AIDS registra queda de mortes de 13% no Brasil

Nesta segunda-feira (1), foi publicado no site oficial do governo: gov.br, na seção Boletim Epidemiológico. Esse boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil registrou uma queda nos números de mortes por AIDS de 13% entre os anos de 2023 e 2024, o que resultou no menor número dos últimos 30 anos.

Esses números são um reflexo dos avanços tecnológicos e dos cuidados adotados nos últimos anos. Analisando os dados, as mortes por AIDS passaram de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024, representando o menor registro das últimas três décadas. Outra queda importante foi nos diagnósticos de AIDS, que, no mesmo período, reduziram 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil em 2024,  o que tem uma ótima repercussão, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Motivos da queda de mortes por AIDS nos últimos anos

O ministro da Saúde afirmou que esses números de queda divulgados neste mês são significativos — dezembro é o mês oficial da luta contra o HIV e a AIDS, e 1° de dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS. Padilha afirma que esses dados são muito importantes para demonstrar que este é o caminho indicado para manter e alcançar o menor número de mortes por AIDS dos últimos 32 anos, o que é extremamente relevante.


Post sobre a importância dos cuidados a Aids e celebração de conquistas históricas (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Alexandre Padilha afirma que esses números demonstram o trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem oferecido gratuitamente alta tecnologia, utilizando o que há de mais moderno na prevenção, diagnóstico e tratamento. O ministro da Saúde também destacou que os avanços tecnológicos permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical, ou seja, quando se impede que uma doença seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação, o que era um grande problema de saúde pública.

Uma diminuição significativa dos casos materno-infantil

Quando é analisado o componente materno-infantil, o país registrou uma queda significativa de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). Esses dados reafirmam o que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou sobre como os avanços tecnológicos, aliados ao SUS, impactaram na diminuição desses casos.

O início tardio da profilaxia neonatal — ou seja, iniciar o tratamento preventivo do recém-nascido somente depois do tempo ideal, geralmente nas primeiras horas ou dias de vida, quando o ideal seria iniciar imediatamente após o nascimento — caiu 54% dos casos, demonstrando melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades.


Post sobre o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


O Brasil atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, um número significativo. Além disso, Padilha afirma que todas as gestantes recebem testes para HIV e que também é oferecido tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Assim, como consequência, houve a eliminação da transmissão vertical, que era um grande problema de saúde pública — ou seja, quando se impede que a AIDS seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. Em território nacional, a taxa se manteve abaixo de 2%, e a incidência da infecção em crianças ficou abaixo de 0,5 casos por mil nascidos vivos.

Para concluir, em 2024 foram contabilizadas no Brasil 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou AIDS. É muito importante adotar todos os cuidados possíveis e buscar ajuda médica sempre que necessário.

Procon notifica Latam sobre o “banheiro premium” nas aeronaves

Na última sexta-feira (28), o Procon de São Paulo notificou a Latam Airlines para prestar depoimento e fornecer esclarecimentos sobre a restrição ao uso dos sanitários localizados na parte dianteira das aeronaves — banheiros que vêm sendo chamados de “banheiros premium”. A prática foi implementada em voos operados por aviões de corredor único.

Na notificação, o Procon afirma que a cabine Premium Economy é apresentada no site da empresa como uma experiência diferenciada das demais ofertadas, com mais espaço, assentos ergonômicos, apoio de cabeça ajustável e bloqueio do assento central. O Procon Paulistano ressaltou que a prática pode violar princípios de dignidade, igualdade e isonomia, além de afrontar o direito à adequada prestação de serviços, previsto no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

A Latam Airlines informou, em comunicado, que a divisão dos banheiros por cabine faz parte da configuração operacional das aeronaves e está alinhada a padrões internacionais.

Notificação do Procon 

Na notificação do Procon Paulistano enviada para a Latam Airlines, há um pedido para que a companhia informe o que é realmente esse produto chamado “banheiro premium” e se a prática está nas diretrizes do Código do Consumidor.  Além disso, o órgão informou que a Latam tem prazo de até dez dias corridos para esclarecer as seguintes informações, sob o risco de medidas administrativas previstas no CDC.

Outras informações que devem ser esclarecidas são: a justificativa técnica e operacional para limitar o uso dos sanitários dianteiros somente aos passageiros das primeiras fileiras ou das classes superiores. Ou seja, por que somente as pessoas que compram passagem de primeira classe podem usar esses banheiros, se se trata de uma estrutura disponível para todos que utilizam o avião.

Além disso, a Latam deve informar sobre a comunicação aos consumidores — indicando desde quando a restrição está em vigor, por quais meios foi divulgada e se, no momento da compra da passagem, o aviso foi apresentado de forma clara e transparente.

 Outros questionamentos e reclamações

Outra questão que o Procon solicita que seja esclarecida pela Latam é a capacidade total de passageiros por modelo de avião; a quantidade de sanitários disponíveis para a classe econômica e o número de passageiros atendidos; e o número de sanitários exclusivos da cabine Premium Economy e o total de passageiros atendidos.

Tudo isso deve ser informado para que o órgão entenda se é um produto possível nas normas ou se se trata de algo excludente, que não pode ser oferecido.


Usuário reclamando da mudança da Latam sobre os banheiros (Foto: reprodução/X/@Pudimzera)


Para concluir, muitos passageiros vêm se queixando nas redes sociais sobre essa nova divisão de banheiros. A regra que limita o uso dos sanitários dianteiros dos aviões da Latam aos passageiros das primeiras fileiras ou da “cabine Premium Economy” levantou uma série de debates e reações entre os usuários.

Um dos passageiros afirmou que a nova regra foi surpreendente até para quem utiliza frequentemente o transporte aéreo. Ele reclama que somente 10 ou 12 pessoas, que compraram assentos nas primeiras fileiras, poderiam usar o banheiro dianteiro, enquanto cerca de 200 passageiros teriam que utilizar apenas dois sanitários localizados na parte de trás do avião.

 

Presidente Lula pede revisão de tarifas a Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pedir a revisão das tarifas ainda aplicadas a produtos brasileiros, mesmo após a retirada parcial das sobretaxas. Na conversa, Lula reforçou a necessidade de reequilibrar o comércio bilateral, destacou o impacto econômico das taxações sobre setores estratégicos do país e defendeu que a normalização completa das tarifas é essencial para garantir previsibilidade, competitividade e a retomada plena das exportações brasileiras no mercado norte-americano.

Reaproximação sinaliza nova fase entre Brasil e EUA

A conversa, realizada na última terça-feira (2), durou cerca de 40 minutos e reforçou a tentativa do governo brasileiro de fortalecer a relação comercial com Washington depois de meses de tensões. Lula destacou a importância da recente decisão dos EUA de retirar a sobretaxa adicional de 40% que incidia sobre itens como carne, café, frutas e castanhas. A mudança foi celebrada pelo Itamaraty e por entidades exportadoras, já que reduziu pressões sobre setores fundamentais para a economia.

Apesar disso, o presidente brasileiro enfatizou que a revisão ainda é parcial. De acordo com dados informados pelo próprio governo, cerca de 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos continuam submetidas a impostos extras que afetam a competitividade nacional. A pauta, segundo assessores próximos, é tratada como “prioridade absoluta” nas negociações diplomáticas.


  Lula conversa com Trump sobre agenda comercial (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)


Tarifas ainda afetam produtos agrícolas e industriais

As tarifas que permanecem em vigor nasceram de medidas unilaterais adotadas pelos EUA sob justificativa de “emergência nacional” e acabaram impondo custos elevados para produtos brasileiros. Entre os itens ainda prejudicados estão segmentos industriais, bens manufaturados e parte das exportações agrícolas que não receberam alívio tarifário.

Mesmo que a remoção da sobretaxa de 40% tenha beneficiado cadeias produtivas importantes, a parcela ainda taxada compromete a fluidez comercial entre os dois países. Para especialistas em comércio exterior, a continuidade dessas tarifas funciona como um entrave estratégico, sobretudo em um momento em que o Brasil busca ampliar sua presença no mercado norte-americano.

O governo brasileiro acredita que uma revisão mais ampla poderia reduzir desigualdades no tratamento dado aos produtos nacionais, além de estimular a expansão de exportações com alto valor agregado.

Segurança também entra na pauta da conversa

Além das tarifas, Lula e Trump discutiram cooperação no combate ao crime organizado, tema que ganhou força recente na agenda bilateral. A interlocução entre os dois presidentes buscou alinhar ações conjuntas, especialmente no que diz respeito ao tráfico transnacional e ao fluxo ilegal de armas.

A inclusão do tema no diálogo é vista por analistas como uma forma de construir uma relação multifacetada, que não se limite apenas ao comércio — estratégia comum quando países buscam fortalecer laços e facilitar negociações sensíveis.

Para integrantes do governo brasileiro, ampliar a colaboração em segurança pode abrir portas para avanços econômicos, uma vez que demonstra disposição para trabalhar de forma coordenada em frentes consideradas estratégicas por Washington.

Brasil tenta acelerar normalização comercial

A posição do governo brasileiro é de que a retirada das tarifas ainda pendentes representaria um passo definitivo para restabelecer o equilíbrio no comércio bilateral. A expectativa é de que novos diálogos ocorram nas próximas semanas, envolvendo chancelerias e equipes técnicas de ambos os países.

Empresários e representantes de associações exportadoras também acompanham a negociação de perto, temendo que a permanência das tarifas dificulte contratos e limite a competitividade internacional de produtos brasileiros. Para eles, o movimento de Lula ao telefonar diretamente para Trump demonstra que o tema ganhou prioridade política e pode acelerar soluções. Enquanto isso, setores produtivos aguardam novas sinalizações dos EUA. A tendência, segundo interlocutores diplomáticos, é que a revisão total das tarifas seja gradual e dependa de avanços políticos entre os dois governos.

Carla Zambelli pode ter cassação em analise do CCj da Câmara nesta terça-feira

Nesta terça-feira (2), a CCJ poderá analisar a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Estando em pauta na reunião que ocorrerá no dia em questão, será possivelmente apresentado pelo relator Diego Garcia (Republicanos-PR) um parecer sobre o caso na sessão. Em 2022, ela havia sido condenada pelo STF a 5 anos e 3 meses de prisão pela perseguição armada a um homem em 2022. Zambelli foi presa em Roma, capital da Itália, em julho deste ano, antes de se tornar definitiva a condenação. A direção da câmara fez o encaminhamento à CCJ com uma representação comunicando a decisão do supremo, em relação a esse caso, para poder averiguar a situação.

Entenda a situação

Recentemente, a deputada esteve participando remotamente de uma audiência em relação ao caso na CCJ. Durante a sessão, ela e o Delgatti se desentenderam, com Zambelli o acusando de ser “mitomaníaco“, questionando a saúde mental do hacker, pois, segundo a própria informou, ele estaria utilizando medicamentos para tratar TDAH. Carla tem cidadania italiana e está lá desde maio deste ano. Após passar por três audiências nas terras italianas, a justiça do país em questão decidiu mantê-la presa por risco de fuga.

Os juízes fizeram uma análise minuciosa dos laudos médicos e decidiram mantê-la presa. Conforme eles informaram, a equipe que faz o trabalho no local onde a paciente se encontra internada garantiu as terapias farmacológicas e o monitoramento básico e especializado de sua saúde e ainda deixou claro a respeito da administração correta das terapias estabelecidas.


Carla Zambelli conversando com parlamentar no dia 18 de outubro em 2025 (Foto:reprodução/Evaristo S.a/Getty Images Embed)


Carla Zambelli trajetória

Em 2010, ela conseguiu notoriedade por fazer parte do grupo feminista Femen e, após isso, participar do movimento ultraconservador. Deputada federal eleita em 2018 pelo PSL, falando sempre que sua pauta principal seria o combate à corrupção.

Conforme ela mesma informou, isso seria moldado por três pilares: menos estado, mais justiça e educação de verdade. Já em 2019, esteve na China para conhecer o novo sistema de reconhecimento do país pelos chineses. No ano de 2022, foi reeleita para o cargo que já exercia na época até ser presa em 2025.

Trump convida Netanyahu para visitar a Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma nova visita à Casa Branca “em um futuro próximo”, segundo comunicado divulgado pelo gabinete do premiê nesta segunda-feira (1º). O telefonema marca mais um movimento público de aproximação entre os dois líderes, que já se encontraram quatro vezes desde o retorno de Trump ao cargo, em janeiro de 2025.

Segundo fontes próximas ao governo israelense, o convite partiu de Trump durante uma conversa que tratou diretamente das tensões crescentes no Oriente Médio. A Casa Branca, por sua vez, não deu detalhes adicionais sobre data ou formato da visita, mas reforçou o interesse em manter a coordenação política em Jerusalém.

Apesar das divergências pontuais registradas ao longo do ano, especialmente em relação a estratégias militares e decisões internas de Israel, o convite demonstra que a parceria bilateral segue como uma das prioridades do governo norte-americano no contexto geopolítico atual.

Gaza, segurança regional e a pauta em debate

O gabinete de Netanyahu afirmou que, na ligação, Trump e o premiê discutiram temas centrais para ambos os governos, incluindo o processo de desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza, objetivos declarados de Israel desde o início da atual campanha militar no território.

Washington busca participar mais ativamente das negociações e pressiona por avanços que possam reduzir a instabilidade na região. A administração norte-americana também vê a cooperação com Israel como essencial para reorganizar alianças no Oriente Médio, sobretudo diante das movimentações recentes no Líbano, na Síria e nas dinâmicas envolvendo Irã e grupos paramilitares.


Guerra em gaza continua após tentativas de acordo (Foto: reprodução/X/@g1)


Uma reunião presencial poderia servir para consolidar entendimentos sobre etapas futuras em Gaza, além de abrir espaço para novos acordos militares e diplomáticos. A expectativa é que o encontro, caso se concretize, também trate de questões de segurança compartilhada e do fluxo de armamentos na região.

Um encontro com impacto internacional

Se confirmado, o encontro poderá representar não apenas uma reafirmação da aliança histórica entre os dois países, mas também uma demonstração de força do governo Trump diante de aliados e adversários. A presença de Netanyahu na Casa Branca, à luz do contexto atual, pode reforçar a posição de Israel em negociações multilaterais e fortalecer sua estratégia militar.

No entanto, a visita também pode gerar reações negativas em países árabes e entre atores defensores de uma solução pacífica para o conflito. A aproximação explícita entre Washington e Jerusalém pode ser interpretada como endosso à atuação militar israelense, o que tende a elevar a pressão diplomática sobre ambos.

Enquanto isso, o governo israelense mantém total sigilo sobre possíveis datas, reforçando apenas que o convite foi recebido positivamente. Para os EUA, a movimentação é vista como parte de um esforço maior para reconfigurar o equilíbrio de poder no Oriente Médio e conter avanços de grupos extremistas.

EUA pressionam, mas Maduro rejeita saída imediata proposta por Trump

A crise entre Estados Unidos e Venezuela ganhou novos contornos depois que Nicolás Maduro descumpriu o ultimato do presidente norte-americano Donald Trump para deixar o poder. Segundo fontes consultadas pela CNN Brasil, o republicano havia oferecido ao líder venezuelano e à sua família passagem segura para fora do país, numa tentativa de mediar uma transição rápida e controlada.

O telefonema, ocorrido em 21 de novembro, foi tratado como uma das últimas tentativas diplomáticas de Washington para reduzir tensões no Caribe, onde os EUA intensificaram operações navais em resposta a denúncias de narcotráfico e instabilidade regional.

Maduro, no entanto, recusou a proposta e impôs condições consideradas inviáveis pelos norte-americanos: anistia total a ele e a altos membros do regime, suspensão imediata das sanções e arquivamento das acusações que enfrenta no Tribunal Penal Internacional (TPI). A Casa Branca avaliou as exigências como incompatíveis com qualquer cenário de responsabilização futura.

As condições e o colapso das negociações

Além da renúncia imediata, a sugestão dos EUA incluía a possibilidade de um governo interino comandado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, até que novas eleições fossem convocadas. Fontes afirmam que a opção foi rapidamente descartada por Caracas, que teme perder controle interno sobre Forças Armadas e setores estratégicos do Estado.

Com o fracasso das tratativas, o prazo dado por Trump expirou sem qualquer sinalização de saída por parte do líder venezuelano. Como resposta, Washington anunciou novas medidas de pressão, incluindo a restrição ao espaço aéreo venezuelano e o fortalecimento de alianças regionais para monitoramento militar.


Força militar americana pressiona a Venezuela (Vídeo: reprodução/X/@g1) 


No governo norte-americano, a percepção é de que Maduro continua apostando no desgaste externo para reforçar alianças internas, especialmente junto ao alto comando militar, pilar decisivo de sua permanência no poder.

Enfraquecimento diplomático e risco de escalada regional

A deterioração das relações entre os países ocorre num momento de aumento das acusações de Washington contra o chamado Cartel de los Soles, apontado pelos EUA como uma rede criminosa ligada ao tráfico de drogas e supostamente associada ao regime venezuelano. A classificação do grupo como organização terrorista estrangeira marcou um dos momentos mais críticos do governo Trump em relação à Venezuela.

Caracas reage acusando os EUA de tentativa de interferência externa e “operação de mudança de regime”, discurso que Maduro tem reforçado em pronunciamentos recentes. Ele também afirmou que continuará “defendendo a soberania” e denunciou pressões internacionais que, segundo ele, visam fragilizar o país e seus recursos petrolíferos.

Especialistas ouvidos por veículos internacionais alertam que a convergência entre crise interna, instabilidade econômica e ameaças externas cria um ambiente de risco elevado para toda a América Latina. A preocupação envolve desde fluxos migratórios até possíveis choques militares indiretos em regiões estratégicas do Caribe.

Impactos para a América Latina

Com o fim das conversas diretas, não está claro qual será a estratégia dos EUA. Embora ações militares diretas não tenham sido anunciadas, fontes em Washington não descartam novas sanções econômicas e um cerco diplomático mais rígido à cúpula do governo venezuelano.

Maduro continuará apostando na resistência interna e no apoio das Forças Armadas, enquanto tenta ampliar alianças internacionais para contrabalancear o peso norte-americano, especialmente com países como Rússia, China e Irã.

Enquanto isso, a população venezuelana segue inserida em um contexto de incerteza política, inflação persistente e acesso limitado a serviços básicos, cenário que pode pressionar ainda mais países vizinhos com novos fluxos migratórios. 

Filhos de Bolsonaro criticam discurso de Michelle e expõem rachadura política

A articulação para que o partido Partido Liberal (PL) feche aliança com Ciro Gomes para disputar o governo do Ceará em 2026 gerou um conflito dentro da própria família do ex-presidente. Durante um comício em Fortaleza, Michelle Bolsonaro criticou publicamente a aproximação com o ex-governador, chamando de “precipitada a decisão do partido”.

A declaração desencadeou uma reação imediata dos três filhos mais velhos de Jair Bolsonaro — Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, que criticaram duramente a postura de Michelle. O senador Flávio, por exemplo, declarou que a ex-primeira-dama “atropelou” o ex-presidente ao questionar a decisão interna do PL. Carlos e Eduardo também manifestaram apoio a Flávio nas redes. Carlos escreveu que a família deve manter unidade e respeitar a liderança de Bolsonaro, sem “se deixar levar por outras forças”.

O que motivou o atrito familiar

No centro da divergência está a aliança que o PL tenta firmar com Ciro Gomes no Ceará. Michelle manifestou sua reprovação à aliança, dizendo que não fazia sentido unir-se a quem já foi crítico duro do ex-presidente. Segundo ela, a movimentação foi “precipitada” e contrária aos valores do grupo. As lideranças do PL no estado cearense, no entanto, afirmam que a aproximação com Ciro foi negociada com aval do próprio Jair Bolsonaro. Ou seja: de acordo com eles, Michelle teria se colocado contra uma decisão já tomada e validada.


Michelle em último comício antes da prisão de Bolsonaro (Foto: reprodução/Myke Sena/Getty Images Embed


A reação imediata de Carlos e Eduardo reforçou a ideia de que o grupo deve se manter unido e respeitar a liderança do ex-presidente. A situação expõe as divisões internas na família Bolsonaro em um momento delicado para o grupo político. Para os filhos, o problema não seria a aliança em si, mas a forma como foi criticada publicamente como se não houvesse respaldo nas instâncias partidárias — o que, segundo eles, fragiliza a coesão interna do PL e expõe o que chamam de “fissura familiar”.

Consequências para o PL e o bolsonarismo

O episódio forçou o PL a convocar uma reunião emergencial, envolvendo figuras de peso como o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, os filhos de Bolsonaro e Michelle — para tentar restaurar a unidade interna e definir um posicionamento oficial. Mas o estrago já está feito. A crise exposta em público com ataques, críticas e acusações, revela a dificuldade do bolsonarismo em manter uma frente unida sem a presença direta do ex-presidente, preso desde novembro. Sem sua liderança ativa, disputas sobre estratégia, alianças e imagem familiar ganham força.

Para o eleitorado e para os militantes, o conflito pode gerar desconfiança no partido. A visão de unidade e coesão, até agora um dos pilares da imagem do clã, sai abalada — e rivais políticos podem aproveitar o desgaste para desgastar a credibilidade do PL. O racha exposto também lança dúvida sobre como será a disputa no Ceará e, mais amplamente, sobre o futuro do bolsonarismo nas eleições de 2026.

Defesa de Bolsonaro pede novos atendimentos médicos na PF

Nesta segunda-feira (1), a defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o acesso de dois novos profissionais de saúde — um cardiologista e um fisioterapeuta — à carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde o ex-presidente cumpre pena. A solicitação busca garantir que ambos possam realizar atendimentos regulares a Bolsonaro dentro da unidade prisional.

Pedido do ex-presidente

O pedido ganhou força após o ex-presidente voltar a apresentar repetidos episódios de crise de soluços desde a última quinta-feira (27). Segundo sua defesa, os problemas de saúde de Bolsonaro seriam decorrentes das cirurgias pelas quais passou após a facada sofrida durante a campanha eleitoral no ano de 2018.


Ex-presidente Jais Messias Bolsonaro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ton Molina)


A solicitação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, que recebeu a indicação dos próprios defensores de Bolsonaro dos dois profissionais: o cardiologista Brasil Ramos Caiado e o fisioterapeuta Kleber Antônio Caiado de Freitas. De acordo com os advogados, os especialistas são essenciais para acompanhar a condição clínica do ex-presidente e garantir a estabilidade dos cuidados necessários.

Condenação

Bolsonaro já cumpre pena de 27 anos e três meses por suas condenações relacionadas às tramas golpistas e está preso na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, data em que teria tentado violar a tornozeleira eletrônica que utilizava para ser monitorado enquanto estava em prisão domiciliar. Moraes decretou o início do cumprimento da pena do ex-presidente após alegar grande risco de fuga. Até o momento, não houve manifestação pública do ministro Alexandre de Moraes sobre a decisão do pedido apresentado pela defesa.

Enquanto isso, aliados e advogados do ex-presidente reiteram a necessidade de reforçar a equipe médica para evitar o agravamento de seu estado de saúde e de uma piora física. Por outro lado, a solicitação reacende o debate sobre possíveis tratamentos diferenciados a condenados e sobre a importância de manter a aplicação igualitária das regras do sistema penitenciário.

Polícia identifica jovem morto após invadir jaula de leoa em zoológico de João Pessoa

A Polícia Científica da Paraíba identificou o jovem que morreu após invadir a jaula de uma leoa no Parque Arruda Câmara, no zoológico municipal de João Pessoa, neste domingo (30). A vítima é Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”.

De acordo com o Instituto de Polícia Científica (IPC), o jovem chegou a escalar uma parede de aproximadamente seis metros, transpor barreiras de segurança e utilizar uma árvore como apoio para alcançar o interior do recinto do animal. A ação, registrada por visitantes em vídeos que circularam nas redes sociais, mostra o momento em que Machado sobe pela estrutura lateral da jaula e, em seguida, é atacado pela leoa.

Zoológico fechado para apuração

A Polícia Militar e equipes do IPC foram acionadas imediatamente e estiveram no local para iniciar as primeiras diligências. Segundo informações de relatos, o jovem apresentava transtornos mentais, o que pode ter contribuído para a conduta de risco observada nas imagens.

O zoológico, conhecido regionalmente como Bica, estava aberto à visitação no momento do incidente e havia público presente no parque. Logo após o ataque, a administração suspendeu as visitas e fechou o espaço, sem previsão de reabertura.


Visitantes do zoológico registram momento em que jovem invade jaula e é atacado por leoa (Vídeo: reprodução/Youtube/@Terra)


Após o ocorrido, a direção do Parque Arruda Câmara informou que foi iniciado um processo interno para apurar as circunstâncias que permitiram que o jovem acessasse a área restrita. Em nota, a prefeitura de João Pessoa lamentou o episódio, manifestou solidariedade à família da vítima e reafirmou que o zoológico segue normas técnicas e protocolos de segurança. Apesar das estruturas de proteção, a escalada rápida realizada por Machado não pôde ser contida a tempo pelos funcionários.

Leoa fica em estado de estresse

Profissionais do parque relataram que a leoa ficou “estressada” e “em choque” após a invasão e o ataque – uma reação considerada comum diante de situações de rompimento do território e estímulos inesperados. A equipe veterinária acompanha o estado do animal e monitora seu comportamento até que haja condições adequadas para retomada gradual da rotina.

O caso segue sendo investigado pelas autoridades, que devem analisar imagens, ouvir testemunhas e verificar se houve algum tipo de falha ou vulnerabilidade na estrutura ou no monitoramento do local.

Cármen Lúcia diz que golpe a colocaria na prisão

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que, caso a tentativa de golpe investigada tivesse se concretizado, ela estaria entre os alvos dos golpistas. Durante discurso na FliRui (1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa), no Rio de Janeiro, a magistrada relembrou a gravidade das investidas contra as instituições. “Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando”, afirmou.

Ao contextualizar o avanço de narrativas antidemocráticas no país, Cármen Lúcia comparou a ameaça à democracia a uma praga que se instala e se espalha com rapidez quando não é combatida. “A erva daninha da ditadura é igualzinha, não precisa de cuidado. Ela toma conta, ela surge do nada. Pra gente fazer florescer uma democracia na vida da gente, no espaço da gente, é preciso construir todo dia, é preciso trabalhar todo dia”, continuou.

A ministra também destacou que os autos do processo revelam planos concretos contra ministros do STF, documentados pelos próprios envolvidos. “Havia documentado em palavras, por exemplo, a tentativa de ‘neutralizar’ alguns ministros de Supremo. Portanto, estava em palavras, as ordens eram dadas em palavras”, disse, acrescentando que “a palavra traduz a alma de uma pessoa”.

Voto de Cármen Lúcia ajudou na condenação de Bolsonaro

Cármen Lúcia votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na Ação Penal 2668, relativa à trama golpista investigada após as eleições de 2022. O julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF, resultou na pena de 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa. O voto da ministra integrou a maioria formada ao lado do relator, Alexandre de Moraes, e do ministro Flávio Dino.

Com a decisão colegiada, o STF autorizou o início da execução das penas dos condenados do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe, grupo no qual o ex-presidente está incluído. O entendimento da ministra reforçou que a responsabilização penal dos envolvidos não apenas reconhece a gravidade dos atos, mas também busca impedir que episódios semelhantes voltem a ocorrer, sobretudo após as ameaças institucionais reveladas pelas investigações.


Cármen Lúcia afirma que “se tivessem dado golpe, eu estaria presa” (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)


Episódio de 8 de janeiro desencadeou investigações

A avaliação de Cármen Lúcia remete diretamente ao 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF, em Brasília. As cenas, que correram o mundo, foram classificadas pela Corte como a etapa mais visível de uma tentativa de golpe de Estado, articulada para impedir a posse legítima do governo eleito e para forçar uma intervenção militar.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal revelaram a existência de grupos organizados, financiadores, operadores e integrantes de estruturas paralelas que atuaram para fomentar a ruptura institucional. Essa trama serviu de base para as denúncias apresentadas ao STF e para a abertura das ações penais que culminaram nas condenações do Núcleo 1, incluindo a de Jair Bolsonaro.