Sobre Mateus Pessoa

Mateus é formado em Tecnologia da Informação pela Uninassau e atualmente estuda Jornalismo na Estácio de Sá. Ele iniciou sua carreira em produção audiovisual em 2022, trabalhando em um projeto para a Stellantis, a gigante automotiva multinacional que detém marcas como Jeep, RAM, Fiat e Peugeot.

Inovações da Apple remodelam o cenário corporativo global

A Apple, gigante da tecnologia, reafirma sua posição não apenas como seguidora, mas como ditadora de tendências no universo do trabalho digital. Em setembro, o evento “What’s New for Business” serviu de palco para o lançamento de uma linha completa de soluções que promete redefinir a dinâmica das organizações, colocando tecnologia, produtividade e segurança no centro da estratégia corporativa.

O compromisso da marca de Cupertino com o ambiente de negócios se traduz em inovações que simplificam a complexa gestão de Tecnologia da Informação (TI). As novidades incluem um leque aprimorado de funcionalidades, desde opções robustas para gerenciamento de contas e inventário detalhado até ferramentas que otimizam processos de migração, redefinições e atualizações. O objetivo é claro: oferecer mais controle às equipes de TI com a máxima eficiência.

Hardware Potente e Inteligência Artificial Integrada

A nova família de iPhones, com destaque para o iPhone 17, chega com foco explícito na rotina corporativa. O modelo de entrada já impressiona com sua tela ProMotion de 6,3 polegadas e uma bateria de até 30 horas de uso. Para multitarefas exigentes, os modelos iPhone 17 Pro e Pro Max incorporam o poderoso chip A19 Pro, câmeras de 48MP e a melhor autonomia de bateria já vista em um iPhone. Completando a linha, o iPhone Air une um design ultrafino em titânio com desempenho de nível profissional.

Paralelamente, o lançamento do iOS 26, com sua interface redesenhada “Liquid Glass”, estabelece a base para o recurso mais impactante: a Apple Intelligence. Esta inovação promete redefinir o fluxo de trabalho com funcionalidades como a tradução ao vivo em chamadas e mensagens, crucial para equipes globais, e uma inteligência visual que permite criar eventos na agenda e resumir informações na tela sem alternar de aplicativo. Um ponto-chave é a segurança: o processamento dos modelos de linguagem ocorre diretamente nos dispositivos, garantindo a preservação dos dados.


Lançamento do iPhone 17 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Annice Lyn)


Mobilidade e Comunicação Aprimorada

O avanço não se limita aos smartphones. O Apple Watch evolui para uma extensão da estratégia de mobilidade. O Apple Watch SE 3 se apresenta como uma opção acessível para integração inicial, enquanto o Series 11 traz novos recursos de saúde e bateria aprimorada. Já o Ultra 3 surge como a escolha robusta, oferecendo conectividade via satélite e GPS de alta precisão. “O Apple Watch deixa de ser apenas um acessório e passa a funcionar como extensão da estratégia de mobilidade corporativa”, reitera Pittas.

Por fim, os AirPods Pro 3 introduzem a tradução simultânea em tempo real, um recurso com impacto direto no mundo dos negócios. A funcionalidade, aliada ao áudio aprimorado e ao cancelamento de ruído eficiente, permite que reuniões internacionais ocorram de forma natural e fluida, eliminando intermediários na comunicação e pavimentando o caminho para negociações e colaborações mais diretas e produtivas.

Essas inovações sinalizam que a Apple está investindo maciçamente para ser o pilar tecnológico das empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar na era digital.

Fórum econômico mundial aponta bolhas: IA, cripto e dívida

Em um cenário de intensa volatilidade nos mercados globais de tecnologia, Borge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial (WEF), lançou um alerta grave sobre a possível formação de três grandes bolhas financeiras. Segundo Brende, o mundo deve monitorar de perto os excessos de otimismo e os níveis recordes de endividamento global, que, juntos, podem estar inflando bolhas nos setores de Inteligência Artificial (IA), Criptomoedas e Dívida Soberana.

Durante uma visita a São Paulo nesta quarta-feira (5), o líder do Fórum, conhecido por organizar o encontro anual de líderes em Davos, na Suíça, expressou a preocupação de que o frenesi em torno da IA possa ter levado a uma precificação exagerada no mercado de tecnologia. A menção às bolhas surge em meio a quedas significativas nas ações globais de tecnologia, um movimento que, segundo analistas, é motivo de cautela, mas não de pânico imediato, após os mercados terem atingido picos recordes.

“É possível que vejamos bolhas no futuro. Uma delas é a bolha de criptomoedas, a segunda é a bolha de IA e a terceira seria a bolha de dívida,” afirmou Brende a jornalistas.

A preocupação com a dívida global é particularmente acentuada, com o presidente do WEF observando que os governos não se endividavam tanto desde o ano de 1945. Paralelamente, os mercados têm demonstrado uma resiliência notável, ignorando historicamente as preocupações com juros altos, inflação persistente e turbulências comerciais, em grande parte impulsionados pela crença no potencial transformador da IA nas perspectivas econômicas e corporativas.

Ameaça aos Colarinhos Brancos

O potencial da IA para ganhos de produtividade é inegável, segundo Brende, mas a tecnologia também representa um risco significativo para o emprego. O executivo alertou para o perigo de um novo “Cinturão da Ferrugem” (região industrial em declínio) se materializar nas grandes cidades, onde trabalhadores de “colarinho branco” que atuam em escritórios estariam mais suscetíveis à substituição pela automação e ao aumento da produtividade impulsionada pela IA. Brende citou cortes de vagas recentes em empresas como Amazon e Nestlé como exemplos dessa tendência.


Moeda digital Bitcoin (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Dan Kitwood)


Apesar dos riscos de curto prazo, o presidente do WEF reiterou a visão histórica de que a mudança tecnológica, em última análise, impulsiona a produtividade, que ele considera o único caminho sustentável para elevar a prosperidade a longo prazo. “Assim, é possível pagar melhores salários e garantir mais prosperidade à sociedade,” concluiu.

Ações de Tecnologia em Correção

As quedas recentes nas ações de tecnologia reforçam o clima de cautela. O setor, que vinha em trajetória de recordes, registrou perdas pelo segundo dia consecutivo. Bolsas como as de Seul e Tóquio caíram cerca de 5% em relação aos picos, e os futuros da Nasdaq também sinalizaram recuo. As empresas mais afetadas foram aquelas que se beneficiaram intensamente do rally de IA, notadamente a fabricante de chips Nvidia, que viu suas ações recuarem quase 4% em Wall Street.

Analistas do mercado, como Jon Withaar, da Pictet Asset Management, e Herald van der Linde, do HSBC, veem o movimento majoritariamente como um ajuste de posição ou uma realização de lucros de curto prazo, e não como o prenúncio de um colapso em massa. No entanto, a reação negativa aos resultados da Palantir Technologies, empresa de dados e IA, serviu como um gatilho para a liquidação.

“As pessoas estão envolvidas até o pescoço com essas ações de IA,” observou Van der Linde, sugerindo que uma “pausa” ou “rotação” no mercado seria natural. Apesar da venda ampla na “parte alavancada do mercado,” a intenção de uma saída em massa ainda não foi detectada pelos gestores de fundos, que, após um ano de ganhos sólidos, se mostram vigilantes. O cenário atual, portanto, pede vigilância redobrada, com o otimismo da IA confrontando os riscos estruturais da dívida e do excesso de euforia.

Justiça reduz pena de Robinho em Tremembé após atividades de ressocialização

Em um desdobramento do caso que prendeu o ex-jogador Robson de Souza, o Robinho, a Justiça de São Paulo concedeu a redução de parte da pena do ex-atleta, condenado a nove anos de prisão por violência sexual em grupo. O benefício, publicado no Diário de Justiça, é resultado de uma série de atividades de ressocialização cumpridas por Robinho na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado, conhecida como Tremembé II, no interior paulista.

A decisão, baseada na Lei de Execução Penal (LEP) e em normas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), abateu 69 dias da condenação total. A redução foi conquistada após o ex-jogador dedicar-se a um cronograma intenso que incluiu estudos e participação em cursos.

Esforço na Ressocialização

Robinho, que cumpre sua sentença desde março de 2024 na unidade prisional famosa por abrigar presos de grande repercussão, concluiu 11 cursos em diversas áreas, totalizando 132 horas de aprendizado. Além disso, o ex-atacante demonstrou empenho nos estudos regulares, finalizando 464 horas de aulas do ensino médio. O documento judicial também aponta a leitura de cinco livros como parte das atividades que culminaram na redução penal.

A Lei de Execução Penal brasileira prevê que o detento tem direito à remição de pena por dias trabalhados ou estudados, buscando incentivar o bom comportamento e a reintegração social. No caso de estudo, a legislação estabelece que um dia da pena pode ser diminuído a cada 12 horas de frequência escolar, comprovada por autoridade competente.


Post sobre a diminuição da pena de Robinho (Foto: reprodução/X/@g1)


O Histórico da Condenação

Robinho foi condenado em última instância pela Justiça italiana em 2022 pelo crime de violência sexual coletiva contra uma mulher de nacionalidade albanesa, ocorrido em uma boate em Milão, no ano de 2013, época em que defendia o clube Milan.

Em 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou a sentença italiana, determinando que o ex-jogador deveria cumprir a pena em território nacional, uma vez que a Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos natos. A decisão foi posteriormente referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), culminando na prisão de Robinho.

A defesa do ex-jogador segue contestando a pena e chegou a protocolar recursos que pediam o recálculo da condenação para seis anos em regime semiaberto, alegando que a punição deveria ser condizente com as leis brasileiras e não com as italianas. No entanto, o STJ rejeitou o pedido de recálculo da pena. Apesar da redução, a progressão para regimes menos rigorosos, como o semiaberto, dependerá de outros fatores, como o cumprimento de uma fração da pena em regime fechado e a manutenção do bom comportamento.

Contradição nos dados oficiais: relatório do Rio ao STF aponta menos presos em megaoperação do que o anunciado

Uma discrepância significativa nos números de detidos durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no último dia 28, colocou em xeque a comunicação oficial do Governo do Rio de Janeiro. No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Cláudio Castro informou ao ministro Alexandre de Moraes a detenção de 99 pessoas — sendo 82 em flagrante e 17 com mandados judiciais, incluindo dez adolescentes. Contudo, logo após a ação, as autoridades estaduais haviam divulgado as prisões de 113 suspeitos em coletiva de imprensa.

A Polícia Civil, por meio de nota, tentou justificar a diferença apontando uma “duplicação das informações iniciais”, alegando que alguns indivíduos presos em flagrante já possuíam mandados de prisão expedidos contra eles. A explicação, no entanto, não aplaca a crítica de entidades da sociedade civil. Passada mais de uma semana da megaoperação que resultou em 121 mortes — a mais letal da história do estado —, órgãos como a Defensoria Pública ainda não tiveram acesso à lista oficial com os nomes dos detidos.

OAB-RJ e especialistas cobram transparência

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) manifestou-se por meio de nota, ressaltando a importância do princípio da transparência e a necessidade de ampla divulgação dos dados da Operação Contenção à sociedade e aos órgãos competentes. A entidade, que instituiu um Observatório de Investigações para acompanhar os desdobramentos, afirmou que adotará “medidas cabíveis para a obtenção de informações precisas e consistentes sobre os fatos”.

Em tom crítico, Rodrigo Mondego, coordenador na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, classificou a inconsistência como uma “amostra de como o governo não age de forma profissional”. Ele questionou a falha de registro e apuração, dado o número de agentes envolvidos, incluindo policiais civis, que têm o dever de investigar.


Visita de Alexandre de Mores no RJ para analisar informações da megaoperação (Vídeo: reprodução/YouTube/


Detalhes do Relatório e Desvantagem Bélica

O relatório de 26 páginas entregue ao STF detalha ainda que, dos 99 detidos, 29 são provenientes de outros estados e 17 possuíam mandados de prisão em aberto. Curiosamente, o objetivo declarado da Operação Contenção era capturar cem procurados, um número próximo ao de prisões efetivas no documento final. Além disso, entre os 115 suspeitos mortos identificados, 59 possuíam mandados de prisão. No entanto, o governo não esclareceu se estavam entre os alvos prioritários da ação.

O governador Cláudio Castro defendeu o “uso proporcional da força” diante do que classificou como ameaça do Comando Vermelho (CV). O documento enumera táticas de “guerrilha urbana” e uso de “armas de uso restrito” pela facção criminosa contra os 2,5 mil policiais empregados.

O governo admite uma desvantagem bélica das forças de segurança, que estariam limitadas a fuzis 7,62 e 5,56, enquanto os criminosos dos complexos possuiriam um arsenal estimado em 800 a mil fuzis, incluindo armamentos de “altíssima potência” como os fuzis .30 e .50 — que, conforme especialistas, não podem ser utilizados pelas polícias brasileiras. Essa disparidade bélica, somada a elementos como túneis, minas terrestres e drones com capacidade de lançamento de granadas, dificultaria o avanço policial, apesar do planejamento, inteligência e suposto “respeito absoluto à lei”. Por fim, o número de armas apreendidas também apresentou variação, subindo de 118 para 122 no documento final (96 fuzis, 25 pistolas e um revólver), aumentando a lista de inconsistências nos dados oficiais da Operação Contenção.

Megaoperação: liberação de corpos marcam ponto final na perícia

A megaoperação policial realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, teve seu desfecho formalizado no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, os 117 corpos dos suspeitos mortos no que é considerado o episódio mais letal da história recente do estado foram finalmente liberados para sepultamento, e a perícia do órgão foi oficialmente encerrada.

A ação da Defensoria Pública foi crucial, acompanhando de perto o processo de identificação e liberação dos cadáveres, que mobilizou mães e familiares dos mortos no IML durante os dias seguintes ao confronto. O órgão também atuou para garantir a isenção de taxas de sepultamento para famílias de baixa renda nos cemitérios municipais, permitindo que o luto não fosse sobrecarregado por custos. Até o último sábado, pelo menos 40 corpos já haviam sido enterrados, a maioria no Cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte carioca.

O Perfil dos Mortos

A operação, que visava combater o avanço e prender lideranças do Comando Vermelho (CV) que usavam os complexos como “quartel-general” e centro de treinamento tático, resultou em um número elevado de óbitos. A Defensoria Pública confirmou que dezenas dos mortos eram de outros estados do país, incluindo Bahia, Pará e Espírito Santo, o que reforça a dimensão da atuação interestadual das facções criminosas.

Uma informação que trouxe um novo elemento para o debate sobre a letalidade da operação é a revelação de que, entre os 109 corpos identificados até o sábado, nenhum havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) na investigação que serviu de base para a ação policial. Contudo, as autoridades também apontaram que, desse total, pelo menos 42 dos mortos tinham algum mandado de prisão em aberto.



Contagem de mortos é contestada e reacende debate

O número de mortos na operação, inicialmente reportado em 117, é objeto de controvérsia e denúncias. No dia seguinte à incursão, moradores chegaram a levar dezenas de corpos para a Praça do Complexo da Penha, em um ato que simbolizou o caos e a dor da comunidade após o evento.

Apesar do encerramento oficial da perícia no IML, o caso está longe de ter um ponto final. A alta letalidade da operação, que se destacou como a mais sangrenta na história do Rio, continua a gerar pedidos por investigação federal e levanta questionamentos sobre as diretrizes de segurança pública e o cumprimento das determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF das Favelas. O MPRJ, inclusive, anunciou o envio de técnicos ao IML para a realização de uma perícia independente.

Confronto entre poderes: Trump quer ampliar deportações e critica juízes liberais

Em uma declaração contundente que reacende o debate sobre as táticas de fiscalização de fronteiras e imigração nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump defendeu veementemente as ações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), alegando que os esforços de deportação e aplicação da lei “não foram longe o suficiente”. A manifestação ocorreu durante uma entrevista à rede de televisão americana CBS, divulgada no domingo (2), onde o líder norte-americano não apenas apoiou as operações, mas também atribuiu a alegada insuficiência destas ações à interferência do judiciário.

A crítica presidencial concentrou-se nos juízes, a quem ele se referiu como “juízes liberais que foram nomeados por Joe Biden e Barack Obama”, insinuando que nomeações feitas por seus antecessores democráticos estariam ativamente prejudicando as políticas de imigração de sua administração. Essa afirmação coloca o Executivo em rota de colisão direta com o Judiciário e a oposição, ao sugerir um viés político na aplicação da lei.

Endosso a ‘Táticas Duras’ e Rotulação de Imigrantes

Questionado diretamente sobre se se sentia à vontade com as “táticas duras” empregadas nas operações do ICE, o presidente Trump respondeu afirmativamente, sustentando uma linha discursiva que frequentemente associa imigrantes indocumentados à criminalidade. Segundo ele, muitos dos imigrantes-alvo são “assassinos e criminosos” que foram “expulsos de seus países”.

No entanto, quando confrontado pelo entrevistador com a realidade de que muitos deportados são trabalhadores comuns, como jardineiros e operários da construção civil, e não criminosos violentos, Trump interrompeu a conversa com uma réplica incisiva: “jardineiros que são criminosos”. Tal postura reforça a política de tolerância zero e a ampliação do escopo das deportações, que priorizam a remoção de qualquer imigrante em situação irregular, independentemente de seu histórico criminal.


Discurso de Trump sobre a imigração ilegal na 80ª assembleia-geral das nações unidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


 

Tensão global no setor automotivo: crise de chips gera incerteza e paralisações

A indústria automobilística mundial enfrenta um novo e grave revés em sua já frágil cadeia de suprimentos. Uma escalada nas tensões geopolíticas, centrada na empresa holandesa de semicondutores Nexperia, acendeu um alerta vermelho entre as gigantes do setor. Com a proibição de exportações de componentes da Nexperia a partir da China, montadoras globais, como a Nissan e a Mercedes-Benz, correm contra o tempo para garantir estoques e explorar rotas de fornecimento alternativas.

A situação se tornou crítica após o governo holandês assumir o controle operacional da Nexperia, citando preocupações relativas à transferência de tecnologia para sua controladora chinesa, a Wingtech, um movimento que Washington classificou como um potencial risco à segurança nacional. Em retaliação, Pequim impôs a restrição de exportação, mergulhando o setor automotivo em um mar de incerteza.

Crise de semicondutores expõe vulnerabilidade das montadoras

A Nissan, uma das afetadas, admitiu estar em uma posição delicada. Guillaume Cartier, diretor de Desempenho da empresa, em declarações no Japan Mobility Show, afirmou que a montadora possuía suprimento garantido apenas “até a primeira semana de novembro”, um prazo apertado que sublinha a urgência do momento. Cartier ressaltou que, mesmo após aprenderem com a escassez da pandemia de Covid-19 e buscarem estocar componentes, as fabricantes permanecem reféns da saúde de seus fornecedores, especialmente os de escalões inferiores na complexa pirâmide de suprimentos. A dificuldade em mapear a disponibilidade de chips avança conforme se desce na cadeia, além dos fornecedores de “nível 1”.


Matéria sobre o governo da Holanda assumir o controle da fabricante Nexperia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Na prática, os impactos já são tangíveis. A Honda suspendeu a produção em uma de suas fábricas no México na terça-feira e já iniciou ajustes fabris nos Estados Unidos e Canadá. No Brasil, a preocupação é palpável: um funcionário do governo local advertiu que, se a crise persistir, algumas plantas fabris podem ser forçadas a interromper as operações em um horizonte de duas a três semanas.

Os semicondutores da Nexperia são cruciais para diversos componentes automotivos, e esta crise se soma aos desafios pré-existentes do setor, como tarifas americanas e restrições chinesas sobre terras raras.

Crise nas cadeias globais exige soluções diplomáticas

O CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius, confirmou que a busca por soluções está em pleno andamento: “É evidente que estamos vasculhando o mundo em busca de alternativas”, disse, embora a empresa alemã esteja “preparada” para o curto prazo. Källenius diferenciou claramente este cenário da última crise de chips, enfatizando que a nova ameaça possui raízes políticas e, portanto, demandará uma solução diplomática.

A vulnerabilidade das cadeias de suprimentos globais diante de atritos comerciais ficou mais uma vez exposta. Como pontuou Källenius, “em um carro moderno de alta tecnologia, você tem praticamente os cinco continentes dentro dele”. Especialistas avaliam que, embora paralisações e o uso de peças alternativas sejam medidas de curto prazo, a solução definitiva passará, inevitavelmente, por negociações diretas entre empresas e governos, especialmente com a China. Klaus Schmitz, sócio da consultoria Arthur D. Little, prevê que o impacto real ainda está por vir, mas aponta para uma “situação bastante crítica”.

Entre o alívio e a cautela: Fed reduz juros, mas incerteza domina mercados

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, concretizou nesta quarta-feira (29), a esperada redução de 0,25 ponto percentual na sua taxa básica de juros, movendo-a para a faixa entre 3,75% e 4,00%. Contudo, o alívio inicial nos mercados globais foi efêmero, rapidamente substituído por um tom de cautela após as declarações do presidente Jerome Powell, que explicitamente deixou em aberto a possibilidade de um novo recuo em dezembro. A frase “outro corte em dezembro está longe de estar assegurado” soou como um balde de água fria, refletindo a complexa equação econômica que a autoridade monetária tenta equilibrar.

O efeito da hesitação de Powell foi imediato e perceptível no pregão americano. Próximo ao horário da coletiva de imprensa, o índice Dow Jones chegou a recuar cerca de 200 pontos, sinalizando a frustração dos investidores que esperavam um caminho mais linear para o afrouxamento monetário. O compromisso do Fed com a meta de inflação de 2% foi reafirmado, mas o caminho para alcançá-la depende agora de uma leitura atenta dos dados econômicos futuros, em um cenário de tensões entre o risco de desaquecimento do emprego e a persistência inflacionária.

Fed reforça cautela e critica impacto do impasse político nos EUA

“Não há um caminho sem riscos”, pontuou Powell, enfatizando a necessidade de manter a flexibilidade para responder a novos desenvolvimentos. A autoridade monetária também criticou indiretamente a recente paralisação do governo americano (o shutdown), sugerindo que o crescimento econômico poderia estar mais robusto na ausência do impasse político.


Matéria sobre a redução da taxa de juros do Fed (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)


O comunicado prévio do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) já prenunciava as divergências internas, com o corte sendo aprovado em uma votação de 10 a 2. Enquanto alguns membros defendiam a observação dos efeitos dos cortes anteriores, outros pleiteavam uma redução mais substancial. Powell, alinhado à maioria, indicou que as taxas já se aproximam do nível neutro, aquele que não estimula nem freia a economia. A falta de visibilidade em indicadores oficiais devido ao shutdown levou o presidente a usar uma analogia marcante: “Quando você está dirigindo sem visibilidade, é melhor desacelerar”.

Fed sinaliza cautela diante de mercado de trabalho resiliente e inflação moderada

No quesito mercado de trabalho, Powell reconheceu a desaceleração na criação de vagas, mas a atribuiu a fatores estruturais, como menor participação na força de trabalho e imigração reduzida. No front inflacionário, apesar dos preços permanecerem acima da meta, foram notados sinais de moderação, sobretudo nos serviços. Ele minimizou o impacto de novas tarifas comerciais, prevendo um efeito inflacionário transitório.

Em um movimento adicional de flexibilização, o Fed também anunciou o fim gradual da política de aperto quantitativo (QT) a partir de 1º de dezembro. Analistas do mercado, como André Muller da AZ Quest e Maria Irene Jordão da XP, destacaram a importância dos detalhes dos votos divergentes, que serão cruciais para entender a dinâmica interna do FOMC.

A resiliência do emprego, apesar do enfraquecimento recente, é vista como o principal fator que sustenta a postura cautelosa de Powell, segundo a economista Andressa Durão, da ASA Investimentos, que prevê a manutenção dos juros estáveis até que pressões inflacionárias sejam definitivamente controladas. Em um ambiente de incertezas multiplicadas, a mensagem final é clara: o ciclo de cortes não está garantido, e a decisão de dezembro permanece em aberto, forçando o mercado a operar sob um manto de prudência renovada.

STF pressiona: Moraes intima Castro a explicar megaoperação no RJ

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (29) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), compareça a uma audiência para prestar esclarecimentos  sobre a recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em um número alarmante de mais de 100 mortes. A decisão atende a pedidos formais do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas.

Magistrado exige prestação de contas detalhada do governador

Em sua determinação, o magistrado exige que o chefe do Executivo fluminense detalhe o cumprimento de todas as diretrizes judiciais estabelecidas anteriormente pela Corte em relação a essas operações. Entre os pontos cruciais que Castro deverá justificar estão a motivação central para a realização da incursão, o efetivo de agentes empregados, o balanço oficial de vítimas fatais e feridas, as medidas adotadas para assegurar a responsabilização em eventuais casos de abuso de autoridade, as providências de assistência às famílias afetadas, a comunicação formal ao Ministério Público e a utilização de equipamentos de gravação, como câmeras corporais.


Matéria sobre a cobrança de esclarecimento de Moraes ao governador do RJ por megaoperação (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Moraes definiu uma agenda intensa para a próxima segunda-feira (3), na capital carioca. A primeira sessão, marcada para as 11h, reunirá o governador Castro juntamente com os principais escalões da Segurança Pública do estado: os chefes da Secretaria de Segurança Pública, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Superintendência-Geral de Polícia Técnico-Científica. O ministro foi enfático ao pontuar que o governador deverá apresentar as informações de maneira detalhada na audiência designada. Posteriormente, estão agendadas reuniões com o Presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o Procurador-Geral de Justiça e o Defensor Público Geral.

PSB pede investigação federal

A intervenção do STF ocorre em um cenário de crescente pressão institucional. Ainda na quarta-feira, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), autor original da ADPF das Favelas, solicitou formalmente que Moraes determine a instauração de uma investigação federal para apurar o possível descumprimento de decisões do Supremo pelo Governo Estadual. O partido aponta indícios muito fortes de desrespeito às medidas judiciais, citando inclusive a alegação de perda de imagens de câmeras corporais por parte da autoridade policial. O PSB criticou ainda a tentativa de Castro de transferir a responsabilidade pela insegurança pública às determinações da ADPF n° 635.

A ADPF das Favelas, ajuizada em 2019, visa questionar a letalidade policial em operações nas comunidades do Rio e estabelecer um marco regulatório mais rigoroso. Em abril deste ano, o STF homologou parcialmente um plano apresentado pelo estado para retomar áreas sob domínio de facções criminosas, exigindo, entre outras coisas, maior transparência nos dados relativos a operações com óbitos.

A cadeira de relator do caso, anteriormente ocupada pelo ministro aposentado Luís Roberto Barroso, está sendo exercida temporariamente por Moraes. A expectativa agora se volta para a análise do pedido do PSB e, fundamentalmente, para os esclarecimentos que deverão ser prestados pelo Palácio Guanabara na próxima semana.

Alerta Geral em SP: chuva intensa causa risco de alagamentos em todas as regiões

A metrópole paulistana amanheceu sob um estado de alerta generalizado na manhã desta quarta-feira (29), com todas as suas regiões sob vigilância devido ao risco iminente de alagamentos. O comunicado oficial foi emitido pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura, acendendo um sinal de cautela para a população antes do início do expediente e forçando uma reavaliação nas rotinas matinais.

Frente de umidade provoca instabilidade

De acordo com os dados meteorológicos fornecidos pelo próprio CGE, a causa dessa instabilidade reside em uma frente de umidade que se deslocou do interior do estado, impactando a capital com chuvas que variaram de intensidade leve a moderada durante a madrugada e as primeiras horas da manhã. Essa massa instável, trazida pela passagem de um sistema frontal, não apenas elevou o volume de água nas ruas, mas também trouxe a ameaça de outros transtornos típicos de temporais. A previsão é que a chuva continue a afetar a cidade com intermitência ao longo do dia.


Matéria sobre o aviso de estado de alerta em São Paulo (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

A Defesa Civil e as equipes de infraestrutura estão em prontidão máxima, pois o alerta contempla não apenas inundações localizadas, mas também o potencial para rajadas de vento significativas, que podem complicar a circulação e aumentar a queda de galhos e árvores nas vias públicas. Mais preocupante ainda é a possibilidade de extravasamento de rios e córregos que cortam a densa malha urbana, o que pode paralisar trechos importantes do trânsito e isolar temporariamente alguns bairros.

Outubro registra chuvas intensas e concentradas

A análise pluviométrica do mês reforça a necessidade de atenção redobrada. Os registros do CGE indicam que, até o momento, o mês de outubro acumulou um volume de precipitação de 71,3 mm. Embora este valor não aponte para um cenário de volume histórico extremo, ele corresponde a aproximadamente 63,5% da média climatológica esperada para o período, que é de 112,2 mm.

Isso sinaliza que a precipitação tem se concentrado e chegado com intensidade em um curto espaço de tempo, sobrecarregando a drenagem urbana. As autoridades recomendam veementemente que os cidadãos evitem áreas conhecidas por alagamentos e acompanhem as atualizações oficiais em tempo real para navegar com segurança pelo dia sob essas condições adversas.