STJD remarca julgamento de Bruno Henrique do Flamengo

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) adiou, nesta segunda-feira (10), a definição da pena do atacante Bruno Henrique, do Flamengo. A sessão, realizada na sede da entidade, no Rio de Janeiro, foi interrompida após o auditor Marco Aurélio Choy pedir vista do processo, o que suspendeu momentaneamente o julgamento. A nova data ficou marcada para quinta-feira (12), às 15h (de Brasília), e o caso será o único na pauta do dia.

Apesar de o colegiado já ter mantido a condenação do jogador, a penalidade exata ainda não foi fixada. O relator Sérgio Furtado Filho votou a favor de uma punição exclusivamente financeira, sugerindo multa de R$ 100 mil e afastando a aplicação do artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que poderia resultar em suspensão de até 12 partidas. Segundo o relator, o atleta deveria ser responsabilizado apenas com base no artigo 191, que trata do descumprimento de deveres regulamentares.

Defesa alega prescrição do processo

Bruno Henrique havia sido condenado em 4 de setembro a 12 jogos de suspensão no Campeonato Brasileiro, além de multa de R$ 60 mil. No entanto, a defesa do atacante, formada pelos advogados Michel Assef Filho, Ricardo Pieri Nunes e Alexandre Vitorino, voltou a argumentar pela prescrição do processo. A equipe jurídica afirma que o STJD extrapolou o prazo previsto pelo CBJD para oferecimento da denúncia.

De acordo com o código, a Procuradoria tem até 60 dias para apresentar a denúncia após tomar ciência de um possível ilícito. A defesa sustenta que o órgão recebeu as provas em 7 de maio de 2025, o que faria o prazo expirar em 6 de julho. Contudo, a denúncia só foi protocolada em 1º de agosto. Para os advogados, isso configuraria atraso e invalidaria o processo.

O subprocurador-geral Eduardo Ximenes, que representou a Procuradoria na sessão, rebateu o argumento. Segundo ele, o prazo começou a contar apenas quando a instituição teve acesso integral às provas, o que teria ocorrido após a conclusão da apreensão de documentos e celulares pela Polícia Federal. “A Procuradoria só teve acesso quando foram apresentadas as provas, após a busca e apreensão. Se acatado o pedido de prescrição, veríamos a primeira invenção jurisprudencial”, declarou Ximenes durante a sustentação.


Bruno Henrique saindo do julgamento no STJD (Vídeo: reprodução/X/@FlaConect)


Pressão externa e expectativa pelo desfecho

A defesa também criticou a condução do processo. Michel Assef Filho questionou o tempo de sustentação oral da Procuradoria — 22 minutos — e afirmou que o caso deveria ter sido julgado antes. “O fato era conhecido por todos. Caberia à Justiça Desportiva investigar, mas não o fez no momento adequado. Acreditou-se que as provas eram insuficientes”, disse o advogado.

Com o pedido de vista de Marco Aurélio Choy, o julgamento será retomado na quinta-feira (12), a partir do ponto em que foi interrompido. A expectativa é que o STJD defina se Bruno Henrique cumprirá uma nova suspensão, pagará apenas multa ou se haverá outro tipo de punição. Enquanto isso, o atacante segue à disposição do técnico Tite e do Flamengo, que aguardam o desfecho para saber se poderão contar com o jogador na reta final do Campeonato Brasileiro.

Novo autódromo do Rio terá traçado que privilegia ultrapassagens e capacidade para 120 mil pessoas

O anúncio do novo Autódromo do Rio, localizado no Parque de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, foi feito nesta quinta-feira durante coletiva de imprensa no local. Com investimento estimado em mais de R$ 1,3 bilhão, o traçado da pista prevê uma extensão de 4,7 km, quatro retas, sendo duas principais paralelas, e apenas dez curvas. O objetivo claro: favorecer ultrapassagens e garantir alta velocidade média dos carros, estimada em 241 km/h.

Além disso, o projeto prevê arquibancadas com capacidade para aproximadamente 120 mil espectadores e estrutura completa para eventos internacionais de automobilismo. A construção está programada para iniciar no primeiro trimestre de 2026, com previsão de conclusão em cerca de dois anos.

Estrutura moderna e foco no espetáculo

O design da pista foi desenvolvido seguindo as normas FIA Grau 1 e FIM Grau A, tornando-a apta para receber tanto grandes corridas de Fórmula 1 quanto provas de motociclismo mundial. Equipes estrangeiras de arquitetura esportiva foram envolvidas para garantir experiência de público e competidores.

A área destinada à construção tem mais de dois milhões de metros quadrados e vai integrar vias de transporte público, heliponto, boxes, estacionamento e esteiras logísticas para atender grandes eventos. A expectativa é que o novo autódromo movimente a economia local e transforme Guaratiba em polo do automobilismo no Brasil.


Post no X mostra traçado no novo autódromo (Foto: Reprodução/X/@g1rio)


Impactos para o Rio e o esporte nacional

Além de impulsionar o esporte a motor no país, o empreendimento representa a ambição de reinserir o Rio de Janeiro no mapa global das corridas. A capacidade de 120 mil pessoas sinaliza intenções de grandes eventos internacionais e turismo esportivo.

Para o público, a promessa de mais ultrapassagens, altas velocidades e uma atmosfera “arena” é um convite à vivência intensa da modalidade. Já para o setor automotivo e de infraestrutura, o autódromo pode significar novos investimentos, empregos e destaque para o Brasil na era pós-Interlagos.

Contradição nos dados oficiais: relatório do Rio ao STF aponta menos presos em megaoperação do que o anunciado

Uma discrepância significativa nos números de detidos durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no último dia 28, colocou em xeque a comunicação oficial do Governo do Rio de Janeiro. No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Cláudio Castro informou ao ministro Alexandre de Moraes a detenção de 99 pessoas — sendo 82 em flagrante e 17 com mandados judiciais, incluindo dez adolescentes. Contudo, logo após a ação, as autoridades estaduais haviam divulgado as prisões de 113 suspeitos em coletiva de imprensa.

A Polícia Civil, por meio de nota, tentou justificar a diferença apontando uma “duplicação das informações iniciais”, alegando que alguns indivíduos presos em flagrante já possuíam mandados de prisão expedidos contra eles. A explicação, no entanto, não aplaca a crítica de entidades da sociedade civil. Passada mais de uma semana da megaoperação que resultou em 121 mortes — a mais letal da história do estado —, órgãos como a Defensoria Pública ainda não tiveram acesso à lista oficial com os nomes dos detidos.

OAB-RJ e especialistas cobram transparência

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) manifestou-se por meio de nota, ressaltando a importância do princípio da transparência e a necessidade de ampla divulgação dos dados da Operação Contenção à sociedade e aos órgãos competentes. A entidade, que instituiu um Observatório de Investigações para acompanhar os desdobramentos, afirmou que adotará “medidas cabíveis para a obtenção de informações precisas e consistentes sobre os fatos”.

Em tom crítico, Rodrigo Mondego, coordenador na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, classificou a inconsistência como uma “amostra de como o governo não age de forma profissional”. Ele questionou a falha de registro e apuração, dado o número de agentes envolvidos, incluindo policiais civis, que têm o dever de investigar.


Visita de Alexandre de Mores no RJ para analisar informações da megaoperação (Vídeo: reprodução/YouTube/


Detalhes do Relatório e Desvantagem Bélica

O relatório de 26 páginas entregue ao STF detalha ainda que, dos 99 detidos, 29 são provenientes de outros estados e 17 possuíam mandados de prisão em aberto. Curiosamente, o objetivo declarado da Operação Contenção era capturar cem procurados, um número próximo ao de prisões efetivas no documento final. Além disso, entre os 115 suspeitos mortos identificados, 59 possuíam mandados de prisão. No entanto, o governo não esclareceu se estavam entre os alvos prioritários da ação.

O governador Cláudio Castro defendeu o “uso proporcional da força” diante do que classificou como ameaça do Comando Vermelho (CV). O documento enumera táticas de “guerrilha urbana” e uso de “armas de uso restrito” pela facção criminosa contra os 2,5 mil policiais empregados.

O governo admite uma desvantagem bélica das forças de segurança, que estariam limitadas a fuzis 7,62 e 5,56, enquanto os criminosos dos complexos possuiriam um arsenal estimado em 800 a mil fuzis, incluindo armamentos de “altíssima potência” como os fuzis .30 e .50 — que, conforme especialistas, não podem ser utilizados pelas polícias brasileiras. Essa disparidade bélica, somada a elementos como túneis, minas terrestres e drones com capacidade de lançamento de granadas, dificultaria o avanço policial, apesar do planejamento, inteligência e suposto “respeito absoluto à lei”. Por fim, o número de armas apreendidas também apresentou variação, subindo de 118 para 122 no documento final (96 fuzis, 25 pistolas e um revólver), aumentando a lista de inconsistências nos dados oficiais da Operação Contenção.

Príncipe William vibra em Copacabana e joga futevôlei durante visita ao Brasil

Durante sua estada no Brasil, o Príncipe William dedicou parte da agenda para um momento mais leve e simbólico em solo brasileiro. Ele esteve na famosa praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde descalço nas areias participou de uma partida de futevôlei com jovens atletas e se integrou ao cenário local.

Com sorriso e energia, William trocou passes, mergulhou por uma bola e mostrou disposição, cenário bem diferente do traje formal habitual da realeza. A cena reforça a combinação entre uma visita oficial e momentos de conexão espontânea com o público e a cultura brasileira.

Próximo dos jovens e da cultura local

Na praia, o príncipe se encontrou com o projeto social Levante Institute, criado pela atleta olímpica Carolina Solberg, que usa o esporte para promover a inclusão em comunidades cariocas. Ali, William brincou, sorriu e mostrou-se à vontade, um momento que escapou do script tradicional de visitas reais e virou imagem de leveza e interação real.

Além do esporte, ele participou de simulação de resgate marítimo com guarda-vidas e aproveitou para conversar sobre preservação ambiental, reforçando que sua visita ao Brasil também tem foco em causas globais e locais. Esses encontros aproximam a visita oficial de uma agenda mais humana, que conecta autoridade, esporte e responsabilidade.


Post no X divulga fotos do príncipe William na praia de Copacabana (Foto: reprodução/X/@HugoGloss)


Símbolo de agenda ambiental

O momento na praia vai além do futevôlei: ele aparece como símbolo de um vínculo que o príncipe busca construir com o Brasil, país de biodiversidade ímpar e papel estratégico nas pautas ambientais globais. A escolha de Copacabana, com seu calçadão, areias e o cotidiano pulsante, ajuda a dar corpo à mensagem.

Ao mesclar ação esportiva, visita social e pauta ambiental, William usa essa parada no Rio para reforçar que um encontro com o Brasil não precisa ser apenas formal. Ele mostra que também é possível calçar chinelos, pegar uma bola, se sujar de areia, e ainda assim cumprir missão diplomática. Essa combinação abre um ponto de conexão mais real com o público brasileiro, muitas vezes acostumado a ver a realeza através de lentes muito distantes.

Governador do Rio diz ao STF que operação seguiu diretrizes da constituição

Na última segunda-feira (3), o governador do estado do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL-RJ) disse ao Superior Tribunal Federal que a “Operação Contenção”, megaoperação policial feita nos Complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira, dia 28 de outubro seguiu diretrizes constitucionais. Cláudio Castro apresentou um documento para o ministro Alexandre de Moraes para fazer esclarecimentos.

O relatório apresentado pelo governador do Rio de Janeiro trazia as justificativas para a Operação Contenção, além de contextualizar o porquê da ação policial. O documento feito por Cláudio Castro também trazia informações a respeito do Comando Vermelho (CV), facção criminosa que atua no Rio de Janeiro. 

A operação

A megaoperação policial aconteceu no dia 28 de outubro, e deixou mais de 120 mortos. A Operação Contenção mobilizou 2.500 agentes, vindos da Polícia Civil e da Polícia Militar, que atuaram em conjunto. A  investida aconteceu nos Complexos do Alemão e da Penha, localizados na Zona Norte do Rio de Janeiro. 


Cláudio Castro faz esclarecimentos ao STF (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN Brasil)


A Operação Contenção visava capturar Edgar de Andrade, o Doca, líder da facção criminosa Comando Vermelho, também conhecido como CV. Também tinha como objetivo cumprir mandados de prisão relacionados ao Comando Vermelho, e fazer a apreensão de armas e drogas. A  operação se tornou a mais letal do Rio de Janeiro onde, pelo menos, 120 mortes foram registradas.

Castro e STF

O governador do Rio de Janeiro enviou um documento com justificativas ao Superior Tribunal Federal. “A atuação estatal, diante de organizações criminosas de perfil narcoterrorista, constituiu exercício legítimo do “poder-dever” de proteção da sociedade, concretizando o princípio da legalidade e reafirmando o compromisso das forças de segurança pública com a legalidade”.

Em sua fala, Castro ainda alegou “transparência e proteção dos direitos humanos, em estrita observância ao Estado Democrático de Direito e à defesa da vida”. A declaração visava mostrar que a Operação estava de acordo com as diretrizes constitucionais. 

Realeza no Rio: Príncipe William sobe ao Pão de Açúcar

O príncipe William fez uma visita especial ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira. Durante sua passagem pela cidade, o herdeiro do trono britânico participou de uma cerimônia oficial, onde recebeu uma homenagem e as chaves da cidade. A agenda fez parte de sua viagem ao Brasil para compromissos diplomáticos e ambientais.

Após o evento, William aproveitou para conhecer um dos cartões-postais mais famosos do país: o Pão de Açúcar. Com vista para a Baía de Guanabara e o Cristo Redentor, o príncipe se encantou com a paisagem carioca e cumprimentou pessoas presentes no local.

Cerimônia e destaque para o meio ambiente

Durante a cerimônia, autoridades brasileiras ressaltaram a relevância da visita e a trajetória de William em defesa da preservação ambiental, citando sua atuação na fundação Earthshot Prize, que premia soluções inovadoras para desafios climáticos. Em seu discurso, o príncipe William destacou a importância do Brasil na proteção da biodiversidade e enfatizou a necessidade de cooperação entre países para enfrentar crises climáticas e combater o desmatamento. Ele também afirmou que a preservação é uma responsabilidade global e que iniciativas sustentáveis devem ser incentivadas em todas as regiões do mundo.

A homenagem e o discurso reforçaram o compromisso do príncipe com ações ambientais e seu empenho em apoiar projetos que protejam florestas, oceanos e áreas naturais. Com postura simples e acolhedora, William demonstrou proximidade com o público, acenou para presentes e trocou palavras rápidas com pessoas que acompanharam a cerimônia. Representantes locais afirmaram que a visita fortalece relações institucionais e pode abrir caminho para novas parcerias internacionais voltadas ao desenvolvimento sustentável e à proteção do meio ambiente.

Durante o evento, também foi ressaltado o interesse do príncipe em acompanhar iniciativas brasileiras que incentivam pesquisas, preservação e educação ambiental. William ouviu relatos de projetos realizados em comunidades e unidades de conservação e demonstrou entusiasmo com ações que buscam equilibrar desenvolvimento e responsabilidade ecológica. Para as autoridades presentes, a postura do príncipe reforça a importância de unir lideranças públicas, privadas e sociais em prol de um futuro mais sustentável para o Brasil e o mundo.


O príncipe William interagindo com o público (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Chris Jackson)

Passeio pelo Pão de Açúcar e interação com o público

Após o compromisso oficial, William seguiu para um dos destinos mais famosos do mundo: o Pão de Açúcar. Ele embarcou no tradicional bondinho e, durante a subida, apreciou cada detalhe da paisagem, observando a Baía de Guanabara, o Cristo Redentor e as praias cariocas. Fontes ligadas à organização afirmaram que o príncipe ficou impressionado com a beleza natural do Rio e comentou com membros da comitiva sobre a harmonia entre montanhas, mar e vegetação. No topo, tirou fotos, observou a vista com atenção e fez registros para a equipe oficial.

A presença do príncipe atraiu olhares e gerou surpresa entre turistas, que aproveitaram para fotografar e acenar. Embora cercado por seguranças, William manteve uma postura receptiva, acenou de volta e chegou a cumprimentar algumas pessoas de forma breve, reforçando sua imagem simpática e acessível. O passeio não apenas simbolizou o interesse do príncipe pela cultura brasileira, como também reforçou a importância do turismo para o Rio de Janeiro. Ao fim da visita, William deixou o local seguindo para outros compromissos privados, encerrando o dia com grande repercussão e deixando uma impressão positiva entre cariocas e visitantes.

A expectativa é de que William continue cumprindo agendas pelo país nos próximos dias, com foco em debates ambientais e encontros com iniciativas sociais. Sua passagem reafirma o interesse internacional pelo Brasil e destaca o papel do país nas discussões climáticas globais, além de fortalecer relações diplomáticas entre Brasil e Reino Unido. Com simpatia e atenção aos detalhes, o príncipe transformou a visita em um momento marcante para a cidade, unindo diplomacia, turismo e conscientização ambiental.

Megaoperação: liberação de corpos marcam ponto final na perícia

A megaoperação policial realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, teve seu desfecho formalizado no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, os 117 corpos dos suspeitos mortos no que é considerado o episódio mais letal da história recente do estado foram finalmente liberados para sepultamento, e a perícia do órgão foi oficialmente encerrada.

A ação da Defensoria Pública foi crucial, acompanhando de perto o processo de identificação e liberação dos cadáveres, que mobilizou mães e familiares dos mortos no IML durante os dias seguintes ao confronto. O órgão também atuou para garantir a isenção de taxas de sepultamento para famílias de baixa renda nos cemitérios municipais, permitindo que o luto não fosse sobrecarregado por custos. Até o último sábado, pelo menos 40 corpos já haviam sido enterrados, a maioria no Cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte carioca.

O Perfil dos Mortos

A operação, que visava combater o avanço e prender lideranças do Comando Vermelho (CV) que usavam os complexos como “quartel-general” e centro de treinamento tático, resultou em um número elevado de óbitos. A Defensoria Pública confirmou que dezenas dos mortos eram de outros estados do país, incluindo Bahia, Pará e Espírito Santo, o que reforça a dimensão da atuação interestadual das facções criminosas.

Uma informação que trouxe um novo elemento para o debate sobre a letalidade da operação é a revelação de que, entre os 109 corpos identificados até o sábado, nenhum havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) na investigação que serviu de base para a ação policial. Contudo, as autoridades também apontaram que, desse total, pelo menos 42 dos mortos tinham algum mandado de prisão em aberto.



Contagem de mortos é contestada e reacende debate

O número de mortos na operação, inicialmente reportado em 117, é objeto de controvérsia e denúncias. No dia seguinte à incursão, moradores chegaram a levar dezenas de corpos para a Praça do Complexo da Penha, em um ato que simbolizou o caos e a dor da comunidade após o evento.

Apesar do encerramento oficial da perícia no IML, o caso está longe de ter um ponto final. A alta letalidade da operação, que se destacou como a mais sangrenta na história do Rio, continua a gerar pedidos por investigação federal e levanta questionamentos sobre as diretrizes de segurança pública e o cumprimento das determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF das Favelas. O MPRJ, inclusive, anunciou o envio de técnicos ao IML para a realização de uma perícia independente.

Moraes cobra explicações de Castro sobre operação no Rio de Janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu nesta segunda-feira (3) com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e representantes das forças de segurança do estado. O encontro ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na capital fluminense, e teve como foco discutir os desdobramentos da megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 100 mortes. O tema dominou a pauta nacional nas últimas semanas e provocou forte reação de autoridades e da sociedade civil.

Moraes exige transparência e relatório completo

Durante a reunião, Moraes cobrou de Castro e das forças de segurança um relatório detalhado sobre toda a operação. Ele pediu informações sobre o número de agentes mobilizados, armamentos usados, mortes e feridos, além das medidas adotadas para preservar provas e garantir a responsabilização de eventuais abusos. O ministro também reforçou a necessidade de cumprimento das determinações da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que estabelece critérios mais rigorosos para ações policiais em comunidades do Rio.

O ministro destacou que operações desse porte precisam ser acompanhadas de justificativas técnicas, registros em vídeo e relatórios públicos. Moraes reiterou que o STF não pretende impedir a atuação das forças de segurança, mas exige que as ações respeitem os direitos humanos e as regras estabelecidas pela Corte. Para o governo estadual, a operação teve como objetivo combater a expansão do crime organizado e conter a violência nas comunidades da zona norte. No entanto, o alto número de mortes e a falta de informações detalhadas geraram críticas dentro e fora do estado.


Após operação policial no Rio, Cláudio Castro terá que dar explicações (Foto: reprodução/Instagram/@claudiocastrorj)


Reunião marca ponto de virada na segurança do estado

O encontro entre o ministro e o governador é visto como um marco na relação entre o Judiciário e o Executivo estadual em matéria de segurança pública. A presença de Moraes no Rio demonstra que o Supremo acompanhará de perto as próximas ações e exigirá prestação de contas. A pressão sobre o governo fluminense é grande e vem acompanhada de pedidos de transparência, revisão de protocolos e assistência às famílias das vítimas.

A megaoperação reacende o debate sobre o equilíbrio entre o combate ao crime e o respeito aos direitos fundamentais. Para os moradores das comunidades afetadas, o episódio representa mais uma ferida aberta em um cenário de violência e desconfiança. Já para o governo, o desafio será provar que é possível combater o crime sem recorrer a ações de alta letalidade.

 

Ancelotti aproveita vinho na colina em final de semana marcado por gols no futebol

Neste final de semana tivemos mais uma rodada do Brasileirão, e com ela acontecimentos que chamaram a atenção nas redes sociais. Com reencontros como o de Yuri Alberto e Mano Menezes, Neymar e Deyverson e ainda o italiano Ancelotti curtindo um vinho na colina, pois esteve acompanhando a partida do clube carioca cruz-maltino, foram os grandes destaques.

Flamengo e Palmeiras continuam na disputa pelo título, pois ambos venceram e mantiveram a diferença que já estava nas rodadas anteriores e o Ceará se distanciou mais um pouco do z-4, pois derrotou o Fluminense em casa.

Bombou na net

Durante a derrota do Vasco para o São Paulo neste fim de semana, o treinador da equipe canarinho esteve acompanhando o jogo, e aproveitou para tomar um vinho, sentindo um gostinho de casa nesta noite chuvosa do Rio de Janeiro. Na mesma rodada, ainda teve um belíssimo gol de falta no maracanã, marcado por Arrascaeta.

Após 48 dias lesionado, Neymar, recuperado, bateu uma falta pelo Santos no jogo contra o Fortaleza na Vila Belmiro. Ele fez uma paradinha, porém a bola parou nas mãos do goleiro Brenno, e o placar terminou em 1 x 1. Essa partida marcou o encontro entre o craque santista com o centroavante do Fortaleza, Deyverson, que foi ao vestiario conversar com ele.


Arraescaeta comemorando gol contra o Sport com o seu colega (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Lucas Figueiredo)


Ancelotti carreira

Iniciou sua carreira como jogador em 1976 no Parma com 18 anos, na época a equipe estava na série C na temporada de 1976-1977. Em 1979, foi para Roma, conquistando a Série A, formando uma grande dupla com Falcão. Nesse período, foi campeão pela segunda vez consecutiva da Copa da Itália.

Sua grande conquista foi na temporada 1982-1983, que ele chamou de sua primeira grande vitória. Após isso, seguiu em carreira até parar em 1992, com 32 anos, num amistoso contra a seleção brasileira na derrota do Milan, que era a equipe que jogava na ocasião.

Começou como auxiliar técnico em 1992, indo até 95. Nesse período, levou a Azurra junto a Arrigo Sacchi à final da copa em 1994, que foi quando foram derrotados pela seleção brasileira na final nos pênaltis. Começou como treinador no Regianna em 1995.

Megaoperação no Rio apreende 91 fuzis de exércitos da América do Sul ligados ao crime organizado

Uma grande operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou na apreensão de 91 fuzis, incluindo armas que teriam pertencido a exércitos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil. O delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, destacou que a presença de armamentos de forças armadas estrangeiras chama atenção, ainda que não seja algo totalmente novo.

Armas possuíam “ligações” entre facções

Segundo os investigadores, os fuzis apresentam inscrições, símbolos e apelidos que indicam conexões entre o Comando Vermelho (CV) e facções de outros estados. Um dos exemplos é uma arma com a inscrição “baiano”, que seria de traficantes da Bahia, e outra com o termo “Tropa do Lampião”, sugerindo envolvimento de criminosos do Nordeste. Há ainda armas com marcas que remetem a crimes específicos, como o artigo 157, relacionado a roubo.

As armas estão sendo periciadas, e a polícia busca rastrear rotas de entrada e fornecedores. Parte do material pode ser incorporada ao arsenal das forças de segurança. De acordo com os investigadores, os traficantes têm adotado uma estratégia de “pulverizar” o transporte das armas — trazendo apenas partes pelo Paraguai e completando o armamento no Brasil com peças compradas pela internet.


Polícia Militar e batalhões especiais do Rio de Janeiro realizam operações para busca e apreensão (Foto: reprodução/X/@PopularNewsBR)


Arsenal tem origem na Europa

A maioria dos fuzis é dos calibres 5.56 e 7.62, com fabricação europeia. O delegado Domingos alertou sobre o poder destrutivo desse arsenal, citando o fuzil G3, capaz de disparar até 10 tiros por segundo. Ele comparou a situação à de países como México e Colômbia, onde grupos narcoterroristas usam armas pesadas para dominar territórios.

Entre janeiro e setembro deste ano, o Rio de Janeiro já retirou 593 fuzis das mãos de criminosos — 40% das apreensões nacionais. A Polícia Federal também descobriu fábricas ilegais que produziam até 3.500 fuzis por ano para abastecer facções em comunidades como o Complexo do Alemão e a Rocinha.