STF: mandato de Zambelli pode ser cassado

Na noite de quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados votou para manter o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Foram 227 votos a favor da cassação, 170 contrários e 10 abstenções — para a deputada ter o mandato cassado, eram necessários 257 votos a favor.

Zambelli foi julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e condenada a dez anos de prisão por envolvimento em um ataque hacker ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No ataque, foram inseridos documentos falsos no sistema do órgão, incluindo um mandado de prisão falsificado contra o ministro da Primeira Turma do STF,  Alexandre de Moraes.

Além dessa condenação, a parlamentar também foi julgada e condenada a cinco anos e três meses de prisão pelo crime de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Esses crimes teriam ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando a deputada teria perseguido uma pessoa armada em São Paulo.

Somadas, as penas ultrapassam quinze anos de prisão, mas o tempo exato dependerá de decisões judiciais futuras sobre se as penas serão concomitantes — cumprindo somente a maior, de dez anos — ou consecutivas, totalizando quinze anos, além de possíveis recursos apresentados pela defesa da deputada Carla Zambelli.

Câmara dos deputados vs STF

A decisão da Câmara de manter o mandato da deputada Carla Zambelli, que está presa e condenada com trânsito em julgado, não teria respaldo constitucional. O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá derrubar essa decisão e cassar o mandato da deputada.

O jurista Miguel Reale Jr. afirma que cada dia fica mais evidente o conflito entre os poderes, impedindo uma ação conjunta e dificultando decisões que poderiam beneficiar o país.

Esse processo de perda de mandato de parlamentares condenados em processos penais é previsto na Constituição. Em casos recentes, por exemplo, a Primeira Turma do STF aplicou um entendimento de que a perda do mandato é automática, por ser impossível que um deputado continue no cargo enquanto cumpre pena em regime fechado.


Deputados votando sobre o mandato de Carla Zambelli que foi condenada pelo STF (Vídeo: reprodução/YouTube/Câmara dos Deputados)


Alguns exemplos são o caso da deputada Carla Zambelli e do também deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. Ambos fugiram do Brasil após a condenação do STF. Ramagem está foragido nos Estados Unidos, e o rito para a cassação de seu mandato ainda não foi definido.

O caso de Carla Zambelli, porém, tem suas particularidades: a parlamentar está detida na Itália e aguarda uma decisão do país europeu sobre o processo de extradição.

Prisão da deputada Carla Zambelli 

Em 2023, ocorreu a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a inserção de documentos falsos, incluindo mandados de prisão atribuídos ao ministro da Primeira Turma do STF, Alexandre de Moraes, cometida pelo hacker Walter Delgatti Neto.

Em 2024, a Polícia Federal prendeu o hacker, que confessou que Carla Zambelli seria a responsável por encomendar a invasão.

Após as investigações, ela foi julgada em maio de 2025. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada Carla Zambelli a dez anos de prisão pelos crimes de invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica. No dia 3 de junho do mesmo ano, Zambelli fugiu para a Itália, a deputada tem nacionalidade ítalo-brasileira. Em julho, a parlamentar foi presa em Roma, capital da Itália.

Durante esse período, Zambelli também foi julgada e condenada em outro processo no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, com pena de cinco anos e três meses, que também precisará ser cumprida caso a extradição ocorra.


Post de Carla Zambelli comemorando a decisão da Câmara (Vídeo: Reprodução/Instagram/@carla.zambelli)


Para concluir, o pedido de extradição brasileiro começou a tramitar na Justiça italiana. Foi convocada uma sessão de extradição, que ocorrerá no dia 18 de dezembro de 2025, após solicitações de documentos feitas pela defesa de Zambelli. E, também, a justiça europeia requisitou informações ao STF sobre o sistema prisional brasileiro, como parte da análise do pedido de extradição.

Caso o pedido seja aceito, a deputada Carla Zambelli será entregue às autoridades brasileiras para cumprir as penas de prisão em território nacional.

Se o pedido for negado, a deputada continuará no país europeu, e a Justiça italiana poderá manter a prisão temporária ou adotar medidas alternativas, como prisão domiciliar, dependendo da avaliação do risco de fuga.

O governo brasileiro poderá então reformular o pedido de extradição, apresentando novos argumentos ou documentos. Caso seja recusado novamente, outra alternativa seria capturá-la caso ela saia do território italiano.

 

Xuxa Meneghel passa por cirurgia e tranquiliza fãs

A apresentadora Xuxa Meneghel passou por uma cirurgia na coluna em um hospital de São Paulo e chamou a atenção do público pela forma serena com que encarou o procedimento. Assim que a informação foi divulgada, muitos admiradores demonstraram preocupação, mas logo foram tranquilizados pelas mensagens da própria assessoria da artista e pelos dados divulgados pelos profissionais responsáveis por sua saúde. A intervenção já era planejada e vinha sendo estudada pela equipe médica, o que deixou o processo mais seguro e organizado.

Pouco depois da operação, a equipe de Xuxa informou que estava bem e que tudo havia ocorrido conforme previsto. A cirurgia foi recomendada para corrigir dores que dificultavam sua rotina, especialmente em atividades que exigiam maior esforço físico. Após uma série de exames que confirmaram a necessidade do procedimento, os médicos decidiram que essa seria a melhor forma de garantir conforto e recuperação plena. Com isso, a artista conseguiu seguir para o centro cirúrgico com calma e confiança.

Avaliação médica

O boletim médico divulgado pelo Hospital Vila Nova Star explicou em detalhes o estado de saúde da apresentadora. Segundo o documento, “A paciente Xuxa Meneghel foi submetida, no Hospital Vila Nova Star em São Paulo, no dia oito de dezembro, a uma cirurgia endoscópica minimamente invasiva na região lombar da coluna, realizada pelo neurocirurgião e especialista em cirurgia da coluna vertebral Dr Francisco Sampaio Júnior. A cirurgia transcorreu sem intercorrências, com excelente evolução após o procedimento. Após quarenta e oito horas de acompanhamento clínico e fisioterápico, a paciente apresentou recuperação satisfatória, preservação da mobilidade e controle total da dor. Diante da evolução favorável, ela recebeu alta nesta data. A cardiologista Dra Ludhmila Hajjar permanece responsável pelo acompanhamento clínico da paciente e reforça que o estado geral permanece estável, com ótima resposta ao tratamento”.

Além da informação oficial, a equipe reforçou que Xuxa reagiu muito bem desde os primeiros momentos após a operação. Os profissionais explicaram que o repouso é fundamental nesta fase e que todas as recomendações foram seguidas com atenção. Ela conversou com tranquilidade, ouviu as orientações e manteve postura serena durante o período de observação. O clima calmo ajudou no avanço gradual do quadro clínico, algo considerado importante pelos especialistas que acompanharam o caso.


A apresentadora Xuxa Meneghel (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Mauricio Santana)


Próximos passos de Xuxa Meneghel

Depois da divulgação do boletim, muitos admiradores enviaram mensagens de apoio. As redes sociais ficaram repletas de comentários de carinho e preocupação, mostrando o quanto a artista ainda faz parte da rotina do público que a acompanha há tantos anos. Em resposta,  a apresentadora Xuxa agradeceu o cuidado e disse que está tranquila. Para ela, esse afeto faz diferença e ajuda a seguir cada etapa do processo com dedicação.

Agora que está fora do hospital, a apresentadora dará continuidade ao tratamento em casa, sempre acompanhada por profissionais especializados. O foco principal é respeitar os limites do corpo. Ela entende que precisa evitar esforços nos primeiros dias para garantir que a recuperação seja leve e eficiente. Mesmo assim, mantém entusiasmo e desejo de voltar à rotina quando estiver totalmente liberada.

Os compromissos que estavam programados serão reorganizados para evitar qualquer impacto na recuperação. Mesmo com ajustes, Xuxa pretende retomar seus projetos com energia e tranquilidade. A cirurgia representa uma etapa importante para restaurar o bem estar e eliminar dores que atrapalhavam sua rotina. A decisão foi tomada com responsabilidade e apoio médico, após avaliação cuidadosa de todas as possibilidades.

Com a evolução positiva apresentada até agora, a tendência é que Xuxa retorne ao trabalho em pouco tempo. A postura confiante reforça a relação de carinho que mantém com o público, que segue acompanhando cada atualização com atenção e respeito.

CCJ do Senado aprova PEC para fim de escala de trabalho 6×1

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (10/12), a proposta de emenda à Constituição, 148/2025, que busca reduzir a jornada de trabalho semanal, atualmente de 6×1, para 36 horas semanais e sem redução de salários, e garante ao trabalhador, no mínimo, dois dias consecutivos de descanso semanal.

A proposta de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e texto, relatado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), segue agora para votação no Plenário do Senado e, caso aprovada, para a Câmara dos Deputados.

PEC 148/2025

A proposta de emenda 148/2025 estabelece mudanças relacionadas ao repouso semanal remunerado, que deve ocorrer em dois dias, preferencialmente sábados e domingos. A jornada máxima é de oito horas por dia e 36 horas por semana (o modelo da constituição atual permite até 44 horas semanais), distribuídas em até cinco dias de trabalho. Essas mudanças não provocarão mudanças ou redução salarial.


Aprovação da PEC no CCJ (Vídeo: reprodução/YouTube/TV Senado)


Segundo o relator, a transição será gradativa, para que empresas e trabalhadores consigam se adaptar de maneira correta. Pela regra de transição, a carga semanal não poderá ultrapassar 40 horas a partir de 1º de janeiro do ano consecutivo à promulgação. Haverá redução anual de uma hora até chegar ao limite de 36 horas semanais.

Otto Alencar (PSD-BA), presidente da CCJ, destacou que o tema foi discutido em três audiências públicas antes de ser votado, mas, apesar da aprovação, o avanço da PEC para o Senado e Câmara dos Deputados só deve ocorrer em 2026, devido ao encerramento das atividades legislativas neste ano.

Jornada de trabalho atual

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a jornada de trabalho máxima é de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Vale lembrar que existe a possibilidade de revezamento, escala e outros tipos de acordo do empregador com o funcionário.

Além disso, a CLT estabelece que é obrigatório o intervalo, que não conta como horário de trabalho, para descanso ou alimentação ao empregado, com duração mínima de 1 hora e máxima de 2 horas.

Eduardo Bolsonaro terá mandato cassado, afirma presidente da Câmara dos Deputados

Na última terça-feira (09), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em coletiva que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, já atingiu o número máximo de faltas, podendo ter o mandato parlamentar cassado.

O deputado Eduardo Bolsonaro deixou o país em fevereiro deste ano, após o avanço das investigações contra ele, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e seus aliados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a Constituição prevê que um parlamentar perderá o mandato se deixar de comparecer a um terço (1/3) das sessões de votação ao longo do ano. Portanto, pelos registros da Câmara, das 71 sessões ocorridas em 2025, Eduardo Bolsonaro faltou a 56 — o que seria aproximadamente o equivalente a quase 79%.

Manobras de Eduardo Bolsonaro para não perder o mandato

A motivação para deixar o país, segundo o deputado Eduardo Bolsonaro, seria a perseguição da justiça brasileira, principalmente pelo ministro da Primeira Turma do STF, Alexandre de Moraes, relator dos processos da trama golpista.

Eduardo chegou a tirar uma licença de dois dias para “tratamento de saúde” e, também, outra licença de cento e vinte dias por “interesse particular”, visando não ter faltas computadas no sistema da Câmara. Ao todo, foram 122 dias de licença. Entretanto, esse prazo expirou em julho, e ele reassumiu automaticamente o seu mandato.

O deputado tentou exercer seu mandato à distância nos Estados Unidos e buscou uma manobra para driblar as faltas. Sem sucesso e sem possibilidade de renovar o afastamento, Eduardo Bolsonaro passou a ter faltas computadas desde então.


Presidente da câmara, Hugo Motta falando sobre possível cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/YouTube/Câmara dos Deputados)


O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que as regras internas da Casa estabelecem que a análise das faltas de um deputado ocorre somente no ano seguinte, em março de 2026. No entanto, Motta decidiu antecipar a avaliação e dar início ao rito já nesta semana de dezembro de 2025. O presidente da Câmara também disse que Eduardo Bolsonaro terá o prazo de cinco sessões para apresentar sua defesa.

Na mesma entrevista concedida à imprensa, Hugo Motta adiantou que a Mesa Diretora da Câmara deverá, ao final do prazo, cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro. Além disso, Motta afirmou que as expectativas são de que todo o processo seja finalizado o mais rápido possível.

Outras manobras de Eduardo Bolsonaro

Nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro tentou exercer o mandato à distância. Ele chegou a fazer um pedido formal ao presidente da Câmara, Hugo Motta, para votar à distância, onde está residindo.

Além disso, Eduardo tentou uma manobra junto ao seu grupo de aliados e aos aliados de seu pai, Jair Bolsonaro, para assumir o cargo de líder da minoria — posição que o ajudaria a abonar os registros de faltas. Entretanto, mais uma vez, o presidente da Câmara barrou a iniciativa de Eduardo.


Post de Eduardo Bolsonaro falando sobre sua saída para morar nos Estados Unidos (Vídeo: Reprodução/Instagram/@bolsonarosp)


Para concluir, Eduardo Bolsonaro, nos EUA, tem se reunido com representantes do governo americano de Donald Trump e relatou ter trabalhado a favor da decisão do presidente americano que sobretaxou produtos brasileiros.

Com essas afirmações, a Polícia Federal investigou a atuação do parlamentar e o indiciou por coação, por tentar influenciar os rumos dos processos contra seu pai, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, por meio das sanções econômicas de Donald Trump ao Brasil.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu torná-lo réu. Assim, os próximos passos são: prazo para embargos de declaração — a defesa de Eduardo tem até cinco dias após a publicação do acórdão para apresentá-los. Em seguida, inicia-se a fase de instrução, na qual tanto a acusação, representada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), quanto a defesa de Eduardo poderão apresentar provas. Ao concluir essa fase, ambas as partes apresentam suas alegações finais.

Depois disso, ocorrerá o julgamento pela Primeira Turma (ou pelo plenário, dependendo do rito adotado pelo STF). A pena prevista para o crime de coação é de um a quatro anos de prisão.

PL da dosimetria: relator afirma que tempo de prisão de Bolsonaro pode cair

Nesta terça-feira (09), o deputado Paulinho da Força, do partido Solidariedade-SP, falou no Salão Verde da Câmara dos Deputados sobre o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que foi incluído na pauta para votação da Casa. O projeto propõe rever e reduzir as penas impostas aos condenados pela trama golpista e pelos atos de 8 de janeiro. O texto altera trechos da Lei de Execução Penal e do Código Penal, promovendo mudanças significativas na forma como as punições passam a ser calculadas.

O deputado Paulinho da Força afirmou que o PL considera a remição de pena, que reduz o tempo de prisão de acordo com as horas de trabalho e de estudo. Atualmente, a cada três dias de trabalho, o preso pode remir (abater) um dia da pena. Já a cada 12 horas de estudo, divididas em pelo menos três dias, também é possível reduzir um dia da pena. Durante a coletiva, o relator afirmou que o tempo de prisão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, em regime fechado, cairia para dois anos e quatro meses.

Projeto de Lei (PL) da Dosimetria 

O novo texto substituiu a ideia original do PL da anistia, que previa o perdão total. Com a proposta do PL da Dosimetria, a medida passa a tratar de uma revisão das penas, e não de um perdão completo pelos crimes cometidos em 8 de janeiro ou pelos condenados da trama golpista. E o principal objetivo seria realizar um novo cálculo e a modulação das penas.


Senado votando na PL da Dosemetria (Vídeo: reprodução/YouTube/TV Senado)


O substitutivo apresentado pelo relator traz transformações importantes na dosimetria das penas. O texto prevê a unificação dos crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e acaba com a soma das penas desses dois crimes.

Assim, é aplicada a chamada regra do concurso formal próprio. Ou seja, de uma norma do Direito Penal que se aplica quando uma única ação gera dois ou mais crimes. Nesses casos, não ocorre a soma das penas: aplica-se somente a pena do crime mais grave, com um aumento limitado, impedindo o acúmulo de condenações.

Outras pontos do substitutivo

Outro ponto incluído no substitutivo é o artigo 359-V, que prevê a redução de um terço a dois terços da pena para crimes cometidos quando enquadrados de participação em uma multidão. Esse novo artigo pode beneficiar a maioria dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. No entanto, essa regra só se aplica aos condenados que não tenham exercido papel de liderança nem atuado no financiamento dos atos, conforme afirmou o relator do substitutivo.


Post do deputado Paulinho da Força falando sobre a PL da Dosimetria (Vídeo: reprodução/Instagram/@deputadofederalpaulinho)


Para concluir, o texto atual prevê que a pena privativa de liberdade seja executada progressivamente, com a transferência do preso para um regime menos rigoroso quando o preso tiver cumprido entre 16% e 70% do tempo de prisão. Esse percentual varia de acordo com a gravidade do crime e com a reincidência do condenado.

Já o novo texto propõe que a pena privativa de liberdade seja executada progressivamente, com a transferência para um regime menos rigoroso quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto (1/6) da pena no regime anterior e apresentar mérito que indique a progressão.

Comissão da Câmara aprova selo obrigatório de origem para produtos exportados

Na última quinta-feira (4) a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1272/25, que torna obrigatória a aplicação de um selo oficial de origem em todos os produtos brasileiros para exportação. A medida agora deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e em seguida para a Câmara e o Senado.

Projeto de Lei

O texto aprovado determina que o selo de origem seja aplicado de forma clara e visível nas embalagens ou rótulos dos produtos exportados, visando que o cliente saiba a origem. A regra, segundo a proposta, fortalece a identidade nacional e promove a valorização de produtos exportados pelo Brasil no mercado internacional.

O autor do projeto, Prof. Reginaldo Veras, afirma que a medida facilita o reconhecimento da origem do produto, solidificando a qualidade e procedência dos produtos brasileiros. Para ele, ao agregar o selo ao produto, a iniciativa reforça a reputação brasileira no mercado exterior e impulsiona a competitividade no mesmo. De acordo com o deputado, a lei atual (Lei 5.700/71) restringe o uso da bandeira nacional em rótulos de produtos, mas o novo PL pode surgir como uma alternativa viável para promover a produção brasileira no cenário global.


Texto busca aplicar obrigatoriedade de selos em produtos brasileiros exportados (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)


Agora, a proposta deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após a análise, o PL deve passar então pela Câmara e pelo Senado, devendo ser aprovado para que se torne lei.

Exceções na regra

No texto apresentado são excluídos alguns produtos da obrigatoriedade do selo. São eles: produtos que não permitem a identificação da origem de forma clara e viável por características técnicas ou formato; produtos sujeitos a restrição no país de destino acerca da origem do fabricante; e produtos exportados a granel ou sem embalagem final.

Contudo, mesmo nesses casos em que o selo não é obrigatório, o fabricante ainda deve procurar outras medidas para identificar a origem do produto, sinalizando que foi exportada do Brasil. Podem ser alternativas para os fabricantes o selo de origem em documentos comerciais ou de transporte.

Brasil registra queda no superávit comercial de 13% em novembro

A balança comercial do Brasil registrou, em novembro de 2025, um superávit de US$ 5,842 bilhões. Contudo, esse resultado representa uma queda de 13,4% em relação a novembro do ano anterior, evidenciando uma desaceleração no ritmo do saldo. A informação foi divulgada na última quinta-feira (4) pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

De acordo com os dados do MDIC, o recuo no saldo ocorreu mesmo com o avanço das exportações e importações no período. A alta das importações, que subiram em um ritmo mais acelerado, acabou sendo importante para o resultado final. As expectativas da Reuters apontavam um superávit levemente mais baixo, em cerca de US$ 5,7 bilhões, o que coloca o saldo atual praticamente em linha com a projeções de economistas.

Saldo anual

O superávit de novembro foi composto por US$ 28,515 bilhões em exportações, tendo um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o MDIC. Já as importações registraram aumento de 7,4%, acumulando US$ 22,673 bilhões.

Dentro das exportações, o setor agropecuário apresentou o maior avanço em novembro com um percentual positivo de 25,7%. Nas importações, a indústria da transformação se destacou, com aumento de 9,3%, enquanto a indústria extrativa (18,1%) e o agropecuário (5,4%) apresentaram quedas.


Setor agropecuário no Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NELSON ALMEIDA)


Mesmo com a queda registrada no mês anterior, o acumulado do ano continua alto, com saldo de US$ 57,839 bilhões, resultado de exportações de US$ 317,821 bilhões, com percentual positivo de 1,8%  e importações que totalizaram US$ 259,983 bilhões, com avanço de 7,2%. Esses valores representam os mais altos registrados na série histórica, iniciada em 1989.

Comércio exterior

O comportamento da balança comercial do Brasil também está ligado ao comércio com a China e os EUA, que influenciaram diretamente no saldo de novembro. Embora a queda do superávit tenha sido explicada em maior parte pelo avanço das importações e pelo crescimento mais lento das exportações, o ritmo de demanda desses dois mercados foi essencial para o resultado.

As exportações para a China apresentaram aumento de 41%, representando um dos motivos para a alta das exportações no mês anterior. Já as exportações para os Estados Unidos apresentaram queda de 28,1%, devido em parte às tarifas impostas pelo presidente do país, Donald Trump. No dia 20 de novembro, Trump retirou os impostos em importações de carne bovina, café e outros produtos que haviam sido afetados pelas tarifas, diminuindo a queda de 37% que ocorreu em outubro para 28,1%.

Riachuelo aposta na identidade brasileira para inaugurar sua primeira pop-up store

Sendo uma das maiores lojas no cenário nacional nos últimos anos, a Riachuelo inaugura, no próximo dia 12 de dezembro, sua primeira pop-up store em São Paulo, na Rua dos Pinheiros. Pensado para refletir a identidade brasileira e ampliar a experiência do consumidor, o espaço marca uma virada estratégica da varejista e se conecta ao movimento de resgate das raízes que a marca vem conduzindo nos últimos dois anos.

Nova fase da Riachuelo

A pop-up nasce como consequência direta do processo de transformação interna da marca. Depois da colaboração recente com a estilista Helo Rocha, que apresentou uma coleção em um casarão modernista na capital paulista, a varejista decidiu aprofundar sua aposta na brasilidade como motor de criação e posicionamento. A escolha de Pinheiros como endereço reforça a intenção de ocupar um território que respira cultura, diversidade e movimento.


A marca vive um momento de mudança (Vídeo: reprodução/Instagram/@riachuelo)


Mais do que uma loja temporária, o espaço foi projetado para funcionar como ponto de encontro. A arquitetura privilegia luz natural, texturas e cores vibrantes, além de um paisagismo que incorpora plantas nativas. Logo na entrada, os visitantes são recebidos pela escultura em formato de carretel criada pelo artista potiguar Gabriel Fernandes, parceiro da marca desde 2024. A obra simboliza a história da Riachuelo e funciona como cartão de visita dessa nova fase.

Expansão do projeto

Um dos pilares do projeto é a dinâmica constante. A cada quinze dias, o layout, as coleções e as ativações são renovados para manter o espaço sempre em transformação. Essa curadoria estratégica reflete o desejo da marca de se apresentar como algo vivo, acompanhando o ritmo cultural e criativo do país. A pop-up também estreia como a primeira unidade a receber o Clube Loop, programa de entrega de roupas usadas que serão convertidas em futuras coleções de upcycling.

A iniciativa não é isolada. Segundo a CMO Cathyelle Schroeder, o plano é levar essa lógica de experiência e proximidade para todas as lojas da rede. As primeiras reformas no modelo completo começam no primeiro trimestre de 2026. A atualização do ambiente físico acompanha o que a empresa vem construindo nos bastidores: um olhar mais cuidadoso para cada ponto de contato e uma aposta forte em relevância, brasilidade e conexão com o público.

Primeiras cédulas do real começam a ser retiradas de circulação

Após 30 anos da inauguração da era da moeda do real no Brasil, as primeiras cédulas lançadas em 1994 estão sendo recolhidas de circulação pelo Banco Central. O procedimento, apesar de histórico, acontece sem alarde, pois não há campanhas públicas nem orientações oficiais para que a população realize a substituição do dinheiro antigo. A determinação é direcionada apenas às instituições bancárias.

Mudança gradual

As primeiras cédulas continuam tendo valor legal; o consumidor pode utilizá-las normalmente em compras e outras transações diárias. O que muda é apenas a retirada progressiva dessas cédulas de linha, o que não significa a extinção do dinheiro físico ou mudanças relacionadas a políticas monetárias. Segundo o Banco Central, trata-se apenas de um processo natural do ciclo de vida do papel-moeda para garantir sua qualidade e a segurança de seu uso.


Moeda real do Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Priscila Zambotto)


As notas de 1994 já apresentam sinais claros de desgaste após anos de utilização. O dinheiro é reconhecido pela estética mais simples e pelos desenhos dos animais ainda em formato horizontal. Grande parte perdeu a nitidez com o tempo ou sofreu danos que dificultam o reconhecimento de seus elementos de segurança. Marcas, desbotamento ou outras rasuras também dificultam o reconhecimento automático dessas notas em algumas máquinas.

Nova família de cédulas

Além disso, as novas cédulas que começaram a circular em 2010 possuem elementos de identificação mais avançados, que ajudam a prevenir fraudes, como novos hologramas, recursos táteis, tintas especiais e diferenças de tamanho conforme o valor.

A tendência é que com o recolhimento das notas antigas, a circulação gradualmente se torne dominada pelo padrão mais recente das cédulas. A retirada das primeiras notas é um movimento que já era esperado por alguns especialistas e por parte da população, justamente pelo tempo de vida útil do papel-moeda. O processo não indica uma mudança abrupta, mas sim a continuidade de uma renovação que ocorre há alguns anos.

Para o povo brasileiro, nada muda no dia a dia. O real segue valendo da mesma forma, sem distinção entre cédulas antigas e novas; porém, a cada dia, a versão lançada em 2010 estará mais presente no cotidiano da população.

Morte de Benício expõe falhas graves no atendimento do Hospital Santa Júlia

O menino Benício Xavier, de apenas 6 anos, morreu no Hospital Santa Júlia, localizado em Manaus, no dia 22 de novembro, após ser vítima de uma sequência de erros no atendimento de emergência. A família prestou declarações ao programa Fantástico, exibido neste domingo (7), onde afirmou que o menino deu entrada apenas com sintomas de tosse e suspeita de laringite.

Caso Benício

De acordo com os pais de Benício — Joice Xavier e Bruno de Mello — e com imagens da câmera do hospital, o menino chegou ao local andando normalmente, e o quadro não foi considerado grave no primeiro atendimento.

Após passar por avaliação médica, a pediatra de plantão que o atendeu prescreveu adrenalina pura, não diluída, para ser administrada por via intravenosa, e não por inalação, como havia sido na última consulta a um mês atrás, segundo a mãe.

“Ela não explicou o meio, só falou ‘fazer a adrenalina. Pra mim, estava tudo certo que seria inalação. Então, eu não questionei ela.”


Benício e seus pais, Joice e Bruno (Foto: reprodução/Instagram/@joycexc)


Além da prescrição — que a própria médica disse ter sido feita de forma errada, segundo à polícia — a dose aplicada totalizou 9 miligramas em três aplicações, uma quantidade considerada alta para um caso que não era grave, como o de Benício.

Pouco tempo após a aplicação, o menino reclamou de dor no peito e apresentou múltiplas paradas cardíacas, das quais não resistiu. Benício chegou a ser transferido para a área de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi entubado, mas não houve melhora.

Investigações

Nas investigações conduzidas pela polícia, uma série de erros graves foi apontada. Desde a prescrição até o momento da aplicação intravenosa, não houve dupla checagem, nem conferência da dosagem pelo farmacêutico responsável pela liberação do medicamento. A médica Juliana Brasil chegou a admitir o erro em mensagem enviada a outro profissional, afirmando: “Eu que errei na prescrição”, segundo a polícia.

Para a família, que levou Benício apenas para uma consulta de emergência, a perda é irreparável. “Nenhum pai, nenhuma mãe leva seu filho para um hospital para morrer. Ainda mais da forma que o Benício morreu”, disse o pai.

A morte do menino levanta questionamentos e discussões sobre a necessidade da dupla ou tripla checagem em atendimentos hospitalares, para que casos como este não voltem a acontecer.