois que Nicolás Maduro descumpriu o ultimato do presidente norte-americano Donald Trump para deixar o poder. Segundo fontes consultadas pela CNN Brasil, o republicano havia oferecido ao líder venezuelano e à sua família passagem segura para fora do país, numa tentativa de mediar uma transição rápida e controlada.

O telefonema, ocorrido em 21 de novembro, foi tratado como uma das últimas tentativas diplomáticas de Washington para reduzir tensões no Caribe, onde os EUA intensificaram operações navais em resposta a denúncias de narcotráfico e instabilidade regional.

Maduro, no entanto, recusou a proposta e impôs condições consideradas inviáveis pelos norte-americanos: anistia total a ele e a altos membros do regime, suspensão imediata das sanções e arquivamento das acusações que enfrenta no Tribunal Penal Internacional (TPI). A Casa Branca avaliou as exigências como incompatíveis com qualquer cenário de responsabilização futura.

As condições e o colapso das negociações

Além da renúncia imediata, a sugestão dos EUA incluía a possibilidade de um governo interino comandado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, até que novas eleições fossem convocadas. Fontes afirmam que a opção foi rapidamente descartada por Caracas, que teme perder controle interno sobre Forças Armadas e setores estratégicos do Estado.

Com o fracasso das tratativas, o prazo dado por Trump expirou sem qualquer sinalização de saída por parte do líder venezuelano. Como resposta, Washington anunciou novas medidas de pressão, incluindo a restrição ao espaço aéreo venezuelano e o fortalecimento de alianças regionais para monitoramento militar.


Força militar americana pressiona a Venezuela (Vídeo: reprodução/X/@g1) 


No governo norte-americano, a percepção é de que Maduro continua apostando no desgaste externo para reforçar alianças internas, especialmente junto ao alto comando militar, pilar decisivo de sua permanência no poder.

Enfraquecimento diplomático e risco de escalada regional

A deterioração das relações entre os países ocorre num momento de aumento das acusações de Washington contra o chamado Cartel de los Soles, apontado pelos EUA como uma rede criminosa ligada ao tráfico de drogas e supostamente associada ao regime venezuelano. A classificação do grupo como organização terrorista estrangeira marcou um dos momentos mais críticos do governo Trump em relação à Venezuela.

Caracas reage acusando os EUA de tentativa de interferência externa e “operação de mudança de regime”, discurso que Maduro tem reforçado em pronunciamentos recentes. Ele também afirmou que continuará “defendendo a soberania” e denunciou pressões internacionais que, segundo ele, visam fragilizar o país e seus recursos petrolíferos.

Especialistas ouvidos por veículos internacionais alertam que a convergência entre crise interna, instabilidade econômica e ameaças externas cria um ambiente de risco elevado para toda a América Latina. A preocupação envolve desde fluxos migratórios até possíveis choques militares indiretos em regiões estratégicas do Caribe.

Impactos para a América Latina

Com o fim das conversas diretas, não está claro qual será a estratégia dos EUA. Embora ações militares diretas não tenham sido anunciadas, fontes em Washington não descartam novas sanções econômicas e um cerco diplomático mais rígido à cúpula do governo venezuelano.

Maduro continuará apostando na resistência interna e no apoio das Forças Armadas, enquanto tenta ampliar alianças internacionais para contrabalancear o peso norte-americano, especialmente com países como Rússia, China e Irã.

Enquanto isso, a população venezuelana segue inserida em um contexto de incerteza política, inflação persistente e acesso limitado a serviços básicos, cenário que pode pressionar ainda mais países vizinhos com novos fluxos migratórios. 

Maduro sinaliza abertura para diálogo direto com Donald Trump

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (17) que está disposto a se reunir com Donald Trump para um diálogo direto, caso o presidente dos Estados Unidos manifeste interesse. A declaração foi feita durante um pronunciamento transmitido pela TV estatal, no qual Maduro destacou que “quem quiser falar com a Venezuela vai conversar, cara a cara, sem problema algum”.

A sinalização acontece em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington. Nos últimos dias, o governo norte-americano ampliou a pressão militar na região, enquanto acusações sobre envolvimento de autoridades venezuelanas com organizações criminosas continuam a influenciar o cenário diplomático.

Sinalização ocorre após fala de Trump

A abertura ao diálogo veio depois de Donald Trump declarar que “poderia haver conversas” com o governo venezuelano. A fala foi interpretada como uma mudança de tom, já que o líder norte-americano vinha endurecendo sua postura nas últimas semanas. Maduro respondeu prontamente, afirmando que, se há disposição por parte dos Estados Unidos, ele também está aberto a negociar.


Trump diz estar disposto a conversar com Maduro (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


Segundo o presidente venezuelano, a postura de Caracas é guiada por “diplomacia de paz”, apesar das acusações e das ações externas. Ele reforçou que conversas diretas poderiam ajudar a “restabelecer pontes” entre os dois países, há anos marcados por rompimentos diplomáticos, sanções econômicas e disputas políticas.

A intensificação da crise também reacende debates sobre o impacto das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, que continuam afetando setores essenciais da economia venezuelana, como petróleo, energia e importação de insumos básicos. Essas medidas não apenas pressionam o governo Maduro, mas também têm efeitos diretos sobre a população, criando um cenário no qual a abertura de um diálogo com Washington poderia aliviar ao menos parte das restrições que agravam a crise humanitária no país. Para o governo venezuelano, esse ponto é central e frequentemente usado como argumento para reforçar a importância de uma negociação direta.

Conflito, pressões e expectativas

A fala de Maduro serve para tentar demonstrar abertura diplomática e reduzir tensões internacionais, principalmente diante do aumento da pressão militar norte-americana no Caribe. Ao mesmo tempo, é improvável que um diálogo se estabeleça rapidamente, dada a complexidade das disputas que envolvem Washington e Caracas.

Além do impacto diplomático, a possível aproximação entre Trump e Maduro também gera reações significativas dentro da América Latina. Governos da região acompanham com atenção qualquer mudança no diálogo entre EUA e Venezuela, já que a crise venezuelana tem efeitos diretos sobre fluxos migratórios, segurança fronteiriça e acordos econômicos.

Países como Colômbia e Brasil, que historicamente atuam como mediadores, avaliam que um eventual canal de conversa entre os dois presidentes pode redefinir estratégias regionais e exigir reposicionamentos políticos diante de novos cenários. Ainda assim, a troca de declarações reacende a possibilidade mesmo que remota de uma conversa inédita entre os dois líderes, algo que poderia redefinir o quadro geopolítico regional

Nicolás Maduro acusa governo Trump de “guerra silenciosa”

Em meio a um momento de tensão entre os EUA e a Venezuela, Nicolas Maduro, em discurso, acusou o país presidido por Donald Trump de fazer uma “guerra silenciosa”. Conforme ele informou, os venezuelanos não aceitarão ser escravos de gringos. Disse ainda que eles estão nas ruas clamando por Paz.

A líder da oposição María Corina Machado pediu para que os apoiadores de Maduro se unam contra ele, pois, para ela, é um povo que precisa de redenção e entendimento para perceber a necessidade de buscar a liberdade se livrando desse regime.

Entenda a situação

Na última sexta-feira (14), o presidenciável dos Estados Unidos da América disse que tomará uma decisão em relação à Venezuela, pois para ele o país estaria tendo relações estreitas com o comércio ilegal de drogas. Ele informou a repórteres, a respeito de uma possível conclusão sobre a situação em questão, após funcionários da sua administração terem feito três reuniões na Casa Branca nesta última semana, para discutir sobre opções militares quanto ao local. O governo americano enviou aviões F-35, navios de guerra, além de um submarino nuclear na região.

O grupo de ataque dos porta-aviões Gerald Ford, no início desta semana, trazendo mais de 75 aeronaves militares, entrou na região da América Latina, com mais de 5.000 soldados. Nicolas Maduro acredita que estão tentando tirá-lo do poder. Além disso, as tensões entre a terra do “Tio Sam” e a Colômbia também se acentuaram com a negociação entre ambos nas últimas semanas. O presidente colombiano fez a acusação de que os americanos estariam cometendo assassinatos com seus ataques.


Presidente Donald Trump saindo da sala oval em direção ao helicóptero (Foto: reprodução/Heather Diehl/Getty Images Embed)


Trajetória de Nicolás Maduro

Maduro, trabalhou deste jovem como motorista de ônibus da Metro bus, conforme seus colegas de trabalho relataram, ele era um empregado problemático com acúmulo de faltas, que geralmente era justificado por atestados médicos, alegando que ele tinha asma e também por conta de compromissos como delegado sindical.

No ano de 1998 começou a compor as fileiras do partido MVR, se envolvendo na vitoriosa campanha de Hugo Chávez, sendo sua primeira vez, eleito como presidente da Venezuela. Em 1999, foi eleito deputado para assembleia constituinte.

Em 2012,com a licença do presidente Chávez, ele assumiu a presidência interina do país e após três meses assumiu o poder com a morte de Hugo Chávez no dia 5 de março de 2013.

Depois das ameaças de Trump, Maduro recorre a Rússia e China para reforçar defesa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou cartas aos governos da Rússia e da China, além de buscar apoio junto ao Irã, para reforçar sua defesa militar diante de uma presença crescente das forças dos Estados Unidos no Caribe. Segundo documentos internos norte-americanos obtidos pelo jornal “The Washington Post”, Maduro requisitou equipamentos como radares, reparos de aviões e até mísseis.

A iniciativa ocorre em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington, com o governo dos Estados Unidos justificando sua operação na região como combate ao narcotráfico. Já o governo venezuelano entende a manobra como uma ameaça direta à sua soberania.

Pressão dos Estados Unidos e resposta venezuelana

Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram a presença de navios de guerra e aviões militares perto da costa da Venezuela, no mar do Caribe. O governo do presidente Nicolás Maduro acredita que essa movimentação não é apenas uma operação comum, mas uma forma de pressão para tentar enfraquecer ou derrubar seu governo. Por isso, Caracas vê essa ação como uma ameaça direta e um risco para a segurança do país.

Diante dessa situação, Maduro decidiu reagir. Ele ordenou exercícios militares na região e afirmou publicamente que a Venezuela não aceitará ser atacada ou intimidada. Mesmo enfrentando dificuldades econômicas e com seu exército precisando de mais estrutura, Maduro diz que o país está se defendendo de um “cerco” internacional e, por isso, busca apoio de aliados para tentar se proteger.

Além das medidas internas, o governo venezuelano também tem usado discursos e transmissões oficiais para reforçar a narrativa de que o país está sendo ameaçado. Maduro afirma que sua intenção é garantir a segurança da população e evitar conflitos, mas também acusa os Estados Unidos de tentar interferir em assuntos internos da Venezuela. Esse posicionamento busca fortalecer o apoio interno e legitimar a cooperação com outros países, mostrando que o governo está preparado para reagir a qualquer tentativa de pressão externa.


O presidente venezuelano Nicolás Maduro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Frederico Parra)


Aliança estratégica com Rússia, China e Irã

A Venezuela mantém uma parceria antiga com Rússia e China em áreas como comércio, energia e defesa. Agora, com a tensão crescente com os Estados Unidos, Maduro pediu apoio militar direto a esses países, incluindo equipamentos e suporte técnico. “Os pedidos a Moscou foram feitos por meio de uma carta destinada ao presidente russo Vladimir Putin e que deveria ser entregue durante uma visita de um assessor sênior à capital russa neste mês”, diz o “The Washington Post”. Essa movimentação reforça a tentativa do governo venezuelano de mostrar que não está isolado internacionalmente.

Apesar dessa aproximação, especialistas afirmam que ainda não se sabe se Rússia e China vão fornecer todo o apoio solicitado, já que ambos também enfrentam desafios e prioridades em outras regiões. Mesmo assim, o pedido de Maduro mostra que ele aposta nessas alianças para tentar proteger a Venezuela e evitar um conflito maior na América do Sul. O movimento também serve como sinal para outros países da região de que a Venezuela pretende resistir a pressões externas e buscar respaldo diplomático, mostrando que possui parceiros capazes de equilibrar a influência dos Estados Unidos na América Latina.

A situação deixa claro que a Venezuela está tentando se posicionar como um país que não será pressionado, reforçando suas defesas e suas alianças estratégicas. Ao mesmo tempo, o cenário evidencia como a tensão entre os Estados Unidos e aliados da Venezuela pode impactar a estabilidade política e a segurança em toda a América do Sul nos próximos meses. O desfecho dessa negociação ainda é incerto, mas demonstra que Caracas está determinada a buscar apoio internacional para se proteger e fortalecer sua posição no continente.

 

Governo Trump envia maior porta-aviões do mundo ao Caribe e eleva tensão militar com a Venezuela

O grupo de ataque USS Gerald Ford, liderado pelo maior porta-aviões já construído, amplia a presença militar dos EUA perto da costa venezuelana em meio a uma nova escalada de tensões entre Donald Trump e Nicolás Maduro. A ordem foi dada nesta sexta-feira (24) pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth.

Escalada no Caribe e o reforço do poder naval pelos EUA

O governo dos Estados Unidos enviou ao mar do Caribe o grupo de ataque USS Gerald Ford, em um dos maiores movimentos militares americanos na região desde o início das tensões com a Venezuela. A ação envolve o porta-aviões mais moderno e poderoso do mundo, acompanhado por destróieres, caças e helicópteros de ataque.

Segundo o Pentágono, a frota inclui três destróieres (USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill), três esquadrões de caças F-18 e dois de helicópteros MH-60. O porta-aviões, incorporado à Marinha dos EUA em 2017, é capaz de transportar até 90 aeronaves e operar com alta autonomia. O envio da frota foi descrito pela imprensa americana como uma grande expansão da campanha de pressão militar sobre Caracas.


Maduro em discurso diz que Venezuela quer paz (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jesus Vargas)

Confronto diplomático e risco de operação militar

A movimentação ocorre após semanas de aumento de hostilidades entre Washington e Caracas. Desde agosto, os EUA classificaram cartéis sul-americanos como organizações terroristas e acusaram o presidente Nicolás Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, aumentando a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões).

Por sua vez, Maduro afirmou que o verdadeiro objetivo da ofensiva americana é retirá-lo do poder. Em um discurso em inglês, pediu: “No crazy war, please. A Venezuela quer paz.” Enquanto isso, o presidente Donald Trump confirmou que autorizou operações secretas da CIA contra alvos ligados ao chavismo e disse que ações terrestres contra cartéis devem ocorrer “em breve”.

Relatórios da ONU enfraquecem a justificativa dos EUA para tais operações, apontando que a maior parte das drogas que causam overdoses no país, como o fentanil, vem do México — não da Venezuela. Mesmo assim, o poderio naval americano foi deslocado para o Caribe, intensificando o clima de guerra na América do Sul.

Com o USS Gerald Ford a caminho da região, cresce o temor de que a disputa entre Trump e Maduro evolua de uma guerra de narrativas para um confronto militar direto.

Trump autoriza ‘operações letais’ da CIA na Venezuela, diz NYT

O jornal estadunidense The New York Times publicou ontem (15) uma reportagem que revelou a autorização do governo Trump para que a Agência Central de Inteligência (CIA) conduza operações secretas na Venezuela. A medida governamental, que ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caros dois países, permitiria ações letais.

EUA bombardeiam civis venezuelanos no Sul do Caribe

Desde setembro, os Estados Unidos vêm deslocando frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, a fim de, argumentam eles, sufocar o tráfico de drogas na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alega que o líder venezualeno, Nicolás Maduro, lidera a facção criminosa Cartel de los Soles, considerada pelos EUA como terrorista, mas cuja própria existência é questionada por especialistas.

Sob anonimato, oficiais ouvidos pelo The New York Times apontaram que o motivo por trás da escalada militar com a Venezuela é a deposição do ditador Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, defende-se dizendo que o que está em jogo é o controle sobre as ricas reservas petrolíferas do Estado latino-americano.

Os navios militares americanos atuam atacando embarcações civis acusadas, por eles, de levar entorpecentes à América do Norte. Até agora, 27 pessoas morreram nos ataques.


Navio militar americanao é visto no Caribe dias após Trump anunciar um terceiro bombardeio a embarcações venezuelanas (Foto: Reprodução/Enea Lebrun/Getty Images Embed)

“Estamos mirando a terra agora, já que temos o mar sob bastante controle”, disse Trump à imprensa horas depois que o NYT divulgou informações sobre a autorização à CIA.

Ações sofrem críticas da comunidade internacional

As execuções extrajudiciais foram apontadas pela Human Rights Watch como violadoras do direito internacional. O tema chegou, na última sexta-feira (10), ao Conselho de Segurança da ONU, órgão máximo da organização intergovernamental, que se mostrou preocupado com o assassinato de civis sem julgamento e a escalada militar na região.

Estima-se, hoje, que os Estados Unidos possuam 10 mil militares no Caribe, a maioria baseada em Porto Rico, além de oito navios e um submarino na região. A Venezuela, por sua vez, mobiliza militares, milicianos e até mesmo civis, na iminência de um ataque do Norte.

Maduro reage às operações secretas da CIA na Venezuela autorizadas por Trump

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (15), criticou as operações secretas da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), autorizadas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, no país sul-americano. Mais cedo, durante entrevista coletiva, Trump declarou que a agência realiza ações na Venezuela a fim de combater o crescimento do crime organizado no país e na América Latina.

Maduro classificou as medidas adotadas por Trump como um “golpe de Estado” e “guerra psicológica” e, na manhã desta quinta-feira (16), horário de Brasília, realizou várias publicações relacionadas à força militar venezuelana e ao carisma do povo de seu país. Declarando que a Venezuela é uma nação de “gente decente, honesta, trabalhadora, solidária e humana”.

Críticas a Trump e a opositores

Logo após a confirmação de Donald Trump sobre as ações da CIA no país sul-americano, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela emitiu um comunicado oficial através de suas redes sociais, classificando como “belicosas e extravagantes” as declarações do governo dos EUA. A nota ressalta, ainda, que Trump viola gravemente o Direito Internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), ao realizar investidas contra a Venezuela.


Publicação do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sobre ações da CIA no país (Foto: reprodução/Instagram/@cancilleria_ve)

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, seguiu na mesma linha de seu líder, Nicolás Maduro. Sem citar diretamente o governo estadunidense, Rodríguez enfatizou que os venezuelanos carregam a herança de Simón Bolívar e defenderão a Venezuela sob qualquer circunstância. Por isso, alertou: “que nenhum agressor ouse” atentar contra o seu país.

Ataques letais

Desde o início de setembro (2025) o governo dos EUA tem realizado ataques no mar do Caribe contra embarcações, supostamente envolvidas com o narcotráfico na região. Segundo informações, estas investidas resultaram em 27 mortos até o momento. O último ataque letal ocorreu na terça-feira (14), matando seis pessoas. A ação foi autorizada pela Casa Branca, a qual, em suas redes sociais, classificou como “ataque cinético letal contra uma embarcação afiliada a uma Organização Terrorista”.



Além de autoridades venezuelanas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também está apreensivo com a escalada das ações estadunidenses no país vizinho. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), Petro declarou que, caso a CIA conduza operações em território venezuelano e haja ataque militar, estas investidas podem “respingar” em seu país. Contudo, mesmo diante deste cenário, por se tratar de operações secretas por parte da inteligência dos EUA, Donald Trump não detalhou o que pode advir destas ações e se Nicolás Maduro é um alvo a ser eliminado pela agência.

 

Venezuelana María Corina Machado vence o Prêmio Nobel da Paz de 2025

Nesta sexta-feira (10), o comitê norueguês anunciou em Oslo, capital do país, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz: Maria Corina Machado, uma venezuelana de 58 anos que é líder da oposição contra o regime autoritário de Nicolás Maduro.

Ela foi reconhecida por sua luta contra Nicolás Maduro e em busca de uma democracia, além de restaurar a paz no país sul-americano. Após as eleições presidenciais de 2024, Maria Corina contestou o resultado, que foi marcado pela reeleição de Nicolás Maduro, em meio à falta de informações e transparência com o povo venezuelano. Desde então, Maria vive escondida na Venezuela.

Eleições passadas

A líder opositora María Corina Machado foi impedida de concorrer nas últimas eleições presidenciais da Venezuela, em um processo amplamente criticado por organismos internacionais. Mesmo sem poder participar oficialmente, seu nome se tornou símbolo da resistência democrática, mobilizando milhares de apoiadores em todo o país.

Desde o pleito, o regime de Nicolás Maduro intensificou a repressão contra Machado e outros opositores, como Edmundo González, que também enfrenta perseguições. Vivendo atualmente na clandestinidade, a líder chegou a ser presa brevemente no ano passado, episódio que reforçou o clima de tensão política e as denúncias de violações de direitos humanos no país.


 

Pronunciamento oficial de Maria no X (Foto/reprodução/X/@MariaCorinaYa)

Exemplo de coragem civil

De acordo com o Comitê Norueguês, María Corina Machado recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025 por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”. A escolha destaca sua atuação incansável na defesa da democracia venezuelana, mesmo diante de perseguições e ameaças constantes. O reconhecimento internacional reforça a importância de sua resistência em um contexto de autoritarismo e violações de direitos políticos, como vêm ocorrendo na Venezuela na última década.

No comunicado oficial, o comitê descreveu Machado como uma figura unificadora em meio a um cenário político marcado pela divisão e pela desconfiança. Sua capacidade de aproximar antigos adversários em torno da luta por eleições livres e pela restauração do Estado de Direito foi apontada como um feito raro na história recente da Venezuela. O prêmio simboliza não apenas sua trajetória pessoal, mas também a esperança de milhões de venezuelanos por uma transição pacífica e democrática rumo a dias melhores.

Nobel e seus ganhadores

Maria Corina Machado é a 20ª mulher da história a vencer o prêmio, e no século 21 ela é a 10ª a ganhar, mostrando também a equiparação de gêneros nos últimos anos, já que o prêmio acontece desde 1901 e, antes do atual século, apenas 10 mulheres haviam vencido, em um recorte de quase 100 anos.

E no quesito de países que mais venceram o prêmio Nobel, os Estados Unidos levam a melhor com 22 premiações, seguidos do Reino Unido com 10 troféus. Maria Corina é a quarta sul-americana a vencer o prêmio; antes dela, tivemos um colombiano no ano de 2016, Juan Manuel Santos, e dois argentinos: Adolfo Pérez e Carlos Saavedra Lamas.

Trump não fará mais esforço para acordo com Venezuela

Na última segunda-feira, dia 6 de outubro, o jornal americano The New York Times (NYT) publicou uma reportagem a respeito das relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e a Venezuela. Segundo o veículo de comunicação, o presidente dos EUA, Donald Trump, teria desistido de fazer esforços para estabelecer um acordo diplomático entre as duas nações. A decisão de Trump pode dar abertura à possibilidade de uma escalada militar contra o tráfico de drogas ou contra o governante Nicolás Maduro.

As informações do NYT

O jornal americano The New York Times divulgou que uma reunião estava acontecendo com líderes militares americanos na última quinta-feira, dia 02 de outubro. Richard Grennel, presidente executivo do Kennedy Center, era um dos principais representantes dos Estados Unidos na negociação do acordo diplomático com a Venezuela. Durante o encontro, o presidente Donald Trump fez uma ligação para Richard Grennel, pedindo que a negociação do acordo fosse suspensa: Trump estava desistindo dos esforços para firmar o acordo. 


Análise das tensões EUA X Venezuela (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN Brasil)

Marco Rubio, Secretário de Estado e Conselheiro Nacional de Segurança  dos Estados Unidos, também deu depoimentos a respeito de Nicolás Maduro. Segundo Marco Rubio, Nicolás Maduro é um líder ilegítimo, e também possui acusações de tráfico de drogas por parte dos Estados Unidos.

Tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela

A negociação entre Richard Greenel, presidente executivo do Kennedy Center, e o governo venezuelano estava acontecendo já havia vários meses. O contato entre as duas partes ficou mais intenso após ameaças e ataques militares dos Estados Unidos à Venezuela: barcos foram atingidos, e pessoas perderam a vida. Nicolás Maduro chegou a enviar uma carta ao presidente Donald Trump, dizendo que não possui relação com o tráfico de drogas. O governo dos Estados Unidos está oferecendo uma recompensa de 50 milhões de dólares para obter informações que provam que Nicolás Maduro está envolvido com o tráfico e com organizações criminosas.

Estados Unidos afirmam ter identificado sucessivos terremotos na Venezuela

Uma série de ao menos 10 terremotos atingiu o noroeste do território venezuelano na noite dessa quarta-feira (24), segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos e do Serviço Geológico da Colômbia. Dos abalos sísmicos, os órgãos consideraram que 2 foram acima de 6 na escala Richter, que mede, comumente entre 0 e 10, a magnitude desses fenômenos. No X, a Fundação Venezuelana de Pesquisas Sismológicas (Funvisis) alertou acerca de um único tremor, de magnitude 3,9. A incompatibilidade de informações surge em um momento de crescente tensão entre Washington e Caracas.

Terremotos não deixaram mortos nem feridos

Entre os abalos de maior magnitude, um avaliado em 6,2 teve seu epicentro a 24km do povoado de Mene Grande, uma área petrolífera do estado de Zulia. Já o outro, de 6,5, concentrou-se no estado de Trujillo. Ambos se fizeram sentir em regiões vizinhas do mesmo país e até na Colômbia, nação que compartilha fronteira com a terra de Nicolás Maduro.

Apesar de circularem vídeos nas redes sociais de danos materiais causados pelos tremores, não houve, até o momento, nenhum comunicado a respeito de vítimas.


Terremoto em Mene Grande causa tremores nas redondezas (Vídeo: reprodução/YouTube/Notícias de Maracaibo)


“Estamos avaliando os danos estruturais que até este momento foram reportados, entre eles, o Hospital Luis Razetti, na localidade de Pueblo Nuevo, no município Baralt, a ponte de San Pedro, também nesse município”, disse o governador do estado de Zulia, Luis Caldera.

“Não temos vítimas ou feridos devido a esse movimento sísmico”, acrescentou ele.

Discordâncias entre EUA e Venezuela aumentam

A diferença do discurso acerca dos recentes fenômenos naturais no país sul-americano não é isolada. Na verdade, Washington e Caracas vivenciam um aumento de tensões a partir de agosto deste ano, quando o líder estadunidense, Donald Trump, dobrou a recompensa financeira por informações que levem à prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Com isso, o montante chegou a U$50 milhões, que respondem por mais de R$250 milhões. A justificativa de Trump está no suposto envolvimento de Maduro com o tráfico de drogas direcionado aos Estados Unidos.

Desde então, Trump deslocou frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, e alegou, nas redes sociais, ter bombardeado ao menos 3 navios pertencentes a traficantes venezuelanos. O movimento teria gerado a morte de 14 indivíduos.

Há poucas semanas, Maduro reagiu convocando milhares de civis, integrantes da Milícia Bolivariana, para uma preparação militar intensiva na ilha caribenha de La Orchila, além de anunciar a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em prol da defesa do país. Pouco depois, os Estados Unidos enviaram 5 caças a uma base militar desativada no Porto Rico.