Bolsonaro é submetido a procedimento após crise intensa de soluços

Os médicos de Jair Messias Bolsonaro decidiram realizar um novo procedimento após uma crise intensa de soluços persistentes. A princípio, o ex-presidente está internado em um hospital particular do Distrito Federal desde 24 de dezembro.

A intervenção cirúrgica foi executada neste sábado (27), após recomendação de perícia médica realizada na semana passada. Antes disso, a equipe tentou controlar o quadro com medicações, mas sem a resposta clínica esperada.

Procedimento foi indicado após falha do tratamento

Segundo os médicos, Bolsonaro apresentou uma crise forte de soluço na sexta-feira (26), o que prejudicou o descanso noturno. Diante disso, a equipe optou por um bloqueio do nervo frênico, indicado em casos persistentes. Desse modo, o procedimento reduz temporariamente a atividade do nervo que controla o diafragma. Assim, ele ajuda a interromper soluços que não respondem a tratamentos convencionais. A intervenção ocorre com anestesia local e aplicação de medicamento guiada por ultrassom.

Neste sábado (27), os médicos realizaram o bloqueio apenas do lado direito. Segundo os especialistas, não é recomendável bloquear os dois nervos simultaneamente. Por isso, uma nova intervenção está prevista para a próxima segunda-feira. Os médicos afirmaram que a cirurgia durou aproximadamente uma hora. Logo depois, Bolsonaro retornou ao quarto, consciente e orientado.

Internação segue com previsão de alta após nova avaliação

Após o procedimento, Bolsonaro iniciou sessões de fisioterapia como parte da recuperação. Além disso, a equipe manteve medicação para prevenção de trombose. Ainda segundo os médicos, a internação deve durar entre cinco e sete dias. No entanto, o prazo pode ser ajustado conforme a resposta clínica.

Se o novo bloqueio apresentar resultado positivo, a alta pode ocorrer após 48 horas. Caso contrário, outras alternativas poderão ser avaliadas gradualmente. Entre as possibilidades, estão aplicação de toxina botulínica ou crioablação do nervo.


Equipe médica esclarece situação de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Poder360)


No entanto, essas opções são consideradas fora da indicação padrão. A equipe médica reforçou que seguirá sempre a abordagem menos invasiva possível. Assim também, reavaliações periódicas vão orientar qualquer nova decisão terapêutica. A informação sobre o procedimento foi divulgada inicialmente pela esposa de Jair, Michelle Bolsonaro, nas redes sociais. Ela informou que o marido voltou ao centro cirúrgico na tarde deste sábado.

Bolsonaro já havia passado por cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral. O procedimento ocorreu após autorização do Supremo Tribunal Federal. A perícia médica concluiu que o bloqueio do nervo frênico é tecnicamente adequado. Apesar disso, o laudo apontou que o procedimento não caracteriza urgência imediata.

Alexandre de Moraes emite nota oficial e nega pressão sobre Banco Central

Na noite da última terça-feira (23), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes divulgou uma nova nota oficial para esclarecer encontros mantidos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, após questionamentos sobre uma suposta atuação em favor do Banco Master. Segundo o magistrado, as reuniões ocorreram exclusivamente para tratar dos impactos da aplicação da Lei Magnitsky, sem qualquer relação com processos de aquisição bancária.

De acordo com Moraes, os encontros aconteceram em seu gabinete, em duas datas distintas: 14 de agosto, após a primeira aplicação da legislação norte-americana, e 30 de setembro, quando as sanções também atingiram sua esposa. O ministro reforçou que, em nenhum momento, houve discussões sobre a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), nem qualquer tipo de pressão institucional junto à autoridade monetária.

Reuniões e negativas de interferência

Na nota, Alexandre de Moraes afirmou que jamais esteve fisicamente no Banco Central e negou ter realizado ligações telefônicas ao presidente da instituição para tratar do assunto. Segundo ele, todas as conversas tiveram caráter institucional e se limitaram aos efeitos práticos das sanções financeiras impostas pela Lei Magnitsky, especialmente no que diz respeito à manutenção de contas bancárias, cartões de crédito e movimentações financeiras.



O ministro também negou qualquer participação do escritório de advocacia de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, na operação envolvendo o Banco Master. Ele declarou que o escritório nunca atuou junto ao Banco Central em processos relacionados à aquisição do banco pelo BRB, rebatendo diretamente as suspeitas levantadas após reportagens sobre o tema.

Divergências entre versões

Apesar da manifestação do ministro, reportagens recentes apontaram que Moraes teria procurado Galípolo em outras ocasiões para tratar do andamento da operação. Segundo fontes ouvidas pela jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, teriam ocorrido contatos telefônicos e ao menos um encontro presencial, nos quais o ministro demonstrou interesse na aprovação do negócio. O Banco Central, por sua vez, confirmou que houve reuniões, mas afirmou que elas se restringiram aos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky.

A operação envolvendo o Banco Master segue sob investigação. O dono da instituição, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso no âmbito de apurações conduzidas pela Polícia Federal, que identificaram supostas fraudes no repasse de créditos bilionários. O caso foi posteriormente remetido ao Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Dias Toffoli, e continua em análise.

Contrato milionário e repercussão

Outro ponto que gerou repercussão foi a existência de um contrato milionário entre o Banco Master e o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes. Documentos revelaram que o acordo previa pagamentos mensais elevados ao longo de três anos, embora órgãos como o Banco Central e o Cade tenham informado que não receberam qualquer atuação formal do escritório no caso.

Em meio às controvérsias, Alexandre de Moraes sustenta que não houve conflito de interesses e que todas as suas ações ocorreram dentro dos limites institucionais. O episódio reacende debates sobre transparência, relações entre Poder Judiciário e sistema financeiro e os impactos políticos e jurídicos da aplicação de sanções internacionais a autoridades brasileiras.

Bolsonaro faz cirurgia mas permanece preso por decisão de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a realização de cirurgia em Jair Bolsonaro nesta semana. A decisão foi dada nesta sexta-feira (19), no entanto, o magistrado negou o pedido da defesa para que o ex-presidente cumpra pena em prisão domiciliar.

A princípio, a decisão foi tomada após perícia médica indicar que Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral e necessita de intervenção cirúrgica. Ainda assim, o laudo concluiu que o procedimento é eletivo, sem caracterização de urgência ou emergência imediata.

Laudo médico aponta cirurgia necessária, mas sem urgência

Segundo a perícia da Polícia Federal (PF), Bolsonaro apresenta hérnia nos dois lados da região inguinal. A condição ocorre quando tecidos do abdômen atravessam pontos frágeis da musculatura abdominal, causando abaulamentos. Embora o quadro não seja emergencial, os peritos recomendaram cirurgia “o mais breve possível”.

Por isso, Moraes autorizou o reparo cirúrgico em caráter eletivo, conforme o laudo oficial. O ministro determinou que a defesa informe a data e a programação do procedimento e, em seguida, os autos serão enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá se manifestar em 24 horas. Moraes também destacou que a Polícia Federal deve garantir acompanhamento médico contínuo. Além disso, o magistrado autorizou transporte imediato em caso de eventual necessidade emergencial.

STF nega domiciliar e cita descumprimento de medidas

Todavia, apesar da autorização médica, Moraes rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa. Segundo o ministro, há ausência total dos requisitos legais para concessão do benefício. Ainda na decisão, Moraes mencionou descumprimentos reiterados de medidas cautelares. Além disso, apontou atos concretos que indicariam tentativa de fuga por parte do ex-presidente.


Michelle Bolsonaro deixa a sede da Polícia Federal (Foto: reprodução/Ton Molina/AFP/Getty Images Embed)


Em novembro, Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal após violar a tornozeleira eletrônica. O próprio ex-presidente confessou ter tentado abrir o equipamento com um ferro de solda. Dias depois, Moraes determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Jair Messias Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

O ministro ressaltou que o ex-presidente não tem direito à saída temporária. Isso ocorre porque o benefício exige cumprimento de pena em regime semiaberto. Além disso, a progressão de regime só poderá ocorrer após o cumprimento de 25% da pena. Na prática, isso representa cerca de seis anos de prisão antes de qualquer mudança.

Visitas, projetos de lei e contexto jurídico

Anteriormente, o ministro Moraes autorizou visitas dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro na unidade da Polícia Federal. Segundo a decisão, o ex-presidente recebe atendimento médico adequado no local. O ministro afirmou que Bolsonaro está custodiado próximo a hospital particular. Assim, não haveria prejuízo em caso de necessidade de atendimento emergencial.

Paralelamente, a Câmara aprovou o chamado PL da Dosimetria. O texto reduz penas quando crimes contra a democracia ocorrerem no mesmo contexto. A proposta ainda será analisada pelo Senado. Até lá, a situação penal de Bolsonaro permanece inalterada.

Perícia médica conclui que Jair Bolsonaro precisa ser operado

Uma perícia médica concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresenta um quadro de hérnia e precisa passar por cirurgia. O laudo foi elaborado após avaliação clínica e exames que analisaram o estado de saúde do ex-chefe do Executivo, indicando a necessidade de tratamento cirúrgico para evitar possíveis complicações.

A conclusão da perícia foi divulgada em meio a questionamentos sobre as condições físicas de Bolsonaro. Segundo os médicos responsáveis, o procedimento é indicado como forma adequada de tratamento, já que a hérnia pode causar dores frequentes e comprometer a qualidade de vida do ex-presidente caso não seja tratada.

Resultado da perícia médica

De acordo com o resultado oficial, a junta médica responsável pela avaliação concluiu que Bolsonaro apresenta um quadro que exige intervenção cirúrgica. No documento, os peritos afirmam que “Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado Jair Messias Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo”.

A perícia levou em consideração o histórico clínico do ex-presidente, além dos sintomas apresentados durante a avaliação. Os especialistas entenderam que a cirurgia é a alternativa mais segura para tratar o problema de forma adequada e evitar o agravamento do quadro ao longo do tempo.

O laudo também considerou episódios anteriores relacionados à saúde do ex-presidente. Desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, teve de passar por diferentes procedimentos médicos e períodos de internação. Esse histórico foi analisado para garantir que a recomendação fosse feita com cautela e com base em critérios técnicos.

Segundo os médicos, a hérnia pode causar desconforto constante, dores e limitações nas atividades do dia a dia. Em alguns casos, a condição pode evoluir e provocar complicações mais sérias, o que reforça a indicação do procedimento cirúrgico como forma de tratamento.

Pessoas próximas afirmam que Bolsonaro vinha relatando incômodos frequentes, o que motivou a realização da perícia. A avaliação teve como objetivo esclarecer a real condição de saúde do ex-presidente e definir a melhor conduta médica a ser adotada. O laudo não informa uma data específica para a cirurgia, mas aponta a necessidade do procedimento.



Perícia médica em Bolsonaro conclui que ex-presidente tem hérnia e necessita de cirurgia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Repercussão e próximos passos

A divulgação do resultado da perícia teve ampla repercussão no meio político. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmaram que ele deve seguir todas as orientações médicas e realizar a cirurgia conforme a recomendação dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento do caso. Integrantes da oposição também se manifestaram e destacaram que questões relacionadas à saúde devem ser tratadas com seriedade, responsabilidade e respeito, sem uso político do laudo. Para eles, o documento é técnico e deve ser analisado apenas sob o ponto de vista médico, levando em consideração o bem estar do ex presidente.

Especialistas ouvidos apontam que a cirurgia para correção de hérnia é considerada comum e apresenta bons resultados na maioria dos casos. O tempo de recuperação varia conforme o tipo de procedimento e as condições clínicas do paciente, mas o acompanhamento médico é essencial para garantir uma recuperação segura. A equipe responsável pela avaliação informou que continuará monitorando o quadro de Bolsonaro e que exames adicionais poderão ser solicitados para definir detalhes da cirurgia e preparar o ex-presidente para o procedimento, com o objetivo de reduzir riscos e assegurar a eficácia do tratamento.

A condição de saúde também pode impactar a agenda pública de Bolsonaro. Dependendo do período escolhido para a realização da cirurgia, ele poderá precisar se afastar temporariamente de compromissos e atividades públicas, seguindo as orientações médicas. Com a conclusão da perícia, a expectativa é que novas informações sejam divulgadas após a definição do cronograma do procedimento. O caso segue sendo acompanhado de perto, já que envolve a saúde de uma figura de grande relevância na política brasileira.

STF: Fachin quer regras de conduta para os ministros da Corte e prestação de contas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, afirmou que pretende abrir um diálogo sobre a criação de um código de conduta para os ministros da Corte. A proposta surge em um momento de grande atenção da sociedade sobre a atuação do Judiciário e busca reforçar a transparência e a responsabilidade institucional do tribunal.

Segundo Fachin, prestar contas à sociedade é um dever de quem ocupa cargos públicos. O ministro afirmou que “a transparência não é um atributo acessório, mas um elemento constitutivo do Estado Democrático de Direito”. Para ele, o Supremo deve agir com responsabilidade e manter uma relação clara com a população, sem comprometer sua independência.

Código de conduta e diálogo no Supremo

A proposta de um código de conduta tem como objetivo definir regras gerais para a atuação dos ministros do STF. De acordo com Fachin, a iniciativa ainda está em fase inicial e deve ser construída por meio do diálogo. “Não poderia, nessa direção, deixar de fazer referência à proposta, ainda em gestação, de debatermos um conjunto de diretrizes éticas para a magistratura”, afirmou o ministro.

Fachin destacou que o tema vem ganhando espaço no debate público, o que reforça a necessidade de uma discussão ampla e responsável. Segundo ele, o diálogo deve envolver os ministros da Corte e considerar também as expectativas da sociedade brasileira. Para o presidente do Supremo, ouvir diferentes pontos de vista é essencial para construir diretrizes que fortaleçam a instituição.

O ministro lembrou que o STF já segue práticas consolidadas ao longo de sua história, mas avalia que o contexto atual exige maior clareza sobre o comportamento esperado de seus integrantes. Um código de conduta funcionaria como uma referência para a atuação pública e institucional dos ministros, contribuindo para preservar a imagem do tribunal e a confiança da população.

Analistas avaliam que a iniciativa pode ajudar a reduzir críticas e questionamentos sobre a atuação individual de membros da Corte. Em um cenário de grande exposição pública e debates intensos, regras mais claras tendem a diminuir interpretações equivocadas e a reforçar a credibilidade do Judiciário.



Presidente Fachin diz que STF está elaborando código de ética para ministros (Vídeo: reprodução/YouTube/globonews)


Prestação de contas e relação com a sociedade

A prestação de contas também foi destacada por Fachin como um ponto central. O ministro afirmou que o Supremo não pode se afastar do olhar da sociedade, já que suas decisões têm impacto direto na vida dos cidadãos. Para ele, prestar contas significa explicar decisões, tornar os processos mais transparentes e demonstrar compromisso com os valores democráticos.

Segundo Fachin, a confiança no Judiciário está diretamente ligada à forma como o tribunal se comunica com a sociedade. Para o ministro, não basta que as decisões sejam corretas do ponto de vista jurídico, é fundamental que seus fundamentos sejam compreendidos pela população. Quando os cidadãos entendem os motivos que levam o Supremo a decidir determinados casos, a legitimidade das instituições democráticas é fortalecida e a percepção de justiça se torna mais clara.

O presidente do STF avalia que a comunicação deve ser feita de maneira acessível, utilizando uma linguagem que permita ao público acompanhar os temas em discussão, especialmente aqueles que têm impacto direto no cotidiano das pessoas. Ao mesmo tempo, ele destaca que essa aproximação não pode comprometer o rigor técnico que orienta o trabalho jurídico. Para Fachin, é possível tornar as informações mais claras sem simplificar excessivamente o conteúdo ou reduzir a complexidade das decisões.


Balanço de atividades do STF no ano (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


A discussão sobre comunicação e prestação de contas acompanha uma cobrança crescente por maior transparência em diferentes áreas do poder público. Fachin afirma que o Judiciário deve acompanhar esse movimento e assumir um papel exemplar, adotando práticas que reforcem a ética institucional e a responsabilidade diante da sociedade.

O ministro reconhece que é necessário cuidado para preservar a independência dos integrantes da Corte, mas acredita que é possível equilibrar autonomia com responsabilidade pública. Para ele, informar a sociedade não interfere no conteúdo das decisões, mas fortalece a relação de confiança entre o tribunal e os cidadãos.

Ao defender regras de conduta e maior prestação de contas, Fachin sinaliza uma postura voltada ao fortalecimento do Supremo Tribunal Federal. A proposta busca preparar a Corte para um cenário de maior cobrança social, mantendo o compromisso com a Constituição, a democracia e o interesse público.

Polícia Federal apura se esquema no INSS chegou à Caixa

A Polícia Federal (PF) apura se investigados por desvios em aposentadorias e pensões do INSS tentaram articular um esquema semelhante na Caixa Econômica Federal, segundo decisão do ministro do STF André Mendonça que autorizou, nesta quinta-feira (18), uma nova fase da operação Sem Desconto. O despacho não afirma que as irregularidades tenham ocorrido nem explica como funcionariam, mas cita trocas de mensagens entre os suspeitos que mencionam um possível “negócio da Caixa”, o que levou ao aprofundamento da investigação.

De acordo com a decisão, o ministro ressalta que não há confirmação de que irregularidades tenham sido cometidas na instituição financeira nem detalhes sobre como o suposto esquema funcionaria. O documento, no entanto, menciona conversas entre investigados que fazem referência a um possível “negócio da Caixa”, o que levou os investigadores a aprofundar as apurações para verificar se houve tentativa de ampliar as fraudes já identificadas no INSS.

Detalhes da operação

Segundo a decisão, a possível tentativa de expansão do esquema teria envolvido Hélio Marcelino Loreno, apontado pela PF como beneficiário direto dos desvios no INSS e ligado a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Heitor Souza Cunha, funcionário da Caixa Econômica Federal.


Repercussão da segunda fase da operação sem desconto (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Ambos foram alvos das medidas judiciais desta fase da operação, com imposição de uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar o país, além do afastamento de Cunha de suas funções no banco. Para a Polícia Federal, os dois teriam participado da concepção de um modelo de fraude semelhante ao previdenciário, agora direcionado a clientes da Caixa, o que indicaria a tentativa de levar o esquema para além do INSS e atingir outra entidade da administração pública federal.

Relembre a fraude do INSS

A investigação sobre a fraude no INSS teve início após a constatação de que aposentados e pensionistas estavam sofrendo descontos em seus benefícios sem terem autorizado qualquer tipo de adesão a associações. As apurações indicam que dados de segurados eram utilizados para criar vínculos falsos com essas entidades, permitindo a cobrança automática de valores mensais. Em muitos casos, os beneficiários só tomaram conhecimento das irregularidades ao analisar os extratos de pagamento, quando parte do benefício já havia sido comprometida.

De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, o esquema operava de forma organizada e explorava falhas nos sistemas de fiscalização. Os valores arrecadados com os descontos indevidos eram repassados a diferentes envolvidos, por meio de mecanismos que dificultavam a identificação do destino final do dinheiro. A apuração busca esclarecer a dimensão do prejuízo, o papel de cada investigado e se a estrutura criminosa tentou se expandir para outros órgãos além do INSS.

Moraes chama retirada de sanções dos EUA de vitória do Judiciário brasileiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que a retirada de sanções dos Estados Unidos representa uma vitória do Judiciário brasileiro. Segundo ele, a decisão reafirma soberania, democracia e independência institucional, após meses de tensão diplomática envolvendo seu nome.

Além disso, Moraes, atualmente ministro e vice-presidente do STF, destacou que o Judiciário não cedeu a pressões externas e manteve atuação firme. O magistrado fez a declaração durante evento de lançamento do canal SBT News, em São Paulo, nesta sexta-feira (12).

Reação de Moraes e atuação do governo brasileiro

Durante o discurso, Moraes agradeceu o empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações com os Estados Unidos. Segundo o ministro, o diálogo conduzido pelo governo brasileiro foi decisivo para reverter as sanções aplicadas.

Além disso, Moraes afirmou acreditar mais no poder da palavra do que em instrumentos de coerção política. Assim, para ele, a diplomacia foi essencial para preservar a imagem das instituições brasileiras no cenário internacional. Ainda assim, o ministro voltou a criticar o uso da Lei Magnitsky contra autoridades de países democráticos. Na avaliação de Moraes, a medida representou tentativa indevida de interferência na soberania nacional.

O que previa a sanção e como ocorreu a retirada

As sanções haviam sido aplicadas em julho deste ano com base na Lei Magnitsky. Por causa disso, os bens de Moraes, de sua esposa Viviane, e de empresas vinculadas ao casal ficaram bloqueados. Além disso, cidadãos americanos estavam proibidos de realizar transações financeiras envolvendo o ministro ou sua família. Como resultado, qualquer descumprimento poderia gerar punições civis ou criminais, mesmo sem intenção comprovada. 


O ministro Alexandre de Moraes com sua esposa, Viviane Barci de Moraes (Foto: reprodução/EVARISTO SA/AFP/Getty Images Embed)


No entanto, o governo americano retirou Moraes e Viviane da lista de sancionados sem detalhar os motivos. Fontes diplomáticas indicam que o gesto ocorreu após conversas diretas entre Lula e Donald Trump. Segundo o Itamaraty, havia sinais de recuo desde o último telefonema entre os dois presidentes. Assim, o governo brasileiro trabalhava com a expectativa de solução antes do fim do ano.

Repercussões políticas e cenário internacional

Apesar disso, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro criticaram a decisão dos Estados Unidos. Eduardo Bolsonaro afirmou ter recebido a notícia com pesar e reiterou críticas ao ministro do STF. Já nos bastidores, parlamentares governistas avaliam que a retirada fortalece o discurso de defesa institucional.

Além disso, diplomatas veem o gesto como um passo para normalizar relações bilaterais. No entanto, as tensões comerciais permanecem, sobretudo por tarifas sobre produtos manufaturados brasileiros. O governo brasileiro afirma que seguirá negociando para reduzir os impactos econômicos. Recentemente, o Financial Times classificou Moraes como um dos heróis globais de 2025. O jornal destacou sua atuação firme na defesa das instituições democráticas brasileiras.

Ministros discutem possibilidade de anular decisão da Câmara sobre Zambelli

A decisão da Câmara dos Deputados de manter o mandato de Carla Zambelli (PL-SP) abriu uma disputa jurídica. À primeira vista, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que a medida é ilegal e pode ser anulada pela Corte, já que a deputada recebeu condenação definitiva em regime fechado.

Segundo esses ministros, a Câmara deveria apenas cumprir a determinação do Supremo, sem submeter o caso ao plenário. A princípio, eles argumentam que Zambelli não tem condições legais de exercer o mandato após a decisão final.

Pressão por revisão e possível recuo da Câmara

Por um lado, um dos ministros afirmou que a Casa deveria rever o ato para evitar novo conflito institucional. Já outro ministro reforçou que o caminho mais adequado seria um recuo formal por parte dos deputados, o que reduziria o desgaste entre os Poderes.

Ainda hoje (11), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), pretende entrar com mandado de segurança no STF. Assim, o recurso pode abrir caminho para a anulação da votação e a retomada imediata do cumprimento da sentença.

Votação apertada e impasse constitucional

Na quarta-feira (10), o plenário rejeitou a cassação com 227 votos favoráveis, 170 contrários e 10 abstenções. Embora a maioria tenha apoiado a perda do mandato, eram necessários 257 votos. Assim, como a condenação do STF já estava transitada em julgado, a determinação previa a cassação automática.


Zambelli em audiência na Itália (Foto: reprodução/X/@g1)


Além disso, a suspensão dos direitos políticos impede Zambelli de votar ou disputar cargos durante a pena. Apesar disso, os deputados entenderam que ela poderia permanecer no cargo. Analogamente, o caso lembra o episódio de 2013, quando Natan Donadon manteve o mandato após condenação pelo STF. O impasse agora envolve a interpretação da Constituição e pode levar o tema novamente ao Supremo.

Condenações e situação jurídica de Zambelli

Como resultado, Zambelli cumpre duas penas, sendo a principal de 10 anos de prisão, fruto da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao lado do hacker Walter Delgatti Neto. A Primeira Turma do STF confirmou a condenação por inserir documentos falsos na base do Conselho, incluindo um suposto mandado contra o ministro Alexandre de Moraes.

A deputada também recebeu pena de 5 anos e 3 meses por perseguição armada a um eleitor de Lula em 2022. Anteriormente, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o Ministério Público da Itália deu parecer favorável à extradição, reforçando a execução da sentença combinada no Brasil.

STF: mandato de Zambelli pode ser cassado

Na noite de quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados votou para manter o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Foram 227 votos a favor da cassação, 170 contrários e 10 abstenções — para a deputada ter o mandato cassado, eram necessários 257 votos a favor.

Zambelli foi julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e condenada a dez anos de prisão por envolvimento em um ataque hacker ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No ataque, foram inseridos documentos falsos no sistema do órgão, incluindo um mandado de prisão falsificado contra o ministro da Primeira Turma do STF,  Alexandre de Moraes.

Além dessa condenação, a parlamentar também foi julgada e condenada a cinco anos e três meses de prisão pelo crime de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Esses crimes teriam ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando a deputada teria perseguido uma pessoa armada em São Paulo.

Somadas, as penas ultrapassam quinze anos de prisão, mas o tempo exato dependerá de decisões judiciais futuras sobre se as penas serão concomitantes — cumprindo somente a maior, de dez anos — ou consecutivas, totalizando quinze anos, além de possíveis recursos apresentados pela defesa da deputada Carla Zambelli.

Câmara dos deputados vs STF

A decisão da Câmara de manter o mandato da deputada Carla Zambelli, que está presa e condenada com trânsito em julgado, não teria respaldo constitucional. O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá derrubar essa decisão e cassar o mandato da deputada.

O jurista Miguel Reale Jr. afirma que cada dia fica mais evidente o conflito entre os poderes, impedindo uma ação conjunta e dificultando decisões que poderiam beneficiar o país.

Esse processo de perda de mandato de parlamentares condenados em processos penais é previsto na Constituição. Em casos recentes, por exemplo, a Primeira Turma do STF aplicou um entendimento de que a perda do mandato é automática, por ser impossível que um deputado continue no cargo enquanto cumpre pena em regime fechado.


Deputados votando sobre o mandato de Carla Zambelli que foi condenada pelo STF (Vídeo: reprodução/YouTube/Câmara dos Deputados)


Alguns exemplos são o caso da deputada Carla Zambelli e do também deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. Ambos fugiram do Brasil após a condenação do STF. Ramagem está foragido nos Estados Unidos, e o rito para a cassação de seu mandato ainda não foi definido.

O caso de Carla Zambelli, porém, tem suas particularidades: a parlamentar está detida na Itália e aguarda uma decisão do país europeu sobre o processo de extradição.

Prisão da deputada Carla Zambelli 

Em 2023, ocorreu a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a inserção de documentos falsos, incluindo mandados de prisão atribuídos ao ministro da Primeira Turma do STF, Alexandre de Moraes, cometida pelo hacker Walter Delgatti Neto.

Em 2024, a Polícia Federal prendeu o hacker, que confessou que Carla Zambelli seria a responsável por encomendar a invasão.

Após as investigações, ela foi julgada em maio de 2025. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada Carla Zambelli a dez anos de prisão pelos crimes de invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica. No dia 3 de junho do mesmo ano, Zambelli fugiu para a Itália, a deputada tem nacionalidade ítalo-brasileira. Em julho, a parlamentar foi presa em Roma, capital da Itália.

Durante esse período, Zambelli também foi julgada e condenada em outro processo no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, com pena de cinco anos e três meses, que também precisará ser cumprida caso a extradição ocorra.


Post de Carla Zambelli comemorando a decisão da Câmara (Vídeo: Reprodução/Instagram/@carla.zambelli)


Para concluir, o pedido de extradição brasileiro começou a tramitar na Justiça italiana. Foi convocada uma sessão de extradição, que ocorrerá no dia 18 de dezembro de 2025, após solicitações de documentos feitas pela defesa de Zambelli. E, também, a justiça europeia requisitou informações ao STF sobre o sistema prisional brasileiro, como parte da análise do pedido de extradição.

Caso o pedido seja aceito, a deputada Carla Zambelli será entregue às autoridades brasileiras para cumprir as penas de prisão em território nacional.

Se o pedido for negado, a deputada continuará no país europeu, e a Justiça italiana poderá manter a prisão temporária ou adotar medidas alternativas, como prisão domiciliar, dependendo da avaliação do risco de fuga.

O governo brasileiro poderá então reformular o pedido de extradição, apresentando novos argumentos ou documentos. Caso seja recusado novamente, outra alternativa seria capturá-la caso ela saia do território italiano.

 

Defesa de Bolsonaro pede ao STF autorização para cirurgia e prisão domiciliar humanitária

Defesa de Jair Bolsonaro pediu a Moraes e ao STF, autorização para o ex-presidente deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, e ir ao hospital DF Star, em Brasília, realizar uma cirurgia. Os advogados pediram, também, que Jair seja transferido para prisão domiciliar humanitária.

Advogados escreveram que o ex-presidente precisa passar por cirurgias para tratamento do quadro de soluços e razão da piora do diagnóstico de hernia inguinal unilateral.

A defesa solicita remoção do ex-presidente ao hospital, para que “possa ser submetido às intervenções cirúrgicas indicadas pelos médicos responsáveis pelo seu tratamento, bem como sua permanência no hospital pelo tempo necessário”, e relata que os médicos estimam que as cirurgias demandam internação de 5 a 7 dias.

Prisão domiciliar

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpri a pena de 27 anos e três meses de prisão na Superintendência da PF em Brasília, desde o dia 25 de novembro de 2025. Bolsonaro já havia sido preso preventivamente no mesmo local no dia 22 do mesmo mês, por violar a tornozeleira eletrônica.


Postagem G1 sobre o pedido de defesa de Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram/@G1)
Agora, para a prisão domiciliar, os advogados sugerem adoção de monitoramento eletrônico e quaisquer outras condições que Alexandre de Moraes ache necessária. Foi solicitado, também, que Bolsonaro tenha autoridade de deslocamento para tratamento médico sem necessidade de aviso prévio a justiça, e com comunicação posterior em caso de emergência.

Situação médica de Bolsonaro

Desde o acontecimento em 2018, onde Jair Bolsonaro levou uma facada que causou três lesões no intestino delgado e uma lesão em uma veia do abdômen que gerou hemorragia, sua saúde nunca foi a mesma segundo defesa. Em julho de 2020, contraiu COVID-19, três semanas depois os testes continuavam positivo, e no final do mês, a doença havia evoluído para uma pneumonia.

Em 17 de setembro de 2025, Bolsonaro recebeu diagnóstico inicial de câncer de pele, as lesões foram removidas e Bolsonaro não necessitou de tratamento imediato.

A defesa enviou um relatório médico ao tribunal, afirmando que Bolsonaro “tem se queixado a semanas de dores e desconforto na região inguinal, potencializados pelo aumento de pressão abdominal intermitente, causada pelas crises de soluços”. Os advogados afirmam, também, que além de soluços não sumirem, Bolsonaro apresenta novas intercorrências médicas que devem ser observadas.


Bolsonaro em frente ao Hospital DF Star (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/Getty Images Embed)

A defesa enviou um relatório médico ao tribunal, afirmando que Bolsonaro “tem se queixado a semanas de dores e desconforto na região inguinal, potencializados pelo aumento de pressão abdominal intermitente, causada pelas crises de soluços”. Os advogados afirmam, também, que além de soluços não sumirem, Bolsonaro apresenta novas intercorrências médicas que devem ser observadas.