Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada

A assinatura do acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) foi adiada e não ocorrerá neste sábado (19), de acordo com a informação confirmada por fontes diplomáticas europeias.

Ainda assim, segundo as agências AFP e Reuters, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comunicou o adiamento a líderes do bloco. A previsão do acordo Mercosul-UE agora aponta para janeiro de 2026.

Pressões políticas mudam o calendário do acordo

Inicialmente, a Comissão Europeia planejava concluir o pacto nesta semana, criando a maior zona de livre comércio do mundo. No entanto, o cenário político mudou. Logo, a Itália passou a defender o adiamento após alinhar-se à França. Assim, ambos os países exigem garantias adicionais ao setor agrícola europeu.

Por isso, o anúncio ocorreu durante as reuniões do Conselho Europeu, em Bruxelas. O encontro reúne chefes de Estado até esta sexta-feira (18). De forma geral, o acordo prevê redução gradual de tarifas e, além disso, estabelece regras comuns para comércio, investimentos e padrões regulatórios.


Negociações com o Mercosul estavam paralisadas durante Cúpula da UE (Foto: reprodução/Thierry Monasse/Getty Images Embed)


França lidera resistência dentro da União Europeia

Em foco, a França mantém a principal oposição ao tratado no bloco europeu. O presidente Emmanuel Macron condicionou o apoio a novas salvaguardas agrícolas e afirmou que o texto atual não protege adequadamente os produtores franceses. Por isso, Paris rejeita qualquer tentativa de acelerar a assinatura.

Macron ainda afirmou que o acordo ameaça agricultores locais. Consequentemente, eles temem concorrência com produtos sul-americanos mais baratos. Além disso, produtores franceses criticam diferenças ambientais entre os blocos. Segundo eles, as regras não garantem competição equilibrada.

Alemanha e Espanha defendem avanço imediato

Em contrapartida, Alemanha e Espanha pressionam pela ratificação do acordo firmado politicamente no ano passado. Assim, ambos defendem decisões rápidas. O chanceler alemão afirmou que a União Europeia precisa preservar a credibilidade internacional. Para ele, atrasos prejudicam a política comercial.

Países nórdicos compartilham dessa visão. Eles avaliam que o acordo reduz a dependência da China e amplia o acesso a minerais estratégicos. Além disso, os governos veem o tratado como resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus.

Itália sinaliza apoio condicionado

Em outro cenário, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, adotou posição cautelosa ao afirmar que o país pode apoiar o acordo, contudo, mediante ajustes. Segundo Meloni, o governo aguarda respostas às preocupações dos agricultores italianos. As decisões dependem da Comissão Europeia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com Meloni por telefone. Segundo ele, a premiê não rejeita o tratado. Lula afirmou que a resistência italiana é política. Ele acredita que o setor agrícola pode ser convencido nas próximas semanas.

Bruxelas registra protestos enquanto acordo enfrenta barreiras

Enquanto líderes negociavam, milhares de agricultores protestaram em Bruxelas contra o acordo com o Mercosul. A mobilização foi intensa e houve manifestantes que usaram tratores e bloquearam vias próximas ao Parlamento Europeu. Também houve confrontos com a polícia local. Além disso, durante o ato, pneus foram incendiados e objetos lançados. Autoridades confirmaram ao menos um ferido. O acordo precisa de autorização formal do Conselho Europeu. Para isso, são necessários 15 dos 27 países do bloco.


Protestos em Bruxelas contra o acordo de livre comércio Mercosul (Foto: reprodução/Dursun Aydemir/Anadolu/Getty Images Embed)


Esses países devem representar, juntos, 65% da população europeia. Esse requisito concentra o principal risco político. Apesar do foco no agronegócio, o tratado é amplo e inclui indústria, serviços, investimentos e propriedade intelectual. A expectativa era que von der Leyen viajasse ao Brasil para ratificação. Contudo, a agenda não deve avançar ainda este ano.

Anvisa proíbe substâncias em esmaltes de gel por risco de câncer e infertilidade

A Anvisa proíbe na última quarta-feira (29) o uso dos componentes TPO e DMPT em produtos para unhas no Brasil, alinhando-se à decisão da União Europeia que apontou riscos de câncer e infertilidade.

A medida abrange esmaltes e outros cosméticos de fotopolimerização usados tanto em salões quanto em casa. Os fabricantes terão prazo para adequação dos produtos e retirada do mercado, enquanto a agência reforça que a proibição visa proteger a saúde da população frente a substâncias químicas nocivas presentes em produtos de beleza.

Procedimento para retirada dos produtos

A Anvisa determinou que os fabricantes e distribuidores devem retirar do mercado, em até 90 dias, todos os produtos que contenham TPO e DMPT. O recolhimento abrange itens vendidos em lojas físicas e plataformas online, garantindo que cosméticos proibidos não continuem sendo comercializados.

Além disso, os responsáveis pelos produtos precisam apresentar relatórios à agência comprovando a retirada completa e informar sobre qualquer estoque remanescente. A fiscalização será reforçada para verificar o cumprimento da medida, que visa reduzir os riscos à saúde de consumidores e profissionais que usam esses produtos com frequência.


Detalhes sobre a proibição das substâncias no Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rádio CBN)


Riscos identificados pelos estudos

Estudos sobre a substância TPO apontaram que, em testes laboratoriais com animais, a exposição em altas doses causou alterações no sistema reprodutivo, incluindo redução da fertilidade. Pesquisadores também identificaram sinais de que a substância pode provocar câncer, o que motivou sua classificação como possivelmente prejudicial à saúde e à reprodução humana.

Já a DMPT, presente em diversos produtos de unhas, foi associada a riscos semelhantes, incluindo efeitos mutagênicos e suspeita de causar tumores. Embora a exposição cotidiana seja geralmente menor que as doses testadas, especialistas ressaltam que o uso frequente e prolongado, especialmente por profissionais de salão, aumenta a preocupação e reforça a necessidade de proibição para proteger a saúde da população.

A Anvisa proíbe produtos com TPO e DMPT e estabelece prazo de 90 dias para retirada, reforçando a segurança dos consumidores e profissionais de beleza.

Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que cachorros tem o mesmo valor de bagagem comum em caso de perda

Nesta quinta-feira (16), o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) publicou uma decisão favorável à companhia aérea Iberia. Nela, a Justiça afirma que, em caso de perda do cão durante o transporte, a companhia deve tratar como se fosse uma bagagem comum perdida, e na hora de indenizar, valores como tais.

Esta resolução foi discutida e publicada por conta de uma disputa da Iberia com uma passageira cuja cadela de estimação fugiu enquanto era levada para o avião em voo de Buenos Aires para Barcelona.

Decisão da Justiça da União Europeia

O caso citado acima ocorreu quando chegaram ao Aeroporto de Barcelona (El Prat), portanto está nas mãos da justiça espanhola. Ela examinou o pedido de indenização e decidiu encaminhar uma questão preliminar ao Tribunal de Justiça da União Europeia, que decidiu que o conceito de “bagagem”, no sentido da Convenção de Montreal, inclui animais de estimação que viajam com os passageiros. Mona, conforme chamada por sua dona, Grisel Ortiz, a cadela correu pela pista do aeroporto enquanto era perseguida por três vans, porém acabou escapando. Ortiz criou uma página na rede social Facebook para tentar conseguir informações sobre o paradeiro de Mona e, ainda, ofereceu uma recompensa em dinheiro pela devolução do cão, porém nunca mais foi encontrada.


Imagem de uma moça e sua cadela no aeroporto (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)

A companhia Iberia alega que, durante o check-in, a passageira Ortiz não fez a declaração especial de interesse ou valor, opção oferecida no check-in de bagagem especial e que tem um custo. Isto é, por conta das regras que limitam bagagens comuns a até 8 kg. Mona, que tinha um peso maior, teve que viajar no porão. A companhia assumiu a responsabilidade e aceitou pagar uma indenização, entretanto, pelos fatos comentados acima, e pelo cachorro ser considerado o mesmo valor de uma bagagem comum, ela considera pagar um valor menor do que os 5000 Euros que Grisel Ortiz solicita na justiça pelos danos morais.

Mais informações sobre o caso

Para concluir, o advogado de Grisel Ortiz continua confiante e afirma que confia que os juízes espanhóis tenham mais sensibilidade ao que ele chama de “realidade da nossa sociedade”. E Carlos Villacorta explica que um caso como esse tem um efeito que vai além de uma perda de bagagem comum, a perda de um cão pode causar danos psicológicos e até psiquiátricos que, segundo esta sentença, nunca poderão ser compensados.


Mona (imagem) se perdeu de sua tutora durante voo e nunca foi encontrada (Foto: reprodução/O Globo)

O caso ocorreu em 22 de outubro de 2019, vai completar 6 anos na próxima quarta-feira. Grisel Ortiz quase não tem mais esperanças de rever sua cadela Mona, porém acredita que ao menos a justiça espanhola possa indenizar com um valor justo minimamente por sua perda.

 

Novo sistema eletrônico de passaporte começa a funcionar na Europa

A partir deste domingo (12), entra em vigor o novo sistema eletrônico que substitui o carimbo nos passaportes de alguns países europeus. A mudança será progressiva e ocorrerá ao longo dos próximos seis meses, com previsão de conclusão até 9 de abril de 2026. Até que toda a transição seja concluída, o selo manual continuará sendo aceito. 

Motivo da mudança

A novidade faz parte de um pacote de ajustes que a União Europeia (UE) está realizando no controle de suas fronteiras. A Comissão Europeia informou que o “EES dará aos agentes fronteiriços e às autoridades policiais acesso a informações importantes sobre os viajantes, ajudando-os a identificar riscos e combater crimes graves e o terrorismo”


Filas e uma certa demora poderão acontecer ao longo da transição (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

O controle digital na movimentação entre os países será utilizado por 29 países europeus, excluindo o Reino Unido, e será realizado por meio do Sistema de Entrada/Saída (EES). O sistema identificará os turistas por meio de reconhecimento facial e impressões digitais, sem custo algum para os visitantes, e monitorará sua permanência durante os 90 dias de estadia no bloco. 

Cidadãos que não sejam da UE e não possuam nacionalidade da Islândia, Liechtenstein, Noruega ou Suíça precisarão do EES para entrar em qualquer um desses 29 países, para estadias de até 90 dias a cada 180 dias. 

Controle de fronteira

Quando o viajante entrar no país, os agentes de fronteira coletarão seus dados pessoais, como impressões digitais e uma imagem do rosto, além de registrar as datas de entrada e saída do país e do bloco. 

Estes dados também poderão ser cadastrados em pontos de autoatendimento nas fronteiras ou por meio de um aplicativo que será disponibilizado pelo país de entrada, caso este recurso esteja disponível. Mesmo tendo feito o pré-cadastro, os dados poderão ser coletados novamente durante a checagem na imigração, se necessário. 

No caso de visitantes com vistos de curta duração, apenas o registro da imagem facial será necessário. As impressões digitais serão armazenadas no momento da solicitação do visto. No caso de viajantes que não têm necessidade de visto, o agente de fronteira cadastra quatro impressões digitais e a imagem do rosto. 

Todos os dados pessoais coletados serão armazenados em um banco de dados europeu unificado e protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados da UE (GDPR), que estabelece limites para o uso e armazenamento dessas informações. 

Mais novidades

A União Europeia também implementará o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens (Etias), que entrará em funcionamento no último trimestre de 2026. O novo recurso exigirá um pré-cadastro eletrônico antes da viagem para permitir uma autorização online. 


A proposta é acabar com as extensas filas nos guichês na imigração (Vídeo: reprodução/YouTube/Times Brasil)

Este recurso tem como objetivo autorizar eletronicamente a viagem de cidadãos de países que não precisam de visto para estadias de até 90 dias na UE, como é o caso dos brasileiros.

Os países que estão aderindo aos novos sistemas são Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça. 

União Europeia e Mercosul avançam em acordo comercial histórico

A União Europeia deu um passo significativo em direção à consolidação de um dos maiores acordos comerciais do mundo ao apresentar formalmente o pacto com o Mercosul para aprovação. Este movimento estratégico visa não apenas fortalecer os laços econômicos entre os blocos, mas também responder a um cenário global de crescente protecionismo e dependência de mercados específicos. O acordo, que foi finalmente alcançado em dezembro passado após mais de duas décadas de negociações, representa uma oportunidade de ouro para impulsionar o comércio, atrair investimentos e gerar empregos e renda para ambas as regiões.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, celebrou a notícia como um “passo concreto para o Brasil e a nossa região terem acesso a um grande mercado”. Ele destacou que o acordo envia um “sinal claro para o mundo” sobre o potencial de integração e colaboração, ressaltando que a união das economias do Mercosul e da UE resultará em maior força e prosperidade mútua. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou essa visão, expressando o desejo de finalizar o acordo ainda este ano, durante a presidência brasileira do Mercosul.

Superando obstáculos e garantindo segurança para agricultores

A aprovação do acordo, no entanto, ainda enfrenta um processo formal dentro da União Europeia, que inclui a votação no Parlamento Europeu e a obtenção de uma maioria qualificada entre os governos dos 27 Estados-membros. A França, tradicionalmente um dos maiores produtores agrícolas da UE e uma voz influente no bloco, havia expressado forte oposição ao acordo, considerando-o “inaceitável”. Outros países, como a Polônia, também manifestaram preocupações, principalmente em relação ao impacto sobre seus setores agrícolas.


Grelado Alckmin fala sobre o acordo com a comissão europeia (Vídeo: reprodução/X/@geraldoalckmin)

Para mitigar essas objeções e garantir o avanço do acordo, a Comissão Europeia propôs um mecanismo de salvaguarda. Essa medida prevê a possibilidade de impor limites temporários às importações de produtos agrícolas do Mercosul, como a carne bovina, caso os volumes de importação aumentem mais de 10% ou os preços caiam na mesma proporção em um, ou mais países membros. A Comissão se comprometeu a monitorar de perto as importações e a agir rapidamente para restringir o acesso caso os gatilhos sejam acionados.

Além disso, um fundo de crise de €6,3 bilhões (aproximadamente US$7,38 bilhões) foi anunciado para apoiar os agricultores da UE. Essas medidas parecem ter surtido efeito, com o ministro do Comércio da França reconhecendo a cláusula de salvaguarda como um “passo na direção certa”, e o primeiro-ministro polonês indicando que, embora seu país ainda se oponha ao acordo, não há mais parceiros suficientes para bloqueá-lo.

Diversificação comercial e minerais estratégicos

A importância estratégica deste acordo para a UE é amplificada pelo atual contexto geopolítico. A Comissão Europeia vê o pacto com o Mercosul como uma forma de compensar as perdas comerciais decorrentes das tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump e de reduzir a dependência excessiva da China, especialmente no fornecimento de minerais essenciais para a transição energética. A busca por diversificar as relações comerciais tornou-se uma prioridade, levando a UE a acelerar negociações com outros países e a aprofundar laços com parceiros existentes.


Matéria sobre o acordo da Comissão Europeia e Mercosul (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Os defensores do acordo destacam o potencial do Mercosul como um mercado em crescimento para produtos europeus como carros, máquinas e produtos químicos, além de ser uma fonte confiável de minerais cruciais, como o lítio, para a fabricação de baterias. Por outro lado, os benefícios para os países do Mercosul incluem maior acesso a tarifas reduzidas para produtos como queijos, presuntos e vinhos europeus.

Apesar das preocupações de alguns setores agrícolas europeus e de grupos ambientalistas sobre a conformidade com os padrões de segurança alimentar e ecológica, a Comissão Europeia refuta essas alegações. Com as salvaguardas em vigor e a diminuição da oposição organizada, o acordo comercial UE-Mercosul avança em direção a uma nova era de cooperação econômica global.

Trump ameaça impor tarifas de até 20% a países

O presidente Donald Trump declarou durante visita à Escócia, que os Estados Unidos poderão impor uma tarifa global entre 15% a 20% sobre importações feitas por países que não fecharem acordos comerciais com o país. A medida deve atingir até 200 países, em uma estratégia forçada do governo norte-americano para forçar negociações até o prazo final, que é 1º de agosto.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) durante coletiva de imprensa realizada em Turnberry, na Escócia. Trump fez esta declaração ao repórteres em seu resort de golfe, ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Ainda em seu discurso, Trump afirmou que “só quer ser gentil” com relação às tarifas globais impostas e que logo enviará cartas informando cerca de 200 países sobre a taxa prevista para aqueles que não estabelecerem acordos comerciais com os EUA. 

Foi mencionado pelo presidente norte-americano que ele espera que a tarifa fique entre 15% a 20%, o que representa um aumento em relação a tarifa adicional de 10% aplicada em abril. Embora essa tarifa já tenha sido aplicada a potências como Japão e a União Europeia – esta última fechou um acordo com os EUA para que a tarifa seja estabelecida em 15% sobre exportações -, o Brasil ainda enfrenta uma situação diferente. O país ainda está sujeito ao tarifaço de 50% e segue em busca de negociações com Washington. 

Negociações com o mundo

Os Estados Unidos já fecharam acordos com parceiros-chaves como Japão e União Europeia, com tarifas estabelecidas em torno de 15% para produtos exportados ao país, após uma intensa e longa negociação. A negociação com a União Europeia foi essencial para os EUA, para que se evitasse uma guerra comercial entre os países do bloco e eles. Esse possível embate iria afetar duramente a economia global, já que a União Europeia reúne algumas das maiores potências mundiais. O pacto inclui um compromisso de compra de US$ 750 bilhões em energia e US$ 600 bilhões em investimentos nos EUA.


Donald Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia em reunião na Escócia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Paralelamente aos acordos fechados, os Estados Unidos retomaram as negociações com a China, sendo estabelecida uma trégua tarifária temporária até 12 de agosto, após Pequim e Washington realizarem um acordo preliminar. Entretanto, as negociações com a potência asiática são sensíveis devido ao embate econômico entre os dois países.

Negociação com o Brasil

Enquanto isso, o Brasil continua tentando uma possível negociação com o governo norte-americano. Contudo, o país continua sem resposta de Washington e está sob ameaça direta das tarifas que entram em vigor a partir de 1º de agosto. As razões para o tarifaço excedem os motivos somente econômicos, e entra na inadequada interferência política de Trump no caso do ex-presidente, Jair Bolsonaro. 

O governo brasileiro entrou com um recurso formal na OMC, e na quarta-feira passada (23) realizou um discurso no Conselho Geral da OMC. Foi reiterado na declaração que o Brasil condena o uso do tarifaço como meio de interferência em assuntos internos do país – fazendo referência direta a carta de Trump ao Brasil, onde o presidente norte-americano condenou o julgamento de Bolsonaro.

Mais de 150 países receberão cartas tarifárias de Trump

Nesta quarta-feira (16), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a repórteres na Casa Branca que enviará cartas tarifárias para mais de 150 países. Será enviado um aviso de pagamento, no qual constará a tarifa a ser cobrado.

Segundo o presidente, as tarifas serão iguais para “esse grupo” que, segundo ele, são países pequenos e que não comercializam muito.

Cartas tarifárias de Trump

O governo do presidente dos Estados Unidos encaminhou nos últimos dias inúmeras exigências tarifárias, notificando países sobre as novas tarifas que iniciarão a partir de 1º de agosto, caso não haja negociação com os EUA.

As cartas tinham previsão de serem entregues até 9 de julho, mas o prazo foi estendido por mais três semanas. Com o avanço da agenda comercial imprevisível e apertada, os parceiros comerciais dos Estados Unidos correm para evitar impostos de importação ainda mais elevados.

A decisão de Donald Trump quanto às cartas tarifárias fere as normas básicas das relações internacionais, segundo Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. O país falou a favor do Brasil e contra as altas tarifas impostas, e pretendem levar a guerra tarifária dos EUA para o Conselho de Segurança da ONU.


China levará a guerra tarifária de Trump para a ONU (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

“Acordo” com os Estados Unidos

Inúmeros acordos estavam previstos na ideia inicial que o presidente e seus assessores tiveram com o envio das cartas. Todavia, agora o que Donald promove é que as próprias cartas são os acordos, dando a entender que negociações não seriam aceitas.

Mesmo com a impressão que deixou para os países, Trump indicou que as portas estariam abertas para negociações e acordos que possam reduzir as tarifas.

As tarifas impostas são as mesmas de abril, que em seguida foram retiradas devido o mercado instável. A decisão do presidente piorou a incerteza que cerca o mercado financeiro, além de ter surpreendido parceiros do país, como a União Europeia.

Europa intensifica pressão sobre Israel por fim da guerra em Gaza

Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas. 

A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada para o diálogo político e a cooperação econômica entre UE e Israel, o que até pouco tempo era considerado impensável. A escalada militar e o bloqueio prolongado à ajuda humanitária intensificaram o isolamento diplomático, com organizações internacionais alertando para o risco iminente de genocídio.

Divisões internas e dependência dos EUA

Internamente, Israel vive um impasse: apesar do apoio governamental à continuidade da guerra, cresce a pressão popular por um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns. Pesquisas indicam que mais de 60% da população apoia o fim das operações.

Mesmo assim, o governo de Netanyahu mantém sua postura firme, apoiado principalmente pelos Estados Unidos — seu aliado mais influente. Embora haja sinais de distanciamento pontual da administração de Trump, como negociações unilaterais com grupos do Oriente Médio, não há indícios de sanções americanas.


Israel diz à UE que exerça pressão “onde deve ser” depois de Bruxelas decidir rever laços comerciais. (Vídeo: reprodução/YouTube/Euronews)

Impasse europeu

A União Europeia, maior parceira comercial de Israel, pressiona com a ameaça de suspender parcialmente o acordo bilateral. Embora a suspensão total exija unanimidade entre os 27 países-membros, sanções pontuais podem ser impostas por maioria simples, afetando setores estratégicos israelenses como a tecnologia e as exportações.

No entanto, os especialistas veem a medida como simbólica e de impacto limitado, a menos que venha acompanhada por atitudes mais severas. O impasse tem revelado não apenas o desgaste diplomático, mas também a dificuldade de conciliar os interesses econômicos, a segurança e os direitos humanos em um cenário de guerra prolongada.


Canadá e União Europeia agem contra tarifas dos EUA e crise global

Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, reuniu-se nesta quinta-feira (10) com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão da União Europeia. O encontro abordou temas econômicos e de segurança de interesse mútuo entre Canadá e União Europeia (UE). A conversa reforçou a cooperação bilateral diante de desafios globais. Questões como comércio, investimentos e geopolítica estiveram na pauta

O recente encontro entre líderes políticos teve como principal foco a imposição de tarifas comerciais e a ameaça constante de medidas comerciais consideradas “injustificadas” por parte dos Estados Unidos.

Durante as discussões, destacou-se a necessidade de enfrentar os impactos negativos dessas tarifas em setores estratégicos da economia canadense, especialmente nas indústrias automotiva, de aço e alumínio.

Encontro de líderes da União Europeia e Canadá

O ex-governador do Banco do Canadá, Mark Carney, ressaltou a importância de medidas para mitigar os efeitos dessas tarifas, enfatizando que elas prejudicam a competitividade da economia do país. O primeiro-ministro reafirmou seu compromisso em combater essas tarifas, buscando proteger os trabalhadores e as empresas canadenses, além de reforçar a economia nacional diante das adversidades impostas pelo cenário global.


Parlamento Europeu com as Bandeiras dos 27 países, membros da união Europeia (Foto: Reprodução/Thierry Monasse/Getty Images embed)


Além das questões econômicas, o encontro também abordou temas de relevância internacional, com destaque para a situação da Ucrânia. Carney e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram sobre a necessidade urgente de continuar apoiando a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa.

Ambos reforçaram a importância da cooperação entre o Canadá e a União Europeia para fortalecer a segurança transatlântica e enfrentar desafios geopolíticos emergentes.

Acordo União Europeia e o Canadá

Os líderes expressaram satisfação com o progresso das parcerias entre o Canadá e a UE no campo da defesa e segurança, ressaltando que a colaboração entre as nações é essencial para garantir a estabilidade global. A União Europeia e o Canadá têm trabalhado conjuntamente para implementar sanções contra a Rússia, bem como fornecer suporte militar e humanitário à Ucrânia.

Diante desse contexto, a reunião reforçou a posição do Canadá em relação ao comércio internacional e à segurança global. A defesa de um comércio justo e equilibrado, juntamente com o compromisso contínuo com a estabilidade internacional, demonstra o papel ativo do país na cena global.

Assim, as decisões tomadas nesse encontro poderão influenciar significativamente o futuro das relações comerciais e políticas internacionais do Canadá, consolidando sua posição como um ator relevante nas dinâmicas globais atuais.

União Europeia prepara multa bilionária contra rede social de Elon Musk

Autoridades da União Europeia estão prestes a aplicar uma punição pesada contra a rede social X, comandada por Elon Musk. A plataforma é alvo de uma investigação por não seguir regras estabelecidas por uma nova legislação europeia voltada ao combate à desinformação e ao conteúdo ilegal online.

Fontes ligadas ao processo afirmam que as penalidades devem envolver uma multa considerável e exigências para que o X altere suas práticas. O anúncio oficial está previsto para acontecer entre junho e setembro, período de verão no continente europeu. Será a primeira vez que a Lei de Serviços Digitais será usada para impor sanções a uma grande empresa do setor.

Multa bilionária e tensões políticas

Os valores exatos da multa ainda estão sendo definidos, mas uma das fontes afirmou que ela pode ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão. O objetivo seria usar o caso como exemplo para mostrar às demais plataformas digitais que a lei precisa ser levada a sério. Ao mesmo tempo, os reguladores analisam como a decisão pode afetar as já delicadas relações entre Europa e Estados Unidos, especialmente com o cenário político americano em destaque.

Mesmo com esses cuidados, representantes da Comissão Europeia disseram que a investigação sobre o X corre de forma separada de qualquer discussão política ou comercial. A apuração começou em 2023 e, desde então, os indícios de que a rede social descumpriu a legislação só aumentaram.

A movimentação da União Europeia acontece em meio a um cenário mais amplo de tensão com os Estados Unidos, especialmente após o ex-presidente Donald Trump — que é novamente pré-candidato à Casa Branca — anunciar novas tarifas sobre produtos europeus.

A medida reacendeu discussões sobre comércio internacional e pode complicar ainda mais o clima entre os dois lados do Atlântico, justamente quando autoridades europeias se preparam para impor sanções a uma empresa ligada a um aliado próximo de Trump, Elon Musk.


Elon Musk e Donald Trump (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/Getty Images Embed)


Empresa ainda pode negociar mudanças

Apesar do cenário, ainda há espaço para diálogo. Caso a empresa aceite fazer ajustes que atendam às preocupações da UE, pode ser que as penalidades sejam revistas ou até evitadas. Além disso, o X está sendo investigado em outro processo, ainda mais amplo, que analisa como a plataforma lida com conteúdos sensíveis, como discurso de ódio, fake news e outros tipos de publicações consideradas nocivas à democracia.

Procurada, a Comissão Europeia reafirmou que aplica suas leis de forma justa, sem direcionamentos específicos contra nenhuma empresa. Já a rede social de Musk não quis comentar.

O empresário, por outro lado, já deixou claro que não concorda com as regras europeias e, em julho do ano passado, chegou a dizer que está disposto a enfrentar qualquer punição na Justiça.

Caso a empresa resista em cumprir as exigências, o impasse pode acabar em uma batalha judicial com possíveis repercussões para o futuro da regulação digital no continente.