Eduardo Bolsonaro recebeu conversa entre Trump e Lula com “otimismo”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em sua rede X (antigo Twitter) na noite de terça-feira (02), que recebeu com “otimismo” a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Lula, que ocorreu no mesmo dia. De acordo com informações oficiais dos dois governos, a conversa que durou 40 minutos foi muito produtiva.

“Nenhuma nação estrangeira deseja tarifas, pois elas prejudicam os exportadores, mas a verdade precisa ser dita: foi a instabilidade jurídica criada pelo ministro Alexandre de Moraes que abriu caminho para a ‘Tarifa Moraes’ de 50%, prejudicando trabalhadores, produtores e empresas brasileiras”, escreveu o deputado em postagem na rede X, em 20 de novembro de 2025.


Postagem de Eduardo Bolsonaro sobre ligação de Lula e Trump (Mídia: reprodução/X/@BolsonaroSP)


Em postagem recente, Eduardo Bolsonaro mostra um tom divergente do que mostrado anteriormente em relação a tarifas dos Estados Unidos.

Tarifas dos Estados Unidos ao Brasil

Desde de 1º de agosto de 2025, tarifas de 50% foram aplicadas sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Desde o estabelecimento dessas tarifas, os dois governos vem dialogando e buscando uma maneira mais rápida de solucionar esses “problemas”.

Além de tarifas contra produtos brasileiros, o governo americano aplicou contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e sua esposa, a Lei Magnitsky sob acusações de supostas violações de direitos humanos e abuso de autoridade, Trump também revogou vistos de outras autoridades brasileiras.

No dia 20 de novembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que remove a tarifa adicional de 40% aplicada a diversos produtos brasileiros exportados para o mercado americano.

Relação atual dos Estados Unidos com o Brasil

A relação entre os dois países, especialmente em relação sobre as tarifas destinadas ao Brasil, estão em constante diálogo dos dois lados. Em conversas recentes, é possível perceber uma simpatia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo presidente Lula. Em entrevista no dia (02), Trump diz gostar de Lula.

Postagem por Eixo Politico de fala do Presidente Trump (Mídia: reprodução/Instagram/@eixo.politico)


Lula afirmou em entrevista nesta quarta-feira que vem tendo boas trocas com Trump em relação a compreensão e mudanças das taxações e tarifaço no Brasil. É a terceira vez que os dois presidentes conversam após o tarifaço ser imposto pelo presidente norte-americano. Lula diz que está cada vez mais perto de ouvirmos uma notícia boa.

Trump afirma ter tido “uma conversa muito boa” com Lula sobre comércio e sanções

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que teve “uma conversa muito boa” com o presidente Lula, em uma ligação que durou cerca de 40 minutos. De acordo com o Palácio do Planalto, a conversa envolveu assuntos relacionados a comércio, sanções e retiradas das tarifas impostas por Trump ao Brasil.

Em novembro, a Casa Branca anunciou que 238 produtos brasileiros estavam excluídos da lista de tarifaço, incluindo café, frutas tropicais e carne bovina. Além de tratarem sobre as tarifas, os dois presidentes também conversaram sobre uma possível cooperação para o combate ao crime organizado.

Conversa entre Trump e Lula

Em conversa com jornalistas, Trump avaliou a conversa como “muito boa”, afirmando gostar de Lula. “Tivemos algumas boas reuniões, como você sabe, mas hoje tivemos uma conversa muito boa”, disse o presidente norte-americano. Aos jornalistas, Trump também afirmou terem tratado sobre sanções, que de acordo com ele, foi quem impôs as mesmas “relacionadas a certas coisas que aconteceram”.


Trump em coletiva com jornalistas nesta terça-feira (2) (Mídia: reprodução/X/@eixopolitico)


Após a coletiva com jornalistas, Trump fez um post em sua rede social, a Truth Social, acerca da conversa, reafirmando que a conversa foi produtiva e que discutiram sobre comércio, as sanções impostas a autoridades brasileiras e tarifas. Além disso, Trump também citou o diálogo sobre uma cooperação entre o Brasil e os EUA para o combate ao crime organizado.

No post, Trump também relembrou a reunião entre e Lula nas Nações Unidas, afirmando que o encontro “preparou o terreno para o diálogo e acordos muito bons no futuro”. O presidente norte-americano finalizou o texto dizendo estar ansioso para um reencontro e uma conversa em breve. “Muitas coisas boas virão dessa parceria recém-formada”, escreveu Trump.

Tarifas norte-americanas

Na conversa, os dois presidentes também trataram e reforçaram o assunto das tarifas. Em postagem no seu perfil na rede social X, o presidente Lula afirmou ter indicado a Trump que a decisão dos EUA de retirar a tarifa adicional de 40% a alguns produtos brasileiros foi “muito positiva”. Para Lula, ainda há também outros produtos que devem ser discutidos entre os países, com o Brasil procurando avançar com as negociações.


Postagem de Lula sobre ligação com Trump (Mídia: reprodução/X/@LulaOficial)


Mais cedo, Trump afirmou aos jornalistas que seu governo realizou uma “mágica” para o preço da carne bovina ter baixado nos EUA. Entretanto, o presidente norte-americano não citou o Brasil ou o presidente Lula. “Em relação à carne, nós fizemos uma mágica para ela começar a cair”, afirmou Trump. O Brasil é um dos principais exportadores de carne bovina para os EUA, que foi um dos produtos excluídos das tarifas em novembro.

No início da imposição das tarifas, 36% das exportações do Brasil estavam sujeitas às alíquotas adicionais. Segundo o governo brasileiro, 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos permanecem sujeitas a sobretaxa de 40%, após a retirada de mais de 200 produtos da lista de tarifas.

Trump promete cortar tarifas e agita o mercado global do café

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o governo norte-americano reduzirá as tarifas impostas sobre importações de café, conforme afirmou em entrevista à Fox News nesta terça-feira (11). A fala ocorre em meio às negociações comerciais com países exportadores do grão, entre eles Brasil, Colômbia e Vietnã.

Os preços do café no varejo americano registraram alta de quase 21% em agosto, em relação ao ano anterior, e as taxas aplicadas sobre grãos importados são apontadas como uma das causas.

Brasil entre os mais atingidos

Em julho, o Brasil enfrentou uma das maiores alíquotas de importação de café nos Estados Unidos, chegando a cerca de 50%; o Vietnã pagou em torno de 20%, e a Colômbia, 10%. Os EUA dependem quase totalmente de café importado — mais de 99%, segundo a Associação Nacional do Café. O Brasil é o principal fornecedor, responsável por cerca de 30,7% do volume, seguido pela Colômbia (18,3%) e pelo Vietnã (6,6%).


Trump diz que vai reduzir tarifas sobre café (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan News)


No mesmo dia, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o senador norte-americano Marco Rubio, à margem do encontro de ministros das Relações Exteriores do G7, no Canadá. Segundo o Itamaraty, a conversa abordou as tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, em vigor desde outubro, e os esforços para retomar o diálogo comercial entre os dois países.

Anúncios esperados

Após a entrevista de Donald Trump, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o governo pretende fazer “anúncios substanciais” nos próximos dias para reduzir preços de itens como café e bananas, produtos em grande parte importados. Segundo ele, as medidas fazem parte de um plano mais amplo para aliviar a pressão sobre o custo de vida e conter os efeitos da inflação que ainda afetam o consumo interno norte-americano. A proposta, segundo fontes da Casa Branca ouvidas pela imprensa local, incluiria ajustes tarifários pontuais e incentivos para importadores.

Economistas avaliam que o alívio tarifário pode ter reflexos rápidos nas prateleiras, especialmente em redes varejistas que dependem de importações diretas. As medidas também estão sendo acompanhadas por exportadores brasileiros como uma possível oportunidade de ampliar os embarques para os EUA. No entanto, analistas ressaltam que ainda não há cronograma oficial para as mudanças, que podem depender do ritmo político em Washington nas próximas semanas.

Empresas projetam mais de US$ 35 bilhões em custos com tarifas dos EUA

As corporações internacionais contabilizaram um impacto significativo devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, com a projeção ultrapassando a casa dos US$ 35 bilhões. Entretanto, apesar da expectativa do mercado internacional, os acordos feitos entre os EUA e demais países têm dado uma visão mais ampla de possível estabilidade. 

De acordo com levantamento feito pela Reuters a partir de declarações corporativas, registros regulatórios e teleconferências, as empresas esperavam que o impacto financeiro fosse entre US$ 21 bilhões a US$ 22 bilhões, ainda neste ano. Apesar das tensões comerciais entre o país norte-americano e outros países – o que levou os Estados Unidos a atingirem os níveis mais altos de tarifas desde 1930 -, o mercado vem mostrando sinais de estabilização, à medida que novos acordos são feitos. 

Impacto Financeiro

As empresas multinacionais vêem o reflexo das tarifas norte-americanas de forma concreta em seus resultados financeiros. O valor de US$ 35 milhões supera a expectativa inicial registrada em maio de US$ 34 bilhões. Para 2025 a expectativa do efeito financeiro era de até US$ 22 bilhões; já para 2026, o teto beira os US$ 15 bilhões. Esses valores são baseados nas análises de maio, que foram feitas após as tarifas impostas em abril pelo governo dos EUA, com o dia sendo apelidado de “Dia da Libertação”.

Os custos elevam as pressões sobre o mercado internacional. A Stellantis, por exemplo, declarou um prejuízo de 1,5 bilhões de euros em julho, causado pelas tarifas dos EUA. Outros setores, contudo, foram beneficiados, como o setor de bebidas. A Remy Cointreau e a Pernod Ricard, ambas fabricantes de bebidas da França, diminuíram suas expectativas de impacto após o acordo entre a UE (União Europeia) e os EUA. 

Mas o cenário que fez com que as expectativas das companhias globais mudassem foi o acordo por taxas menores entre os EUA e o Japão, com as tarifas sendo de 15%. A Toyota, empresa japonesa do setor automobilístico, realizou uma projeção de US$ 9,5 bilhões, mostrando um impacto claro da desigualdade nos efeitos causados em diferentes empresas. 


Acordo entre EUA e Japão abaixou as tarifas comerciais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Expectativas de estabilidade

Apesar dos valores elevados, existem sinais de que o mercado possa entrar em uma fase de maior previsibilidade, graças aos acordos feitos pelos EUA com a UE e o Japão, que levaram as muitas empresas a reduzirem suas estimativas iniciais para um pior cenário no mercado.

Em entrevista à Reuters, Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, afirmou que “as tarifas estão ficando cada vez mais claras”, indicando que os acordos estão possibilitando uma visão mais ampla do cenário e não o restringindo a resultados negativos. De acordo com ele, as tarifas serão consideradas variáveis a serem gerenciadas pelos negócios. Isso não significa que a incerteza do mercado desapareceu, devido à possibilidade de novas taxas impostas por Trump a qualquer momento, mas que talvez a fase atual seja de maior estabilidade do que o previsto. 

Disputa comercial: Trump pressiona China com novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar a China nesta segunda (20) e anunciou uma escalada significada das tarifas sobre os produtos chineses. Numa estratégia de pressão comercial, a partir do dia 1º de novembro, se Pequim não ceder às ações que Washington considera satisfatórias, poderá haver aplicação de tarifas adicionais de até 100% sobre importações chinesas.

Motivações

A motivação dos EUA está diretamente conectada ao uso que a China faz de terras raras e à percepção americana de que o país asiático adota práticas comerciais consideradas desleais. Com isso, Trump combina retórica de proteção da indústria nacional com contenção da dependência americana de cadeias de valor estratégicas, apontando a China como alvo central dessa política.

O presidente, Donald Trump, declarou hoje em entrevista na Casa Branca, que pretende retornar a Pequim no início de 2026 a convite do próprio país, até lá, representantes dos dois países irão se encontrar na Coreia do Sul para novas negociações.


Presidente Donald Trump e presidente Xi Jinping, da China (Foto: reprodução/Kevin Lamarque/G1)


Causas e consequências

Pequim, por sua vez, reagiu com vigor. O governo chinês classificou as ameaças tarifárias como “hipócritas” e reafirmou que não teme entrar em uma guerra comercial com os EUA, mantendo a via de retaliações. Essa dinâmica de escalada traz implicações globais. Analistas destacam que a disputa pode afetar cadeias de suprimentos, elevar custos para consumidores e exportadores, e gerar instabilidade no comércio internacional.

Para o Brasil, o novo capítulo da disputa comercial entre EUA e China representa um jogo de ganhos e perdas. A menor presença chinesa no mercado americano pode abrir espaço para o agronegócio e a mineração brasileiras, mas o aumento do fluxo de produtos chineses em direção à América Latina tende a acirrar a concorrência e ameaçar a produção local. Tudo dependerá das negociações entre Trump e Xi Jinping e de como o comércio global reagirá a mais essa rodada de tarifas

Procon-SP cobra explicações de companhias aéreas por tarifas sem bagagem de mão

Desde terça-feira (14), as companhias aéreas Latam e GOL adotaram um novo modelo tarifário para viagens nacionais e internacionais, que possibilita ao passageiro levar uma bolsa ou mochila pequena localizada embaixo do assento à frente.

O Procon de São Paulo (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) questionou a medida com o intuito de saber mais detalhadamente sobre esse novo modelo, com o objetivo de analisar e constatar se não fere o Código de Defesa do Consumidor.

As novidades do novo modelo

Uma das principais vantagens deste novo modelo tarifário implementado pelas companhias aéreas é a possibilidade de despachar uma bagagem e de levar uma mala de mão que geralmente não vai com o passageiro, mas sim na cabine superior da aeronave. Outro ponto positivo do novo modelo proposto pelas companhias aéreas é o preço mais baixo para passageiros sem bagagem extra, que pagam apenas pela bagagem de mão, tornando o preço da viagem mais acessível.

Há quem enxergue também isso como uma maior transparência, visto que o consumidor poderá saber exatamente pelo que está pagando, diferenciando a tarifa básica de serviços extras com mais clareza. Entretanto, os pontos negativos da mudança são a não marcação de assento e a impossibilidade de reembolso ou despacho de malas, que deve ser pago à parte do pacote de passagens.


 

 

Procon-SP difundindo reportagem da Globonews acerca do novo modelo das companhias aéreas(Vídeo: reprodução/Youtube/@TvProcon-SP)

Preocupação do Procon

O Procon de São Paulo solicitou às companhias aéreas esclarecimentos mais detalhados sobre o novo modelo de tarifas, diante de indícios de que ele possa violar o Código de Defesa do Consumidor. Além disso, surgiram questionamentos sobre a segurança durante os voos: com a limitação do uso dos compartimentos superiores, há o risco de acúmulo de bagagens, o que poderia dificultar a evacuação rápida da aeronave em caso de emergência.

Também foi pedido que as empresas apresentem estudos sobre os possíveis impactos à saúde dos passageiros, já que a impossibilidade de esticar as pernas devido à presença de volumes à frente pode causar desconforto ou problemas físicos.

 

Trump anuncia tarifas de até 100% sobre importações para proteger indústria e empregos nos EUA

O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (25) que os Estados Unidos vão aumentar impostos sobre diversos produtos importados a partir de 1º de outubro. A medida inclui medicamentos, caminhões pesados, móveis, além de armários e gabinetes de cozinha e banheiro.

Segundo Trump, a decisão tem como objetivo proteger as indústrias locais, que estariam sofrendo com o grande volume de produtos vindos de fora. Ele também justificou a iniciativa como uma questão de “segurança nacional”.

As tarifas terão percentuais diferentes. Para os caminhões pesados, será aplicada taxa de 25%. No caso de móveis e estofados, o imposto ficará em 30%. Já para armários de cozinha e gabinetes de banheiro, a cobrança sobe para 50%. O impacto maior será nos medicamentos importados, que terão tarifa de 100%.

Detalhes sobre as tarifas

No caso dos produtos farmacêuticos, Trump destacou que não haverá cobrança caso a empresa esteja construindo fábricas dentro do território americano. Mesmo assim, a decisão gerou forte reação no setor. A associação que reúne fabricantes de remédios nos EUA afirmou que a medida pode trazer prejuízos e encarecer os custos.

As tarifas sobre caminhões também chamaram atenção. Os EUA importam grande parte desses veículos do México, que triplicou suas vendas desde 2019. Montadoras como Stellantis, responsável pela linha Ram, e a sueca Volvo, que está construindo uma fábrica no México, podem ser diretamente impactadas. A justificativa do republicano é fortalecer as marcas locais, como Peterbilt e Kenworth, evitando que caminhoneiros dependam de veículos fabricados fora do país.

No setor de móveis e artigos domésticos, Trump afirmou que os Estados Unidos enfrentam uma verdadeira “inundação” de produtos importados e que era preciso frear essa concorrência. Para ele, a entrada em excesso desses itens representa uma ameaça ao processo de manufatura americano. Além do aspecto econômico, o ex-presidente alegou novamente razões ligadas à segurança nacional. A ideia é incentivar a produção local e garantir mais empregos dentro do país.

O anúncio teve impacto imediato nos mercados internacionais, sobretudo nas bolsas da Ásia e da Europa. Empresas farmacêuticas de grande porte registraram quedas em suas ações, já que muitas delas dependem da exportação para os EUA. Em contrapartida, companhias que já investem em fábricas no território americano reagiram melhor à notícia. Esse movimento mostrou como a nova política pode favorecer quem apostar no mercado interno.


Anuncio de Trump nas redes sociais sobre as novas tafiras (Foto: reprodução/X/@KobeissiLetter)


Europa preocupada com ações de Trump

O Reino Unido e a União Europeia já sinalizaram preocupação e pretendem pressionar os EUA para rever parte das tarifas. Governos europeus ressaltam que o setor farmacêutico é vital para suas economias e que medidas desse tipo podem prejudicar a parceria entre os blocos. Alguns países, como o Reino Unido, reforçaram que continuarão negociando com Washington em busca de acordos mais equilibrados. A expectativa é de que o tema se torne pauta importante nas próximas reuniões bilaterais.


Carta de Donald Trump repudiando posicionamento das Nações Unidas (Foto: reprodução/X/@WhiteHouse)


Trump, no entanto, reforçou que continuará utilizando a lei que permite impor taxas sem aprovação do Congresso quando julgar que importações representam riscos à segurança nacional. Essa estratégia já foi adotada anteriormente em setores como aço e alumínio, o que gerou disputas judiciais.

Agora, o tema volta ao centro do debate político nos EUA, com a Suprema Corte analisando até que ponto o presidente pode agir sem aval parlamentar. Para Trump, porém, essa é uma medida necessária para proteger empregos e garantir autonomia produtiva ao país.

Senadores articulam projeto para derrubar tarifaço de Trump contra o Brasil

Nesta quinta feira (18), senadores protocolaram um projeto de lei que visa remover as tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

O projeto foi apresentado por cinco senadores, sendo 4 opositores e um aliado do Presidente. Em nota, afirmaram que as taxações contra o Brasil elevariam os preços dos alimentos e poderia prejudicar a economia americana

Conflito comercial entre Brasil e Estados Unidos

No meio deste ano, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informando que iria impor tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A medida foi justificada como uma repressão ao que se classificou como “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissertando em uma olimpíada de matemática no Rio de Janeiro. (Reprodução/Buda Mendes/Getty Images)


A medida foi aplicada no início do mês de Agosto, sendo anunciada pela Casa Branca quase 700 itens seriam isentos das tarifas, incluindo combustíveis, veículos, aeronaves e determinados tipos de madeiras e metais.

O senador republicano Rand Paul, que integra a base de Donald Trump, foi um dos autores do projeto. Em comunicado, ele demonstrou preocupação com o que chamou de “perseguição do governo brasileiro” contra Bolsonaro, mas afirmou que a ordem de Trump é inconstitucional.

“O presidente dos Estados Unidos não tem autoridade, com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, para impor tarifas unilateralmente. Política comercial é competência do Congresso, não da Casa Branca”, declarou.


Donald Trump em sua campanha na Geórgia. (Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images)


Oposição de seus próprios aliados

O democrata Chuck Schumer, líder da minoria do senado, afirma que Trump tem jogado suas fichas em uma “guerra comercial” defendendo uma agenda política americana, não dando a devida importância aos custos da população americana.

“Os americanos não merecem que Trump faça política com seu sustento e seu bolso. Já passou da hora de os republicanos no Congresso encerrarem essa loucura e se unirem aos democratas contra a tarifa de Trump”, afirmou Chuck.

Segundo os senadores, o projeto tem caráter privilegiado, que seria obrigatoriamente decidida por votação. Mas para que a lei seja aprovada, os democratas precisariam conquistar os votos de pelo menos 4 republicanos.

Além disso, para que as tarifas sejam efetivamente derrubadas, a proposta também teria de ser aprovada na Câmara, onde Trump também tem a maioria.

Japão afirma que acordo comercial com os EUA ainda não foi concluído

O principal negociador tarifário de Tóquio, Ryosei Akazawa, anunciou no sábado (6), para alguns jornalistas após retornar de uma negociação, que seu amplo acordo comercial com os Estados Unidos ainda não está fechado, uma vez que algumas medidas aguardadas pelo país asiático ainda não foram implementadas pelo governo americano.

De acordo com Akazawa, as ordens presidenciais relacionadas a produtos farmacêuticos e semicondutores ainda não foram emitidas por Washington, deixando questões – chave do acordo em aberto.

Negociações com os EUA continuam

Akazawa explicou, que embora já tenham sido emitidas ordens presidenciais sobre ajustes em tarifas, e também sobre automóveis e peças automotivas, “o país ainda não recebeu as ordens para garantir o status de nação mais favorecida para produtos farmacêuticos e semicondutores”, explicou Akazawa aos reportes após retornar de negociações em Washington. Ele ressaltou que, sem essas ordens, não é possível afirmar que o acordo esteja completamente resolvido.


Ryosei Akazawa ao lado de secretário dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


O ministro japonês afirmou que Tóquio continuará pressionando as autoridades americanas, para que as medidas restantes sejam adotadas. Ele destacou que o status de nação mais favorecida é essencial para os setores do país, especialmente farmacêutico e de semicondutores, que ainda não alcançaram as condições comerciais desejadas.

Análise econômica e diálogo com Washington

Além disso, Akazawa anunciou que o Japão analisará os efeitos das mudanças tarifárias impostas aos automóveis americanos. O estudo irá avaliar o impacto econômico das mudanças, bem como comparar a competitividade das condições comerciais japonesas contra outros países. Essa análise ajudará Tóquio a ajustar sua estratégia de negociação, e garantir que os interesses do setor industrial sejam protegidos.

O governo japonês enfatiza que, apesar de avanços em algumas áreas, o processo de negociação com os Estados Unidos continua delicado, e a conclusão plena do acordo depende da emissão das ordens presidenciais pendentes. A expectativa é de que Tóquio continue dialogando com Washington nas próximas semanas, buscando garantir que todos os setores estratégicos recebam tratamento adequado, levando em conta o acordo comercial bilateral.

Trump reage à decisão judicial e diz que EUA serão “destruídos” sem tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender sua política tarifária neste domingo (31), em publicação na rede Truth Social. A manifestação ocorreu em resposta à decisão da Justiça americana, tomada na última sexta-feira (29), que considerou ilegais a maior parte das tarifas impostas durante seu governo.

Segundo Trump, a revogação dessas medidas colocaria em risco a segurança e a economia do país. Ele afirmou que, sem os valores arrecadados por meio das tarifas, o poderio militar norte-americano seria “instantaneamente obliterado”. De acordo com o republicano, a eliminação da política poderia levar à “completa destruição” dos Estados Unidos.

Na mesma publicação, o ex-presidente destacou que a decisão da Corte contou com uma divisão apertada. “Em uma votação de 7 a 4, juízes da esquerda radical não se importaram, mas um democrata, nomeado por Obama, votou para salvar nosso país. Gostaria de agradecê-lo por sua coragem. Ele ama e respeita os EUA”, escreveu Trump, citando também a participação de um magistrado indicado por ele próprio durante seu primeiro mandato.

Tarifa como estratégia política

Desde a campanha de 2016, Trump colocou as tarifas no centro de sua plataforma econômica. O objetivo declarado era proteger a indústria nacional e reduzir a dependência de importações. Já na presidência, ele utilizou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na sigla em inglês) para justificar os pacotes tarifários aprovados em 2018, que afetaram países como China, Canadá e México.

A legislação concede ao presidente autoridade para agir em situações de ameaça “incomum e extraordinária”. Embora não mencione explicitamente tarifas, Trump argumentou que a norma dava base legal para regular ou bloquear importações em nome da segurança nacional.


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Contestações judiciais

As tarifas, porém, foram alvo constante de questionamentos. Diversas ações judiciais, incluindo uma movida pelo Estado da Califórnia, contestaram a legalidade da medida. Tribunais em Washington já haviam considerado que a IEEPA não conferia ao presidente poder para impor tais barreiras comerciais.

A decisão recente da Corte de Apelações do Circuito Federal reforça esse entendimento, mas o embate ainda não está encerrado. É esperado que o caso seja levado à Suprema Corte, onde aliados de Trump acreditam ter mais chances de reverter a sentença.