Israel autoriza envio de ajuda humanitária a Gaza em meio a agravamento da fome

As autoridades israelenses anunciaram nesta sexta-feira (25) a autorização para novos lançamentos aéreos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A operação está sendo coordenada pelas Forças Armadas de Israel e pelo COGAT (Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios), agência responsável pelo controle de entrada de assistência no território palestino. Segundo os israelenses, a liberação da ajuda deve ocorrer nos “próximos dias”, com apoio logístico da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos.

Fome e bloqueio: civis e funcionários da ONU relatam desespero

Apesar da promessa de novos lançamentos, a crise humanitária em Gaza já atinge níveis alarmantes. Desde o agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hamas, a população civil da Faixa de Gaza enfrenta severas restrições ao acesso a alimentos, água e medicamentos. O cerco imposto por Israel dificulta significativamente a chegada e distribuição de suprimentos essenciais.

Entidades internacionais e agências de direitos humanos acusam o governo de Benjamin Netanyahu de bloquear sistematicamente a entrada de ajuda humanitária no território. Relatos indicam ainda que funcionários da ONU também têm enfrentado escassez de alimentos e condições precárias para exercer suas funções.


Moradores de Gaza se reúnem em torno de entidade beneficente na tentativa de conseguir alimentos, após dias de fome sob o bloqueio de Israel (Foto: reprodução/Khames Alrefi/Getty Images embed)


OMS responsabiliza bloqueio israelense por fome em Gaza

Na última quarta-feira (23), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que centros de distribuição de comida em Gaza se transformaram em alvos de violência, o que agrava ainda mais a crise. Ele responsabilizou o bloqueio imposto por Israel como o principal fator da fome generalizada no território.

A nova autorização de ajuda representa um passo diante da pressão internacional, mas continua longe de resolver a situação. Enquanto o envio de suprimentos não se concretiza, milhares de civis palestinos permanecem em estado de emergência, com fome e sem perspectivas de alívio imediato. A liberação anunciada é um gesto simbólico, mas a resolução duradoura da crise dependerá do fim dos bloqueios e de uma resposta humanitária contínua e efetiva. Sem garantias de acesso seguro e regular à ajuda, o sofrimento da população de Gaza tende a se prolongar, deixando cicatrizes profundas e duradouras no território.

ONU consegue entrar em Gaza e abastece a região após 130 dias de bloqueio

A Organização Mundial de Saúde, agência de saúde das Organizações das Nações Unidas (ONU) conseguiu abastecer a região da Faixa de Gaza ontem (10/7), levando 75 mil litros de combustível à região. Segundo o porta-voz da agência, Christian Lindmeier, a quantidade ainda é insuficiente para atender a alta demanda da região, extremamente debilitada, que corria alto risco de apagão e, principalmente de um colapso na área da saúde, pois hospitais estavam oferecendo cuidados médicos aos seus pacientes em pleno escuro.

Abastecimento recorrente   

A ONU pressionou o governo de Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel, para autorizar a entrada de combustível na região. Com o crescente aumento do número de mortos e à alta demanda de combustível na região, para possibilitar o contínuo funcionamento dos serviços essenciais, como hospitais, usinas de dessalinização da água. Justamente em virtude disso, é imprescindível, segundo a ONU, que o abastecimento na região seja recorrente, e não da forma como está ocorrendo, em liberações pontuais.

Entre todos os setores, o da saúde é o mais impactado e comprometido com a falta de combustível. Há relatos de alguns médicos palestinos nas redes sociais sobre um racionamento de energia, para evitar o colapso total dos serviços, após constatarem nível critico da situação.  

Segundo dado da ONU, 94% dos hospitais de Gaza estão danificados ou foram totalmente destruídos.


Bebês dividem a mesma incubadora em meio a crise hospitalar em Gaza (Foto: reprodução/X/Dr. Fadel Naim)


Ataques atrozes

A OMS manifesta forte preocupação em relação ao desrespeito relacionado aos princípios essenciais do direito internacional humanitário. Crimes atrozes são praticados contra pessoas buscando ajuda vital.

Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, citou que em meio a uma entrega de suplementos nutricionais, pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças, foram atingidas por um ataque na cidade Palestina Deir al-Balah, que deixou dezenas de vítimas. Catherine Russell, diretora-executiva do Unicef, afirmou que “é inconcebível” mortes de famílias tentando obter ajuda vital.

Sobre o ocorrido, o Exército de Israel respondeu que estava na busca de um terrorista do Grupo Hamas.

Ataques de Israel em Gaza deixam mais de 50 mortos durante negociações de trégua

Ataques de Israel em Gaza mataram pelo menos 52 pessoas nesta quinta-feira (10), conforme dados da Defesa Civil Palestina. Os bombardeios ocorreram em áreas densamente povoadas, incluindo abrigos e unidades de saúde, enquanto em Doha, no Catar, representantes de Israel e do Hamas negociam uma trégua com mediação do Egito, dos Estados Unidos e do governo catariano. A ofensiva intensificou a crise humanitária no território, que já enfrenta meses de conflito.

Civis mortos em áreas de refúgio e clínicas

De acordo com a Defesa Civil de Gaza, 17 pessoas, entre elas oito crianças, morreram próximas a uma clínica médica em Deir al-Balah, região central da Faixa de Gaza. Em Khan Yunis, no sul do território, uma mãe e seus quatro filhos foram mortos quando um abrigo foi atingido por ataques israelenses.


Bombardeios israelenses matam 52 pessoas durante negociações com Hamas no Catar (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


As forças israelenses afirmam que os alvos são ligados a militantes do Hamas e a estruturas usadas para ataques contra Israel. No entanto, agências internacionais e grupos humanitários denunciam que os ataques atingem áreas civis e colocam em risco a população local.

Negociações de trégua seguem sem avanços significativos em Doha

Pelo quinto dia consecutivo, as negociações entre Israel e Hamas continuam em Doha, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos. O Hamas indicou disposição para libertar dez reféns em troca de um cessar-fogo e da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

Israel condiciona qualquer trégua à destruição da capacidade militar do Hamas e à libertação completa dos reféns. A postura dos dois lados permanece rígida, dificultando avanços e prolongando o conflito.

Impacto humanitário e reações internacionais

Organizações internacionais alertam para a grave situação humanitária na Faixa de Gaza, que sofre com falta de água, energia, alimentos e assistência médica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que cerca de 60% dos hospitais operam com capacidade reduzida devido à crise.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reforçou pedidos por corredores humanitários seguros para que a ajuda possa chegar à população civil. A ONU convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança para discutir o agravamento do conflito.

Diversos países, como França, Turquia e Rússia, manifestaram preocupação e pedem o fim imediato dos ataques. A pressão internacional cresce para que as partes envolvidas retomem o diálogo e evitem uma escalada ainda maior da violência.

Interrupção do conflito em Gaza pode ocorrer até o fim de semana, diz enviado especial dos EUA

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, indicou nessa terça-feira (8) que o acordo temporário de paz em Gaza (de 60 dias) pode sair até o final da semana. A declaração se deu após o encontro do presidente americano Donald Trump com o líder isralense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, em Washington.

Segundo a CNN, Witkoff disse que houve progresso substancial nas negociações que começaram domingo. Como parte do acordo em discussão, 10 reféns vivos e mais 9 já mortos seriam liberados pelo Hamas a suas famílias – garantiu o funcionário estadunidense.

Netanyahu e Trump aceleram discussões

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está nos Estados Unidos em uma visita à Casa Branca desde segunda-feira. O encontro realizado terça-feira foi o segundo da semana, já que Trump e Netanyahu já haviam conversado pessoalmente no dia anterior.

Vamos falar, eu diria, quase exclusivamente de Gaza. Precisamos resolver isso”, afirmou Trump a jornalistas logo antes da segunda reunião.


Trump e Netanyahu se reúnem na Casa Branca (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Uma das medidas polêmicas discutidas nessa terça-feira foi o incentivo à retirada de palestinos da Faixa de Gaza e envio para outros países da região. 

Essa é a terceira viagem de Netanyahu à capital dos Estados Unidos desde que Trump assumiu seu segundo mandato. 

Mediadores do Catar são mais cautelosos

Apesar do clima esperançoso entre Washington e Jerusalém, negociadores do Catar, país árabe que, junto com o Egito e o próprio EUA, está oficialmente envolvido na busca por uma solução para o conflito, não se mostraram tão otimistas.

Não acho que posso dar qualquer prazo no momento, mas posso dizer agora que precisaremos de tempo para isso”, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, em Doha.

A declaração se deu no contexto da realização de conversas indiretas entre Israel e Hamas em território catariano, simultâneas ao encontro de Netanyahu e Trump nos Estados Unidos.

Israel precisa “parar com o vitimismo”, diz Lula após nota da Embaixada de Israel

Durante uma entrevista no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com veemência à nota divulgada pela Embaixada de Israel em Brasília. O documento, publicado no mesmo dia, afirmava que autoridades ao redor do mundo “compram mentiras” do grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, sem citar diretamente nomes.

A declaração da embaixada veio após Lula ter criticado, no fim de semana, as ações militares israelenses na região, classificando-as como atos de “vingança” e denunciando a ocorrência de um “genocídio” contra os palestinos.

“O que está acontecendo é um genocídio”, afirma Lula

Ao comentar o teor da nota, Lula reagiu:

“Israel vem dizer que é antissemitismo. Precisa parar com esse vitimismo. Precisa parar com esse vitimismo e entender o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando da guerra”

Lula Inácio da Silva

O presidente voltou a afirmar que os ataques promovidos pelo governo de Benjamin Netanyahu constituem um “massacre” e reforçou que não considera a situação atual uma guerra convencional.


“Israel precisa parar com vitimismo” (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Críticas à postura do governo israelense

“Um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente reafirma o que disse: o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças”, enfatizou Lula.

O presidente ainda fez uma comparação com o passado do povo judeu:

“Exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história é que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se os palestinos fossem cidadãos de segunda classe.”

Por fim, Lula disse que “pessoas de bom senso” em todo o mundo têm se manifestado contra a ofensiva israelense em Gaza.

Cessar-fogo em Gaza: Israel aceita proposta dos EUA, Hamas critica plano

Israel aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (29). No entanto, um líder do Hamas declarou à AFP que o plano não atende às demandas do grupo. O presidente Donald Trump e seu enviado, Steve Witkoff, apresentaram a proposta ao Hamas, que segue analisando o documento. Segundo, Bassem Naim alto funcionário do Hamas, o plano apenas prolonga a ocupação e mantém os ataques e a escassez de recursos.

A resposta sionista, em essência, significa perpetuar a ocupação e continuar a matança e a fome. Ainda assim, a liderança do movimento avalia a resposta à proposta com total responsabilidade nacional”, afirmou o representante do grupo à Associated Press.


Israel aprova cessar-fogo proposto pelos EUA, diz Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca (Vídeo: reprodução/X/@WhiteHouse)

Detalhes da proposta de cessar-fogo

A princípio, a proposta prevê a libertação de 10 reféns vivos e 18 mortos, além de um cessar-fogo de 60 dias. No entanto, ainda não há informações sobre o início das negociações para um fim permanente do conflito, uma exigência do Hamas rejeitada por Israel.

Segundo o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, comunicou às famílias dos reféns que aceitou a proposta americana. Israel, por sua vez, exige o desarmamento total do Hamas, seu desmantelamento como força militar e governante, e a libertação dos 58 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza antes de considerar o fim da guerra.

Bloqueio em Gaza e pressão internacional

Anteriormente, em 2 de março, o governo de Israel bloqueou completamente a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Sob pressão internacional, as autoridades relaxaram parcialmente as restrições na semana passada. No entanto, na quarta-feira, milhares de palestinos em situação extrema correram para um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o ocorrido terminou em tragédia. No tumulto, quatro pessoas perderam a vida.

O episódio ocorreu um dia após uma distribuição desorganizada de suprimentos em um centro da Fundação Humanitária de Gaza (GHF). A organização, apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, enfrenta críticas da ONU. No incidente, cinquenta pessoas ficaram feridas.

Lula condena bombardeio em Gaza e acusa Israel de agir por vingança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas, neste domingo (25), a um ataque aéreo realizado por Israel na Faixa de Gaza, que resultou na morte de nove dos dez filhos de uma médica palestina. Além das crianças, outros familiares também foram mortos no bombardeio. O episódio reacendeu as tensões internacionais em torno da ofensiva israelense em Rafah, no sul de Gaza.

Presidente Lula fala em genocídio contra palestinos

Além de comentar o assunto em uma publicação no X, o presidente também divulgou seu posicionamento por meio de uma nota oficial da Presidência da República. No texto, Lula chamou o bombardeio de um ato vergonhoso e covarde. Ele afirmou que o episódio representa toda a crueldade e a falta de humanidade de um conflito em que um Estado com grande poder militar atinge uma população civil desprotegida, provocando a morte diária de mulheres e crianças.

“Esse episódio simboliza, em todas as suas dimensões, a crueldade e desumanidade de um conflito que opõe um Estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes”, continuou Lula.

Segundo o presidente, as ações de Israel em Gaza já não são mais autodefesa, combate ao terrorismo ou resgate de reféns. Agora, são atos de vingança. Lula afirmou que há um genocídio em curso, com o objetivo de tirar dos palestinos as condições mínimas de sobrevivência e expulsá-los de sua terra.

O presidente brasileiro também reforçou a necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro. Ele já havia feito críticas semelhantes em ocasiões anteriores, cobrando a responsabilização da comunidade internacional pela falta de medidas concretas para proteger civis.


Mais de 20 países se reuniram para discutir a criação do Estado da Palestina (vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Governo defende Palestina como Estado soberano

O governo brasileiro defende firmemente o reconhecimento da Palestina como Estado e sua entrada na ONU (Organização das Nações Unidas). Para o Itamaraty, essa é uma condição essencial para a construção de uma paz duradoura e justa entre israelenses e palestinos.

O ministro Mauro Vieira representou o Brasil em uma conferência em Madri sobre a solução de dois Estados para o Oriente Médio. Ele pediu ação urgente contra o massacre em Gaza e alertou que a história cobrará por quem ignorar essa tragédia.

Europa intensifica pressão sobre Israel por fim da guerra em Gaza

Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas. 

A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada para o diálogo político e a cooperação econômica entre UE e Israel, o que até pouco tempo era considerado impensável. A escalada militar e o bloqueio prolongado à ajuda humanitária intensificaram o isolamento diplomático, com organizações internacionais alertando para o risco iminente de genocídio.

Divisões internas e dependência dos EUA

Internamente, Israel vive um impasse: apesar do apoio governamental à continuidade da guerra, cresce a pressão popular por um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns. Pesquisas indicam que mais de 60% da população apoia o fim das operações.

Mesmo assim, o governo de Netanyahu mantém sua postura firme, apoiado principalmente pelos Estados Unidos — seu aliado mais influente. Embora haja sinais de distanciamento pontual da administração de Trump, como negociações unilaterais com grupos do Oriente Médio, não há indícios de sanções americanas.


Israel diz à UE que exerça pressão “onde deve ser” depois de Bruxelas decidir rever laços comerciais. (Vídeo: reprodução/YouTube/Euronews)

Impasse europeu

A União Europeia, maior parceira comercial de Israel, pressiona com a ameaça de suspender parcialmente o acordo bilateral. Embora a suspensão total exija unanimidade entre os 27 países-membros, sanções pontuais podem ser impostas por maioria simples, afetando setores estratégicos israelenses como a tecnologia e as exportações.

No entanto, os especialistas veem a medida como simbólica e de impacto limitado, a menos que venha acompanhada por atitudes mais severas. O impasse tem revelado não apenas o desgaste diplomático, mas também a dificuldade de conciliar os interesses econômicos, a segurança e os direitos humanos em um cenário de guerra prolongada.


Protestos israelenses bloqueiam ajuda humanitária na Faixa de Gaza

Uma briga generalizada ocorreu nesta quarta-feira na passagem Kerem Shalom, fronteira entre o Estado de Israel e a Faixa de Gaza. O conflito foi iniciado por manifestantes israelenses que queriam impedir a entrada de ajuda humanitária para a população Palestina em situação de vulnerabilidade social. 


Escalada de tensões aumente entre Israel e territórios palestinos (vídeo: reprodução/X/@ReutersAsia)

Briga entre manifestantes

Portando bandeiras e cartazes, houve uma tentativa de barrar os caminhões que continham alimentos e produtos de higiene. Os caminhões foram enviados em território da Palestina por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), com a pretensão de auxiliar uma região devastada pela guerra e marcada até mesmo pela falta de diversos recurso básicos para sobrevivência.

Os manifestantes gritavam em direção aos veículos; “Estamos aqui para bloquear a ajuda que está indo diretamente para o Hamas em Gaza”. Alegando que todos os suprimentos enviados para a população carente era destinado ao grupo terrorista do Hamas.

Em sentido contrário, a presença de grupos contrários a sanções para Gaza, protestaram contra a presença do primeiro grupo. Houve uma discussão acalorada entre os dois grupos, sendo necessária a intervenção policial e retirando o grupo contrário ao envio de alimentos e causando bastante polêmica em todo Estado de Israel.

Interferência externa

No período da manhã nesta quarta-feira, o Papa Leão XIV realizou um apelo para que autoridades israelense permitissem a ajuda humanitária no território isolado de Gaza. O apelo do papa coincidiu com as denúncias feitas pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) contra Israel, que acusou o país de limitar a entrada em Gaza de ajuda “ridiculamente insuficiente”, apenas para “evitar a acusação de que está matando de fome as pessoas”. 

Na última terça-feira (20), a ONU afirmou ter recebido autorização de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária pudessem entrar na Faixa de Gaza. Porém, nenhuma assistência sequer havia sido distribuída aos palestinos até o início desta quarta-feira.

Israel bombardeia Gaza e deixa 80 mortos 

Israel aumentou os bombardeios na Faixa de Gaza nesta semana. Segundo a Defesa Civil, os ataques ocorreram entre terça-feira (13) e quarta-feira (14), e ao menos 80 pessoas foram mortas, entre elas 22 crianças.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo grupo Hamas, divulgou nesta quarta-feira, às 7h da manhã, pelo horário de Brasília, que há 70 mortos. No entanto, revelou que há vítimas sob os escombros e nas ruas que ainda não receberam atendimento. Também foi comunicado que mais de cem pessoas ficaram feridas devido aos bombardeios ocorridos nas últimas horas.

Ainda de acordo com os médicos, a maioria dos feridos são crianças e mulheres, que faleceram em decorrência dos ataques aéreos israelenses registrados recentemente na região de Jabalia, no norte de Gaza.

Falas polêmicas do primeiro-ministro israelense

Após a libertação do refém americano-israelense Edan Alexander — que estava sob domínio do grupo terrorista desde outubro de 2023 — o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, revelou que seu exército “completará a ofensiva” para combater o Hamas com “força total”.

Até o momento, o exército israelense não se pronunciou sobre os ataques aéreos ocorridos nesta quarta-feira. Além das explosões de quarta, os bombardeios aéreos de terça-feira atingiram o Hospital Europeu em Khan Younis, no sul da Palestina. Conforme as informações, 16 pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas. As artilharias foram ouvidas na mesma região. Segundo as forças militares, os ataques tinham como alvo um “centro de comando do Hamas” que ficaria embaixo do hospital. Porém, as alegações foram desmentidas pelo grupo.


Benjamin Netanyahu conversando com o jovem que foi libertado pelo Hamas (Foto: reprodução/x/@netanyahu)


Benjamin Netanyahu

Por meio de um vídeo publicado no Telegram, Benjamin Netanyahu garantiu que, nos próximos dias, as forças armadas entrarão em Gaza “com toda a força”, mesmo que o grupo terrorista liberte novos reféns.

“Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas. O Hamas pode dizer: ‘Chega! Queremos libertar mais dez’. Ok, tragam-nos. Nós os capturaremos e então entraremos. Mas não haverá como impedir a guerra. Podemos fazer um cessar-fogo por um tempo determinado, mas iremos até o fim”, revelou.

Após libertar o refém americano-israelense, o Hamas informou que está de acordo com um cessar-fogo abrangente. Mas o premiê comentou que não permitiu o cessar-fogo nem a troca de detentos para libertar o jovem americano. O grupo afirmou que só autorizou o retorno de Edan Alexander como forma de apaziguar a relação, devido à influência do presidente dos Estados Unidos, e solicitou que o governo americano continuasse com suas medidas para acabar com a guerra.

No entanto, em razão das últimas declarações de Benjamin Netanyahu, os esforços para um possível cessar-fogo frustram as medidas de negociação que vêm sendo realizadas pelas autoridades mundiais.

Minutos antes de publicar o vídeo, o primeiro-ministro compartilhou, em sua conta na rede social X (antigo Twitter), a conversa entre ele e o jovem Edan Alexander, que ficou um ano como refém do grupo Hamas.