Bolsonaro faz cirurgia mas permanece preso por decisão de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a realização de cirurgia em Jair Bolsonaro nesta semana. A decisão foi dada nesta sexta-feira (19), no entanto, o magistrado negou o pedido da defesa para que o ex-presidente cumpra pena em prisão domiciliar.

A princípio, a decisão foi tomada após perícia médica indicar que Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral e necessita de intervenção cirúrgica. Ainda assim, o laudo concluiu que o procedimento é eletivo, sem caracterização de urgência ou emergência imediata.

Laudo médico aponta cirurgia necessária, mas sem urgência

Segundo a perícia da Polícia Federal (PF), Bolsonaro apresenta hérnia nos dois lados da região inguinal. A condição ocorre quando tecidos do abdômen atravessam pontos frágeis da musculatura abdominal, causando abaulamentos. Embora o quadro não seja emergencial, os peritos recomendaram cirurgia “o mais breve possível”.

Por isso, Moraes autorizou o reparo cirúrgico em caráter eletivo, conforme o laudo oficial. O ministro determinou que a defesa informe a data e a programação do procedimento e, em seguida, os autos serão enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá se manifestar em 24 horas. Moraes também destacou que a Polícia Federal deve garantir acompanhamento médico contínuo. Além disso, o magistrado autorizou transporte imediato em caso de eventual necessidade emergencial.

STF nega domiciliar e cita descumprimento de medidas

Todavia, apesar da autorização médica, Moraes rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa. Segundo o ministro, há ausência total dos requisitos legais para concessão do benefício. Ainda na decisão, Moraes mencionou descumprimentos reiterados de medidas cautelares. Além disso, apontou atos concretos que indicariam tentativa de fuga por parte do ex-presidente.


Michelle Bolsonaro deixa a sede da Polícia Federal (Foto: reprodução/Ton Molina/AFP/Getty Images Embed)


Em novembro, Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal após violar a tornozeleira eletrônica. O próprio ex-presidente confessou ter tentado abrir o equipamento com um ferro de solda. Dias depois, Moraes determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Jair Messias Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

O ministro ressaltou que o ex-presidente não tem direito à saída temporária. Isso ocorre porque o benefício exige cumprimento de pena em regime semiaberto. Além disso, a progressão de regime só poderá ocorrer após o cumprimento de 25% da pena. Na prática, isso representa cerca de seis anos de prisão antes de qualquer mudança.

Visitas, projetos de lei e contexto jurídico

Anteriormente, o ministro Moraes autorizou visitas dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro na unidade da Polícia Federal. Segundo a decisão, o ex-presidente recebe atendimento médico adequado no local. O ministro afirmou que Bolsonaro está custodiado próximo a hospital particular. Assim, não haveria prejuízo em caso de necessidade de atendimento emergencial.

Paralelamente, a Câmara aprovou o chamado PL da Dosimetria. O texto reduz penas quando crimes contra a democracia ocorrerem no mesmo contexto. A proposta ainda será analisada pelo Senado. Até lá, a situação penal de Bolsonaro permanece inalterada.

Defesa de Bolsonaro desmente uso de celular durante visita de Nikolas Ferreira

Nesta quinta-feira (27), a defesa de Jair Bolsonaro prestou esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que seria falsa a informação de que o ex-presidente teria utilizado o telefone celular durante o encontro com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). 

De acordo com os advogados, Bolsonaro cumpria “estritamente” as medidas cautelares impostas durante o período que lhe foi imposta a prisão domiciliar, em agosto deste ano. 

Visita de Nikolas Ferreira

Na última sexta-feira (21), o deputado Nikolas Ferreira esteve na residência de Bolsonaro, em Brasília, para realizar uma visita ao ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar. De acordo com as regras de restrição impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro não poderia utilizar aparelho celular, bem como acessar as redes sociais ou enviar mensagens por meio de terceiros, as restrições também valiam para  quaisquer pessoas que o fossem visitar. 


 

Nikolas Ferreira (Foto: reprodução/ getty images embed/ EVARISTO SA )


No entanto, drones que circulavam nos arredores da casa do ex-presidente durante a visita do deputado flagraram Nikolas Ferreira na área externa da residência manuseando um telefone enquanto conversava com Bolsonaro. Contudo, a partir da análise das imagens filmadas e divulgadas pela TV Globo é possível observar que o ex-presidente não aparece utilizando o aparelho. 

Nesse sentido, na última quarta-feira (26), Alexandre de Moraes solicitou esclarecimentos à defesa, uma vez que, caso comprovada a veracidade das imagens, Bolsonaro estaria violando uma das medidas cautelares da prisão domiciliar. 

Defesa nega violação de medidas cautelares

Após a divulgação das imagens pela TV Globo e a solicitação de esclarecimentos feita por Alexandre de Moraes aos advogados do ex-presidente, a defesa afirmou que Bolsonaro não utilizou e não fez “contato visual” com o aparelho celular de propriedade de Nikolas Ferreira.  

“O Peticionário cumpria à exatidão a determinação de Vossa Excelência, sem uso ou mesmo contato visual com o aparelho celular do deputado federal […] O Peticionário reafirma que sempre cumpriu estritamente todas as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, reiterando que não fez o uso de qualquer telefone celular, direta ou indiretamente, ao longo de todo o período em que esteve submetido à prisão domiciliar”, argumentou a defesa. 

Além dos advogados, Nikolas Ferreira também se pronunciou através de sua conta no X sobre o ocorrido. Segundo o deputado, ele não teria sido informado pelas autoridades sobre a restrição de uso de celulares durante sua visita ao ex-presidente. 

Supremo recebe pedido para manter prisão domiciliar de Bolsonaro

A defesa de Jair Bolsonaro apresentou uma nova petição ao Supremo Tribunal Federal solicitando que a prisão do ex-presidente seja mantida em regime domiciliar por razões humanitárias. No documento, os advogados citam uma série de enfermidades e fragilidades de saúde, incluindo complicações decorrentes de um atentado e outras condições crônicas, para fundamentar o pedido.

Defesa alega problemas de saúde

No pedido enviado ao ministro responsável, a defesa afirma que Bolsonaro enfrenta problemas de saúde sérios e permanentes. Entre as condições relatadas estão refluxo, crises de soluço, apneia, hipertensão, histórico de pneumonia e lesões decorrentes do atentado sofrido em 2018. Segundo os advogados, esse quadro exige acompanhamento médico intensivo e torna a custódia em prisão comum um risco para a vida do ex-presidente.

A petição também menciona que ele foi diagnosticado com câncer de pele este ano, o que reforçaria a necessidade de tratamento contínuo e cuidados específicos. Para a defesa, a execução da pena em prisão pode dificultar esse acompanhamento e colocar em perigo sua saúde.


Jair Bolsonaro, ao centro, é alvo de pedido de prisão domiciliar (Foto: reprodução/Fellipe Sampaio/STF)


Caráter humanitário do pedido

A defesa argumenta que uma eventual transferência de Jair Bolsonaro para o sistema prisional teria potencial de agravar significativamente seu estado de saúde. Os advogados afirmam que a penitenciária indicada para recebê-lo apresenta limitações estruturais e operacionais que, na avaliação deles, não seriam compatíveis com as necessidades médicas do ex-presidente. Entre os pontos levantados estão a dificuldade de acesso rápido a atendimento especializado, a ausência de ambientes adequados para acompanhamento contínuo e o risco de exposição a situações que poderiam comprometer seu bem-estar físico.

Além das condições gerais da unidade, a equipe jurídica ressalta que o quadro clínico de Bolsonaro exige monitoramento periódico e intervenções que, segundo eles, não poderiam ser garantidos no ambiente prisional. Em razão dessa avaliação, a defesa sustenta que o regime domiciliar representa a única alternativa capaz de assegurar estabilidade e segurança enquanto durar a execução da pena.

Para tentar convencer o Supremo Tribunal Federal, os advogados propõem que Bolsonaro permaneça em casa com o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, mantendo restrições rigorosas de deslocamento. A ideia é permitir saídas apenas para consultas, exames ou outras demandas médicas estritamente necessárias, assegurando que o cumprimento da pena seja controlado e verificável.

Eles também enfatizam o caráter emergencial do pedido. De acordo com a defesa, o processo está em fase avançada e a possibilidade de início da execução da pena torna urgente uma decisão sobre o regime de cumprimento. Para os advogados, deixar a questão em aberto neste momento colocaria Bolsonaro em uma situação de vulnerabilidade, já que a transferência ao presídio poderia ocorrer sem tempo hábil para garantir medidas alternativas de proteção.

 

Bolsonaro completa dois meses em prisão domiciliar entre articulações políticas e cuidados médicos

O ex-presidente Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar há dois meses, em sua casa em um bairro de classe média alta de Brasília. Nesse período, ele tem passado os dias entre encontros políticos, consultas médicas e momentos de lazer assistindo a jogos de futebol. Nos últimos 60 dias, Bolsonaro recebeu mais de 30 visitas de aliados e políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

As conversas têm tratado principalmente das eleições de 2026 e dos planos para reorganizar a direita. Entre remédios espalhados pela casa e crises de soluço, o ex-presidente tem mandado recados sobre possíveis candidaturas e reforçado um pedido constante: a anistia.

Impasses políticos e problemas de saúde

Antes de o Congresso aprovar a urgência do projeto, Bolsonaro já deixava claro a seus aliados que não aceita nenhum acordo que não resulte em um perdão total. Alguns deputados do PL, ligados ao Centrão, tentaram propor uma solução intermediária com redução da pena para dois ou três anos e manutenção da prisão domiciliar, mas a ideia não agradou ao ex-presidente.

Essas articulações já enfrentavam dificuldades no Congresso e perderam força nesta semana, depois que o projeto de dosimetria, relatado pelo deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade/SP), deixou de avançar. Após a derrota da chamada PEC da Blindagem, até mesmo o PL da dosimetria, como o texto passou a ser chamado, perdeu apoio.


Publicação contestando a prisão de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/X/@FlavioBolsonaro)

Nas conversas políticas, Bolsonaro também tem dito que Michelle deve se candidatar ao Senado pelo Distrito Federal, Eduardo disputará outra vaga no Senado e Tarcísio de Freitas está livre para atuar nacionalmente.

A rotina do ex-presidente Jair Bolsonaro também tem sido marcada por cuidados médicos. Em outubro, ele ficou dois dias internado em um hospital particular de Brasília por causa de crises de soluço e refluxo, que têm piorado nos últimos meses. Ele passou por vários exames para avaliar o quadro de saúde.

Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) leu a sentença que o condenou, a possibilidade de ser transferido para o Complexo da Papuda virou uma preocupação constante entre seus aliados. A expectativa, porém, é que sua condição de saúde sirva de argumento para manter a prisão domiciliar.

Nesta semana, Bolsonaro quase precisou voltar ao hospital. De acordo com seu médico, Cláudio Birolini, os soluços pioram quando ele fala por muito tempo. A última crise aconteceu depois da visita do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que passou mais de duas horas em sua casa.

Rotina doméstica de Bolsonaro e bastidores políticos

O ambiente doméstico do ex-presidente lembra uma enfermaria. A sala onde antes aconteciam transmissões ao vivo e encontros com pastores agora tem receitas médicas e caixas de remédios sobre a mesa. Entre chás e comprimidos para o refluxo, Bolsonaro recebe aliados para discutir as eleições de 2026 e os palanques regionais. Mesmo assim, as conversas são mais curtas, já que ele tem dificuldade em falar por longos períodos sem interrupções causadas pelos soluços.


Publicação solicitando a soltura de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/X/@nikolas_dm)

Fora da política, Bolsonaro tenta manter uma rotina simples. Passa grande parte do tempo assistindo à televisão, alternando entre jogos de futebol e noticiários. Segundo pessoas próximas, ele costuma fazer comentários sobre sua condenação e o futuro da direita.

Durante o dia, o ex-presidente faz pausas para tomar remédios e chá, quase sempre preparados por Michelle, que também organiza a rotina da casa. Ela controla as visitas, cuida das refeições e lembra o marido dos horários dos medicamentos.

Enquanto isso, o senador Flávio Bolsonaro tem atuado como intermediário entre o ex-presidente e o Congresso, repassando mensagens e acompanhando negociações. Carlos Bolsonaro aparece com menos frequência, dividindo o tempo entre Brasília e Santa Catarina, onde deve disputar o Senado. Já Jair Renan tem passado períodos na casa do pai.

Em prisão domiciliar, Bolsonaro reivindica “visitas contínuas” de liderança do PL

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que encontra-se em prisão domiciliar desde 4 de agosto e enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal, pediu ao ministro da Corte, Alexandre de Moraes, que autorizasse “visitas contínuas” do vice-presidente do PL em Rondônia, Bruno Scheid. 

Os advogados alegaram que Michelle Bolsonaro sozinha não estava conseguindo conciliar o trabalho com o cuidado do marido, doente, o que levantaria a necessidade de visitas regulares de amigos como Bruno. O estado de saúde de Jair Bolsonaro, marcado por soluços intermitentes, náuseas e vômitos frequentes, segundo atestado médico, fizeram com que ele faltasse ao primeiro dia de julgamento, na terça-feira (2).

O pedido ocorre em meio a negociações no Congresso pela anistia do antigo governante, caso Bolsonaro seja condenado no julgamento da trama golpista. As conversas são lideradas pelo presidente do PL na Câmara, o pastor Sóstenes Cavalcante.

Negociações pela anistia avançam no Congresso

A reivindicação de visitas regulares de políticos do Partido Liberal, a que Bolsonaro é vinculado, levanta suspeitas em razão do profundo envolvimento da legenda em acordos em prol do perdão ao ex-presidente pela eventual condenação por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado.


Jair Bolsonaro e Sóstenes Cavalcante são fortes aliados (Foto: reprodução/Evaristo Sá/Getty Images Embed)


O julgamento de atos que culminaram com a depredação da Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, se iniciou na última terça-feira (2). No mesmo dia, os partidos do Centrão, Progressistas e União Brasil, que formavam parte da base governista, partiram para a oposição, numa dança de cadeiras que, conforme Sóstenes Cavalcante indicou no dia seguinte, possibilitaria uma fácil aprovação da anistia na Câmara dos Deputados.

Falas recentes do líder do PL na Câmara indicam que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), está inclinado a colocar o projeto de anistia para votação em breve. A proposta sofre resistência, no entanto, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), e do próprio STF, que podem barrá-la ainda no Congresso ou declará-la inconstitucional, uma vez aprovada pelos parlamentares.

Bolsonaro está em prisão domiciliar

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro em 4 de agosto após considerar que o político carioca descumpriu medidas cautelares a que estava submetido desde 18 de junho. 

Na ocasião, Bolsonaro discursou por vídeo-chamada em uma passeata realizada na Praia de Copacabana, em sua cidade natal. O conteúdo foi posteriormente replicado por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, nas redes sociais. A ação foi vista por Moraes como “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Moraes determina reforço de segurança na casa de Bolsonaro após alerta da PF

Nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o reforço da segurança na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com aumento da presença policial ostensiva no entorno do imóvel.

A decisão atende a um pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Em ofício enviado ao STF, a PF solicitou “reforço urgente e imediato” na vigilância da residência, além da manutenção e monitoramento contínuo da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro.

O documento da Polícia Federal alerta para um “risco concreto” de fuga por parte do ex-presidente. Segundo o ofício, Bolsonaro poderia tentar se deslocar até a Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 10 minutos de sua residência, para solicitar asilo político.

A PF explica que a Embaixada é considerada território norte-americano, o que impossibilitaria o cumprimento de ordens judiciais brasileiras ou de eventuais mandados de prisão sem a autorização do governo dos Estados Unidos. “Tal circunstância poderia frustrar a execução da decisão judicial e comprometer a aplicação da lei penal”, afirma a corporação no documento.

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e permanece sob monitoramento eletrônico. Ele está proibido de usar telefone celular e de receber visitas sem autorização judicial, exceto de familiares e advogados.

Também nesta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favoravelmente ao aumento da segurança. O procurador-geral, Paulo Gonet, destacou que o monitoramento deve ser discreto, respeitando a privacidade do domicílio e evitando transtornos aos vizinhos.

Monitoramento reforçado

A presença policial será intensificada no entorno da residência do ex-presidente, com atenção especial ao cumprimento das regras impostas pela Justiça. A Polícia Federal seguirá acompanhando de perto a situação, garantindo que a lei seja aplicada sem risco de evasão.


Reforço de segurança na casa de Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@realpfigueredo08)


Regras da prisão domiciliar

Bolsonaro permanece em prisão domiciliar, sob tornozeleira eletrônica, e deve obedecer às restrições impostas pelo STF, incluindo a limitação de visitas e a proibição do uso de aparelhos de comunicação sem autorização judicial.

Por exames médicos, Bolsonaro deixa prisão domiciliar

Neste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela necessidade de realizar exames médicos em Brasília, recebeu autorização para deixar prisão domiciliar e se consultar em hospital. Bolsonaro foi interpelado por jornalistas, mas o ex-presidente disse que não falaria.

De acordo com seus advogados, Jair Bolsonaro tem apresentado refluxo e sintomas de “soluços refratários.” A duração dos exames deve ser de 6h a 8h.

O ex-presidente Jair Bolsonaro será submetido a exames de sangue e urina, endoscopia e tomografia. O pedido dos exames indicados foram feitos pela equipe médica que acompanha Bolsonaro.

Autorização

Para que o ex-presidente pudesse realizar os exames médicos, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a saída de Jair Bolsonaro, mas determinou que seja apresentado atestado de comparecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Hospital DF Star em Brasília.

Desde o dia 4 de agosto que Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar.


Jair Bolsonaro passa por exames médicos após ser autorizado pelo STF (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


O ex-presidente teve prisão domiciliar decretada devido investigação relacionada a ação do político do PL e de seus filhos para ativar sanções estrangeiras contrárias a economia brasileira.

Antes de ser decretada a prisão domiciliar em agosto, Jair Bolsonaro teve, por meio de medidas, restrição de direitos. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes considerou que o ex-presidente descumpriu as obrigações impostas. Desta forma, além da prisão domiciliar, passou a proibir visitas sem que o STF seja informado e apreendeu celulares.

Início do julgamento

O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou que o julgamento tenha início no próximo dia 2 de setembro, em sua primeira sessão da ação penal da tentativa de golpe de Estado.

A Procuradoria Geral da República (PGR), acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro como o “principal articulador, maior beneficiário e autor” de ações voltadas ao rompimento do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de manter-se no poder ainda que tenha sido derrotado por Lula (PT) em 2022.


Ministro do STF, Cristiano Zanin, informou a data de início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)


Eles são acusados dos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deteriorização de patrimônio tombado

De acordo com os crimes atribuídos a Jair Bolsonaro, as penas máximas podem levar a uma condenação de 43 anos de prisão. Os ministros do STF, também definem as penas.

Prisão de Bolsonaro: Moraes encaminha recurso à Primeira Turma do Supremo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu levar à Primeira Turma o recurso da defesa de Jair Bolsonaro contra sua prisão domiciliar. A medida foi determinada após Moraes considerar que o ex-presidente violou restrições judiciais ao usar redes sociais, direta ou indiretamente, durante manifestações em Copacabana.

A defesa apresentou o agravo dois dias após a decisão. Os advogados do ex-presidente alegaram que ele não desrespeitou a ordem judicial do ministro. Mesmo assim, eles sustentam que a saudação de Bolsonaro aos apoiadores não configurou crime. Por isso, pedem que Moraes reveja a decisão ou leve o caso ao colegiado com urgência, como tem ocorrido.

Ministros mantêm prisão, mas PGR será ouvida

Antes da análise pela Primeira Turma da Corte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) precisa se manifestar a respeito das decisões dadas pelo STF. Apesar disso, há uma certa expectativa de que os cinco ministros a analisarem o caso — Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e o próprio Alexandre de Moraes — rejeitem o recurso.

A decisão de Moraes visa um regime de reclusão integral, inclusive nos fins de semana. Bolsonaro também está proibido de ter contatos presenciais com terceiros, salvo autorização judicial. Contudo, na última quarta-feira, Moraes liberou o ex-presidente para que receba visitas de familiares próximos, como filhos e netos, sem ter que pedir autorização da Corte.


— Ministros da Primeira Turma: Carmen Lúcia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Ton Molina/Bloomberg/Getty Images Embed)


Família Bolsonaro x STF

Diante da decisão do STF, Flávio Bolsonaro assumiu a autoria da postagem polêmica e negou que tenha tentado burlar a Justiça ou desafiar Moraes. Após orientação da defesa, ele removeu a publicação. Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, compartilhou um versículo bíblico no Instagram e afirmou que os “céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”.

A defesa de Jair Bolsonaro afirma que ele não pode responder por atos de terceiros, pois seu filho assumiu a autoria da postagem. Os advogados também sustentam que não há provas de que Bolsonaro tenha agido com intenção deliberada de violar medidas. Após as decisões mais recentes, Flávio Bolsonaro pediu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Este já é o 28º pedido protocolado contra o magistrado.

A decisão de Moraes também repercutiu no exterior. O Departamento de Estado dos EUA criticou a prisão domiciliar e alertou que qualquer interferência no processo judicial poderá ter consequências diplomáticas. Agora, a defesa aguarda as análises da PGR e da Corte que poderão definir o caso de Jair Bolsonaro.

Moraes permite visita de familiares a Bolsonaro, em prisão domiciliar

O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou, nesta quarta-feira (6), que filhos, cunhadas, netas e netos compareçam à residência do ex-presidente Jair Bolsonaro sem a necessidade de autorização prévia. Bolsonaro está submetido a prisão domiciliar desde segunda por supostamente descumprir medidas cautelares aplicadas a ele no dia 18 de julho.

Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do réu por tentativa de golpe de Estado após o senador Flávio Bolsonaro publicar no Instagram, e logo depois apagar, uma filmagem de um discurso do pai, proferido durante uma manifestação bolsonarista na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro.

Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”

Disse Jair Bolsonaro a milhares de apoiadores, que pediam a anistia do suposto crime de tentativa de golpe de Estado (ainda não julgado) e o impeachment de Alexandre de Moraes.

A ação foi considerada pelo ministro do STF “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Bolsonaro é preso frente à polêmica proibição de utilização de redes sociais

A prisão de Bolsonaro se deu num cenário de escalada de tensões entre o ministro do STF e o ex-presidente da República.

Em 18 de julho, Moraes autorizou a aplicação de medidas cautelares contra Bolsonaro, como as imposições do uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno e as proibições de se aproximar de embaixadas e usar redes sociais. A permissão se deu a partir da solicitação da Procuradoria Geral da República, que, após pedir sua condenação por 5 crimes no dia 14, identificou “concreta possibilidade de fuga” do réu.

Três dias depois, o antigo chefe do Executivo Federal foi à Câmara de Deputados, onde, na frente de jornalistas, criticou as restrições a que fora submetido. Na ocasião, Moraes advertiu Bolsonaro sobre o descumprimento das medidas restritivas, defendendo que a proibição de uso das redes sociais também valia para falas do ex-presidente publicadas por terceiros. Por tratar-se de uma “irregularidade isolada”, no entanto, Moraes não converteu as medidas cautelares em prisão.


SBT Brasil explica a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (reprodução/Youtube/SBT News)


Em decisão do dia 24 de julho, o jurista esclareceu que Bolsonaro não estava proibido de conceder entrevistas nem de aparecer em eventos públicos ou privados (respeitando a obrigatoriedade de recolhimento domiciliar noturno). O integrante do Supremo argumentou, no entanto, contra a  “instrumentalização dessas entrevistas ou discursos para posterior divulgação nas redes sociais, especialmente por meio da atuação de milícias digitais”

Na prática, a decisão, por ser pouco clara, gerava insegurança jurídica. Tal era a situação que Moraes, diante do pedido do youtuber Marcelo Suave para que sua entrevista com Bolsonaro fosse autorizada, precisou reforçar a inexistência de qualquer vedação. Novamente, contudo, o professor da USP colocou que “não será admitida a utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos como ‘material pré-fabricado’ para posterior postagens nas redes sociais de terceiros previamente coordenados”.

Trump critica e oposição bolsonarista ocupa Congresso

O Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos se manifestou no X de forma a reprovar a decisão judicial brasileira. Cabe lembrar que Jair Bolsonaro e o presidente estadunidense, Donald Trump, são aliados políticos e, inclusive, a suposta perseguição política ao ex-governante brasileiro foi levantada por Trump como uma das justificativas para a imposição de tarifas de 50% às exportações brasileiras.

“Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, compartilhou o órgão público na rede social de Elon Musk.

No Congresso Brasileiro, deputados e senadores da base aliada de Bolsonaro vêm se revezando para ocupar as mesas diretoras e o plenário das respectivas casas, impedindo o prosseguimento das atividades parlamentares. 

Em coletiva de imprensa na manhã de terça-feira, os bolsonaristas disseram que dificultariam o trabalho do Congresso até que se discutissem “caminhos para a pacificação”.

A atitude gerou críticas do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que a classificou como arbitrária. Por outro lado, o líder da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aceitou receber em sua casa os parlamentares oposicionistas, para discutirem a pauta “com base no diálogo e no respeito institucional”.

Flávio assume autoria de vídeo e nega que Bolsonaro quis burlar restrições

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que a publicação de um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais partiu exclusivamente dele e que não houve qualquer intenção de burlar as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Consequentemente, a declaração ocorre no contexto da prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada após o ministro Alexandre de Moraes considerar que o ex-presidente descumpriu restrições, inclusive por meio de terceiros.

Dessa forma, Flávio removeu a postagem após receber pedido dos advogados de Bolsonaro, que teria sido surpreendido com a decisão enquanto cumpria uma das determinações judiciais: o toque de recolher.

Senador defende direito de se manifestar

Durante entrevista coletiva no Congresso Nacional, Flávio Bolsonaro se defendeu, afirmando que exerceu seu direito como cidadão ao divulgar o vídeo de seu pai: “Fui eu que postei. Não foi o presidente Jair Bolsonaro que me pediu para fazer isso, nem houve intenção de usar terceiros para contornar a decisão judicial”, declarou o senador.

No vídeo, Bolsonaro aparece agradecendo apoiadores pelas manifestações em Copacabana. Ainda assim, para o ministro Moraes, a divulgação configura um descumprimento direto das restrições impostas ao ex-presidente, que está proibido de se manifestar nas redes, mesmo de forma indireta.

A medida cautelar dizia respeito ao presidente, não a mim. Na minha cabeça, isso não traria problema algum”, argumentou Flávio.

STF impõe prisão domiciliar a Bolsonaro após descumprimento

A decisão do STF sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro gerou reações. O Congresso se dividiu diante da medida. O ministro entendeu que o ex-presidente voltou a descumprir medidas ao preparar conteúdos que foram publicados por filhos e apoiadores nas redes sociais.

O ministro classificou a medida como “flagrante desrespeito”, apontando tentativa de mascarar o descumprimento da ordem judicial. A postagem de Flávio foi citada como um dos principais exemplos dessa prática.


Flávio Bolsonaro discursa no Congresso após decisão de prisão domiciliar imposta ao pai (Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

“Pacote da paz” e reação no Congresso

Com o avanço das tensões, a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo STF, levou Flávio Bolsonaro a anunciar a proposta de um “pacote da paz”. O conjunto de medidas inclui anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado. Segundo o senador, a proposta representa uma resposta concreta às recentes decisões do Supremo.

Não podemos mais adiar a votação da anistia. O Congresso precisa fazer valer sua prerrogativa”, disse o senador.

Parlamentares aliados ao ex-presidente também anunciaram que vão obstruir os trabalhos da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão domiciliar.

Prisão domiciliar imposta pelo STF restringe contato com Bolsonaro

A decisão de Moraes proíbe visitas ao ex-presidente e também o uso de aparelhos eletrônicos, diretos ou por terceiros. No momento, Flávio afirmou que apenas a filha mais nova, Laura, tem contato com o pai por residir na mesma casa. Ele também disse que pretende pedir autorização judicial, junto com o irmão Carlos, para visitar Bolsonaro. A decisão que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro pelo STF continua repercutindo entre parlamentares e familiares.

Não há motivo para que filhos sejam impedidos de visitar o pai. Isso ultrapassa o limite do razoável”, concluiu.

A medida imposta pelo STF tem gerado críticas de aliados e familiares do ex-presidente, que consideram a decisão excessiva, especialmente por restringir visitas dos filhos. Além disso, o caso tem ampliado o debate sobre os limites das decisões judiciais envolvendo figuras públicas. Enquanto a defesa de Bolsonaro busca recursos para flexibilizar a ordem, o clima entre seus apoiadores segue de indignação e mobilização. Por isso, espera-se que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias.