Emmanuel Macron viaja a Pequim e costura acordos comerciais 

Na quarta-feira (3), o presidente da França, Emmanuel Macron, chegou a Pequim, na China. Durante sua quarta visita oficial ao Estado Chinês, Macron encontrou-se com o líder chinês, Xi Jinping, ocasião em que abordou diversos assuntos comerciais e econômicos.

O presidente francês quer intensificar a cooperação em assuntos geopolíticos por parte da China; ele também busca manter empregos industriais no país para fortalecer o seu legado com o povo francês. Entretanto, busca não criar uma rivalidade direta com a segunda maior economia do mundo.

Ao mesmo tempo, a União Europeia busca a ajuda da China para pôr fim à guerra na Ucrânia. Por outro lado, Pequim busca amenizar as fricções comerciais com a União Europeia, que tem uma composição de 27 membros. A China busca se consolidar ainda mais no mercado europeu, após as tarifas dos Estados Unidos a esses países.

Conversa entre Emmanuel Macron e Xi Jinping

Nesta quinta-feira (4), Emmanuel Macron se reuniu com Xi Jinping no Grande Salão do Povo, em Pequim. No local, eles discutiram sobre, na visão do presidente francês, os desequilíbrios no mercado não serem sustentáveis, o que representaria um grande risco de desencadear uma crise financeira mundial e, assim, ameaçaria a boa relação entre os países. Além disso, o presidente da França cita que existem soluções para essa diferença — defendendo regras mais justas e rigorosas, em vez de regras baseadas na força dos EUA e da China.


Post do presidente da França, Emmanuel Macron, na chegada a China (Vídeo: reprodução/Instagram/@emmanuelmacron)


Já o líder da China, Xi Jinping, disse ao presidente francês que seus países deveriam seguir seus próprios caminhos geopolíticos. Ou seja, que a China manteria sua posição de grande força comercial, ao mesmo tempo em que buscaria a parceria com esses países da União Europeia.

Após as conversas, os dois líderes assinaram 12 acordos de cooperação que abrangem muitos temas, como, por exemplo, envelhecimento populacional, energia nuclear e conservação de pandas, mas sem especificar o valor monetário total.

Guerra na Ucrânia

O presidente da França, Emmanuel Macron, nesse encontro, reforçou o pedido da União Europeia para que a China pressionasse Moscou a pôr fim à guerra na Ucrânia; porém, aparentemente, mais um pedido em vão ao líder de Pequim. O país comandado por Xi Jinping ofereceu garantias à Rússia de que continuará apoiando-a. Essa conversa ocorreu em um encontro no mês de novembro, na Rússia.

Nesse encontro, Rússia e China conversaram sobre defesa antimísseis e estabilidade estratégica, e concordaram em fortalecer sua cooperação nessas áreas, isto é, por conta da retomada do programa nuclear dos Estados Unidos.


Encontro dos representates da França e China (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ludovic Marin)


Em contrapartida, o líder chinês diz permanecer comprometido com a busca pela paz na Ucrânia. Em conclusão, o chefe de Estado da França permanecerá na China até sexta-feira (5) e procura firmar novos tratados entre seu país, a União Europeia e a China. Como, por exemplo, o pacote de encomendas da Airbus (AIR.PA); espera-se que a China encomende 500 jatos da Airbus, porém nenhum acordo foi assinado ainda. 

 

Trump adia tarifas contra a China por mais 90 dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou na segunda-feira (11), em Washington, por mais 90 dias a suspensão das tarifas de importação sobre produtos chineses, alegando avanços nas negociações comerciais com o país asiático. A medida ocorre poucas horas antes do fim do prazo original da moratória e foi formalizada por meio de uma nova ordem executiva.

A decisão, segundo fontes da Casa Branca citadas por veículos internacionais, estende até 9 de novembro a trégua que impediu a aplicação de uma tarifa de 145% sobre bens chineses. Imposta brevemente em maio. O gesto diplomático, segundo o governo americano, visa manter o ambiente de diálogo e evitar o agravamento da guerra comercial que ameaça cadeias de suprimentos globais.

Uma trégua tensa em meio à disputa comercial

O acordo original entre os dois países foi costurado em maio, durante negociações na Suécia, quando Washington concordou em reduzir temporariamente a tarifa para 30%. Composta por uma taxa-base de 10% e uma penalidade extra de 20% para produtos como o fentanil. Em troca, Pequim recuou em suas próprias tarifas retaliatórias e suspendeu o bloqueio às exportações de terras raras.


Post feito por Donald Trump sobre a suspensão da tarifa (Foto: reprodução/Cheng Xin/Getty Images Embed)


A extensão da trégua já era esperada. Nos dias anteriores, membros dos governos de ambos os países sinalizaram otimismo. Trump, ao ser questionado por jornalistas na Casa Branca, declarou: “As negociações estão indo bem. O relacionamento entre o presidente Xi e eu continua forte”.

Fontes diplomáticas afirmam que a China está disposta a continuar cooperando, mas exige maior previsibilidade nas decisões americanas. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, uma ligação entre os dois líderes, ocorrida em junho, teria reforçado o compromisso de buscar um entendimento sem recorrer a novas punições comerciais.

Agricultura americana em foco

Apesar da trégua, pontos sensíveis seguem sem solução. No domingo, Trump usou sua rede Truth Social para pressionar a China a retomar compras de soja dos EUA. Até o fim de julho, segundo a Bloomberg, o governo chinês ainda não havia encomendado nenhuma carga da nova safra americana, o que preocupa produtores e exportadores.

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu em nota: “Esperamos que os Estados Unidos cumpram sua parte no consenso estabelecido e trabalhem de forma construtiva para estabilizar as relações bilaterais”. Com a nova prorrogação, o mundo acompanha com cautela os próximos passos dessa disputa entre as duas maiores economias do planeta.

China quer que os EUA flexibilizem o controle sobre as exportações de chips

Contexto das Restrições

Posição da China

A China expressou preocupações de segurança sobre o modelo da Nvidia feito para o mercado chinês, alegando que não é tecnologicamente avançado nem ambientalmente sustentável. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, liderou três rodadas de negociações comerciais com a China. A equipe chinesa trouxe a questão das restrições sobre chips de memória de alta largura de banda, chamada de HBM, em algumas dessas negociações. O tesouro dos EUA não quis comentar.


Bandeiras da China e dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Wong Yu Liang/Getty Images Embed)


Prorrogação da trégua comercial

Antes do prazo de 12 de agosto para evitar a reimposição de tarifas elevadas, o secretário de Comércio dos EUA mencionou que o governo provavelmente estenderá a trégua por mais 90 dias.

O governo da China tem se mostrado frustrado com os controles impostos pelos EUA desde que o presidente Joe Biden, em 2022, anunciou medidas para impedir que os chineses viessem a comprar ou fabricar chips avançados de IA, além dos recentes empecilhos.

No momento, tudo aponta para que a China esteja diversificando suas parcerias comerciais para reduzir a dependência do mercado americano. Entretanto, a busca por soluções diplomáticas e negociações comerciais, são vistas como essenciais para restaurar a economia mundial nesse momento de incerteza.

Restrições às exportações de tecnologia americana para China são suspensas  

Na manhã de hoje (28/7), o jornal americano Financial Times apurou que os Estados Unidos publicaram uma medida, suspendendo as restrições que haviam sido impostas à China, para receber tecnologia americana, especialmente aquela ligada à Inteligência Artificial. A suspensão é um sinal verde para a celebração de um futuro acordo comercial entre os países, fortalecendo a intenção de Trump em agendar uma futura reunião com o Presidente chinês. Esta é a mais uma trégua tarifária estabelecida com a China, desde que Trump iniciou o tarifaço imposto a diversos países.

Exportação de IA

Segundo o Financial Times (FT), os Estados Unidos publicou essa medida para demonstrar sua intenção em fechar um acordo com a potência asiática e também para reforça que haverá sim um encontro entre Trump e Xi Jinping mais para o final do ano, provavelmente no final de mais esta trégua tarifária.

O jornal apurou, ainda, que nos últimos meses, ordens para evitar medidas rígidas contra a China foram enviadas ao Departamento do Comércio Americano, órgão que controla as exportações realizadas pelo país.  

O impasse começou quando os Estados Unidos decidiram restringir as exportações de tecnologias americanas ligadas à Inteligência Artificial para o país asiático. Tal medida visava impedir o avanço da China nesse campo, pelo temor que os americanos têm em relação à aplicação da IA pela China em questões militares.


Chip H20 (Foto: reprodução/X/@techzine)

A Nvidia, fabricante de chips, que já havia enfrentado outras proibições relacionadas à exportação de seus chips A100 e H100, acabou criando um chip, o H20, confeccionado seguindo à risca os moldes estabelecidos pelas restrições americanas, e exatamente para atender o país asiático. Mesmo assim, a restrição foi mantida, sendo liberada por Trump somente após uma conversa que teve com o CEO da empresa, Jensen Huang.

Segurança ameada

Matt Pottinger, ex-vice conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, foi ouvido pelo jornal FT, demonstrando grande preocupação com a medida, principalmente no que se refere às questões econômica e militar:

Essa medida representa um erro estratégico que coloca em risco a vantagem econômica e militar dos Estados Unidos na área de inteligência artificial“.

O anúncio da medida americana foi feito logo após Trump ter finalmente celebrado o acordo comercial com a União Europeia, representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na data de ontem (27/7), em Turnberry, na Escócia, estabelecendo a tarifa de 15% sobre a maioria das exportações de produtos da UE para os Estados Unidos.  

Fundo de Florestas proposto pelo Brasil receberá investimento da China

O governo brasileiro recebeu indícios da China que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês) receberá investimento do país, segundo o que a Reuters disse a duas fontes brasileiras. O projeto apresentado pelo Brasil é uma proposta de financiamento para preservação de florestas em risco ao redor do mundo.

Ajuda chinesa no Fundo de Florestas

Lan Fo’an, ministro chinês das Finanças, foi quem indicou que a contribuição poderia acontecer, durante uma reunião bilateral com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na última quinta-feira (3), na reunião de finanças do BRICS no Rio de Janeiro.

Uma das fontes estava presente durante a conversa, e relatou que Lan Fo’an disse a Haddad que a ideia do fundo era muito importante, e que a China colaboraria. Apesar de valores não terem sido discutidos ainda, o governo brasileiro entendeu como uma sinal de que a decisão estaria tomada, considerando que a fala veio do ministro das Finanças chinês.

A intenção chinesa de inserir recursos no fundo pode fazer com que mais países contribuam no combate às mudanças climáticas.

A embaixada da China em Brasília foi procurada, mas não respondeu a nenhum pedido de comentário. Em nota oficial, o Ministério da Fazenda informou que Haddad e Lan Fo’an conversaram, mas não foi descrito o que foi discutido.


Haddad e Lan Fo’an discutem propostas ambientais (Foto: Reprodução/X/@MinFazenda)

Problema global

Em maio, o presidente Lula visitou a China, e conversou sobre o fundo com o presidente Xi Jinping. O Brasil pretende que outros países emergentes se atraiam pelo fundo, em especial as nações do Oriente Médio.

O objetivo é resolver a discussão sobre o financiamento climático que acontece entre países desenvolvidos e países emergentes. A disputa entre os países é sobre quem caíra a responsabilidade dos custos para as medidas de adaptação, mitigação e preservação do meio ambiente, a fim de evitar que o aquecimento do mundo ultrapasse o limite de 1,5ºC.

A maior causa do aquecimento global até hoje ocorre pelos países desenvolvidos, e por isso eles deveriam ser os responsáveis e arcar com os custos, segundo o Acordo de Paris.

Todavia, vem sendo exigido cada vez mais que países emergentes com economias fortes, como a China e países do Oriente Médio também contribuam com os custos.

Trump fecha acordo comercial entre EUA e China

Nesta quarta-feira (11), o presidente norte-americano Donald Trump afirmou ter fechado um acordo comercial com a China, dependendo da aprovação final do presidente chinês Xi Jinping.

Trump detalhou em suas redes sociais que a China vai fornecer, de forma antecipada, todos os ímãs e quaisquer terras raras necessárias. Disse ainda que, da mesma forma, os EUA vão fornecer à China o que foi acordado, o que inclui estudantes chineses que vão poder utilizar as faculdades e universidades norte-americanas, o que para ele sempre foi algo positivo.

De acordo com a Casa Branca, o presidente Donald Trump já estudava os detalhes do acordo acompanhado de sua equipe no começo da tarde desta quarta-feira.


Presidente norte americano Donald Trump fecha acordo comercial com a China (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


Expectativa

O secretário do comércio, Howard Lutnick, disse nesta quarta-feira (11), que a China irá aprovar “todos os pedidos” de ímãs feitos pelas empresas norte-americanas e apontou que “o lado chinês sempre quer remover os controles de exportação”.

O secretário falou também que a China concordou em encontrar maneiras de o país fazer mais negócios com os EUA. Segundo o secretário, acordos comerciais com outros países podem acontecer a partir da próxima semana.


Acordo comercial entre EUA e China depende da assinatura de Xi Jinping, presidente da China (Foto: reprodução/Instagram/@xi.jinping_cn)


Como e onde ocorreu o acordo

Foram dois dias de negociações comerciais, antes do acordo acontecer. Autoridades americanas e chinesas se reuniram em Londres, Inglaterra, para tratar das tarifas de importação e também sobre recursos importantes para a indústria tecnológica. Na mesa de negociações entrou a questão que envolve terras raras e ímãs.

Para o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o acordo obtido em Londres com a China vai ajudar na relação econômica entre a China e os Estados Unidos.

EUA e China tentam negociar para reduzir as tarifas de importação entre os países

Os Estados Unidos entraram em contato com a China, para discutir sobre as tarifas impostas sobre o país, por Donald Trump, de acordo com uma conta de redes sociais conectada à mídia do estado chinês, nesta quinta-feira (01).

Autoridades dos EUA confirmaram que estavam se conectando com a China para discutir as negociações, porém o governo asiático nega qualquer tentativa de contato, mas deixa em aberto essa possibilidade.

A tentativa de negociações

Nesta quinta-feira (01), o veículo chinês Yuyuan Tantian, ligado à mídia estatal chinesa, informou, em sua conta oficial na rede social Weibo, que os Estados Unidos tinham entrado em contato com a China para fazer negociações sobre as tarifas de 145%, impostas sobre o país asiático, pelo atual presidente dos EUA, Donald Trump.


Presidente Trump em discurso (Foto: reprodução/Saul Loeb/AFP/Getty Images Embed)


Algumas autoridades dos EUA, como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e Kevin Hassett conselheiro econômico da cada Branca, se mostraram esperançosos com esse alívio das tensões comerciais. Hasset informou à CNBC que houve discussões vagas entre os governos sobre as tarifas, porém que o fato da China ter cedido os impostos sobre alguns produtos dos EUA, na semana passada, já foi um passo na direção do progresso.

A China demonstrou, anteriormente, a sua indignação com as taxas impostas sobre o país. Eles declararam o como isso seria apenas uma maneira de intimidá-los e de tentar deter a ascensão econômica do país, que atualmente está em segundo lugar no ranking do PIB, perdendo somente para os próprios Estados Unidos. Eles então aplicaram também as suas próprias taxas sobre os produtos americanos, que chegaram a 125%.

Bessent afirmou que as negociações só poderão ocorrer quando as tarifas dos dois países abaixarem.

As supostas conversas

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse, em uma entrevista, que estava em negociações para alcançar um acordo sobre as tarifas, com a China. Ele ainda adicionou que o presidente chinês, Xin Jinping, o havia ligado.


Donald Trump acenando (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Pequim, no entanto, negou qualquer contato direto com os americanos, acusando Washington de enganar a população. Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, confirmou que ainda não havia conversas sobre as tarifas.

As autoridades chinesas, entretanto, afirmaram o interesse em negociações, apenas pontuando que o diálogo entre as duas nações deveria ser baseado na igualdade, respeito e benefício mútuo.

Negociações comerciais com EUA são negadas pela China

O porta-voz do governo chinês, He Yadong, informou nesta quinta-feira (24) por meio de uma coletiva de imprensa, que não há acordos entre EUA e China relacionados à política tarifária de Donald Trump

Segundo Yadong as alegações do presidente americano em relação ao assunto, são inverídicas e pediu para o presidente Trump “ouvir as vozes racionais” ecoadas pela comunidade internacional. 

 He Yadong, funcionário do Ministério do Comércio, ressalta ainda, que a questão começará a ser resolvida quando os EUA suspender as tarifas impostas à China de forma unilateral. 

Negociações estagnadas 

Anteriormente o Ministério do Comércio da China, através de suas redes sociais, declarou que “para desatar um nó, ninguém é mais adequado do que aquele que o amarrou”, fazendo uma alusão de que foi o próprio governo americano o causador dessa situação.

Em uma sequência de publicações, o MOFCOM responde ao governo americano, informando que a China está aberta ao diálogo e que não houve negociações entre os países. 


Resposta do Ministério do Comércio da China ao governo Trump (Foto: reprodução/X/@MOFCOM_China)

Apesar do presidente Donald Trump alegar na data de ontem, quarta-feira (23) de que mantinha diálogos diários com o governo de Xi Jinping em busca de resolver o conflito tarifário entre os dois países, essa nova declaração chinesa aumenta as tensões econômicas em escala global, desestabilizando o mercado financeiro. 

Abertura comercial da China 

Enquanto não há um posicionamento definitivo sobre as políticas tarifárias impostas pelos EUA e como será resolvido o conflito com o país asiático,  o presidente chinês, Xi Jinping realiza acordos comerciais com diversos países. Seja na China ou diretamente em visita aos parceiros comerciais. 


Presidente chinês Xi Jinping em acordo comercial com o presidente queniano William Ruto e suas respectivas esposas (Foto: reprodução/Instagram/@maoning_mfa)


Recentemente, a fim de atrair investidores estrangeiros, a Agência Reguladora de Planejamento Estatal da China diminuiu o número de empresas restritas a atuar no país. A medida visa alavancar a economia nacional gerando renda e empregos ao povo chinês. 

Por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” o país asiático vem investindo bilhões de dólares em países em desenvolvimento, especialmente no Sul Global, a fim de expandir sua influência nesses países e, fortalecer acordos bilaterais e multilaterais. 

Trump afirma manter contato diário com a China em meio a tensões internacionais

O presidente americano Donald Trump, em entrevista a jornalistas na Casa Branca, na última quarta-feira (23), informou que seu contato com autoridades chinesas é diário e que mantém uma boa relação com o país asiático. 

A declaração de Trump ocorre em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano após as tarifas impostas a dezenas de países em todos os continentes serem anunciadas. As taxas variam de 10% a 245%, sobre a importação de produtos diversos. 

No caso da China, a tarifa inicial era de 34%. Em meio às retaliações tarifárias entre EUA e China, atualmente as taxas impostas aos chineses pelos americanos podem chegar a até, 245%.

De acordo com um documento explicativo divulgado pelo Governo Trump recentemente, o aumento da taxa ao país asiático ocorre devido à soma tarifária aplicada pelos EUA à China. No caso, são 125% de tarifa recíproca, 20% relacionado à crise do fentanil e uma tarifa que varia de 7,5% a 100% sobre determinados produtos, relacionados à Seção 301  da Lei de Comércio Americana.

Apesar das conversas diárias com o governo de Xi Jinping, Donald Trump diz que as tarifas serão reduzidas, mas que não chegarão a zero e que, apesar de manter uma boa relação com o líder chinês, entende que a China possui um comércio “muito unilateral”. Ainda assim, espera chegar a um acordo ou definir um preço em breve. 

Respeito mútuo 

Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que mantém conversas amistosas com o presidente chinês Xi Jinping diariamente, Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, vê a guerra tarifária entre os dois países com preocupação. 

Em declaração aberta, na data de ontem, quarta-feira (23), Bessent ressaltou que “America First” não significa “América sozinha ou isolada” e fez um apelo ao respeito e colaboração comercial entre os países. 

Ainda, segundo  Bessent, a China precisa mudar e sabe disso. Informando que os EUA estão dispostos a ajudar pois é necessário reequilíbrio. 


Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA em declaração no IIF (Vídeo: reprodução/X/@SecScottBessent)

Além de Bessent, Jerome Powell, presidente do Banco Central Americano (FED), também avalia que as políticas tarifárias de Donald Trump precisam de equilíbrio para não sobrecarregar o sistema financeiro do país. 

Resposta chinesa

 Enquanto os EUA estão otimistas com um possível acordo comercial e tarifário com a China, Lin Jian, Vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, declarou em suas redes sociais que o Governo Trump estão “empurram as relações internacionais de volta para a lei da selva”. 

Para Jian, os EUA violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao utilizar “tarifas como armas” e que a China, “não busca apenas os seus interesses”, mas  “as regras do sistema internacional”.  


Publicação de Lin Jian sobre a política tarifária de Donald Trump (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Em outra publicação, Lin Jian, declara que os EUA perderam o apoio popular, isolando-se da comunidade internacional e que os países precisam se unir para defender o multilateralismo e as boas relações comerciais. 

Em meio a guerra comercial entre EUA e China, o presidente Xi Jinping anunciou a flexibilização tarifária à investidores estrangeiros de diversos setores visando o fortalecimento do comércio interno e do setor industrial chinês.

Guerra Comercial: Trump pressiona países a escolherem entre EUA ou China

O presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News mexicana, na última terça-feira (15), declarou que países podem ter que escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com a China. A escolha por um dos lados levará em conta a suspensão ou não da implementação das “tarifas recíprocas” por 90 dias a parceiros comerciais.

As declarações de Trump geram nova tensão no mercado financeiro global, uma vez que arrastam para o epicentro da guerra comercial estabelecida entre EUA e China, países que possuem acordos em andamento com as duas grandes potências. 

Ao se posicionar por um lado, parceiros comerciais terão que renunciar a parcerias já firmadas ou com o país norte-americano, ou com o país asiático, levando em conta possível  retaliação tarifária. 

A medida é vista como uma forma do governo norte-americano pressionar os demais países em sua escolha, gerando nova tensão mundial no mercado financeiro e, principalmente, no mercado de ações. 

Países latino-americanos na mira

As falas do presidente norte-americano Donald Trump foram direcionadas, principalmente, a países da América Latina, incluindo o Brasil. Uma vez que Trump está preocupado com a influência da indústria chinesa em países do Sul Global.  

A preocupação de Trump tem gerado uma série de ofensivas diplomáticas a países latino-americanos. Onde os EUA procuram retomar o apoio desses países, recebendo seus líderes na Casa Branca para reuniões e acordos. 

A visita do presidente salvadorenho Nayib Bukele à Donald Trump, na última segunda-feira (14), é uma demonstração de que os EUA procuram criar alianças com líderes de países geopoliticamente estratégicos e próximos à Casa Branca, visando, também, brecar a expansão chinesa no continente americano. 


Presidente dos EUA Donald Trump recebe o presidente de El Salvador Nayib Bukele na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em outra ofensiva diplomática, o governo Trump enviou Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ao Panamá  para negociar a retomada do Canal do Panamá pelos EUA, em posse do governo panamenho desde 1977, que vem sofrendo grande influência chinesa na última década.


Entrevista de Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, sobre influência da China no Canal do Panamá ((Vídeo: reprodução/Instagram/@petehegseth)


Além desses países, o Brasil, o México e a Argentina também estão na mira dos EUA, para uma ofensiva diplomática, visando afastar a influência comercial e econômica chinesa.

Iniciativa Cinturão e Rota 

Nas últimas décadas, a China tem expandido seus negócios em países em desenvolvimento por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI), ou nova “Rota da Seda”. Um projeto de infraestrutura ambicioso no qual o país asiático pretende se conectar a todos os continentes por meio de parcerias de desenvolvimento econômico. 

Este projeto foi apresentado por Xi Jinping em 2013, quando ainda era secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Ganhando força a partir de 2016, com investimento de bilhões de dólares em países da África, Ásia e Europa. Posteriormente, países da América Latina receberam aporte do governo chinês para obras de melhorias em seus portos, aeroportos e rodovias.

China se posiciona contra declarações dos EUA 

Após as declarações do presidente americano Donald Trump de que países deverão “escolher um lado” nas negociações comerciais, Lin Jian, vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, utilizou suas redes sociais para comentar sobre o assunto.


Publicação de Lin Jian sobre declarações de Donald Trump (Reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Jian enfatiza que a intimidação dos EUA a países latino-americanos vem de longa data, contrastando com a cooperação promovida pela China a estes países. 

Enquanto a atenção do mercado financeiro mundial se volta para os próximos passos da guerra comercial entre EUA e China, o presidente chinês Xi Jinping permanece visitando países do Sul Global em busca de acordos comerciais e parcerias estratégicas.