Gilmar diz que Lei do Impeachment perdeu validade e limita pedidos ao STF

O ministro Gilmar Mendes afirmou nesta quarta-feira (3), que a Lei do Impeachment perdeu validade histórica. Segundo ele, a decisão não protege o Supremo Tribunal Federal (STF), mas aplica a Constituição vigente.

Ainda mais, o decano concedeu liminar que restringe pedidos de impeachment. Assim, apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode solicitar afastamentos de ministros da Corte.

Liminar reforça debate constitucional

Inicialmente, Gilmar explicou que a lei é de 1950. Além disso, ele lembrou que o texto regulamentava a Constituição de 1946. Portanto, na avaliação do ministro, a norma não se ajusta à Carta de 1988. Durante evento em Brasília, ele defendeu a decisão. Ainda segundo o ministro, aplicar a Constituição é dever do Judiciário. Assim, a discussão atual exige atualização legislativa e interpretação compatível com o sistema constitucional.


Ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Dias Toffoli (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ton Molina/NurPhoto)


O ministro também destacou riscos institucionais. Para ele, interpretações antigas poderiam permitir afastamentos com quórum reduzido. Dessa forma, decisões judiciais ficariam vulneráveis a pressões políticas episódicas. Conforme afirmou, a lei antiga permitiria abertura de processos com apenas 41 senadores presentes. Nesse cenário, poucos votos poderiam afastar ministros do Supremo.

Portanto, o modelo seria incompatível com a Constituição atual. Gilmar complementou dizendo que o impeachment abusivo fragiliza a independência judicial. Assim, magistrados poderiam decidir sob medo de retaliações políticas. Por consequência, direitos fundamentais ficariam ameaçados.

Reação do Senado e tensão entre Poderes

Por outro lado, a decisão provocou reação imediata no Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, criticou publicamente a liminar do ministro. No plenário, Alcolumbre cobrou respeito institucional e afirmou que o Judiciário deve preservar as prerrogativas constitucionais do Legislativo. Além disso, o senador disse que espera reciprocidade nessa relação, mas também classificou a decisão como tentativa de usurpar competências do Senado. Para ele, a Lei 1.079 garante a qualquer cidadão o direito de denúncia. Assim, apenas o Legislativo poderia rever essa escolha.


Decisões de Gilmar Mendes foram comentadas pelo Senado (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)


O senador argumentou que eventuais abusos não justificam anular a lei. Portanto, mudanças deveriam ocorrer por meio legislativo, não judicial. Caso contrário, haveria violação da separação dos Poderes. Ele também destacou projetos em tramitação. Entre eles, citou proposta do senador Rodrigo Pacheco sobre novo marco legal. A matéria tramita atualmente na CCJ.

Além disso, Alcolumbre criticou decisões monocráticas. Para ele, leis aprovadas pelo Congresso exigem análise colegiada do Supremo. Nesse sentido, lembrou a PEC 8, já aprovada no Senado. Enquanto isso, o STF deverá julgar o caso no plenário virtual. O julgamento ocorrerá entre 12 e 19 de dezembro. Até lá, a liminar continua válida.

Emmanuel Macron viaja a Pequim e costura acordos comerciais 

Na quarta-feira (3), o presidente da França, Emmanuel Macron, chegou a Pequim, na China. Durante sua quarta visita oficial ao Estado Chinês, Macron encontrou-se com o líder chinês, Xi Jinping, ocasião em que abordou diversos assuntos comerciais e econômicos.

O presidente francês quer intensificar a cooperação em assuntos geopolíticos por parte da China; ele também busca manter empregos industriais no país para fortalecer o seu legado com o povo francês. Entretanto, busca não criar uma rivalidade direta com a segunda maior economia do mundo.

Ao mesmo tempo, a União Europeia busca a ajuda da China para pôr fim à guerra na Ucrânia. Por outro lado, Pequim busca amenizar as fricções comerciais com a União Europeia, que tem uma composição de 27 membros. A China busca se consolidar ainda mais no mercado europeu, após as tarifas dos Estados Unidos a esses países.

Conversa entre Emmanuel Macron e Xi Jinping

Nesta quinta-feira (4), Emmanuel Macron se reuniu com Xi Jinping no Grande Salão do Povo, em Pequim. No local, eles discutiram sobre, na visão do presidente francês, os desequilíbrios no mercado não serem sustentáveis, o que representaria um grande risco de desencadear uma crise financeira mundial e, assim, ameaçaria a boa relação entre os países. Além disso, o presidente da França cita que existem soluções para essa diferença — defendendo regras mais justas e rigorosas, em vez de regras baseadas na força dos EUA e da China.


Post do presidente da França, Emmanuel Macron, na chegada a China (Vídeo: reprodução/Instagram/@emmanuelmacron)


Já o líder da China, Xi Jinping, disse ao presidente francês que seus países deveriam seguir seus próprios caminhos geopolíticos. Ou seja, que a China manteria sua posição de grande força comercial, ao mesmo tempo em que buscaria a parceria com esses países da União Europeia.

Após as conversas, os dois líderes assinaram 12 acordos de cooperação que abrangem muitos temas, como, por exemplo, envelhecimento populacional, energia nuclear e conservação de pandas, mas sem especificar o valor monetário total.

Guerra na Ucrânia

O presidente da França, Emmanuel Macron, nesse encontro, reforçou o pedido da União Europeia para que a China pressionasse Moscou a pôr fim à guerra na Ucrânia; porém, aparentemente, mais um pedido em vão ao líder de Pequim. O país comandado por Xi Jinping ofereceu garantias à Rússia de que continuará apoiando-a. Essa conversa ocorreu em um encontro no mês de novembro, na Rússia.

Nesse encontro, Rússia e China conversaram sobre defesa antimísseis e estabilidade estratégica, e concordaram em fortalecer sua cooperação nessas áreas, isto é, por conta da retomada do programa nuclear dos Estados Unidos.


Encontro dos representates da França e China (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ludovic Marin)


Em contrapartida, o líder chinês diz permanecer comprometido com a busca pela paz na Ucrânia. Em conclusão, o chefe de Estado da França permanecerá na China até sexta-feira (5) e procura firmar novos tratados entre seu país, a União Europeia e a China. Como, por exemplo, o pacote de encomendas da Airbus (AIR.PA); espera-se que a China encomende 500 jatos da Airbus, porém nenhum acordo foi assinado ainda. 

 

Nunes Marques, ministro do STF, derruba autorizações municipais para exploração de loterias e bets

Na quarta-feira (4), o ministro da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, suspendeu, liminarmente, todas as leis municipais no Brasil que autorizavam o funcionamento de loterias e bets.

A decisão de Nunes Marques também suspende todas as licitações decorrentes dessas legislações. Ou seja, quando as prefeituras abrem licitações para contratar empresas responsáveis por operar esses jogos, concursos públicos e outros tipos de contratos, todos ficam, no momento, suspensos.

Neste mesmo documento apresentado pelo ministro Nunes Marques, é solicitado um referendo da decisão pelo plenário da Corte. Ou seja, que os outros ministros da Segunda Turma do STF votem para manter a decisão, alterá-la ou derrubá-la.

Ele solicitou também que o presidente do STF, Edson Fachin, agende uma sessão virtual para que os ministros analisem a medida e, depois, possam votar.

Decisão do Ministro Nunes Marques

A liminar foi concedida pelo ministro Nunes Marques por conta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1212, apresentada pelo partido Solidariedade. Ou seja, ela serve para questionar leis, atos ou decisões que possam violar princípios essenciais da Constituição.

A liminar alega haver uma proliferação de loterias municipais e que, portanto, essas iniciativas estariam passando por cima da competência privativa da União para legislar sobre consórcios e sorteios.


Post sobre a Liminar do ministro Nunes Marques (Foto: Reprodução/X/@STF_oficial)


O ministro Nunes Marques, na suspensão, destacou que a medida é justificada para propor uma solução que busca uniformizar as leis em âmbito nacional.

Além disso, Nunes definiu uma multa de R$ 500 mil aos municípios e empresas que continuarem prestando serviços de loterias e bets, e de R$ 50 mil aos prefeitos e presidentes das empresas que também continuarem prestando o serviço após essa suspensão.

Outras considerações para a suspensão

Além dos motivos citados anteriormente, o ministro do STF Nunes Marques entende que essa sistemática é difusa e pulverizada — ou seja, quando as decisões ou normas são desorganizadas e criadas por várias autoridades separadamente.

Ela está promovendo “um esvaziamento drástico” da fiscalização conduzida pelo Executivo federal e dificultando a uniformização de parâmetros, regras publicitárias e mecanismos de defesa dos direitos do consumidor e da saúde do usuário das loterias e bets.


Post sobre a suspensão dos serviços de loterias e apostas esportivas (Foto: Reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


Para concluir, o ministro Nunes Marques enfatizou que, somente neste ano de 2025, após o ajuizamento da ação, 55 municípios de 17 estados criaram loterias para explorar as modalidades de apostas, inclusive as esportivas (bets). Isso exemplifica exatamente o porquê de se sistematizá-las: para garantir um melhor controle da União e também por uma preocupação com a saúde pública dos usuários dessas modalidades de jogos de apostas.

Alcolumbre reage à decisão de Gilmar Mendes e fala de prerrogativas do Senado

A decisão individual de Gilmar Mendes, tomada nesta quarta-feira (3), provocou forte reação no Senado e reacendeu o debate sobre os limites entre os poderes. O ministro suspendeu o trecho da Lei do Impeachment que permitia que qualquer cidadão apresentasse denúncia por crime de responsabilidade contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), restringindo essa prerrogativa exclusivamente à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, classificou a medida como uma tentativa de “usurpar prerrogativas” do Legislativo. Embora ainda precise ser avaliada pelo plenário do Supremo entre os dias 12 e 19 de dezembro, a decisão gerou imediato incômodo político. Em discurso, Alcolumbre afirmou estar “muito preocupado” com o teor da liminar e sugeriu, inclusive, que o Congresso pode reagir alterando a Constituição caso considere necessário.

Legislativo vê interferência em suas competências

Para Alcolumbre, a ação de Mendes ultrapassa a função jurisdicional e ameaça a independência dos poderes. O senador argumenta que a Lei do Impeachment, de 1950, foi fruto de decisão democrática do Congresso e não deveria ser alterada por meio de decisão monocrática. Ele defendeu que eventuais abusos cometidos por cidadãos no uso da lei não justificam sua restrição por ordem judicial.


O presidente do Senado brasileiro, Davi Alcolumbre (Foto: reprodução/EVARISTO SA/AFP/Getty Images)


O presidente do Senado lembrou ainda que já tramitam projetos para reformular o marco legal dos crimes de responsabilidade e limitar decisões individuais no STF, sinal de que a tensão entre as instituições não é nova. Segundo ele, não é razoável que uma lei aprovada pelo Parlamento e sancionada pela Presidência seja revista por apenas um ministro da Corte.

STF redefine procedimentos de impeachment

A liminar de Gilmar Mendes responde a duas ações, uma do partido Solidariedade e outra da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Além de restringir quem pode apresentar denúncias, Mendes modificou outros dispositivos da Lei do Impeachment. Entre eles, a mudança no quórum para abertura de processos: antes de maioria simples, agora exigirá dois terços dos votos do Senado.

Outro ponto central é que decisões judiciais, isto é, o conteúdo dos votos e entendimentos dos ministros, não poderão ser usadas como argumento para enquadrá-los em crime de responsabilidade. Para o ministro, divergências jurídicas são parte do ofício e não podem ser transformadas em fundamento para punições políticas.

Violência digital atinge milhões de brasileiras

As estatísticas oficiais brasileiras passaram a incluir a violência digital. Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher considerou agressões que acontecem em ambientes virtuais, e os dados apresentados são alarmantes: aproximadamente 8,8 milhões de mulheres, ou seja, uma em cada dez brasileiras com 16 anos ou mais, relataram ter sido vítimas de algum tipo de abuso digital no último ano. As informações destacam que a conexão entre violência de gênero e ambiente online está se tornando cada vez mais intensa, não podendo mais ser considerada um problema secundário.

O avanço dos crimes virtuais contra mulheres

A inclusão da violência digital na pesquisa reflete a transformação das relações sociais. O ambiente virtual deixou de ser apenas um espaço de compartilhamento de conteúdo para se tornar uma extensão direta da vida pública e privada das mulheres. É nesse cenário que aparecem agressões como ataques em redes sociais, mensagens intimidadoras, perseguição online, divulgação de conteúdos sem consentimento e até invasões de contas pessoais.

Para especialistas, a violência digital funciona muitas vezes como continuação — ou até como início — de ciclos de violência emocional, psicológica e até física. Ela atravessa fronteiras, invade rotinas e pode ocorrer a qualquer horário. Isso a torna difícil de prever e também de interromper, o que aumenta o impacto emocional sobre as vítimas.

A pesquisa e o marco histórico dos dados

O levantamento foi realizado pelo DataSenado e pelo Observatório da Mulher contra a Violência, entrevistando mais de 21 mil mulheres em todas as unidades da federação. Esta edição marca 20 anos da série histórica e inaugura a medição de formas contemporâneas de violência que antes ficavam invisíveis. Ao incorporar as agressões digitais, o estudo traz uma leitura mais completa da vida das mulheres — um passo fundamental para elaborar políticas públicas mais eficazes.

O dado central, de que 10% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência digital no último ano, mostra que o problema está longe de ser restrito a casos isolados. Assim como outras formas de violência de gênero, a agressão online também apresenta altos índices de subnotificação. Muitos episódios são naturalizados, tratados como “brincadeira”, bloqueados rapidamente ou esquecidos, o que faz com que o número real possivelmente seja ainda maior.

O impacto real de uma violência que parece invisível

Apesar de ocorrer no ambiente virtual, a violência digital provoca efeitos diretos na vida real. A vítima que recebe ameaças em mensagens privadas, por exemplo, pode desenvolver ansiedade, medo constante e sensação de vigilância. Já aquela que tem fotos íntimas divulgadas sem consentimento, sofre danos que vão desde prejuízos emocionais profundos até dificuldades no trabalho, na vida social e na construção de relacionamentos.

Para muitas mulheres, os ataques digitais são acompanhados de um sentimento de desamparo — especialmente quando o agressor utiliza perfis falsos, manipula informações ou se aproveita da impunidade no ambiente online. O impacto da violência não é apenas individual: ele afeta a sensação coletiva de segurança e participação das mulheres nos espaços digitais.

Os desafios para denunciar e enfrentar o problema

A pesquisa também evidencia um obstáculo central: a dificuldade de denunciar. Nem todas as mulheres sabem que determinados comportamentos configuram crime. Outras têm medo de retaliação, vergonha da exposição ou receio de não serem levadas a sério pelas autoridades. Em muitos casos, a prova da agressão desaparece com a exclusão de mensagens ou perfis, o que torna o processo ainda mais delicado.

O avanço da discussão pública sobre violência digital é essencial para que mais vítimas reconheçam seus direitos e busquem ajuda. Delegacias especializadas, canais de denúncia como o Ligue 180 e plataformas digitais comprometidas com moderação eficiente são pilares fundamentais para reduzir a impunidade. Além disso, a criação de programas educativos voltados à segurança digital tem se mostrado indispensável em diversos países — e o Brasil não pode ficar para trás.


Violência digital contra mulheres (Vídeo: reprodução/YouTube/Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina)


A urgência de políticas públicas que acompanhem a era digital

Os dados divulgados acendem um alerta para governos, empresas de tecnologia e sociedade. Se a violência digital cresce na mesma velocidade que o uso das redes, as respostas precisam acompanhar essa mudança. Isso inclui aprimorar leis que tratam de crimes digitais de gênero, capacitar profissionais para lidar com esse tipo de denúncia, criar mecanismos de acolhimento psicológico e jurídico e pressionar plataformas a adotarem sistemas eficazes de proteção.

A violência contra a mulher continua sendo um problema estrutural no Brasil, e agora se manifesta também em telas, aplicativos e redes. Enfrentar a violência digital é enfrentar esse problema de forma completa — e garantir que mulheres possam existir plenamente nos espaços, sejam eles físicos ou virtuais.

Crise na família Bolsonaro e rompimento de aliança com Ciro Gomes

O anúncio de suspender a aliança com o politico Ciro Gomes (PSDB) à candidatura ao governo do Ceará ocorreu nesta terça-feira (2), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, com o objetivo de encerrar a crise entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A suspensão do apoio foi confirmada por Bolsonaro durante o encontro com Flávio, reforçando o distanciamento político em relação ao atual pré-candidato. Com isso, o Partido Liberal (PL) deverá iniciar a busca por um novo nome para representar a sigla nas eleições estaduais, abrindo espaço para novas articulações internas e possíveis realinhamentos estratégicos.


Família Bolsonaro em protesto na Paulista, 2025 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Essa decisão foi concluída após crise interna entre a família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-Rio) disse ter informado a seu pai, Jair Bolsonaro, que pediu desculpas a Michelle após chamá-la de “autoritária” por se opor à aliança no Ceará.

Conflitos internos

A semana de prisões de Bolsonaro foi muito conturbada e cheia de acontecimentos. Ele foi levado para cumprir pena preventiva dia 22 de novembro de 2025 e, após 3 dias, tornou-se definitiva a pena de 27 anos e 3 meses de prisão. Desde então, a família tem enfrentado brigas por protagonismo politico. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) juntaram-se em críticas direcionadas a Michelle Bolsonaro por tentar interferir na costura do palanque no Ceará.

Ainda mais, foi afirmado pelo deputado André Fernandes, que no fim de outubro Jair Bolsonaro havia dado aval ao apoio do PL à candidatura de Ciro ao governo do Ceará. Michelle, presidente do PL Mulher, criticou duramente os aliados que cogitam apoiar Ciro. Ela classificou como inaceitável formar uma aliança com alguém que se posiciona contra o “maior líder da direita”.

Eleições 2026

Essas alianças não são infundadas, já que no ano de 2026 teremos eleições a partir do mês de outubro, e é desde já que partidos escolhem seus candidatos e aliados. As eleições 2026 irão eleger deputados federais, deputados estaduais, dois senadores, governadores e claro, o cargo de presidente da república.


Um homem anda em uma rua na cidade de São Paulo nas eleições de 2024 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Uma pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (02) revela que o atual presidente, Lula (PT) é o candidato favorito dos brasileiros para o cargo de presidente nas eleições de 2026. Os canditados pré-escolhidos para representar a direita atual foram: o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e os membros da família Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Contudo, os reais candidatos dos partidos não foram divulgados, visto que ainda estamos no final do ano de 2024, porém, analisando trabalhos atuais desses políticos, é possível observar um desejo de participar dessas eleições que estão por vir.

Eduardo Bolsonaro recebeu conversa entre Trump e Lula com “otimismo”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em sua rede X (antigo Twitter) na noite de terça-feira (02), que recebeu com “otimismo” a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Lula, que ocorreu no mesmo dia. De acordo com informações oficiais dos dois governos, a conversa que durou 40 minutos foi muito produtiva.

“Nenhuma nação estrangeira deseja tarifas, pois elas prejudicam os exportadores, mas a verdade precisa ser dita: foi a instabilidade jurídica criada pelo ministro Alexandre de Moraes que abriu caminho para a ‘Tarifa Moraes’ de 50%, prejudicando trabalhadores, produtores e empresas brasileiras”, escreveu o deputado em postagem na rede X, em 20 de novembro de 2025.


Postagem de Eduardo Bolsonaro sobre ligação de Lula e Trump (Mídia: reprodução/X/@BolsonaroSP)


Em postagem recente, Eduardo Bolsonaro mostra um tom divergente do que mostrado anteriormente em relação a tarifas dos Estados Unidos.

Tarifas dos Estados Unidos ao Brasil

Desde de 1º de agosto de 2025, tarifas de 50% foram aplicadas sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Desde o estabelecimento dessas tarifas, os dois governos vem dialogando e buscando uma maneira mais rápida de solucionar esses “problemas”.

Além de tarifas contra produtos brasileiros, o governo americano aplicou contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e sua esposa, a Lei Magnitsky sob acusações de supostas violações de direitos humanos e abuso de autoridade, Trump também revogou vistos de outras autoridades brasileiras.

No dia 20 de novembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que remove a tarifa adicional de 40% aplicada a diversos produtos brasileiros exportados para o mercado americano.

Relação atual dos Estados Unidos com o Brasil

A relação entre os dois países, especialmente em relação sobre as tarifas destinadas ao Brasil, estão em constante diálogo dos dois lados. Em conversas recentes, é possível perceber uma simpatia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo presidente Lula. Em entrevista no dia (02), Trump diz gostar de Lula.

Postagem por Eixo Politico de fala do Presidente Trump (Mídia: reprodução/Instagram/@eixo.politico)


Lula afirmou em entrevista nesta quarta-feira que vem tendo boas trocas com Trump em relação a compreensão e mudanças das taxações e tarifaço no Brasil. É a terceira vez que os dois presidentes conversam após o tarifaço ser imposto pelo presidente norte-americano. Lula diz que está cada vez mais perto de ouvirmos uma notícia boa.

Brasil registra menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE

O Brasil atingiu em 2024, os menores índices de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012. A nova edição da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024 foi divulgada nesta quarta-feira (3).

Segundo a síntese, 23,1% da população vivia abaixo da linha de pobreza, enquanto 3,5% estavam em situação de extrema pobreza – os menores percentuais desde 2012. Apesar dos avanços históricos, os dados também expõem persistentes desigualdades regionais e sociais, que mantêm uma parte expressiva da sociedade em situação de vulnerabilidade, especialmente na região do Nordeste.

Índice em queda

O percentual da população abaixo da linha de pobreza caiu de 27,3% em 2023 para 23,1% em 2024, o que representa 8,6 milhões de brasileiros a menos nessa condição. Já a extrema pobreza recuou de 4,4% para 3,5% no mesmo período, equivalente a 1,9 milhão de pessoas.

Em 2024, cerca de 48,9 milhões de brasileiros viviam com menos de US$ 6,94 por dia – o limite que o Banco Mundial define como linha da pobreza. Em 2023, esse número era de 57,6 milhões, o que representa uma queda de 8,7 milhões de pessoas. São considerados extremamente pobres os que vivem com renda abaixo de US$ 2,18.


Pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil (Foto: reprodução/Agência Brasil/José Cruz)


O rendimento domiciliar per capita, que é a soma da renda da casa dividida pelo número de moradores, foi de R$ 2.701 mensal em 2024, sendo considerado o maior registro desde o início da série. Para o IBGE, a queda do nível de pobreza do país foi um resultado desse aumento da renda média dos brasileiros.

A desigualdade de renda também teve queda nos índices. Entre 2023 e 2024, o Índice de Gini – responsável por medir a desigualdade de renda – caiu de 0,517 para 0,504, o que significa que a diferença entre a renda dos mais ricos e dos mais pobres diminuiu. Especialistas atribuem a queda ao aumento dos benefícios sociais e ao aquecimento do mercado de trabalho, com a redução do desemprego.

Desigualdade social e regional

Apesar da queda histórica nos índices de pobreza, o estudo revela uma desigualdade persistente e acentuada segundo a região, raça e tipo de ocupação. As regiões Norte e Nordeste continuam registrando as maiores taxas de pobreza e extrema pobreza. A pobreza no Norte chegou a 13,41%, enquanto no Nordeste foi de 45,85%. Já a extrema pobreza no Norte teve um nível de 11,4% e no Nordeste um nível de 50,3%.

A desigualdade social também se manifesta no mercado de trabalho. O IBGE analisou o grupo “working poor”, que são pessoas que têm ocupações, mas vivem em domicílios pobres. Em 2024, 11,9% dos brasileiros se encontravam nessa situação, representando 12 milhões de pessoas. A extrema pobreza atingiu 0,6% dos que mantêm empregos, equivalente a 585 mil pessoas.

O índice também aponta que entre os trabalhadores informais a incidência da pobreza é mais elevada. Em setores mais frágeis como agricultura e serviços domésticos, o risco de pobreza é ainda maior. 8,7% do total de trabalhadores pobres atuam em serviços domésticos, e 6,6% trabalham com agricultura e trabalhos rurais.

Outro aspecto relevante é a desigualdade de rendimento domiciliar per capita entre raças e gênero. Os dados demonstram que os mais atingidos pela extrema pobreza por raça são pardos (4,5%) e pretos ou pardos (4,4%), enquanto os menos atingidos são os brancos (2,2%). Já na proporção por gênero na extrema pobreza, as mulheres são as mais atingidas, com percentual de 3,5. Mesmo no índice de pobreza, os dados persistem.

Trump afirma ter tido “uma conversa muito boa” com Lula sobre comércio e sanções

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que teve “uma conversa muito boa” com o presidente Lula, em uma ligação que durou cerca de 40 minutos. De acordo com o Palácio do Planalto, a conversa envolveu assuntos relacionados a comércio, sanções e retiradas das tarifas impostas por Trump ao Brasil.

Em novembro, a Casa Branca anunciou que 238 produtos brasileiros estavam excluídos da lista de tarifaço, incluindo café, frutas tropicais e carne bovina. Além de tratarem sobre as tarifas, os dois presidentes também conversaram sobre uma possível cooperação para o combate ao crime organizado.

Conversa entre Trump e Lula

Em conversa com jornalistas, Trump avaliou a conversa como “muito boa”, afirmando gostar de Lula. “Tivemos algumas boas reuniões, como você sabe, mas hoje tivemos uma conversa muito boa”, disse o presidente norte-americano. Aos jornalistas, Trump também afirmou terem tratado sobre sanções, que de acordo com ele, foi quem impôs as mesmas “relacionadas a certas coisas que aconteceram”.


Trump em coletiva com jornalistas nesta terça-feira (2) (Mídia: reprodução/X/@eixopolitico)


Após a coletiva com jornalistas, Trump fez um post em sua rede social, a Truth Social, acerca da conversa, reafirmando que a conversa foi produtiva e que discutiram sobre comércio, as sanções impostas a autoridades brasileiras e tarifas. Além disso, Trump também citou o diálogo sobre uma cooperação entre o Brasil e os EUA para o combate ao crime organizado.

No post, Trump também relembrou a reunião entre e Lula nas Nações Unidas, afirmando que o encontro “preparou o terreno para o diálogo e acordos muito bons no futuro”. O presidente norte-americano finalizou o texto dizendo estar ansioso para um reencontro e uma conversa em breve. “Muitas coisas boas virão dessa parceria recém-formada”, escreveu Trump.

Tarifas norte-americanas

Na conversa, os dois presidentes também trataram e reforçaram o assunto das tarifas. Em postagem no seu perfil na rede social X, o presidente Lula afirmou ter indicado a Trump que a decisão dos EUA de retirar a tarifa adicional de 40% a alguns produtos brasileiros foi “muito positiva”. Para Lula, ainda há também outros produtos que devem ser discutidos entre os países, com o Brasil procurando avançar com as negociações.


Postagem de Lula sobre ligação com Trump (Mídia: reprodução/X/@LulaOficial)


Mais cedo, Trump afirmou aos jornalistas que seu governo realizou uma “mágica” para o preço da carne bovina ter baixado nos EUA. Entretanto, o presidente norte-americano não citou o Brasil ou o presidente Lula. “Em relação à carne, nós fizemos uma mágica para ela começar a cair”, afirmou Trump. O Brasil é um dos principais exportadores de carne bovina para os EUA, que foi um dos produtos excluídos das tarifas em novembro.

No início da imposição das tarifas, 36% das exportações do Brasil estavam sujeitas às alíquotas adicionais. Segundo o governo brasileiro, 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos permanecem sujeitas a sobretaxa de 40%, após a retirada de mais de 200 produtos da lista de tarifas.

AIDS registra queda de mortes de 13% no Brasil

Nesta segunda-feira (1), foi publicado no site oficial do governo: gov.br, na seção Boletim Epidemiológico. Esse boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil registrou uma queda nos números de mortes por AIDS de 13% entre os anos de 2023 e 2024, o que resultou no menor número dos últimos 30 anos.

Esses números são um reflexo dos avanços tecnológicos e dos cuidados adotados nos últimos anos. Analisando os dados, as mortes por AIDS passaram de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024, representando o menor registro das últimas três décadas. Outra queda importante foi nos diagnósticos de AIDS, que, no mesmo período, reduziram 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil em 2024,  o que tem uma ótima repercussão, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Motivos da queda de mortes por AIDS nos últimos anos

O ministro da Saúde afirmou que esses números de queda divulgados neste mês são significativos — dezembro é o mês oficial da luta contra o HIV e a AIDS, e 1° de dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS. Padilha afirma que esses dados são muito importantes para demonstrar que este é o caminho indicado para manter e alcançar o menor número de mortes por AIDS dos últimos 32 anos, o que é extremamente relevante.


Post sobre a importância dos cuidados a Aids e celebração de conquistas históricas (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Alexandre Padilha afirma que esses números demonstram o trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem oferecido gratuitamente alta tecnologia, utilizando o que há de mais moderno na prevenção, diagnóstico e tratamento. O ministro da Saúde também destacou que os avanços tecnológicos permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical, ou seja, quando se impede que uma doença seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação, o que era um grande problema de saúde pública.

Uma diminuição significativa dos casos materno-infantil

Quando é analisado o componente materno-infantil, o país registrou uma queda significativa de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). Esses dados reafirmam o que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou sobre como os avanços tecnológicos, aliados ao SUS, impactaram na diminuição desses casos.

O início tardio da profilaxia neonatal — ou seja, iniciar o tratamento preventivo do recém-nascido somente depois do tempo ideal, geralmente nas primeiras horas ou dias de vida, quando o ideal seria iniciar imediatamente após o nascimento — caiu 54% dos casos, demonstrando melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades.


Post sobre o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


O Brasil atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, um número significativo. Além disso, Padilha afirma que todas as gestantes recebem testes para HIV e que também é oferecido tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Assim, como consequência, houve a eliminação da transmissão vertical, que era um grande problema de saúde pública — ou seja, quando se impede que a AIDS seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. Em território nacional, a taxa se manteve abaixo de 2%, e a incidência da infecção em crianças ficou abaixo de 0,5 casos por mil nascidos vivos.

Para concluir, em 2024 foram contabilizadas no Brasil 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou AIDS. É muito importante adotar todos os cuidados possíveis e buscar ajuda médica sempre que necessário.