Trump menciona ataque terrestre dos EUA em território venezuelano

Nesta segunda-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que forças americanas realizaram um ataque contra a Venezuela. O ataque foi realizado de forma terrestre e contra uma instalação que, segundo Trump, era usada pelo narcotráfico no país.

Operação citada por Trump

As declarações começaram inicialmente durante uma entrevista à rádio americana WABC, de Nova York, na última sexta-feira (26), quando o presidente mencionou uma operação, porém sem muitos detalhes. No domingo (28), o jornal The New York Times informou que o local se referia a instalações usadas por narcotraficantes na Venezuela. A confirmação dos fatos e de toda a operação aconteceu somente nesta segunda-feira, vinda diretamente do presidente Donald Trump após ser questionado.

Durante a entrevista, o presidente afirmou que houve uma “grande explosão na área onde eles carregam os barcos com drogas”. Ainda segundo Trump, o local “não existe mais”.

Detalhes sobre o local exato não foram informados. Também não foi divulgado se o ataque foi conduzido pelas Forças Armadas ou pela CIA (Agência Central de Inteligência).

Silêncio e ataques

Algumas fontes foram ouvidas pela imprensa americana e, segundo informações, o presidente Trump pode estar se referindo a instalações vinculadas ao narcotráfico na costa da Venezuela. O jornal The New York Times reportou que membros da administração indicaram que se trata de uma base usada por traficantes para abastecer embarcações. O jornal não apresentou confirmações oficiais sobre os detalhes da operação.


Nicolás Maduro, da Venezuela (Foto: reprodução/Juan Barreto/Getty Images Embed)


O possível ataque surge em meio a um ambiente crescente de pressão de Washington sobre o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, que inclui diversas operações marítimas e ações com a finalidade de desmantelar redes de tráfico de drogas e também enfraquecer a economia venezuelana.

Até agora, os Estados Unidos têm realizado, em sua maioria, ataques a embarcações suspeitas em mar aberto e apreensões de petroleiros venezuelanos, além de movimentação militar mais ampla no Caribe, mas não havia confirmação pública anterior de um ataque em solo venezuelano.

Nenhuma confirmação oficial foi feita até o momento por órgãos americanos, como o Pentágono, a Casa Branca ou a própria CIA, sobre a suposta ação. O governo da Venezuela também não publicou nenhuma nota sobre o ataque.

EUA retêm petroleiro e levantam dúvida sobre ato de guerra

O governo dos Estados Unidos (EUA) apreendeu nesta quinta-feira (11) um navio petroleiro venezuelano perto da costa da Venezuela, em uma operação considerada inédita pelas autoridades norte-americanas, que alegam que a embarcação estaria envolvida em uma rede internacional de comércio ilegal de petróleo.
A operação foi confirmada na última quarta-feira (10), durante um evento na Casa Branca no qual Donald Trump anunciou a apreensão. Navios venezuelanos vinham sendo monitorados pelas autoridades americanas diante da acusação de que o presidente Nicolás Maduro comandaria um cartel de tráfico de drogas. O episódio amplia a tensão entre Washington e Caracas, já que o governo venezuelano classificou a medida como uma violação de sua soberania e acusou os Estados Unidos de agir de maneira arbitrária em águas próximas ao país.

Motivo da apreensão do navio

De acordo com autoridades americanas, o petroleiro foi apreendido por já constar em listas de embarcações sancionadas pelos Estados Unidos. O governo alega que o navio operava em rotas usadas para transportar petróleo venezuelano sob sanções e que poderia ter carregamentos ligados ao Irã, embora não tenham sido divulgados detalhes sobre as evidências que sustentam essas acusações.
As autoridades dos EUA afirmam ainda que a operação foi autorizada por um mandado judicial federal destinado a interromper o envio de petróleo considerado irregular. Washington também relaciona o caso a suspeitas de que redes ligadas ao governo de Nicolás Maduro participariam de atividades ilícitas, o que Caracas nega. Até agora, a Casa Branca não apresentou explicações públicas mais amplas sobre os motivos da apreensão.

Vídeo divulgado pela Casa Branca mostra a operação de apreensão do petroleiro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Venezuela responde à apreensão

O governo da Venezuela condenou a apreensão do petroleiro e classificou a ação como um ato de pirataria internacional. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os Estados Unidos violaram a soberania do país ao interceptar uma embarcação que, segundo Caracas, navegava legitimamente em águas próximas ao território venezuelano. O governo também acusou Washington de promover uma escalada deliberada de tensão na região.

Caracas negou as acusações americanas de envolvimento em comércio ilegal de petróleo e afirmou que a operação tem motivação política. O governo de Nicolás Maduro sustentou que os Estados Unidos buscam justificar medidas punitivas contra a Venezuela e acusou a administração Trump de utilizar pretextos para atacar economicamente o país. A chancelaria venezuelana pediu apoio internacional e declarou que tomará medidas diplomáticas para contestar a apreensão.

A Casa Branca afirmou que pretende levar o navio para território americano e apreender a carga de petróleo, medida que reforça a tensão diplomática entre os dois países. A decisão indica que Washington deve manter a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, enquanto Caracas promete recorrer a instâncias internacionais para contestar a operação.

Lula diz a Trump que não aceita conflito na América Latina

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (11) que expressou a Donald Trump sua preocupação com a escalada militar na América Latina. A princípio, Lula afirmou que a conversa ocorreu por telefone na semana passada e tratou diretamente da tensão envolvendo a Venezuela.

Ainda mais, Lula relatou que reforçou ao presidente dos Estados Unidos que a região defende estabilidade. “Nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, disse o presidente durante discurso em Belo Horizonte.

A tensão crescente na Venezuela

Ainda durante o relato, Lula afirmou que Trump reagiu com menção ao poderio militar norte-americano. Assim, para o presidente brasileiro, porém, o diálogo deve prevalecer. Ele disse que prefere “o poder da palavra” a qualquer demonstração bélica. Pouco antes, a fala ocorreu na abertura da Caravana Federativa, em Minas Gerais. Mais tarde, a Secretaria de Comunicação ajustou a data da ligação e informou que a conversa citada ocorreu na semana anterior.


Barricada antitanque em Caracas após tensões regionais (Foto: reprodução/Juan Barreto/AFP/Getty Images Embed)


Ao passo que a crise venezuelana domina o cenário geopolítico sul-americano, desde agosto os Estados Unidos mantêm forte presença militar no Caribe sob o argumento de combater o narcotráfico. A movimentação, no entanto, tem sido interpretada por governos da região como pressão direta sobre o regime de Nicolás Maduro. Na semana passada, Lula conversou com o presidente venezuelano e discutiu a necessidade de preservar a paz no continente.

Atuação diplomática do Brasil

Nesse ínterim, Trump declarou em novembro que os EUA podem iniciar operações terrestres para enfrentar grupos ligados ao tráfico na Venezuela. Segundo o republicano, ações navais dificultaram rotas criminosas e abriram espaço para uma nova fase militar.

Enquanto isso, o Brasil busca mediar o impasse, visto que Lula já se ofereceu para aproximar EUA e Venezuela em diferentes ocasiões. Ele defende que o respeito à soberania regional precisa orientar qualquer decisão. Pouco depois, em outubro, o presidente alertou que invasões unilaterais criariam um ambiente sem regras claras. A conversa entre Lula e Trump também abordou caminhos para cooperação envolvendo polícias e ministérios da Justiça dos países. Para o governo brasileiro, a construção de soluções conjuntas reduz riscos e fortalece a estabilidade regional.

A disputa ganhou novos contornos após Trump afirmar que Maduro ignorou um ultimato para deixar o cargo. Além disso, fontes internacionais relataram que Washington teria oferecido passagem segura à família do líder venezuelano para acelerar uma transição política. A iniciativa buscava diminuir tensões no Caribe em meio ao avanço de operações militares norte-americanas.

EUA pressionam, mas Maduro rejeita saída imediata proposta por Trump

A crise entre Estados Unidos e Venezuela ganhou novos contornos depois que Nicolás Maduro descumpriu o ultimato do presidente norte-americano Donald Trump para deixar o poder. Segundo fontes consultadas pela CNN Brasil, o republicano havia oferecido ao líder venezuelano e à sua família passagem segura para fora do país, numa tentativa de mediar uma transição rápida e controlada.

O telefonema, ocorrido em 21 de novembro, foi tratado como uma das últimas tentativas diplomáticas de Washington para reduzir tensões no Caribe, onde os EUA intensificaram operações navais em resposta a denúncias de narcotráfico e instabilidade regional.

Maduro, no entanto, recusou a proposta e impôs condições consideradas inviáveis pelos norte-americanos: anistia total a ele e a altos membros do regime, suspensão imediata das sanções e arquivamento das acusações que enfrenta no Tribunal Penal Internacional (TPI). A Casa Branca avaliou as exigências como incompatíveis com qualquer cenário de responsabilização futura.

As condições e o colapso das negociações

Além da renúncia imediata, a sugestão dos EUA incluía a possibilidade de um governo interino comandado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, até que novas eleições fossem convocadas. Fontes afirmam que a opção foi rapidamente descartada por Caracas, que teme perder controle interno sobre Forças Armadas e setores estratégicos do Estado.

Com o fracasso das tratativas, o prazo dado por Trump expirou sem qualquer sinalização de saída por parte do líder venezuelano. Como resposta, Washington anunciou novas medidas de pressão, incluindo a restrição ao espaço aéreo venezuelano e o fortalecimento de alianças regionais para monitoramento militar.


Força militar americana pressiona a Venezuela (Vídeo: reprodução/X/@g1) 


No governo norte-americano, a percepção é de que Maduro continua apostando no desgaste externo para reforçar alianças internas, especialmente junto ao alto comando militar, pilar decisivo de sua permanência no poder.

Enfraquecimento diplomático e risco de escalada regional

A deterioração das relações entre os países ocorre num momento de aumento das acusações de Washington contra o chamado Cartel de los Soles, apontado pelos EUA como uma rede criminosa ligada ao tráfico de drogas e supostamente associada ao regime venezuelano. A classificação do grupo como organização terrorista estrangeira marcou um dos momentos mais críticos do governo Trump em relação à Venezuela.

Caracas reage acusando os EUA de tentativa de interferência externa e “operação de mudança de regime”, discurso que Maduro tem reforçado em pronunciamentos recentes. Ele também afirmou que continuará “defendendo a soberania” e denunciou pressões internacionais que, segundo ele, visam fragilizar o país e seus recursos petrolíferos.

Especialistas ouvidos por veículos internacionais alertam que a convergência entre crise interna, instabilidade econômica e ameaças externas cria um ambiente de risco elevado para toda a América Latina. A preocupação envolve desde fluxos migratórios até possíveis choques militares indiretos em regiões estratégicas do Caribe.

Impactos para a América Latina

Com o fim das conversas diretas, não está claro qual será a estratégia dos EUA. Embora ações militares diretas não tenham sido anunciadas, fontes em Washington não descartam novas sanções econômicas e um cerco diplomático mais rígido à cúpula do governo venezuelano.

Maduro continuará apostando na resistência interna e no apoio das Forças Armadas, enquanto tenta ampliar alianças internacionais para contrabalancear o peso norte-americano, especialmente com países como Rússia, China e Irã.

Enquanto isso, a população venezuelana segue inserida em um contexto de incerteza política, inflação persistente e acesso limitado a serviços básicos, cenário que pode pressionar ainda mais países vizinhos com novos fluxos migratórios. 

Maduro sinaliza abertura para diálogo direto com Donald Trump

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (17) que está disposto a se reunir com Donald Trump para um diálogo direto, caso o presidente dos Estados Unidos manifeste interesse. A declaração foi feita durante um pronunciamento transmitido pela TV estatal, no qual Maduro destacou que “quem quiser falar com a Venezuela vai conversar, cara a cara, sem problema algum”.

A sinalização acontece em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington. Nos últimos dias, o governo norte-americano ampliou a pressão militar na região, enquanto acusações sobre envolvimento de autoridades venezuelanas com organizações criminosas continuam a influenciar o cenário diplomático.

Sinalização ocorre após fala de Trump

A abertura ao diálogo veio depois de Donald Trump declarar que “poderia haver conversas” com o governo venezuelano. A fala foi interpretada como uma mudança de tom, já que o líder norte-americano vinha endurecendo sua postura nas últimas semanas. Maduro respondeu prontamente, afirmando que, se há disposição por parte dos Estados Unidos, ele também está aberto a negociar.


Trump diz estar disposto a conversar com Maduro (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


Segundo o presidente venezuelano, a postura de Caracas é guiada por “diplomacia de paz”, apesar das acusações e das ações externas. Ele reforçou que conversas diretas poderiam ajudar a “restabelecer pontes” entre os dois países, há anos marcados por rompimentos diplomáticos, sanções econômicas e disputas políticas.

A intensificação da crise também reacende debates sobre o impacto das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, que continuam afetando setores essenciais da economia venezuelana, como petróleo, energia e importação de insumos básicos. Essas medidas não apenas pressionam o governo Maduro, mas também têm efeitos diretos sobre a população, criando um cenário no qual a abertura de um diálogo com Washington poderia aliviar ao menos parte das restrições que agravam a crise humanitária no país. Para o governo venezuelano, esse ponto é central e frequentemente usado como argumento para reforçar a importância de uma negociação direta.

Conflito, pressões e expectativas

A fala de Maduro serve para tentar demonstrar abertura diplomática e reduzir tensões internacionais, principalmente diante do aumento da pressão militar norte-americana no Caribe. Ao mesmo tempo, é improvável que um diálogo se estabeleça rapidamente, dada a complexidade das disputas que envolvem Washington e Caracas.

Além do impacto diplomático, a possível aproximação entre Trump e Maduro também gera reações significativas dentro da América Latina. Governos da região acompanham com atenção qualquer mudança no diálogo entre EUA e Venezuela, já que a crise venezuelana tem efeitos diretos sobre fluxos migratórios, segurança fronteiriça e acordos econômicos.

Países como Colômbia e Brasil, que historicamente atuam como mediadores, avaliam que um eventual canal de conversa entre os dois presidentes pode redefinir estratégias regionais e exigir reposicionamentos políticos diante de novos cenários. Ainda assim, a troca de declarações reacende a possibilidade mesmo que remota de uma conversa inédita entre os dois líderes, algo que poderia redefinir o quadro geopolítico regional

Nicolás Maduro acusa governo Trump de “guerra silenciosa”

Em meio a um momento de tensão entre os EUA e a Venezuela, Nicolas Maduro, em discurso, acusou o país presidido por Donald Trump de fazer uma “guerra silenciosa”. Conforme ele informou, os venezuelanos não aceitarão ser escravos de gringos. Disse ainda que eles estão nas ruas clamando por Paz.

A líder da oposição María Corina Machado pediu para que os apoiadores de Maduro se unam contra ele, pois, para ela, é um povo que precisa de redenção e entendimento para perceber a necessidade de buscar a liberdade se livrando desse regime.

Entenda a situação

Na última sexta-feira (14), o presidenciável dos Estados Unidos da América disse que tomará uma decisão em relação à Venezuela, pois para ele o país estaria tendo relações estreitas com o comércio ilegal de drogas. Ele informou a repórteres, a respeito de uma possível conclusão sobre a situação em questão, após funcionários da sua administração terem feito três reuniões na Casa Branca nesta última semana, para discutir sobre opções militares quanto ao local. O governo americano enviou aviões F-35, navios de guerra, além de um submarino nuclear na região.

O grupo de ataque dos porta-aviões Gerald Ford, no início desta semana, trazendo mais de 75 aeronaves militares, entrou na região da América Latina, com mais de 5.000 soldados. Nicolas Maduro acredita que estão tentando tirá-lo do poder. Além disso, as tensões entre a terra do “Tio Sam” e a Colômbia também se acentuaram com a negociação entre ambos nas últimas semanas. O presidente colombiano fez a acusação de que os americanos estariam cometendo assassinatos com seus ataques.


Presidente Donald Trump saindo da sala oval em direção ao helicóptero (Foto: reprodução/Heather Diehl/Getty Images Embed)


Trajetória de Nicolás Maduro

Maduro, trabalhou deste jovem como motorista de ônibus da Metro bus, conforme seus colegas de trabalho relataram, ele era um empregado problemático com acúmulo de faltas, que geralmente era justificado por atestados médicos, alegando que ele tinha asma e também por conta de compromissos como delegado sindical.

No ano de 1998 começou a compor as fileiras do partido MVR, se envolvendo na vitoriosa campanha de Hugo Chávez, sendo sua primeira vez, eleito como presidente da Venezuela. Em 1999, foi eleito deputado para assembleia constituinte.

Em 2012,com a licença do presidente Chávez, ele assumiu a presidência interina do país e após três meses assumiu o poder com a morte de Hugo Chávez no dia 5 de março de 2013.

Depois das ameaças de Trump, Maduro recorre a Rússia e China para reforçar defesa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou cartas aos governos da Rússia e da China, além de buscar apoio junto ao Irã, para reforçar sua defesa militar diante de uma presença crescente das forças dos Estados Unidos no Caribe. Segundo documentos internos norte-americanos obtidos pelo jornal “The Washington Post”, Maduro requisitou equipamentos como radares, reparos de aviões e até mísseis.

A iniciativa ocorre em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington, com o governo dos Estados Unidos justificando sua operação na região como combate ao narcotráfico. Já o governo venezuelano entende a manobra como uma ameaça direta à sua soberania.

Pressão dos Estados Unidos e resposta venezuelana

Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram a presença de navios de guerra e aviões militares perto da costa da Venezuela, no mar do Caribe. O governo do presidente Nicolás Maduro acredita que essa movimentação não é apenas uma operação comum, mas uma forma de pressão para tentar enfraquecer ou derrubar seu governo. Por isso, Caracas vê essa ação como uma ameaça direta e um risco para a segurança do país.

Diante dessa situação, Maduro decidiu reagir. Ele ordenou exercícios militares na região e afirmou publicamente que a Venezuela não aceitará ser atacada ou intimidada. Mesmo enfrentando dificuldades econômicas e com seu exército precisando de mais estrutura, Maduro diz que o país está se defendendo de um “cerco” internacional e, por isso, busca apoio de aliados para tentar se proteger.

Além das medidas internas, o governo venezuelano também tem usado discursos e transmissões oficiais para reforçar a narrativa de que o país está sendo ameaçado. Maduro afirma que sua intenção é garantir a segurança da população e evitar conflitos, mas também acusa os Estados Unidos de tentar interferir em assuntos internos da Venezuela. Esse posicionamento busca fortalecer o apoio interno e legitimar a cooperação com outros países, mostrando que o governo está preparado para reagir a qualquer tentativa de pressão externa.


O presidente venezuelano Nicolás Maduro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Frederico Parra)


Aliança estratégica com Rússia, China e Irã

A Venezuela mantém uma parceria antiga com Rússia e China em áreas como comércio, energia e defesa. Agora, com a tensão crescente com os Estados Unidos, Maduro pediu apoio militar direto a esses países, incluindo equipamentos e suporte técnico. “Os pedidos a Moscou foram feitos por meio de uma carta destinada ao presidente russo Vladimir Putin e que deveria ser entregue durante uma visita de um assessor sênior à capital russa neste mês”, diz o “The Washington Post”. Essa movimentação reforça a tentativa do governo venezuelano de mostrar que não está isolado internacionalmente.

Apesar dessa aproximação, especialistas afirmam que ainda não se sabe se Rússia e China vão fornecer todo o apoio solicitado, já que ambos também enfrentam desafios e prioridades em outras regiões. Mesmo assim, o pedido de Maduro mostra que ele aposta nessas alianças para tentar proteger a Venezuela e evitar um conflito maior na América do Sul. O movimento também serve como sinal para outros países da região de que a Venezuela pretende resistir a pressões externas e buscar respaldo diplomático, mostrando que possui parceiros capazes de equilibrar a influência dos Estados Unidos na América Latina.

A situação deixa claro que a Venezuela está tentando se posicionar como um país que não será pressionado, reforçando suas defesas e suas alianças estratégicas. Ao mesmo tempo, o cenário evidencia como a tensão entre os Estados Unidos e aliados da Venezuela pode impactar a estabilidade política e a segurança em toda a América do Sul nos próximos meses. O desfecho dessa negociação ainda é incerto, mas demonstra que Caracas está determinada a buscar apoio internacional para se proteger e fortalecer sua posição no continente.

 

Governo Trump envia maior porta-aviões do mundo ao Caribe e eleva tensão militar com a Venezuela

O grupo de ataque USS Gerald Ford, liderado pelo maior porta-aviões já construído, amplia a presença militar dos EUA perto da costa venezuelana em meio a uma nova escalada de tensões entre Donald Trump e Nicolás Maduro. A ordem foi dada nesta sexta-feira (24) pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth.

Escalada no Caribe e o reforço do poder naval pelos EUA

O governo dos Estados Unidos enviou ao mar do Caribe o grupo de ataque USS Gerald Ford, em um dos maiores movimentos militares americanos na região desde o início das tensões com a Venezuela. A ação envolve o porta-aviões mais moderno e poderoso do mundo, acompanhado por destróieres, caças e helicópteros de ataque.

Segundo o Pentágono, a frota inclui três destróieres (USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill), três esquadrões de caças F-18 e dois de helicópteros MH-60. O porta-aviões, incorporado à Marinha dos EUA em 2017, é capaz de transportar até 90 aeronaves e operar com alta autonomia. O envio da frota foi descrito pela imprensa americana como uma grande expansão da campanha de pressão militar sobre Caracas.


Maduro em discurso diz que Venezuela quer paz (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jesus Vargas)

Confronto diplomático e risco de operação militar

A movimentação ocorre após semanas de aumento de hostilidades entre Washington e Caracas. Desde agosto, os EUA classificaram cartéis sul-americanos como organizações terroristas e acusaram o presidente Nicolás Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, aumentando a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões).

Por sua vez, Maduro afirmou que o verdadeiro objetivo da ofensiva americana é retirá-lo do poder. Em um discurso em inglês, pediu: “No crazy war, please. A Venezuela quer paz.” Enquanto isso, o presidente Donald Trump confirmou que autorizou operações secretas da CIA contra alvos ligados ao chavismo e disse que ações terrestres contra cartéis devem ocorrer “em breve”.

Relatórios da ONU enfraquecem a justificativa dos EUA para tais operações, apontando que a maior parte das drogas que causam overdoses no país, como o fentanil, vem do México — não da Venezuela. Mesmo assim, o poderio naval americano foi deslocado para o Caribe, intensificando o clima de guerra na América do Sul.

Com o USS Gerald Ford a caminho da região, cresce o temor de que a disputa entre Trump e Maduro evolua de uma guerra de narrativas para um confronto militar direto.

Trump autoriza ‘operações letais’ da CIA na Venezuela, diz NYT

O jornal estadunidense The New York Times publicou ontem (15) uma reportagem que revelou a autorização do governo Trump para que a Agência Central de Inteligência (CIA) conduza operações secretas na Venezuela. A medida governamental, que ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caros dois países, permitiria ações letais.

EUA bombardeiam civis venezuelanos no Sul do Caribe

Desde setembro, os Estados Unidos vêm deslocando frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, a fim de, argumentam eles, sufocar o tráfico de drogas na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alega que o líder venezualeno, Nicolás Maduro, lidera a facção criminosa Cartel de los Soles, considerada pelos EUA como terrorista, mas cuja própria existência é questionada por especialistas.

Sob anonimato, oficiais ouvidos pelo The New York Times apontaram que o motivo por trás da escalada militar com a Venezuela é a deposição do ditador Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, defende-se dizendo que o que está em jogo é o controle sobre as ricas reservas petrolíferas do Estado latino-americano.

Os navios militares americanos atuam atacando embarcações civis acusadas, por eles, de levar entorpecentes à América do Norte. Até agora, 27 pessoas morreram nos ataques.


Navio militar americanao é visto no Caribe dias após Trump anunciar um terceiro bombardeio a embarcações venezuelanas (Foto: Reprodução/Enea Lebrun/Getty Images Embed)

“Estamos mirando a terra agora, já que temos o mar sob bastante controle”, disse Trump à imprensa horas depois que o NYT divulgou informações sobre a autorização à CIA.

Ações sofrem críticas da comunidade internacional

As execuções extrajudiciais foram apontadas pela Human Rights Watch como violadoras do direito internacional. O tema chegou, na última sexta-feira (10), ao Conselho de Segurança da ONU, órgão máximo da organização intergovernamental, que se mostrou preocupado com o assassinato de civis sem julgamento e a escalada militar na região.

Estima-se, hoje, que os Estados Unidos possuam 10 mil militares no Caribe, a maioria baseada em Porto Rico, além de oito navios e um submarino na região. A Venezuela, por sua vez, mobiliza militares, milicianos e até mesmo civis, na iminência de um ataque do Norte.

Maduro reage às operações secretas da CIA na Venezuela autorizadas por Trump

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (15), criticou as operações secretas da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), autorizadas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, no país sul-americano. Mais cedo, durante entrevista coletiva, Trump declarou que a agência realiza ações na Venezuela a fim de combater o crescimento do crime organizado no país e na América Latina.

Maduro classificou as medidas adotadas por Trump como um “golpe de Estado” e “guerra psicológica” e, na manhã desta quinta-feira (16), horário de Brasília, realizou várias publicações relacionadas à força militar venezuelana e ao carisma do povo de seu país. Declarando que a Venezuela é uma nação de “gente decente, honesta, trabalhadora, solidária e humana”.

Críticas a Trump e a opositores

Logo após a confirmação de Donald Trump sobre as ações da CIA no país sul-americano, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela emitiu um comunicado oficial através de suas redes sociais, classificando como “belicosas e extravagantes” as declarações do governo dos EUA. A nota ressalta, ainda, que Trump viola gravemente o Direito Internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), ao realizar investidas contra a Venezuela.


Publicação do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sobre ações da CIA no país (Foto: reprodução/Instagram/@cancilleria_ve)

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, seguiu na mesma linha de seu líder, Nicolás Maduro. Sem citar diretamente o governo estadunidense, Rodríguez enfatizou que os venezuelanos carregam a herança de Simón Bolívar e defenderão a Venezuela sob qualquer circunstância. Por isso, alertou: “que nenhum agressor ouse” atentar contra o seu país.

Ataques letais

Desde o início de setembro (2025) o governo dos EUA tem realizado ataques no mar do Caribe contra embarcações, supostamente envolvidas com o narcotráfico na região. Segundo informações, estas investidas resultaram em 27 mortos até o momento. O último ataque letal ocorreu na terça-feira (14), matando seis pessoas. A ação foi autorizada pela Casa Branca, a qual, em suas redes sociais, classificou como “ataque cinético letal contra uma embarcação afiliada a uma Organização Terrorista”.



Além de autoridades venezuelanas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também está apreensivo com a escalada das ações estadunidenses no país vizinho. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), Petro declarou que, caso a CIA conduza operações em território venezuelano e haja ataque militar, estas investidas podem “respingar” em seu país. Contudo, mesmo diante deste cenário, por se tratar de operações secretas por parte da inteligência dos EUA, Donald Trump não detalhou o que pode advir destas ações e se Nicolás Maduro é um alvo a ser eliminado pela agência.