China reduz taxas sobre produtos dos EUA e impulsiona relação comercial

O Ministério das Finanças da China anunciou nesta terça-feira (13) que reduzirá as tarifas de importação sobre os produtos dos EUA de 34% para 10% a partir desta quarta-feira (14). Além disso, cancelará a taxa adicional de 91% que havia sido imposta em duas rodadas de medidas ao longo da guerra tarifária. 

O acordo que, a princípio, durará por um período de 90 dias foi anunciado na madrugada desta segunda-feira (12). A decisão é fruto das negociações comerciais que aconteceram no último fim de semana em Genebra, na Suíça, entre os representantes das duas maiores economias do mundo e levaram à trégua temporária da guerra comercial.  

Um comunicado oficial de Pequim diz que “a redução significativa das tarifas bilaterais entre a China e os EUA está alinhada com as expectativas dos produtores e consumidores de ambos os países e favorece as trocas econômicas e comerciais entre a China e os EUA e a economia global”


Representantes chineses e norte-americanos anunciam a trégua comercial de 90 dias (Reprodução/X/@jornal_cultura)

Os Estados Unidos reduzirão as tarifas extras impostas à China de 145% para 30%. 

Em entrevista concedida nesta terça-feira, o presidente Donald Trump disse que conseguia se ver negociando os detalhes finais de um acordo comercial entre os dois países diretamente com o presidente chinês Xi Jinping. 

Trump afirmou que as taxas de importação dos produtos chineses não devem retornar ao índice de 145% ao fim dos três meses de trégua. 

Análise do momento

Especialistas do mercado financeiro receberam muito bem o anúncio do hiato das tarifas recíprocas entre China e EUA. Contudo, economistas e analistas acreditam que o acordo deve ter efeitos ainda limitados para alavancar investimentos e o comércio internacional.

De acordo com o g1, especialistas dizem que a trégua não é uma questão definitiva e pode mudar ao fim dos 90 dias. 

Welber Barral, ex-secretário do comércio exterior e sócio-fundador da BMJ Consultores Associados, diz que “é um prazo relativamente curto”. Barral afirma que, por enquanto, não haverá grandes efeitos nos mercados ou nos negócios; é um período para que China e EUA tentem um acordo mais amplo, que envolva o acesso a mercados e outros temas, além da redução da tarifa propriamente dita. 

Para o diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, a trégua é um teste decisivo para o futuro das relações comerciais entre China e EUA, enquanto o mercado observa os efeitos da decisão na economia do mercado internacional. 

Parece que evitaram o pior cenário, de fracasso nas negociações. Com isso, abrem um caminho para tentar algo positivo.

Leonardo Monoli

Efeitos imediatos da trégua

O mercado financeiro reagiu positivamente ao acordo entre Pequim e Washington e o dólar voltou a ganhar força. Os riscos da economia reduziram após análise dos investidores. 

Os títulos públicos dos EUA, as Treasuries, subiram com otimismo e houve valorização das commodities nas bolsas de valores ao redor do mundo.

André Valério, economista sênior do Inter, avalia que “é um acordo ainda recheado de detalhes a serem explicados, mas já é um avanço considerável e os mercados se mostram bastante aliviados desde o anúncio”

Como a trégua diminui as incertezas acerca do crescimento da economia global, os riscos de uma recessão e de uma estagflação (inflação alta e crescimento econômico baixo) diminuíram bastante. Essa era uma das grandes preocupações do banco central dos EUA (Fed) na última decisão sobre os juros. 

Ao g1, a analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, afirma que “o movimento pode ser visto como uma correção do mercado, ajustando os excessos após reagir a uma desaceleração mais pronunciada do dólar”. Para ela, a recuperação da moeda ainda não significa uma retomada mais estrutural, o que leva à cautela dos investidores nas negociações. 

Os analistas ainda observam o desenrolar do acordo definitivo entre China e EUA. Qualquer desavença pode desestabilizar o mercado nos próximos três meses e provocar o aumento da volatilidade dos investimentos. 


Impacto da guerra comercial no mercado de exportação brasileiro (Reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Segundo Hudson Bessa, economista e professor da Fipecafi, o anúncio do acordo melhorou o humor dos empresários e do mercado, mas isso não significa um aumento dos investimentos ou de compras internacionais a longo prazo. 

Do lado da China

De acordo com a InfoMoney, os futuros contratos de minério de ferro atingiram uma máxima em mais de cinco semanas nesta quarta-feira, graças ao acordo entre China e EUA para reduzir as tarifas. A ação aumentou as esperanças de uma solução mais definitiva para a disputa comercial. 

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China, fechou o dia com alta de 2,43%, a 737 iuanes (US$ 102,16) a tonelada, o maior valor desde 7 de abril. 

O minério de ferro de referência para junho na Bolsa de Singapura subiu 2,3% para US$101,8 a tonelada, o maior valor desde 3 de abril. 

China e EUA dão primeiro passo para negociar guerra comercial

Acontece neste sábado (10) em Genebra, na Suíça, um encontro entre China e EUA na tentativa de conversar sobre a guerra comercial provocada pelas tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump no início do mês de abril.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greer, se encontram com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, para dar o primeiro passo em direção à resolução da questão tarifária.

Posicionamento de Trump

Trump declarou nesta quinta-feira (8) que seria uma reunião amigável com negociações substanciais. Entretanto, acrescentou nesta sexta-feira (9) que tarifas de 80% sobre as importações de produtos da China seriam corretas. 

O presidente americano também postou na plataforma Truth Social que a decisão de reduzir o percentual das taxas cobradas pelos EUA sobre as importações da China é de Bessent e destacou que a China deveria abrir seus mercados para os EUA.

Seria ótimo para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!

Donald Trump

Até então, Trump não havia falado de números sobre a redução de tarifas sobre a China. Contudo, já havia uma sinalização de que tinha o desejo de uma trégua e uma redução de tarifas entre as duas superpotências mundiais.

O Ministério do Comércio da China afirmou que os EUA precisam “demonstrar sinceridade” nas negociações e ter disponibilidade para “corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais”

Evolução das tensões comerciais

As taxas sobre as importações que estão em vigor no momento são de 145% sobre as importações de produtos da China e 125% sobre as importações de produtos dos EUA. Os percentuais chegaram a este ponto ao longo de uma sequência de ações de reciprocidade entre os dois países: 

  • 2 de abril: “Dia da Libertação”, em que Trump apresentou uma tabela tarifária que varia de 10% a 50% para importações de mais de 180 países. 
  • 4 de abril: em retaliação, o governo da China impôs 34% sobre todas as importações dos EUA.
  • 7 de abril: em resposta à decisão chinesa, Trump estipulou que a China deveria retirar as tarifas até as 13h (horário de Brasília) do dia 8 de abril, ou o governo americano elevaria a taxa a 104%. 
  • 8 de abril: a China não recuou, afirmou que estava preparada para revidar até o fim, e Trump cumpriu a promessa e acrescentou mais 50% sobre as tarifas já impostas, apesar de acreditar que a China ainda poderia chegar a um acordo com o governo americano.
  • 9 de abril: o governo chinês elevou as tarifas de 34% para 84% sobre as importações dos EUA, proporcionalmente ao percentual de alta americano. No mesmo dia, Trump anunciou uma pausa na tarifação contra os outros países e reduziu os percentuais para 10% por 90 dias, com exceção da China. O presidente americano elevou a taxa das importações chinesas para 125%. As tarifas específicas já em vigor anteriormente, como os 25% sobre aço e alumínio, continuaram valendo.
  • 10 de abril: Washington explicou que as taxas de 125% foram somadas aos 20% aplicados antes sobre a China, totalizando 145% de taxas de importação sobre os produtos chineses. 
  • 11 de abril: o governo chinês elevou as taxas sobre as importações americanas para 125%.

Em 11 de abril, o vice-presidente chinês Han Zheng afirmou que a China não recuaria (Reprodução/X/GugaNoblat)

De acordo com a agência de notícias Reuters, as tarifas impostas pelo governo americano aos mais de 180 países desestabilizaram cadeias de suprimento, abalaram o mercado financeiro e alimentaram os temores de uma forte recessão global.

Movimentações em Genebra

Apesar de não se saber exatamente qual seria o local do encontro, testemunhas afirmaram ter visto as duas delegações deixando a residência do embaixador da Suíça para a Organização das Nações Unidas (ONU) no subúrbio de Cologny por volta da hora do almoço. 

Duas horas antes, os representantes americanos, Bessent e Greer, sorriram quando deixaram o hotel a caminho da reunião, usando gravatas vermelhas e broches com a bandeira americana na lapela do paletó. Bessent se recusou a falar com os repórteres. 

No mesmo instante, vans da Mercedes saíram do hotel onde a delegação chinesa está hospedada, às margens do Lago de Genebra, enquanto corredores se aqueciam para uma maratona.

Expectativa do encontro

Analistas mantiveram baixas as expectativas sobre o encontro. Ambos os lados fazem questão de não demonstrar fraqueza e há desconfiança sobre o momento. O presidente americano sugeriu que a China foi quem iniciou as discussões para as negociações, porém Pequim afirma que os EUA solicitaram as conversas e que a política de oposição da China contra as tarifas americanas não mudou. 


Analistas comentam sobre as expectativas e repercussão das relações entre EUA e China (Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O Ministro da Economia da Suiça, Guy Parmelin, se encontrou com ambas as delegações em Genebra nesta sexta-feira (9) e comentou que o simples fato das conversas estarem acontecendo já era um sucesso. 

Se um plano de ação emergir e eles decidirem continuar as discussões, isso diminuirá a tensão.

Guy Parmelin

Segundo Parmelin, as conversas poderiam continuar ao longo do domingo e da segunda-feira. A Suíça ajudou a mediar o encontro em visitas recentes de políticos suíços à China e aos Estados Unidos.

Lifeng também agendou uma reunião com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala. Ela acolheu as conversas entre os dois países como “um passo positivo e construtivo para atenuação” das tensões comerciais entre as duas economias mais importantes do mundo. 

China e EUA se encontram em Genebra para negociar tarifas comerciais

O governo da China e dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (6) que terão uma reunião neste fim de semana em Genebra, na Suíça, para dar início às conversas de negociação sobre a guerra comercial entre os dois países. De acordo com a agência de notícias Reuters, o encontro deverá acontecer no sábado (10). 

Após as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, os Estados Unidos anunciaram taxas de até 145% sobre os produtos importados da China. O governo chinês retaliou a ação com alíquotas de até 125% sobre os produtos importados dos EUA, em uma progressão de taxas sem previsão de recuo.

Representantes oficiais

De acordo com o governo dos EUA, o secretário do Tesouro do país, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, vão para a Suíça nesta quinta-feira (8) para se encontrar com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, que irá para Genebra nesta sexta-feira (9). O Ministério do Comércio chinês confirmou o encontro. 

Lifeng é considerado o principal responsável pela economia chinesa e permanecerá na Suíça até a segunda-feira (12). 

No entanto, o governo chinês alerta que, se os Estados Unidos forem incoerentes, ao dizer uma coisa e fazer outra, ou seja, usarem as conversas como disfarce para continuar coagindo e chantageando, a China não se dobrará. 

Há um velhor ditado chinês: ‘Ouça o que se diz e observe o que se faz’.

Governo da China

Em comunicado oficial, o governo chinês decidiu retomar o diálogo com os Estados Unidos “com base na plena consideração das expectativas globais, dos interesses da China e dos apelos da indústria e dos consumidores dos EUA”.


Ambos os governos se abrem para dialogar sobre as tarifas comerciais (Reprodução/X/@GeopolPt)

Washington informou que Bessent e Greer também vão se reunir com a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter para negociar ações comerciais recíprocas.

“Estou ansioso por conversas produtivas enquanto trabalhamos para reequilibrar o sistema econômico internacional, de forma a melhor atender aos interesses dos EUA”, comunicou Bessent. 

Greer também terá uma reunião com a Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, junto com a missão do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês). 

“Por determinação do presidente Trump, estou negociando com países para reequilibrar nossas relações comerciais, alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos EUA”, afirmou Greer. 

O representante americano disse estar ansioso para ter reuniões proveitosas e estar com sua equipe em Genebra, que tem trabalhado para promover os interesses dos Estados Unidos em questões multilaterais. 

Estados Unidos no prejuízo

Greer defende que Trump usou as medidas tarifárias para reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos. Entretanto, até o momento, as medidas tiveram efeito contrário.

O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta terça-feira (6) que o déficit americano teve recorde em março. A antecipação de importações por empresas americanas antes que as tarifas impostas fossem efetivadas contribuíram para o aumento do déficit.


O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou 14%, atingindo um recorde de US$ 140,5 bilhões em março (Reprodução/YouTube/CNN Brasil Economia)

Dados comerciais mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu queda no primeiro trimestre de 2025. Este foi o primeiro declínio nos últimos três anos. 

A indústria farmacêutica, por exemplo, tentou evitar as tarifas de Trump, o que levou a um aumento recorde de importações de medicamentos. 

O déficit comercial norte-americano com a China caiu consideravelmente, pois as tarifas punitivas de Trump diminuíram as importações chinesas de maneira significativa. 

Conversas com outros países

O governo americano aumentou o número de reuniões com parceiros comerciais desde 2 de abril, quando o presidente Trump anunciou uma tarifa de 10% para a maioria dos países. 

As maiores tarifas entrarão em vigor no dia 9 de julho. Se acordos bilaterais não forem firmados, haverá tarifação de 25% sobre automóveis, aço e alumínio, 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, e 145% sobre produtos chineses. 

Em retaliação, o governo chinês aumentou para 125% a tarifa sobre produtos norte-americanos, apesar da oferta de algumas isenções. 

A União Europeia afirmou nesta terça-feira (6) que o bloco de 27 países apresentará contramedidas se não houver um acordo comercial com o governo americano.

Negociações comerciais com EUA são negadas pela China

O porta-voz do governo chinês, He Yadong, informou nesta quinta-feira (24) por meio de uma coletiva de imprensa, que não há acordos entre EUA e China relacionados à política tarifária de Donald Trump

Segundo Yadong as alegações do presidente americano em relação ao assunto, são inverídicas e pediu para o presidente Trump “ouvir as vozes racionais” ecoadas pela comunidade internacional. 

 He Yadong, funcionário do Ministério do Comércio, ressalta ainda, que a questão começará a ser resolvida quando os EUA suspender as tarifas impostas à China de forma unilateral. 

Negociações estagnadas 

Anteriormente o Ministério do Comércio da China, através de suas redes sociais, declarou que “para desatar um nó, ninguém é mais adequado do que aquele que o amarrou”, fazendo uma alusão de que foi o próprio governo americano o causador dessa situação.

Em uma sequência de publicações, o MOFCOM responde ao governo americano, informando que a China está aberta ao diálogo e que não houve negociações entre os países. 


Resposta do Ministério do Comércio da China ao governo Trump (Foto: reprodução/X/@MOFCOM_China)

Apesar do presidente Donald Trump alegar na data de ontem, quarta-feira (23) de que mantinha diálogos diários com o governo de Xi Jinping em busca de resolver o conflito tarifário entre os dois países, essa nova declaração chinesa aumenta as tensões econômicas em escala global, desestabilizando o mercado financeiro. 

Abertura comercial da China 

Enquanto não há um posicionamento definitivo sobre as políticas tarifárias impostas pelos EUA e como será resolvido o conflito com o país asiático,  o presidente chinês, Xi Jinping realiza acordos comerciais com diversos países. Seja na China ou diretamente em visita aos parceiros comerciais. 


Presidente chinês Xi Jinping em acordo comercial com o presidente queniano William Ruto e suas respectivas esposas (Foto: reprodução/Instagram/@maoning_mfa)


Recentemente, a fim de atrair investidores estrangeiros, a Agência Reguladora de Planejamento Estatal da China diminuiu o número de empresas restritas a atuar no país. A medida visa alavancar a economia nacional gerando renda e empregos ao povo chinês. 

Por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” o país asiático vem investindo bilhões de dólares em países em desenvolvimento, especialmente no Sul Global, a fim de expandir sua influência nesses países e, fortalecer acordos bilaterais e multilaterais. 

Trump afirma manter contato diário com a China em meio a tensões internacionais

O presidente americano Donald Trump, em entrevista a jornalistas na Casa Branca, na última quarta-feira (23), informou que seu contato com autoridades chinesas é diário e que mantém uma boa relação com o país asiático. 

A declaração de Trump ocorre em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano após as tarifas impostas a dezenas de países em todos os continentes serem anunciadas. As taxas variam de 10% a 245%, sobre a importação de produtos diversos. 

No caso da China, a tarifa inicial era de 34%. Em meio às retaliações tarifárias entre EUA e China, atualmente as taxas impostas aos chineses pelos americanos podem chegar a até, 245%.

De acordo com um documento explicativo divulgado pelo Governo Trump recentemente, o aumento da taxa ao país asiático ocorre devido à soma tarifária aplicada pelos EUA à China. No caso, são 125% de tarifa recíproca, 20% relacionado à crise do fentanil e uma tarifa que varia de 7,5% a 100% sobre determinados produtos, relacionados à Seção 301  da Lei de Comércio Americana.

Apesar das conversas diárias com o governo de Xi Jinping, Donald Trump diz que as tarifas serão reduzidas, mas que não chegarão a zero e que, apesar de manter uma boa relação com o líder chinês, entende que a China possui um comércio “muito unilateral”. Ainda assim, espera chegar a um acordo ou definir um preço em breve. 

Respeito mútuo 

Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que mantém conversas amistosas com o presidente chinês Xi Jinping diariamente, Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, vê a guerra tarifária entre os dois países com preocupação. 

Em declaração aberta, na data de ontem, quarta-feira (23), Bessent ressaltou que “America First” não significa “América sozinha ou isolada” e fez um apelo ao respeito e colaboração comercial entre os países. 

Ainda, segundo  Bessent, a China precisa mudar e sabe disso. Informando que os EUA estão dispostos a ajudar pois é necessário reequilíbrio. 


Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA em declaração no IIF (Vídeo: reprodução/X/@SecScottBessent)

Além de Bessent, Jerome Powell, presidente do Banco Central Americano (FED), também avalia que as políticas tarifárias de Donald Trump precisam de equilíbrio para não sobrecarregar o sistema financeiro do país. 

Resposta chinesa

 Enquanto os EUA estão otimistas com um possível acordo comercial e tarifário com a China, Lin Jian, Vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, declarou em suas redes sociais que o Governo Trump estão “empurram as relações internacionais de volta para a lei da selva”. 

Para Jian, os EUA violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao utilizar “tarifas como armas” e que a China, “não busca apenas os seus interesses”, mas  “as regras do sistema internacional”.  


Publicação de Lin Jian sobre a política tarifária de Donald Trump (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Em outra publicação, Lin Jian, declara que os EUA perderam o apoio popular, isolando-se da comunidade internacional e que os países precisam se unir para defender o multilateralismo e as boas relações comerciais. 

Em meio a guerra comercial entre EUA e China, o presidente Xi Jinping anunciou a flexibilização tarifária à investidores estrangeiros de diversos setores visando o fortalecimento do comércio interno e do setor industrial chinês.

Guerra Comercial: Trump pressiona países a escolherem entre EUA ou China

O presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News mexicana, na última terça-feira (15), declarou que países podem ter que escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com a China. A escolha por um dos lados levará em conta a suspensão ou não da implementação das “tarifas recíprocas” por 90 dias a parceiros comerciais.

As declarações de Trump geram nova tensão no mercado financeiro global, uma vez que arrastam para o epicentro da guerra comercial estabelecida entre EUA e China, países que possuem acordos em andamento com as duas grandes potências. 

Ao se posicionar por um lado, parceiros comerciais terão que renunciar a parcerias já firmadas ou com o país norte-americano, ou com o país asiático, levando em conta possível  retaliação tarifária. 

A medida é vista como uma forma do governo norte-americano pressionar os demais países em sua escolha, gerando nova tensão mundial no mercado financeiro e, principalmente, no mercado de ações. 

Países latino-americanos na mira

As falas do presidente norte-americano Donald Trump foram direcionadas, principalmente, a países da América Latina, incluindo o Brasil. Uma vez que Trump está preocupado com a influência da indústria chinesa em países do Sul Global.  

A preocupação de Trump tem gerado uma série de ofensivas diplomáticas a países latino-americanos. Onde os EUA procuram retomar o apoio desses países, recebendo seus líderes na Casa Branca para reuniões e acordos. 

A visita do presidente salvadorenho Nayib Bukele à Donald Trump, na última segunda-feira (14), é uma demonstração de que os EUA procuram criar alianças com líderes de países geopoliticamente estratégicos e próximos à Casa Branca, visando, também, brecar a expansão chinesa no continente americano. 


Presidente dos EUA Donald Trump recebe o presidente de El Salvador Nayib Bukele na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em outra ofensiva diplomática, o governo Trump enviou Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ao Panamá  para negociar a retomada do Canal do Panamá pelos EUA, em posse do governo panamenho desde 1977, que vem sofrendo grande influência chinesa na última década.


Entrevista de Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, sobre influência da China no Canal do Panamá ((Vídeo: reprodução/Instagram/@petehegseth)


Além desses países, o Brasil, o México e a Argentina também estão na mira dos EUA, para uma ofensiva diplomática, visando afastar a influência comercial e econômica chinesa.

Iniciativa Cinturão e Rota 

Nas últimas décadas, a China tem expandido seus negócios em países em desenvolvimento por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI), ou nova “Rota da Seda”. Um projeto de infraestrutura ambicioso no qual o país asiático pretende se conectar a todos os continentes por meio de parcerias de desenvolvimento econômico. 

Este projeto foi apresentado por Xi Jinping em 2013, quando ainda era secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Ganhando força a partir de 2016, com investimento de bilhões de dólares em países da África, Ásia e Europa. Posteriormente, países da América Latina receberam aporte do governo chinês para obras de melhorias em seus portos, aeroportos e rodovias.

China se posiciona contra declarações dos EUA 

Após as declarações do presidente americano Donald Trump de que países deverão “escolher um lado” nas negociações comerciais, Lin Jian, vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, utilizou suas redes sociais para comentar sobre o assunto.


Publicação de Lin Jian sobre declarações de Donald Trump (Reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Jian enfatiza que a intimidação dos EUA a países latino-americanos vem de longa data, contrastando com a cooperação promovida pela China a estes países. 

Enquanto a atenção do mercado financeiro mundial se volta para os próximos passos da guerra comercial entre EUA e China, o presidente chinês Xi Jinping permanece visitando países do Sul Global em busca de acordos comerciais e parcerias estratégicas. 

Guerra comercial: Em resposta ao “tarifaço” China aumenta as tarifas sobre EUA

O governo chinês anunciou, nesta sexta-feira (11), o aumento das tarifas sobre os produtos que chegam dos Estados Unidos, passando de 84% para 125%. Essa decisão seria uma represália às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Desde o anúncio feito pelo governo americano ao divulgar o “tarifaço”, aplicando à China uma porcentagem superior à dos demais países, o país asiático vem elevando a tributação sobre os produtos importados dos Estados Unidos como resposta às medidas americanas. Essa escalada está intensificando a tensão entre as duas maiores potências econômicas, o que tem gerado preocupação no mercado financeiro.

Guerra comercial

 No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos anunciou seu projeto de “tarifas recíprocas”, que previa a taxação de produtos de 180 países. No entanto, a China recebeu um tratamento diferenciado. Enquanto os outros países enfrentaram aumentos gerais, os produtos chineses já haviam sido taxados em 10% em fevereiro pela Casa Branca. Esse percentual se somou a uma tarifa anterior já vigente. Assim, na quarta-feira, 2 de abril, a China passou a enfrentar uma cobrança adicional de 34%, totalizando uma tarifa de 54% sobre suas mercadorias.

Após a iniciativa dos Estados Unidos, o líder chinês resolveu reagir à ação americana e impôs tarifas de 34% sobre os EUA. Contudo, insatisfeita com a atitude da China, Washington aumentou novamente o valor da taxação, adicionando mais 50% sobre as importações chinesas, elevando a tarifa para o patamar de 104%.

Em resposta aos valores estabelecidos por Donald Trump, Pequim aumentou as tarifas sobre os EUA para 84%, o que provocou uma nova reação de Washington, que decidiu elevar a taxação para 125% contra os chineses. Com esse acréscimo somado à porcentagem anterior, o total chegou a 145%.


Foto destaque: presidente Donald Trump exibe gráfico de tarifa durante o “Make America Wealthy Again” (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


TikTok

 Essa disputa tarifária entre os dois países afetou as negociações sobre a venda do aplicativo TikTok, que previa a transferência de 50% da plataforma para empresários americanos, sob pena de ser banida dos Estados Unidos. No entanto, devido aos conflitos entre China e EUA, a negociação foi suspensa até que a situação entre Washington e Pequim seja resolvida.

Guerra Comercial: Tarifas de 84% imposta aos EUA pela China entram em vigor

Conforme anunciado pelo Ministério das Finanças da China, a tarifa de 84% sobre os produtos importados dos EUA, passam a valer a partir de hoje, quinta-feira (10). A taxa é uma retaliação às medidas adotadas por Donald Trump, que elevou as tarifas contra o país asiático em, 104%. 

Os produtos norte-americanos afetados com a cobrança imposta pelo governo chinês, vão desde alimentos até aeronaves civis. Entre eles, os itens mais impactados são: microchips, carros, soja, além de produtos farmacêuticos. 

O comércio entre os EUA e a China se intensificou no final da década de 1990. Segundo estudos, somente em 2024, o valor exportado pelo país norte-americano ao país asiático ultrapassou a casa de US$143 bilhões de dólares.


Anúncio das tarifas retaliatórias pela China contra os EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Em contrapartida, a China exportou para os EUA o equivalente a US$ 438 bilhões de dólares. As exportações variam de brinquedos, eletroeletrônicos, vestuário, equipamentos industriais e matérias-primas para a produção de produtos manufaturados. 

A China informou que apesar de não querer entrar em guerra comercial contra os EUA, permanecerá na luta até o fim.

Manifestações do governo chinês 

Vários integrantes do governo de Xi Jinping, presidente da China, têm se manifestado contra as políticas adotadas por Donald Trump, principalmente contra as tarifas impostas pelos EUA e que têm gerado pânico nas bolsas de valores ao redor do mundo. 

O porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, é um dos que têm utilizado suas redes sociais para comentar sobre as atitudes do Governo Trump. Em suas últimas postagens, publicou que não permitirá que “ninguém tire o direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento.” 

Jian, ressalta que as medidas adotadas pela China são para “salvaguardar a soberania” do país contra, o que ele chama, de atitude “unilateral”, “protecionista” e de “intimidação econômica” realizada pelos EUA. 


Publicação do porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em relação à política tarifária adotada pelos EUA (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Lin Jian também utilizou as redes sociais para informar que a tarifa de 84% sobre as exportações estadunidenses entraria em vigor nesta data, quinta-feira (10). 

Retaliação do governo Trump

Após o anúncio realizado pelo governo de Xi Jinping sobre o aumento da tarifa de 34% para 84% sobre os produtos exportados pelos EUA ao país asiático, Donald Trump prometeu nova retaliação. 

Desta vez, o presidente norte-americano prometeu retaliar os produtos exportados pela China para os EUA em 125%, com início imediato. A nova cobrança foi anunciada em sua conta na rede social.


Publicação de Donald Trump, em tradução livre, anunciando nova cobrança tarifária contra a China (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

Após o anúncio feito pelo presidente Trump, a China informou que não recuará em suas decisões. Colocando o mundo em alerta sobre uma possível retaliação do governo de Xi Jinping contra os EUA, acirrando ainda mais a guerra comercial e econômica com impactos locais e mundiais.

Trump anuncia tarifa e preocupa indústria farmacêutica internacional

O presidente norte-americano Donald Trump informou nesta terça-feira (8) que seu governo implementará em breve uma tarifa significativa sobre medicamentos importados. Trump fez a declaração em uma festa de gala para arrecadação de fundos em um evento no Comitê Nacional Republicano do Congresso.

O presidente americano disse que os Estados Unidos são o grande mercado mundial e acredita que a tarifação gerará mais capacidade para a indústria farmacêutica interna. A medida visa incentivar os grandes laboratórios a transferirem suas fábricas para os Estados Unidos, deixando de produzir remédios em outros países, como a China


Presidente Trump avisa que em breve haverá uma tarifa importante sobre medicamentos (Vídeo: reprodução/YouTube/@NewsweekMag)

Implicações da nova tarifa

Os impostos de importação para medicamentos são uma preocupação dos líderes biofarmacêuticos, que temem que mais de 100 bilhões de dólares em investimentos saiam da União Europeia (UE).

Cerca de 16,5 bilhões de euros (18 bilhões de dólares) em investimentos podem estar em risco na Europa, segundo a Federação Europeia de Indústrias e Associações Farmacêuticas (EFPIA). Uma pesquisa recente realizada entre as 18 grandes e médias empresas fabricantes de medicamentos naquele continente confirmam esses números. 

Em fevereiro passado, Trump teria mencionado uma tarifa de 25% sobre as importações de medicamentos, em uma reunião fechada na Casa Branca com executivos da indústria, mas o setor tem feito um lobby com o presidente americano para que essa taxação seja implementada aos poucos. 

A EFPIA alertou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que a pesquisa, desenvolvimento e fabricação de medicamentos correm o risco de serem transferidos para os EUA caso mudanças políticas ágeis e extremas não ocorram.

Impacto no mercado de ações

As ações dos laboratórios mundiais despencaram depois do anúncio do presidente Donald Trump. A tarifa é considerada uma ameaça para a cadeia de suprimentos farmacêuticos em todo o mundo. 


A decisão afetou a bolsa de valores no dia seguinte ao anúncio (Foto: reprodução/X/@arturguimaraesp)

As ações dos maiores laboratórios americanos, como Amgen, AbbVie, Pfizer, Merck e Eli Lilly sofreram queda de 3% a 6%. Na Europa, uma cesta de ações do setor de saúde caiu 5%, atingindo o menor índice desde outubro de 2022, liderando as perdas entre os índices setoriais na região, que foi de 3,3%.

Análise do cenário

Analistas e empresas têm levantado preocupações sobre a dificuldade de estabelecer a produção de remédios nos Estados Unidos. 

Segundo Evan Seigerman, analista de Mercados de Capital do Banco de Montreal, no Canadá, o setor é fortemente contra a taxação de qualquer medicamento. A nova tarifa provavelmente terá muito pouco efeito sobre a mudança das fábricas de outros países para os EUA. 

Seigerman acrescenta uma preocupação a respeito das demissões recentes na agência reguladora do Departamento de Saúde dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA). A preocupação aumentou após o anúncio das tarifas farmacêuticas. 

A princípio, as importações de medicamentos estavam isentas do primeiro conjunto de tarifas recíprocas que Trump ordenou na semana passada. Contudo, a administração de seu governo havia dado indícios de que novas taxas sobreviriam sobre o setor posteriormente. 

Dada a complexidade da cadeia de suprimentos na produção de medicamentos, o analista não espera que a indústria faça grandes mudanças. Na pior das hipóteses, as taxas durarão até o fim da administração atual do governo Trump e podem ter seu fim ainda mais cedo com um simples ato do Congresso. 

EUA impõem tarifa de 104% à China e acirra guerra comercial

Nesta terça-feira (8), a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% sobre produtos chineses começarão a ser cobradas a partir de quarta-feira (9). A decisão foi anunciada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt, após o prazo dado pelo presidente Donald Trump para a China recuar sua retaliação comercial ter expirado sem resposta.


Secretária de imprensa Karoline Leavitt durante coletiva (Foto: reprodução/Al Drago/Bloomberg/Getty Images Embed)


Tarifa recorde entra em vigor após silêncio da China

Trump havia dado até as 13h do mesmo dia para o governo chinês retroceder na decisão de retaliar as tarifas americanas. Mais cedo, Donald chegou a afirmar, em suas redes sociais, que aguardava uma ligação de Pequim. A resposta, porém, foi o silêncio. Durante a madrugada, o governo chinês anunciou que manteria as tarifas contra os EUA, reforçando que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O impasse elevou as tensões entre as duas maiores economias do planeta, dando sequência a uma escalada tarifária que iniciou no dia 2 de abril, quando Trump anunciou novas taxas de importação sobre 180 países, com foco especial na Ásia.

Efeito dominó atinge mercados e preocupa investidores

A medida norte-americana gerou reações em cadeia nos mercados globais. Apesar de as bolsas asiáticas e europeias terem fechado em alta, o clima de instabilidade fez com que os principais índices de Wall Street perdessem força ao longo do dia. No Brasil, o IBOVESPA passou a operar em baixa e o dólar voltou a atingir os R$ 6 por volta das 14h.

O temor de uma guerra comercial ampliada fez com que investidores fugissem de ativos de risco. Conforme a Casa Branca, cerca de 70 países já procuraram os EUA para negociar acordos diante das novas tarifas, numa tentativa de evitar retaliações semelhantes às aplicadas sobre a China.

A tarifação de Trump prevê uma composição de taxas resultantes no total de 104%:

  • 10% já estavam em vigor antes de fevereiro;
  • outros 10% foram adicionados no início do ano;
  • uma nova tarifa de 34% foi anunciada em 2 de abril;
  • e agora, mais 50% foram impostos após a retaliação chinesa.

O clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo segue sem previsão de trégua e o impacto no comércio global pode ser profundo.