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Madleen, o barco que levava Greta Thunberg e mais um grupo de ativistas chegou a Israel nesta segunda-feira(9), conforme o grupo informou eles estavam indo para a faixa de Gaza, levando ajuda humanitária. Tendo sida escoltada pela marinha, a embarcação estava indo ao destino do porto de Ashbod. Passaram por exames médicos as 12 pessoas que estavam viajando. Conforme informado pela equipe responsável por levar os suprimentos, eles estavam cercados por Drones e sob-ataque, e haviam sido abordados cerca de 200 km na Faixa de Gaza.
Entenda o ocorrido
O Barco, intitulado como Madleen, foi direcionado a faixa de Gaza, para poder levar suprimentos, para ajuda comunitária, e quando estavam cerca de 200 km da faixa de gaza, foram interceptados por drones militares junto ao exército israelense. Conforme o informado, a embarcação levava fórmulas infantis, alimentos e suprimentos básicos, já o governo israelense informa que a ajuda era mínima inferior a um caminhão, eles também informaram que enviarão os ativistas de volta ao seu país. Greta Thunberg estava junto a eles no local com a Freedom Flotilla Coalition.
Greta Thunberg nadando na Itália no dia 31 de maio de 2025(foto:reprodução/ fabrízio Villa/Getty Images Embed)
Barco Interceptado
Conforme o governo de Israel informou, o Barco havia sido interceptado neste domingo(8), na madrugada de segunda-feira(9). A informação que procede é que a embarcação seria conduzida para a costa de Israel. O brasileiro Thiago Ávila estava presente viajando com eles para prestar a ajuda na faixa de gaza. O ministro de defesa de Israel, disse que iria tomar todas as medidas para impedir que a embarcação chegue em gaza, a intenção é impedir que o Hamas receba armas e ajuda externa. O Itamaraty já havia solicitado que libertassem o grupo por uma carta.Os 12 ativistas retornarão aos seus países, serão respectivamente libertos retornando aos seus lares.
Na noite deste domingo (8), no horário de Brasília, já madrugada de segunda-feira (9) em Israel, o governo anunciou que sua Marinha interceptou uma embarcação com ativistas que se dirigia à Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, o barco, chamado Madleen, será escoltado com segurança até a costa israelense. Os integrantes da missão, segundo o comunicado, serão repatriados novamente para seus respectivos países.
Entre os participantes da ação estavam a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, conhecida mundialmente, e o brasileiro Thiago Ávila.
Bloqueio de Israel
Os ativistas haviam partido do sul da Itália há cerca de uma semana com a intenção de entregar alimentos e remédios à população civil de Gaza. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que adotaria todas as ações necessárias para evitar que a embarcação alcançasse a Faixa de Gaza.
O governo israelense mantém um bloqueio completo sobre o território, alegando que essa medida é fundamental para impedir que o grupo Hamas receba armamentos e apoio externo.
Vídeo gravado por Greta Thunberg diante interceptação do barco (reprodução/Youtube/Metrópoles)
Em um vídeo divulgado pela equipe de comunicação da missão, Greta Thunberg solicita que seus apoiadores e familiares façam pressão sobre o governo da Suécia para que este intervenha junto a Israel por sua libertação. As imagens foram registradas antes de o barco ser interceptado. Até o momento, as autoridades israelenses não confirmaram se os ativistas foram detidos. (COLOCAR VIDEO)
Motivação da missão
O barco transporta diversos itens de ajuda humanitária, como arroz e farinha, fraldas, produtos de higiene para mulheres, kits de dessalinização de água, suprimentos médicos e próteses para crianças.
Além de Greta Thunberg e do brasileiro Thiago Ávila, a tripulação conta com a presença da deputada francesa Rima Hassan e de ativistas da Espanha, Holanda, Turquia e Alemanha. A missão tem caráter totalmente pacífico, todos os envolvidos passaram por treinamentos em práticas de não violência e não estão armados.
O Ministério das Relações Exteriores— Itamaraty solicitou, nesta quarta-feira (4/6), uma investigação independente sobre os recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza. Além disso, o governo brasileiro reafirmou sua crítica à ação militar israelense no território palestino.
Em nota, o Itamaraty destacou que o governo brasileiro condena os ataques israelenses contra a Palestina nos últimos dias. As ações militares resultaram em centenas de civis mortos e feridos. Apenas nas últimas 24 horas, o território palestino registrou 95 mortes, segundo o comunicado oficial.
No domingo (1º/6), um ataque israelense perto de um centro de distribuição de ajuda humanitária causou mais de 30 mortes e deixou 150 feridos. As informações vêm do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas.
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) June 4, 2025
Nota do Itamaraty sobre ataques israelenses na Palestina (Foto: reprodução/X/@ItamaratyGovBr)
Uso da fome como ‘estratégia de guerra‘
Ainda no comunicado, o Itamaraty considera inaceitável o uso da fome como estratégia ou arma de guerra. “É absolutamente inaceitável o uso da fome como arma, ou estratégia de guerra, e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos.” Usando dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o órgão afirmou que Israel tem permitido a entrada de poucos caminhões com farinha no território palestino.
Além disso, apenas uma quantidade limitada de suprimentos essenciais, como medicamentos e alimentos para bebês, tem chegado à região. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), cerca de 2,2 milhões de pessoas em Gaza enfrentam grave insegurança alimentar, e a escassez de recursos continua a agravar a crise humanitária.
Lula acusa Israel de genocídio e critica “vitimismo“
Essa declaração do governo brasileiro ocorreu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusar Israel de genocídio e afirmar que o país precisa abandonar a postura de “vitimismo”. Em entrevista a jornalistas, o presidente brasileiro respondeu a uma nota da Embaixada de Israel em Brasília, que alegou que autoridades internacionais “compram mentiras” do grupo palestino Hamas.
Segundo Lula, Israel classifica frequentemente as críticas como antissemitismo, mas ele enfatizou a necessidade de reavaliar a situação. Segundo o presidente, “o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”, lembrando mortes de mulheres e crianças que não estão participando de guerras.
🇧🇷🗣'Exército matando mulheres e crianças': #Lula condena ações de Israel em Gaza
Lula reforçou suas discordâncias com o governo de Israel, acusando-o de agir com "vitimismo" em relação às alegações de "antissemitismo" pelas críticas das atitudes dos militares em #Gaza. pic.twitter.com/xFXlCnTy9s
Presidente Lula faz duras críticas a Israel (Vídeo: reprodução/X/@rtnoticias_br)
Itamaraty reforça posição do governo brasileiro
Essa posição foi reforçada na nota divulgada pelo Itamaraty hoje (4). O comunicado pede o fim imediato dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil. Além disso, defende o cumprimento do Direito Internacional, com a retirada total das forças israelenses da área ocupada, o fim das restrições à entrada e à distribuição de ajuda humanitária e a libertação dos reféns remanescentes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu nesta semana uma investigação independente sobre as mortes de palestinos que tentavam receber ajuda humanitária no sul de Gaza. Em declaração oficial, seu porta-voz afirmou que Guterres considera “inaceitável” que civis tenham que arriscar suas vidas por comida.
O secretário-geral também exigiu que os responsáveis sejam identificados com urgência e devidamente responsabilizados pelos atos. Segundo ele, a situação exige respostas rápidas e transparentes, especialmente diante do agravamento da crise humanitária no território.
Cruz Vermelha relata vítimas de tiros e estilhaços
No domingo (1), o hospital de campanha do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza recebeu 179 feridos, entre eles mulheres e crianças. De acordo com a organização, a maioria apresentava ferimentos por bala ou estilhaços. Vinte e uma pessoas não resistiram e morreram ao chegar à unidade.
ONU exige investigação após mortes em ponto de distribuição de comida em Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Band)
Relatos dos feridos à Cruz Vermelha indicam que todos estavam a caminho de um ponto de entrega de alimentos e suprimentos. O grupo extremista Hamas responsabilizou Israel pelos disparos contra civis e afirmou que ao menos 31 pessoas morreram na ocasião. Já as Forças Armadas de Israel negaram as acusações, alegando que não abriram fogo contra os civis.
Novos relatos de mortes aumentam tensão em Rafah
Na segunda-feira (2), equipes médicas relataram novos casos de mortes a tiros na mesma área de distribuição de ajuda, em Rafah, no sul de Gaza. Autoridades de saúde locais, sob controle do Hamas, informaram que três palestinos morreram.
As forças israelenses disseram estar cientes das novas denúncias e anunciaram uma “investigação abrangente”. Segundo o exército, durante a noite foram disparados tiros de advertência para impedir que suspeitos se aproximassem de posições militares, a cerca de um quilômetro do local de entrega de alimentos.
Enquanto o número de mortos aumenta e os relatos se multiplicam, cresce a pressão internacional por uma apuração transparente e a garantia de proteção à população civil em meio à crise.
O grupo Hamas apresentou uma contraproposta ao plano de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, mas tanto Israel quanto os EUA recusaram as exigências. O Hamas propôs libertar 10 reféns vivos e entregar 18 corpos de israelenses mortos em cinco etapas ao longo de dois meses em troca da soltura de mil prisioneiros palestinos e de mais ajuda humanitária.
Os Estados Unidos consideraram o plano “totalmente inaceitável”, assim como o governo israelense. A proposta original, já aceita por Israel, previa apenas duas fases, com devolução de metade dos reféns vivos e mortos durante uma trégua de 60 dias.
Exigências de Hamas complicam mediação internacional
Além do novo cronograma, Hamas exige a retirada total das tropas israelenses de Gaza e um cessar-fogo permanente até o fim do acordo temporário. Steve Witkoff, enviado especial dos EUA, disse que as novas condições favorecem o Hamas e desrespeitam o plano original. O grupo palestino rebateu, acusando o negociador de parcialidade pró-Israel.
Enquanto os impasses diplomáticos continuam, 58 reféns israelenses seguem em cativeiro, sendo que 35 estariam mortos, segundo Tel Aviv. Protestos em Israel pedem o retorno de todos e o fim da guerra.
Guerra em Gaza (Foto: reprodução/Andolu/Getty Images Embed)
Cenário humanitário se agrava em Gaza
A ONU declarou que a situação humanitária em Gaza atingiu níveis catastróficos. Apenas 30 caminhões de ajuda entraram no território neste sábado (31), muito abaixo dos 500 diários antes do conflito. O Unicef afirmou que mais de 50 mil crianças palestinas foram mortas ou feridas desde outubro.
No norte da Faixa de Gaza, o último hospital ativo fechou após ser cercado por forças israelenses. Em apenas 24 horas, 60 palestinos morreram e 284 ficaram feridos em ataques, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
Trump havia sugerido que os EUA assumissem o controle da Faixa de Gaza, com reconstrução e reassentamento forçado de palestinos. A proposta causou forte reação internacional. Egito, Jordânia e Arábia Saudita rejeitaram a ideia, citando violações de direitos humanos. A ONU e a Anistia Internacional denunciaram risco de limpeza étnica e exigiram respeito ao direito de permanência do povo palestino.
A Reuters, agência de notícias internacional, na manhã desta sexta-feira (30), divulgou o conteúdo conseguido com exclusividade sobre o plano dos EUA para um cessar-fogo de 60 dias em Gaza. De acordo com a agência, na proposta consta a libertação de 28 reféns israelenses, em troca da libertação de mais de 1.200 prisioneiros palestinos. Além da devolução de restos mortais por ambos os lados.
Ainda, segundo a Reuters, o acordo tem o aval do presidente americano Donald Trump, do Egito e do Catar, que são os países mediadores, e inclui o envio de ajuda humanitária por parte de organizações sem fins lucrativos e organizações multilaterais. Entre elas a Organização das Nações Unidas (ONU).
A previsão para que a proposta seja colocada em prática depende da assinatura e da concordância do grupo Hamas. O grupo informou que analisará e oferecerá uma resposta entre hoje, sexta-feira (30) e amanhã, sábado (31). As operações militares israelenses serão cessadas na região, tão logo o acordo seja aceito pelas partes envolvidas.
Enviado especial ao Oriente Médio
Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para assuntos estratégicos no Oriente Médio, se reuniu na data de ontem, quinta-feira (30), com autoridades israelenses a fim de apresentar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, desenvolvido pelo governo de Donald Trump em cooperação com países do Oriente Médio.
Conforme a mídia local israelense noticiou, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta e já comunicou aos familiares dos reféns que estão em posse do grupo Hamas. Ao todo são 58 reféns mantidos em Gaza. Destes, 28 serão libertados nessa primeira fase e, os demais, quando houver um cessar-fogo permanente na região.
Apelo internacional
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) tem feito duras críticas à situação vivida pela população de Gaza. De acordo com relatos, a proibição de entrada de ajuda humanitária por Israel tem desencadeado uma situação insustentável para os moradores. O comissário geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, declarou que a “ajuda humanitária nunca deve ser politizada”
"What is needed in #Gaza is a massive, unhindered, uninterrupted assistance of supply to make sure that we are reversing the trend of the spreading hunger," @UNLazzarini tells @euronews.
Publicação sobre a situação em Gaza (Foto: reprodução/X/@UNRWA)
Além de organizações ligadas diretamente ao assunto, diversos países condenam os ataques contra Gaza e a proibição da entrada de ajuda humanitária no local. A comunidade internacional tem acompanhado e se manifestado constantemente para que seja encontrada uma forma que promova a Paz, sobretudo na região. Seja com a criação de um Estado Palestino ou um cessar-fogo permanente.
Segundo relatos diários, apesar da entrada de caminhões com suprimentos terem sido autorizados a poucos dias pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, devido a escassez, a população local não consegue as condições necessárias para se manter. Além de denúncias de que, nem todos os moradores conseguem acesso a esta ajuda.
Encontro em Washington D.C
O Ministério da Defesa de Israel publicou em suas redes sociais na data de ontem, quinta-feira (30), o encontro entre o Diretor Geral, Major Amir Baram, e autoridades da Casa Branca em Washington D.C, nos EUA. A reunião contou com a presença do Subsecretário de Defesa para Política dos EUA, Elbridge Colby e ocorreu no mesmo dia da apresentação do acordo de cessar-fogo por Witkoff a Netanyahu.
Em sua primeira viagem de trabalho aos EUA desde que assumiu o cargo em março (2025), Baram, informou que na reunião foram discutidos assuntos referentes ao fortalecimento da segurança, da cooperação estratégica entre os dois países e medidas conjuntas para enfrentar e solucionar os atuais desafios.
מנכ"ל משרד הביטחון, אלוף (מיל׳) אמיר ברעם, הגיע לביקור עבודה ראשון בוושינגטון, לפגישות עם בכירים בממשל האמריקני.
Publicação sobre o encontro entre Amir Baram e autoridades do governo Trump (Foto: reprodução/X/@MoDIsrael)
As forças de defesa tanto de Israel quanto dos EUA têm realizado reuniões permanentes para discutir assuntos estratégicos. Não somente os relacionados ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, assim bem como, a transferência de conhecimentos tecnológicos entre eles. Uma vez que a “Cúpula Dourada” a ser desenvolvida pelo governo Trump será baseada no “Domo de Ferro” israelense.
Para muitos especialistas, o empenho da Casa Branca em encontrar uma solução para a guerra travada entre Israel e o grupo Hamas, deve-se muito ao fato de que, não é interessante para os EUA que o seu parceiro estratégico no Oriente Médio envolva-se em um conflito permanente, com desdobramentos condenados pela comunidade internacional. No entanto, todo o esforço para um cessar-fogo na região que leve a acordos de Paz entre as partes envolvidas, devem ser incentivados.
Durante negociações por um possível cessar-fogo, Israel ordenou a evacuação imediata de áreas no sul da Faixa de Gaza. A determinação inclui Khan Younis, cidade densamente habitada por palestinos deslocados. As Forças de Defesa de Israel (IDF) classificaram o local como uma “zona de combate perigosa que já foi alertada diversas vezes”. As instruções direcionam a população civil para Al-Mawasi, estreita faixa litorânea do enclave.
Ofensiva visa controlar grande parte do território
De acordo com um oficial israelense ouvido pela CNN, o objetivo militar é ocupar 75% de Gaza nos próximos dois meses. O plano forçaria mais de dois milhões de pessoas a se concentrarem em uma pequena porção do território, sob forte presença das tropas israelenses. Desde outubro de 2023, o governo de Benjamin Netanyahu afirma que a campanha visa desmantelar o Hamas após os ataques de 7 de outubro.
Com cinco divisões atuando em solo, Israel mantém operações terrestres contínuas em múltiplas frentes. O chefe do Estado-Maior das IDF, Eyal Zamir, afirmou: “Vocês estão lutando na frente central do Estado de Israel. Esta é uma guerra prolongada e multiarena.” O movimento é visto por críticos como uma expansão de domínio territorial, agravando o sofrimento civil em meio ao bloqueio e à destruição em massa.
O gabinete de imprensa do Hamas declarou que Israel já domina “efetivamente” 77% da Faixa de Gaza. Segundo o comunicado, o uso de armamento pesado e políticas de retirada forçada impede os civis de retornarem a suas casas. A denúncia reforça a percepção de que a ofensiva não tem se limitado à neutralização de alvos militares, mas à transformação do equilíbrio populacional e geográfico do enclave.
Ataques em Gaza. (Foto: Jack Guez/AFP/Getty Images Embed)
Aliados adotam sanções e revisam acordos
A pressão externa tem aumentado. O Reino Unido suspendeu negociações comerciais e sancionou colonos da Cisjordânia. França e Canadá ameaçaram adotar medidas similares, enquanto a União Europeia reavalia seu Acordo de Associação com Israel. O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que as ações “não podem mais ser justificadas com base na luta contra o terrorismo do Hamas”. Já os EUA reiteraram apoio irrestrito a Israel.
Apesar das críticas globais, Washington reforçou sua aliança com Tel Aviv. A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, reuniu-se com Netanyahu e elogiou sua liderança na condução do conflito. Segundo nota do governo israelense, a visita reforça o “comprometimento mútuo com a segurança e estabilidade regional”. A postura norte-americana contrasta com o crescente apelo humanitário de diversas entidades internacionais.
A ofensiva planejada aumenta o risco de uma crise humanitária de grandes proporções. Organizações humanitárias alertam para a superlotação de Al-Mawasi e a escassez de recursos básicos. A comunidade internacional acompanha com apreensão o desdobramento das operações, temendo novas violações aos direitos civis. A busca por um cessar-fogo definitivo, porém, ainda parece distante diante da escalada militar em curso.
Delegações de 20 países se encontraram neste domingo (25), em Madri, na Espanha, para reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares Bueno, divulgou essa informação. O Brasil esteve representado na reunião pelo chanceler Mauro Vieira.
Albares ressaltou a necessidade urgente de uma solução para o conflito na Faixa de Gaza. A princípio, em uma publicação nas redes sociais, ele enfatizou que a guerra precisa chegar ao fim, classificando a situação como desumana e cruel. Além disso, o ministro defendeu o direito do povo palestino à esperança e reforçou que a coexistência pacífica entre Palestina e Israel, por meio da solução de dois Estados, é o caminho viável.
Hoy en Madrid, junto con más de 20 países y organizaciones internacionales, España ha reafirmado su compromiso con la solución de dos Estados para la paz en Oriente Medio. pic.twitter.com/liWHH6lXJF
Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, define a situação em Gaza como “desumana e cruel” (Foto: Reprodução/X/@jmalbares)
Mauro Vieira reafirma apoio ao reconhecimento da Palestina
Dessa forma, ainda durante encontro na Espanha, Mauro Vieira condenou a falta de ação da comunidade internacional diante da violência contra civis em Gaza e alertou que a história não aceitará justificativas para essa postura. Durante o encontro, o ministro brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, e reforçou a necessidade do reconhecimento da Palestina como Estado. Além disso, ele também destacou que a admissão plena do país na ONU é essencial para viabilizar a solução de dois Estados.
Entretanto, o chanceler brasileiro ressaltou a importância de iniciativas internacionais para pôr fim à invasão e ao desrespeito ao direito internacional na região. Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, o Brasil tem defendido um cessar-fogo permanente e a garantia de ajuda humanitária contínua aos palestinos.
Conflito em Gaza é “carnificina”, diz ministro
Mauro Vieira também alertou sobre a gravidade da situação em Gaza durante audiência no Senado, em abril, classificando o cenário como uma “carnificina”. Ele destacou o número elevado de mortes, incluindo muitas crianças, e condenou a inação da comunidade internacional.
“Acredito que é uma situação terrível o que está acontecendo. Há uma carnificina. É uma coisa terrível o que está acontecendo. Há um número elevadíssimo de mortes de crianças. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados”, afirmou.
Por fim, Vieira também reafirmou o compromisso histórico do Brasil com a solução de dois Estados, defendendo a coexistência pacífica entre Israel e Palestina.
A Organização das Nações Unidas anunciou nesta terça-feira (20), que Israel liberou a passagem de cerca de 100 caminhões com suprimentos para a Faixa de Gaza. O aval, confirmado pelo porta-voz humanitário Jens Laerke em Genebra, foi dado após forte pressão internacional. “Solicitamos e recebemos aprovação para mais caminhões […] São cerca de 100, bem mais do que os autorizados ontem”, declarou. É a maior remessa desde que o bloqueio se intensificou, mas permanece longe dos 500 veículos diários considerados indispensáveis pela ONU para atender 2,3 milhões de habitantes.
Ajuda ainda é ‘gota no oceano’, diz ONU
Os veículos transportam alimentos e fórmulas infantis, itens descritos como “vitais” para bebês que correm risco de morte por desnutrição. Tom Fletcher, diretor de ajuda humanitária da ONU, afirmou à “BBC” que a quantidade liberada é “uma gota em um oceano”. Ele teme que até 14 mil recém-nascidos possam falecer nas próximas 48 horas se a assistência não ganhar escala. Na segunda-feira, apenas cinco caminhões cruzaram a fronteira, rompendo um bloqueio que já durava 11 semanas, segundo a agência.
Akihiro Seita, diretor de Saúde da UNRWA, alertou que os indicadores de subnutrição infantil estão “subindo de forma preocupante” e podem se agravar rapidamente se o fluxo de mantimentos não for regularizado. “Se a escassez continuar, o aumento será exponencial, podendo sair do controle”, advertiu. Especialistas destacam que a combinação de bombardeios diários e falta de infraestrutura dificulta a distribuição interna, mesmo quando os carregamentos conseguem entrar em Gaza.
A liberação ocorre à sombra de críticas públicas dos líderes da França, Canadá e Reino Unido, que prometeram “medidas concretas” se Israel não suspender a ofensiva e destravar a ajuda. Em nota conjunta, Emmanuel Macron, Mark Carney e Keir Starmer condenaram “ações escandalosas” e advertiram que o deslocamento forçado de civis viola o direito internacional. “Sempre defendemos o direito de Israel à autodefesa, mas a escalada é totalmente desproporcional”, declararam, sem detalhar quais sanções poderiam ser adotadas.
Bombardeios em Gaza (Foto: reprodução/ Jack Guez/AFP/Getty Images Embed)
Guerra segue com novos bombardeios
Enquanto os caminhões cruzavam a passagem, a ofensiva terrestre e os ataques aéreos continuaram. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, contou ao menos 60 mortos apenas nesta terça. Desde o início do conflito, mais de 53.400 palestinos perderam a vida, número considerado plausível pela ONU. Israel, por sua vez, busca eliminar o Hamas após o atentado de 7 de outubro de 2023, que matou 1.218 pessoas e resultou no sequestro de 251 civis, 57 dos quais permanecem cativos.
Paris, Ottawa e Londres também defenderam uma conferência em Nova York, marcada para 18 de junho, voltada a um arranjo de dois Estados. “Estamos dispostos a reconhecer um Estado palestino como contribuição para essa solução”, afirmaram. O comunicado pressiona Israel a aceitar um plano árabe para a administração de Gaza no pós-guerra, em cooperação com a Autoridade Palestina e Washington. Enquanto isso, a ONU tenta ampliar o corredor humanitário e evitar um colapso total dos serviços de saúde.
Após a entrada, a ajuda será recolhida e redistribuída pelo mecanismo já utilizado pela ONU, explicou Laerke. Contudo, estradas destruídas, falta de combustível e ataques constantes dificultam a logística. Organizações médicas alertam que hospitais funcionam com geradores improvisados e estoques críticos de medicamentos. Sem cessar-fogo sustentável, o fluxo de 100 caminhões, embora significativo, pode se tornar insuficiente em poucos dias, mantendo a população de Gaza à beira de uma crise humanitária sem precedentes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com a atual condição vivida por moradores da Faixa de Gaza, em entrevista a jornalistas na última terça-feira (13). Lula chamou a situação de “genocídio” e pediu para que Donald Trump intervenha positivamente para acabar com a guerra em curso entre Israel e Hamas na região.
Lula, também, solicitou maior intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), com ajuda humanitária mais eficaz. Além de criticar o desejo de Trump de construir um Resort de luxo no território hoje habitado pelos palestinos.
“ A única coisa que eu quero é o seguinte: que a ONU possa tomar uma decisão. E Trump contribui para isso… Agora, se ele quiser fazer daquilo um resort, não dá certo.” Presidente Lula
O atual conflito entre o grupo Hamas e o estado de Israel iniciou em 07 de outubro de 2023, após um ataque coordenado pelo grupo contra civis israelenses. O ponto focal do ataque ocorreu em um festival de música, na comunidade de Re’im, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a faixa de Gaza.
Resort de Luxo
Em fevereiro deste ano (2025), o presidente americano Donald Trump utilizou suas redes sociais para publicar um vídeo realizado com a ajuda de Inteligência Artificial (IA). Nele, Trump faz a demonstração de como ficaria a Faixa de Gaza após transformar a região em um local turístico no Oriente Médio.
Postagem sobre o possível Resort de luxo na Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/X/realdonaldtrump)
Em um “agora e depois”, Trump intercala cenas da precariedade atual da região, assolada pela guerra entre Israel e o grupo Hamas, com episódios onde é possível ver líderes e personalidades mundiais desfrutando do que ele classifica de “Riviera do Oriente Médio”.
O vídeo gerou indignação na comunidade internacional, uma vez que, em meio à guerra e todas as consequências advindas dela, enfatiza o luxo e o lucro. Transformando a Faixa de Gaza, território administrado pela Autoridade Palestina desde a década de 1990, em um resort de luxo.
Intervenção da ONU
Em discurso no Conselho de Segurança da ONU, na data de ontem, terça-feira (13), o subsecretário geral para Assistência Humanitária, Tom Fletcher, classificou a atual situação na faixa de Gaza como “atrocidade do século 21” e solicitou ações mais eficazes para deter o que ele chama de “situação desumana”.
“Israel está impondo deliberada e descaradamente condições desumanas aos civis no Território Palestino Ocupado”. Tom Fletcher
O subsecretário ressaltou, ainda, que os palestinos estão sendo deslocados à força e que, atualmente, permanecem confinados em espaços cada vez menores dentro de Gaza. Declarou, também, que comida, água, medicamentos e tendas, há 10 semanas, não entram na região por intervenção de Israel.
Discurso de Tom Fletcher no Conselho de Segurança da ONU (Vídeo: reprodução/X/@UN_News_Centre)
Diante dessa situação, Fletcher solicita apoio internacional para que profissionais ligados à ajuda humanitária possam trabalhar livremente na região em apoio aos civis palestinos. Além de solicitar à ONU que crie mecanismos para que tal ajuda seja destinada aos civis e não ao grupo Hamas.
Em sua fala, Tom Fletcher, informa que se encontrou com líderes israelenses por diversas vezes para traçarem um plano de cessar-fogo. No entanto, segundo Fletcher, a proposta de representantes de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, é um “espetáculo cínico e distração deliberada”, utilizando a fome como “moeda de troca”. Sem, efetivamente, resolver a situação.
Incursão de Israel na Faixa de Gaza
As forças armadas israelenses têm realizado diversas incursões na Faixa de Gaza nos últimos meses. A ação, segundo informou Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, é uma tentativa para a libertação de reféns em posse do grupo Hamas.
De acordo com Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão fazendo “um trabalho maravilhoso na Faixa de Gaza” e o “Hamas está sofrendo cada vez mais golpes”.
Em uma postagem nas redes sociais, o IDF informou que, em conjunto com o Shin Bet, Agência de Segurança de Israel, atacou terroristas do grupo Hamas em um complexo localizado sob o Hospital Europeu em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza. Essa ação ocorreu na tarde de ontem, terça-feira (13), horário local.
צה"ל ושב"כ השמידו תשתית טרור תת-קרקעית של ארגון הטרור חמאס מתחת לבית החולים האירופאי שבחאן יונס שבדרום רצועת עזה
מתחילת המלחמה, צה"ל ושב"כ פועלים להשמדה ונטרול של תשתיות תת-קרקע של ארגון הטרור חמאס ברצועת עזה.
Postagem sobre o ataque de Israel no sul da Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/X/@idfonline)
Atualmente, segundo informações, mais de 50 reféns estão em posse do grupo Hamas. Na última segunda-feira (12), o israelense-americano Edan Alexander foi liberto pelo grupo como sinal de um possível acordo de cessar-fogo. Porém, autoridades de Israel informaram que, até que todos os reféns sejam libertados, as ofensivas contra o Hamas seguirão com força total.