Oriente Médio: Israel ataca o Irã e elimina os principais chefes militares

As Forças de Defesa de Israel (IDF) atingiram alvos militares iranianos em ataques surpresa realizados na madrugada desta sexta-feira (13), horário local, matando comandantes da alta patente das Forças Armadas do Irã. A ação ocorreu enquanto líderes iranianos realizavam uma reunião de contenção de crise para discutir questões ligadas à expansão do programa nuclear iraniano.

Conforme informou o IDF, diferentes áreas do Irã, incluindo alvos nucleares, foram atingidos por “representarem uma ameaça ao Estado de Israel e ao mundo em geral”.  Segundo Eyal Zamir, chefe das forças armadas israelense, o país está preparado para qualquer contra-ataque e, quem desafiar Israel, “pagará um preço alto”. 

Logo após os ataques, Effie Defrin, porta-voz do IDF, fez um pronunciamento nas redes sociais. Segundo informou, Israel não teve escolha e realizou os ataques a fim de proteger seus cidadãos. Uma vez que, o Irã está trabalhando na produção de armamento nuclear, enriquecendo milhares de quilos de urânio em suas instalações subterrâneas.


Pronunciamento de Effie Defrin, logo após os ataques contra o Irã (Vídeo: reprodução/X/@IDF)



Sabotagem do Mossad

Antes e durante o ataque, o Serviço de Inteligência de Israel, Mossad, realizou uma série de sabotagens desativando o sistema de defesa iraniano. O que permitiu acessar o espaço aéreo do Irã. Várias cidades do país foram atingidas, no entanto, o alvo principal foi a  instalação de enriquecimento iraniana, na cidade de Natanz, a cerca de 225 km ao sul da capital Teerã.


Ataques israelenses a diversos alvos iranianos (Vídeo: reprodução/X/@GeopolPt)

De acordo com informações, Israel atingiu o complexo de segurança onde militares estavam abrigados, além de seis bases militares e prédios residenciais em diversos pontos de Teerã, capital do Irã, incluindo alvos estratégicos nas cidades próximas à capital. Essa ofensiva causou dezenas de mortes e foi chamada por funcionários iranianos de “ataque seletivo”.

Mortes de militares

Em uma sequência de postagens em suas redes sociais, o IDF vem relatando detalhes sobre o ataque. Em uma das publicações confirmou que o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Iranianas, o Comandante do IRGC e o Comandante do Comando de Emergência do Irã foram mortos na ofensiva.


Confirmação das mortes de militares de alta patente do Irã (Foto: reprodução/X/@IDF)

As mortes do general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã; do general Hossein Salami, comandante-chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) e do major-general Gholam-Ali Rashid, chefe do Comando de Emergência do Irã, também foram confirmadas pela mídia estatal iraniana. Além da morte de dois cientistas nucleares, Fereydoun Abbasi-Davani e Mohammad Mehdi Tehranchi.

Promessa de revide

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, informou que a ofensiva de Israel contra alvos militares iranianos causando a morte de seus principais chefes foi uma “declaração de guerra” por parte de Israel, prometendo vingança.

“A mão poderosa das Forças Armadas da República Islâmica não os deixará impunes, se Deus quiser. Com esse crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si mesmo e certamente o receberá”.

Em um comunicado enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), Araghchi pede intervenção imediata do Conselho de Segurança da ONU para a resolução dessa questão. Já o general Abolfazl Shekarchi, porta-voz das Forças Armadas iranianas, incluiu os EUA como alvo nesse contra-ataque, acusando o país norte-americano de apoiar a ofensiva realizada por Israel. Em sua fala Shekarchi afirma que “americanos e israelenses vão pagar um preço alto pelos bombardeios”.

Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA, declarou que  “Israel tomou uma ação unilateral” e que a Casa Branca foi informada sobre os planos de ataque israelense contra o Irão, porém, não participou da ação. Conforme Rubio,a prioridade dos EUA, agora, é proteger suas tropas no Oriente Médio devido à tensão que os ataques causaram na região. 

Confronto no Oriente Médio aumenta o risco de conflito nuclear entre Israel e Irã

Washington, 12 de junho – O clima de instabilidade no Oriente Médio voltou a ganhar os holofotes do cenário internacional nesta quinta-feira, com um alerta preocupante vindo dos Estados Unidos. O governo americano demonstrou forte apreensão diante da possibilidade de um ataque de Israel contra o Irã, levantando o temor de um conflito em larga escala que pode desestabilizar ainda mais a região.

Conflito nuclear

A escalada de tensão ganhou força após o Irã anunciar o aumento de suas atividades nucleares, em resposta a uma recente resolução da Agência Internacional de Energia Atômica, que acusa o país de não cumprir os compromissos relacionados à não proliferação nuclear. Essa movimentação elevou o grau de preocupação entre autoridades internacionais, principalmente diante da postura estratégica de Israel, que historicamente adota uma linha dura frente ao avanço nuclear iraniano.

O governo dos Estados Unidos adotou medidas emergenciais, incluindo planos de evacuação e segurança reforçada para cidadãos americanos no Oriente Médio. O alerta foi lançado em meio ao receio de que um eventual ataque israelense possa ocorrer a qualquer momento, provocando uma reação em cadeia de consequências imprevisíveis.

As embaixadas americanas na região entraram em estado de atenção máxima, enquanto órgãos de inteligência acompanham, em tempo real, qualquer movimentação militar nas fronteiras sensíveis. Segundo fontes do alto escalão, o objetivo é prevenir tragédias e garantir a segurança de cidadãos estrangeiros em zonas de possível conflito.


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Míssil explode na Cidade de Gaza durante um ataque aéreo israelense (Foto: reprodução/Mahmud Hams/Getty Images Embed)


Soluções diplomáticas

Apesar da tensão crescente, as negociações para um novo acordo nuclear com o Irã seguem em curso, com uma rodada prevista para ocorrer no próximo domingo, em Omã. Esse fator ainda é visto como uma esperança de solução diplomática. A continuidade do diálogo, no entanto, depende da manutenção da estabilidade na região e da contenção de ações militares unilaterais.

O impasse entre diplomacia e confronto direto revela mais uma vez a fragilidade dos acordos internacionais e a complexidade das alianças estratégicas no Oriente Médio. Um conflito entre Israel e Irã não afetaria apenas os países diretamente envolvidos, mas teria desdobramentos geopolíticos globais, pressionando lideranças mundiais a se posicionarem em meio a um jogo delicado de poder, sobrevivência e interesses.