Donald Trump menciona aliviar tarifas para a China caso a venda do TikTok seja aprovada

Nesta quinta-feira (3), durante uma conversa com repórteres no Air Force One, o presidente Donald Trump mencionou a possibilidade de negociar tarifas e discutir um acordo com a China sobre a venda do aplicativo TikTok.

“Todos os países nos ligaram. Essa é a beleza do que fazemos, nos colocamos no banco do motorista”, revelou Trump.

Ele também afirmou estar aberto a novas discussões com outras nações, porém espera que essas negociações tragam benefícios para os Estados Unidos. Trump citou o aplicativo como exemplo, sugerindo que a China poderia colaborar com a venda da plataforma em troca de um alívio tarifário.

Ao ser questionado sobre possíveis negociações em andamento, o presidente negou, alegando que apenas usou o caso como um exemplo.

EUA vs. TikTok

O TikTok enfrenta há tempos desafios nos EUA, com o governo americano alegando que sua ligação com a China e o acesso a dados de milhões de usuários representam um risco à segurança nacional.

No início deste ano, o aplicativo foi banido do país, pois a ByteDance, empresa responsável por sua administração, se recusou a vendê-lo para investidores americanos.

A empresa negou as acusações de ter compartilhado dados de usuários dos EUA com o governo chinês e argumentou que a lei que impõe sua venda viola os direitos constitucionais dos americanos, garantidos pela Primeira Emenda.

Com mais de 170 milhões de usuários no país, a plataforma chegou a suspender seus serviços até a posse do atual presidente, Donald Trump, que assinou um decreto adiando a proibição do aplicativo até o dia 5 de abril, caso parte da empresa fosse vendida para empresários americanos.


Foto destaque: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/X/@valoreconomico/Al Drago/Bloomberg)

As tarifas americanas

Ao assumir o poder em 20 de janeiro, Trump introduziu novas mudanças nas tarifas sobre produtos importados pelos EUA.

Países como Canadá e México tiveram suas exportações taxadas em 25%, o que gerou retaliações por parte dos dois governos. Após ameaças de taxações recíprocas, Trump suspendeu a medida por 30 dias. Ele também ameaçou impor tarifas à Colômbia caso o país não aceitasse os imigrantes que estavam nos Estados Unidos.

China e Brasil também estão entre os países impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump. Na última quarta-feira (2), o presidente republicano anunciou uma taxação de 54% sobre as importações chinesas para os EUA, o que pode intensificar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

No caso do Brasil, as exportações para os Estados Unidos sofrerão uma taxa de 10% a partir deste sábado (5). No entanto, alguns produtos, como o petróleo, estarão isentos da nova tributação, enquanto o aço permanecerá sujeito à tarifa de 25%, conforme a determinação de Trump em março.

Reciprocidade Tarifária de Trump atinge grandes potências e ilhas remotas

O presidente americano Donald Trump apresentou, na quarta-feira (2), maiores detalhes sobre a “reciprocidade tarifária” que os EUA aplicarão aos países parceiros comerciais. A taxação está prevista para entrar em vigor no próximo sábado (5), e vale tanto para potências econômicas, quanto para países em desenvolvimento e territórios remotos. 

Em coletiva de imprensa, durante o discurso, Trump apresentou uma tabela detalhada com com nomes de vários países, porcentagem cobrada por cada um deles sobre os produtos americanos e a “reciprocidade tarifária” que será aplicada pelos EUA.

O que chamou atenção, inclusive dos jornalistas presentes, foi a cobrança tarifária a países em situação econômica precária e a regiões isoladas do globo terrestre. Entre elas as Ilhas Heard e McDonald.


Tabela tarifária –  Ilhas Heard e McDonald (Reprodução/Instagram/@potus)

As ilhas Heard e McDonald, um dos territórios mais remotos do planeta,  são um arquipélago localizado no Oceano Ártico. Habitados por pinguins e focas, ficam entre a ilha de Madagascar, no sudeste do continente Africano e a Antártida. 

Explicação da Casa Branca

Ao ser questionada pelos jornalistas, referente à taxa aplicada às ilhas Heard e McDonald, a assessoria da Casa Branca informou que o território insular pertence à Austrália, parceiro comercial dos EUA e que a taxação seguia a mesma porcentagem aplicada ao país da Oceania: 10% sobre os produtos exportados aos americanos. 

As ilhas pertencem à Austrália desde a década de 1940, anteriormente faziam parte do Reino Unido. Em 2002, foram declaradas reservas marinhas e não possuem portos ou atracadouros.

Libertação dos EUA

Ainda em seu discurso, o presidente Donald Trump justificou a medida chamada por ele de “reciprocidade tarifária”. Para Trump a data de ontem, 02 de abril (2025) ficará marcada como o dia em que “a indústria americana renasceu” e se “tornará rica novamente”.


Donald Trump em discurso sobre reciprocidade tarifária (Reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em um discurso de quase uma hora, acompanhado por jornalistas, críticos e apoiadores, nos jardins da Casa Branca, o presidente americano apresentou ao mundo uma de suas propostas de campanha, que, ao que tudo indica, será colocada em prática nos próximos dias.

Tarifaço de Trump: saiba quais produtos do Brasil serão afetados

Como parte de um novo pacote de tarifas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) que os produtos importados do Brasil serão taxados em 10%. A medida afetará diversos países e setores, estabelecendo uma alíquota mínima de 10% para os importados.

Trump citou o Brasil como um dos países que sofrerão as taxações, junto com a União Europeia, China, Japão e outras nações do continente asiático. No entanto, Canadá e México, que eram cogitados para entrar na lista, não foram mencionados.

Medida atinge exportações brasileiras

Com superávit comercial de US$ 7 bilhões em bens com o Brasil no ano passado, o governo brasileiro argumentou que, somando os serviços, o saldo positivo americano sobe para US$ 28 bilhões, tornando o Brasil o terceiro maior parceiro comercial com superávit para os EUA.

Ainda não se sabe quais produtos serão atingidos pelas taxas anunciadas nesta quarta-feira (2), mas, segundo o governo brasileiro, os produtos mais exportados para os Estados Unidos em 2024 incluem:

  • Óleos brutos de petróleo;
  • Produtos semimanufaturados de ferro ou aço;
  • Café não torrado;
  • Pastas químicas de madeira;
  • Ferro fundido bruto;
  • Aeronaves acima de 15.000 kg;
  • Outras gasolinas;
  • Aeronaves entre 7.000 kg e 15.000 kg;
  • Carnes bovinas congeladas;
  • Produtos semimanufaturados de ligas de aço.

Implementação das tarifas e possíveis retaliações

As novas tarifas entrarão em vigor a partir de sábado (5). Já as conhecidas “tarifas recíprocas” começarão a valer na próxima quarta-feira (9). Ainda não se sabe se o aço brasileiro, que já foi taxado em 25%, sofrerá impacto adicional.


 Projeto de Lei da reciprocidade (Reprodução/YouTube/TV Senado)


Com rápida resposta às novas tarifas impostas pelos EUA, o Senado e a Câmara brasileira aprovaram o Projeto de Lei da Reciprocidade, que autoriza o governo a responder a tarifas contra produtos brasileiros em caso de:

  • Descumprimento de acordos comerciais;
  • Aplicação de sobretaxas contra o Brasil;
  • Exigência de requisitos ambientais mais rígidos para exportação de produtos brasileiros.

A decisão de Trump foi apelidada pelo republicano de “Dia da Libertação”, alegando que as tarifas vão reduzir a entrada de produtos estrangeiros no mercado americano. A medida, no entanto, amplia tensões comerciais e pode gerar retaliações de países afetados, incluindo o Brasil.

Trump impõe tarifa de 10% ao Brasil para produtos importados

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Este é mais um passo do seu pacote de medidas comerciais que estabelece sobretaxa a todos os países com entrave comercial considerados “desproporcionais” por Trump. 

Embora assuste, a tarifa de 10% imposta ao Brasil é a menor entre todas as aplicadas, ao lado de Singapura e Reino Unido. De acordo com uma simulação do Bradesco, essa medida pode gerar um impacto de cerca de US$ 2 bilhões nas exportações brasileiras. 

Além disso, a Casa Branca também esclareceu que as tarifas anunciadas por Trump já incluem taxas recíprocas. No entanto, países já taxados anteriormente, como Canadá e China, terão um aumento no percentual de taxas.  

As medidas passam a valer a partir de 5 de abril. 

Controvérsia nas tarifas recíprocas 

O princípio das tarifas recíprocas busca equilibrar os custos de importação entre os países. Dessa forma, se um país cobra uma taxa de 15% sobre um produto dos Estados Unidos, os EUA adotam a mesma taxa de 15% para o produto equivalente vindo do país. No entanto, muitos analistas consideram que esta regra desrespeita acordos multilaterais e compromissos firmados.  

Usando esses parâmetros, Trump optou por aplicar uma sobretaxa equivalente à metade do chamado “nível de proteção” calculado. Entretanto, especialistas criticaram a metodologia desmesclar tributos internos com tarifas de importação, o que pode gerar imprecisões. Outro aspecto polêmico é a complexidade de medir barreiras não-tarifárias, como normas ambientais e regras de propriedade intelectual. 


Trump apresentou uma tabela com os países e suas respectivas tarifas (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Impactos na economia brasileira

Economistas que acompanharam o pacote de tarifas, já adiantaram que a economia brasileira deve sentir um impacto pequeno no curto prazo, já que os setores mais vulneráveis, como aeronaves e petróleo, não estão entre os primeiros alvos. Porém, é importante lembrar que a taxa de 25% imposta ao aço e alumínio permanece. Embora seja alta, está dentro do parâmetro.  

Um ponto preocupante para a economia do Brasil é que as tarifas impostas a vários países devem elevar a inflação nos EUA e, com isso, manter por lá, juros mais altos por mais tempo. Nesse sentido, o Real precisaria encarecer o crédito e limitar o espaço para cortes de juros, derrubando o crescimento econômico no Brasil.

Pobreza na Argentina cai, durante o governo Milei

Após o primeiro ano do governo de Javier Milei, a pobreza na Argentina teve uma queda de 3,6%, passando de 41,7%, deixado pelo governo anterior, para 38,1%, no governo atual. Essa queda na taxa da pobreza se deve a medidas tomadas pelo presidente argentino, como reformas econômicas, queda da inflação e estabilidade dos empregos. Nesse período a indigência também foi reduzida. Esses dados são celebrados pela administração atual, por mostrar um caminho para a redução sustentável da pobreza.

A queda da pobreza

O governo do atual presidente da Argentina, Javier Milei, que é caracterizado pela eliminação de controles, o ajuste do valor do dólar e das tarifas e também pela queda nos gastos, foi responsável por reduzir os índices de pobreza desde o último governo, de Alberto Fernández. Isso ocorreu por conta da queda da inflação, a melhoria da renda e de alguns setores econômicos e a uma maior estabilidade no emprego.

De acordo com a Pesquisa Permanente de Domicílios (EPH) do Indec, a pobreza encerrou o ano de 2024 em 38,1%. Essa porcentagem diz respeito à 17,9 milhões de pessoas pobres. No início do primeiro semestre desse ano o índice estava em 52,9%. No governo anterior, a pobreza estava em 41,7% (19,5 milhões de pessoas pobres), em um contexto de aumento de preços em mais de trinta anos e em que o trabalhador pobre estava se espalhando.


Sede do Indec, em Buenos Aires (Foto: reprodução/JUAN MABROMATA/AFP/Getty Images Embed)


Esses números nos dizem que há quase 1,6 milhão de pessoas que saíram da situação de pobreza, comparado com o final de 2023 e 7 milhões em comparação com o início de 2024.

O número de indigentes também caiu bastante, passando de 13,6% no primeiro semestre de 2024, e de 8,7% no final de 2023, para 6,4%, cerca de 3 milhões de pessoas.

A pobreza no país

Um pouco mais da metade das crianças entre 0 e 14 anos vivem uma situação de pobreza. Esse número é, mais especificamente, 51,9% (por volta de 5,7 milhões). Um ano atrás esse indicador era de 58,4%.

Os distritos em que estão registrados os maiores índices de pessoas pobres são, em ordem, Gran Resistencia, com 60,8%, Concordia, com 57,1%, Santiago del Estero-La Banda, com 48,6%, Formosa, com 46,2% e Grande Buenos Aires, com 42,1%.

Um comunicado do governo, quando os números do Indec foram revelados, comemorou essa grande queda dos índices de pobreza entre julho e dezembro do ano passado, onde destacam as reformas econômicas realizadas pelo presidente, Javier Milei.

A pobreza sem precedentes deixada pelo governo de Alberto Fernández, Cristina Kirchner e Sergio Massa, que chegou a um pico de 52,9% na medição do primeiro semestre de 2024, foi reduzida para 38,1% no segundo semestre, enquanto a indigência diminuiu de 18,1% para 8,2%, como efeito direto da luta contra a inflação liderada pelo presidente Javier Milei, além da estabilidade macroeconômica e da eliminação de restrições que durante anos limitaram o potencial econômico dos argentinos”, afirma o texto da Casa Rosada.


Javier Milei no Congresso Nacional de Buenos Aires (Foto: reprodução/LUIS ROBAYO/AFP/Getty Images Embed)


Eles ainda completaram, dizendo que esses indicadores refletem as políticas fracassadas do passado, que mergulharam os cidadãos argentinos na pobreza e miséria, enquanto propagavam a ideia de que estavam os ajudando. Eles afirmam que a liberdade econômica e a responsabilidade fiscal são o caminho para reduzir a pobreza a longo prazo.

Canadenses revidam tarifas de Trump com boicote a produtos dos EUA

Donald Trump começou a aplicar tarifas sobre o aço vendido por todos os países para os Estados Unidos, incluindo até mesmo o Brasil. 

Com o país vizinho Canadá não foi diferente, ele sobretaxou em 25% o aço e o alumínio canadenses, com essa tarifa entrando em vigor no dia 12 de março.

Sentimento de revolta canadense

Esse mesmo percentual vai ser cobrado em diversos produtos do Canadá, algo que gerou um sentimento de nacionalismo por parte dos canadenses, fazendo com que os produtos de supermercado sejam os principais alvos de aumento de preço.

Em resposta, o governo canadense reagiu impondo uma tarifa de 25% sobre parte dos produtos vindos dos Estados Unidos. Mesmo assim, Trump insiste em provocar e afirmar que o Canadá, em breve, fará parte dos Estados Unidos. Ou seja, a boa relação que havia entre os países está ficando em risco.

Demarcação dos próprios produtos

Para tentar dar uma resposta, os mercados do Canadá adotaram algumas estratégias para valorizar os produtos internos e boicotar diretamente os Estados Unidos.

Aplicativos que permitem escanear códigos de barras para verificar a origem dos produtos se tornaram mais populares. Além disso, diversos supermercados começaram a utilizar símbolos nacionais para destacar os itens fabricados no Canadá.


Bebidas alcóolicas canadenses são incentivadas a serem compradas nos mercados (Foto: reprodução/X/@Flaviamaynarte)

O conflito comercial interfere na movimentação de cidadãos na fronteira entre os países, desde o mês passado, houve uma diminuição de 23% no fluxo de pessoas.


Um professor de sociologia da Universidade de Toronto, Lorne Tepperman, destaca que, fenômenos como este, acabam aproximando mais os indivíduos que estão na mesma situação: 

“Quando as pessoas se sentem ameaçadas, elas tendem a se unir. As pessoas se juntam porque sentem medo, sentem antagonismo, se sentem desrespeitadas, e estamos sentindo tudo isso no Canadá agora”, disse o professor.

PIB argentino cai 1,7% no primeiro resultado anual de Javier Milei    

Embora tenha crescido no quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou queda de 1,7% no acumulado de todo ano passado. Os números são do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, divulgados nesta quarta-feira (19).   

Este é o primeiro resultado anual do PIB durante a gestão de Javier Milei. De acordo com o Instituto, a queda na soma de toda riqueza produzida pela Argentina se deu pela redução no consumo público e privado e pelos setores importantes da economia argentina que fecharam em queda, como indústria, construção civil e comércio atacadista.     

Plano econômico de Milei impactou o PIB

Outro fator que desacelerou a economia em 2024 foi o pacote de corte de gastos apresentado pelo presidente argentino. Apelidado de ‘plano motosserra’, o objetivo era reduzir a inflação do país que superava o patamar de 200% ao ano.


Javier Milei comemora baixo resultado da inflação argentina (Foto: reprodução/Instagram/@javiermilei)


Por outo lado a equipe econômica de Javier Milei demitiu funcionários públicos, reduziu aumento de salário para aposentados e pensionistas, congelou reajuste do salário mínimo no país e paralisou de forma imediata obras do governo.  Como consequência, a pobreza cresceu, o consumo diminuiu e empresas que recebiam algum subsídio do governo faliram, aumentando o desemprego e freando o ritmo da economia argentina.    

Agricultura e mineração evitaram PIB menor

Além do mais, dos setores da economia, somente agricultura e mineração tiveram resultados positivos. Na soma anual, a agricultura cresceu 31,3%, devido ao aumento na produção de milho, soja, trigo e girassol. Uma safra de 163 milhões de toneladas que colocou o país entre os maiores exportadores de grãos. Outro ponto que vale destacar é a mineração, que cresceu 7,4% em 2024. Essa alta vem da exploração de lítio na região mais árida do país e coloca a Argentina entre os quatro maiores produtores de lítio do mundo.    

Inflação na Argentina

O plano econômico de Javier Milei, apesar de ter feito a pobreza e o desemprego aumentarem, cumpriu seu papel no que diz respeito à inflação. Sobretudo no acumulado de 2024, bateu 66,9% ao ano, embora alta, ainda assim, bem diferente de 214% dos anos anteriores. Agora, o que resta saber é se o ajuste econômico de Milei seguirá apresentando resultados e até quando será possível segurar o arrocho nas contas.  

Trump anuncia que não haverá isenção nas tarifas de aço e alumínio

Em recente declaração, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não pretende criar isenções sobre as tarifas de aço e alumínio, e disse que taxas recíprocas e setoriais serão adotadas em 2 de abril, reforçando sua posição protecionista em relação ao comércio internacional. O anúncio ocorre em meio a uma crescente tensão comercial e implementação de tarifas de 25% sobre a importação desses metais, que entrou em vigor em março, apenas um mês após a assinatura de Trump. As tarifas visam proteger a indústria americana.

Tarifas recíprocas e setoriais

Tarifas recíprocas, conforme defendidas por Trump, significam que “se eles nos taxarem, nós taxaremos na mesma quantia”. Ou seja, isso implica que, caso um país imponha tarifas elevadas sobre produtos americanos, os EUA responderão com taxas equivalentes sobre os bens desse país. Essa abordagem visa pressionar parceiros comerciais a reconsiderar suas tarifas. Por exemplo, se os Estados Unidos impuserem tarifas recíprocas, isso pode elevar os custos sobre muitas importações, ao mesmo tempo que incentiva organizações como a União Europeia a amenizar suas taxas.

Maiores fornecedores de aço para os EUA

  1. Canadá: 5,95 milhões de toneladas (22,7%)
  2. Brasil: 4,08 milhões de toneladas (15,6%)
  3. México: 3,19 milhões de toneladas (12,2%)
  4. Coreia do Sul: 2,55 milhões de toneladas (9,7%)
  5. Vietnã: 1,24 milhão de toneladas (4,7%)
  6. Japão: 1,07 milhão de toneladas ($4,1%)
  7. Alemanha: 974 mil toneladas (3,7%)
  8. Taiwan: 918 mil toneladas (3,5%)
  9. Holanda: 557 mil toneladas ($2,1%)
  10. China: 470 mil toneladas (1,8%)

Fonte: Departamento de Comércio dos EUA

Brasil entre os principais afetados

O Brasil, que ocupa a segunda posição como fornecedor de aço e alumínio para os EUA, portanto, deve sentir os impactos dessas tarifas no setor siderúrgico. De acordo com o estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), essa tarifa pode resultar em uma redução de 2,19% na produção siderúrgica brasileira, uma contração de 11,27% nas exportações de aço e uma diminuição de 1,09% nas importações.

O cenário continua a se desenvolver, e as consequências das tarifas recíprocas ainda estão por vir, levantando preocupações para o futuro da indústria siderúrgica brasileira e as relações comercias internacionais.

Binance recebe o maior investimento da história no mercado de criptomoedas

A empresa de criptomoedas Binance fez uma venda de uma pequena participação de sua empresa para a MGX, uma empresa árabe de investimentos, por US$ 2 bilhões. O acordo foi considerado o maior investimento no mercado de criptomoedas da história.

O acordo

A Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, vendeu uma participação minoritária para a MGX, uma empresa de investimentos estatal dos Emirados Árabes Unidos, no valor de US$ 2 bilhões (R$ 11,66 bilhões). Em um comunicado feito pela Binance, na quarta-feira (12) foi afirmado que o acordo entre as empresas foi pago em uma stablecoin não especificada. A corretora ressaltou que este é o primeiro investimento institucional da empresa árabe e também o maior investimento do mundo em uma companhia do mercado de criptomoedas. Não foi divulgado, porém, detalhes sobre o tamanho da participação vendida, a data de conclusão do acordo ou de como ela pretende utilizar os recursos recebidos.


Representação da criptomoeda Bitcoin (Foto: reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)


A MGX disse em seu anúncio que está financiando o Stargate, um projeto de Inteligência Artificial, nos Estados Unidos, avaliado em US$ 500 milhões (R$ 2,91 trilhões), que está sendo comandado pelos desenvolvedores do ChatGPT, Open AI e pela empresa japonesa de investimentos em tecnologia, SoftBank Group.

Sobre a Binance

O investimento ocorre em um excelente momento no setor de criptomoedas, devido aos novos planos do presidente dos EUA, Donald Trump, de criar um ambiente de regulação mais amigável para os ativos digitais. No mês passado, a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) fez uma solicitação a um tribunal, que realizasse a suspensão de seu processo contra a Binance, em uma ação onde colaboram com a corretora. O órgão havia feito um processo contra a Binance e seu fundador, O bilionário Changpeng Zhao, no ano de 2023, onde acusaram a empresa de várias infrações, como o gerenciamento de fundos de clientes e a manipulação de volumes de negociação.

No mesmo ano, a Binance se declarou culpada de violar leis americanas contra lavagem de dinheiro e concordaram em pagar US$ 4,3 bilhões (R$ 25,07 bilhões) em multas. Zhao acabou renunciando ao cargo de CEO da Binance em 2023, como parte do acordo com as autoridades americanas e cumpriu quatro meses de prisão pelas violações sobre a lavagem de dinheiro. Seu sucessor foi Richard Teng, ex-regulador da Bolsa de Cingapura e ex-CEO da Autoridade de Serviços Financeiros de Abu Dhabi.


Ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao (Foto: reprodução/David Ryder/Bloomberg/Getty Images Embed)


Zhao foi liberto da custódia dos Estados Unidos em setembro de 2024 e então assumiu um cargo de consultor na divisão de capital de risco da Binance, como foi informado pela YZi Labs, antiga Binance Labs, que investe em startups de blockchain, IA e biotecnologia.

Changpeng Zhao fundou a Binance em 2017, desde então, ela foi se expandindo e hoje em dia é considerada a maior corretora de criptomoedas do mundo, chegando a processar mais de US$ 11 bilhões (R$ 64,13 bilhões) em volume de negociação nas últimas 24 horas. O antigo CEO, que ainda possui a maior parte da Binance, é a pessoa mais rica do setor de criptomoedas, tendo um patrimônio estimado de US$ 60 bilhões (R$ 349,8 bilhões).

Brasil adota postura de cautela diante de novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou na última segunda-feira que o Brasil adotará uma postura de cautela antes de reagir à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O anúncio de Trump, feito no domingo, reacende preocupações sobre o impacto nas exportações brasileiras, já que o Brasil é um dos principais fornecedores desses materiais para o mercado norte-americano, sendo esse um dos principais produtos de exportação nacional.

“Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. Nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações”

Vice-presidente Geraldo Alckmin após uma visita à fábrica da Bionovis, em Valinhos (SP).

Relação Comercial Equilibrada

Alckmin ainda destacou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos é equilibrado, reforçando que o diálogo será a principal ferramenta para resolver qualquer impasse, segundo dados no ano passado, o Brasil exportou US$ 40,2 bilhões para os EUA, enquanto as importações do país norte-americano somaram US$ 40,5 bilhões, esses números mostram a relação de equilíbrio entre os dois países.

“O Brasil e os Estados Unidos têm uma relação comercial equilibrada. É um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós, e quem ganha é a população”, afirmou o vice-presidente.


Vice-presidente Geraldo Alckmin (Foto: reprodução/Getty Images News/Ton Molina/Getty Images Embed)


Questionado sobre a possibilidade de o Brasil retaliar com a taxação de produtos tecnológicos norte-americanos, Alckmin evitou falar sobre qualquer medida nesse sentido. “Vamos aguardar porque acreditamos muito no diálogo”, o ministro ainda relembrou que, em ocasiões anteriores, medidas protecionistas similares foram atenuadas pela adoção de cotas para os países exportadores.

Impactos para o Setor Siderúrgico Brasileiro

Apesar do tom conciliador do governo, a medida gera preocupações no setor siderúrgico brasileiro. Especialistas alertam que, mesmo sendo uma tarifa aplicada a todos os fornecedores, o impacto pode ser significativo para o Brasil, que depende fortemente das exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.

Segundo a CNN, o governo brasileiro já vinha esperando esse movimento, dado o histórico do primeiro mandato de Trump, quando políticas protecionistas semelhantes foram adotadas. A avaliação preliminar da equipe econômica é de que, embora a medida seja unilateral e não especificamente direcionada ao Brasil, ela ainda representa um risco para a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, um mercado esse que se tornou importante para economia nacional mesmo com o crescente aumento da parcela chinesa.

Enquanto isso, o governo brasileiro mantém o compromisso com o diálogo e a busca por soluções diplomáticas, evitando retaliações precipitadas que possam prejudicar a já delicada relação comercial com os Estados Unidos.