Crise na família Bolsonaro e rompimento de aliança com Ciro Gomes

O anúncio de suspender a aliança com o politico Ciro Gomes (PSDB) à candidatura ao governo do Ceará ocorreu nesta terça-feira (2), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, com o objetivo de encerrar a crise entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A suspensão do apoio foi confirmada por Bolsonaro durante o encontro com Flávio, reforçando o distanciamento político em relação ao atual pré-candidato. Com isso, o Partido Liberal (PL) deverá iniciar a busca por um novo nome para representar a sigla nas eleições estaduais, abrindo espaço para novas articulações internas e possíveis realinhamentos estratégicos.


Família Bolsonaro em protesto na Paulista, 2025 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Essa decisão foi concluída após crise interna entre a família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-Rio) disse ter informado a seu pai, Jair Bolsonaro, que pediu desculpas a Michelle após chamá-la de “autoritária” por se opor à aliança no Ceará.

Conflitos internos

A semana de prisões de Bolsonaro foi muito conturbada e cheia de acontecimentos. Ele foi levado para cumprir pena preventiva dia 22 de novembro de 2025 e, após 3 dias, tornou-se definitiva a pena de 27 anos e 3 meses de prisão. Desde então, a família tem enfrentado brigas por protagonismo politico. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) juntaram-se em críticas direcionadas a Michelle Bolsonaro por tentar interferir na costura do palanque no Ceará.

Ainda mais, foi afirmado pelo deputado André Fernandes, que no fim de outubro Jair Bolsonaro havia dado aval ao apoio do PL à candidatura de Ciro ao governo do Ceará. Michelle, presidente do PL Mulher, criticou duramente os aliados que cogitam apoiar Ciro. Ela classificou como inaceitável formar uma aliança com alguém que se posiciona contra o “maior líder da direita”.

Eleições 2026

Essas alianças não são infundadas, já que no ano de 2026 teremos eleições a partir do mês de outubro, e é desde já que partidos escolhem seus candidatos e aliados. As eleições 2026 irão eleger deputados federais, deputados estaduais, dois senadores, governadores e claro, o cargo de presidente da república.


Um homem anda em uma rua na cidade de São Paulo nas eleições de 2024 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Uma pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (02) revela que o atual presidente, Lula (PT) é o candidato favorito dos brasileiros para o cargo de presidente nas eleições de 2026. Os canditados pré-escolhidos para representar a direita atual foram: o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e os membros da família Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Contudo, os reais candidatos dos partidos não foram divulgados, visto que ainda estamos no final do ano de 2024, porém, analisando trabalhos atuais desses políticos, é possível observar um desejo de participar dessas eleições que estão por vir.

PL suspende salário de R$ 46 mil de Bolsonaro após condenação definitiva

O PL comunicou, nesta quinta-feira (27), a suspensão imediata da remuneração e das atividades partidárias do Jair Bolsonaro, cumprindo o que prevê a legislação para filiados com direitos políticos cassados.  Até então, Bolsonaro recebia um salário bruto mensal de R$ 46.366,19 como presidente de honra da legenda, valor equivalente à remuneração de um deputado federal.  Segundo a prestação de contas do partido, o valor líquido pago era de R$ 33.873,67. 

A decisão do PL ocorre depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decretar o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro no processo da chamada “trama golpista” (ação penal 2668). Com isso, a sentença, que impõe a pena de 27 anos e três meses de prisão, tornou-se definitiva e seus direitos políticos foram suspensos.

Manter o pagamento seria descumprimento da Lei

Em nota oficial, o PL declarou que, nesse contexto, manter o pagamento ao ex-presidente configuraria descumprimento da Lei 9.096/1995, que exige a imediata suspensão de funções partidárias e remuneração em caso de perda de direitos políticos. 

Desde que deixou a Presidência, Bolsonaro acumulava rendimentos de diferentes fontes: além do salário pago pelo PL, ele mantinha aposentadorias referentes ao Exército e à Câmara dos Deputados. Estima-se que sua renda pública mensal, combinando salários e aposentadorias, pudesse ultrapassar os R$ 88 mil.

A suspensão não representa um “desfavor” ao ex-presidente

Para o PL, a suspensão não representa um “desfavor” ao ex-presidente, mas sim a aplicação da lei. Em comunicado, o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, disse que, se não ordenasse a interrupção dos pagamentos após o trânsito em julgado, o partido correria risco de punição judicial. “Cumpri a lei”, afirmou.


Valdemar Costa Neto confirma corte no pagamento de Bolsonaro “Cumprir a lei” (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


A suspensão das atividades partidárias e da remuneração de Bolsonaro representa um marco simbólico para o PL, que agora opta por se desvincular formalmente de seu ex-líder preso e com direitos políticos cassados. A expectativa é de que o cargo de “presidente de honra” da legenda permaneça vago enquanto durar a pena e a inelegibilidade.

PL suspende salário e funções partidárias de Bolsonaro

O Partido Liberal (PL) anunciou nesta quinta-feira (27), a suspensão da participação interna e da remuneração do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupava o cargo de presidente de honra da sigla. A medida ocorre após sua prisão e condenação, levando o partido a formalizar o rompimento de vínculos políticos e administrativos com o ex- mandatário.

O partido informou que a decisão passou por análise que levou em conta o impacto jurídico e político da condenação. Afiliados afirmam que a medida busca resguardar a imagem da sigla e cumprir as exigências legais após a prisão do ex-presidente. A legenda destaca que a suspensão segue o que determina a legislação diante da sentença. Com isso, todas as atividades internas exercidas por ele ficam oficialmente interrompidas.

Futuro político indefinido

O futuro político de Jair Bolsonaro segue indefinido diante da prisão, da condenação em última instância e da comunicação oficial de sua inelegibilidade ao TSE. A decisão do tribunal eleitoral de 2023 já o havia tornado impedido de disputar eleições até 2030, mas a sentença por ser líder da trama golpista abriu um novo debate sobre a duração real desse impedimento. Isso porque a legislação eleitoral permite diferentes interpretações sobre quando o prazo de inelegibilidade começa a valer, especialmente em casos de condenações graves.

Essa indefinição jurídica se soma ao impacto político causado pela condenação, que reduz a capacidade de articulação de Bolsonaro e pressiona seu grupo a reorganizar a liderança dentro da direita. Mesmo mantendo influência sobre parte de sua base, ele enfrenta um horizonte imprevisível, sem garantia de quando ou se poderá voltar a disputar eleições. Com isso, sua presença no debate público tende a permanecer restrita e dependente das decisões judiciais que ainda devem ser tomadas, reforçando a sensação de incerteza sobre seu papel no futuro político do país.


Detalhes sobre a decisão do partido (Vídeo: reprodução/ YouTube/ CNN BRASIL )


A prisão de Jair Bolsonaro

A prisão de Jair Bolsonaro, no sábado (22), acrescentou um novo capítulo à crise envolvendo o ex-presidente. A detenção foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes depois que a Polícia Federal identificou a violação das regras da prisão domiciliar, com o rompimento da tornozeleira eletrônica. A decisão considerou o risco de fuga e levou o caso ao extremo.

Desde então, o STF decidiu manter a prisão preventiva, entendendo que o descumprimento das condições impostas pela Justiça justifica a continuidade da custódia. A defesa tenta reverter o cenário, alegando motivos de saúde e pedindo o retorno ao regime domiciliar, mas o tribunal ainda não deu sinais de flexibilização. Enquanto isso, a detenção aumenta a pressão sobre aliados e intensifica a tensão em torno do futuro político e jurídico do ex-presidente.

Com o avanço dos desdobramentos judiciais e a continuidade da prisão preventiva, Jair Bolsonaro passa a enfrentar um cenário cada vez mais restrito, marcado por incertezas sobre seus próximos passos e pelo impacto político.

Sóstenes Cavalcante diz que denunciará Alexandre de Moraes em embaixada

Na última segunda-feira, dia 24 de novembro, o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, afirmou que planeja denunciar o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em embaixadas e outras instituições internacionais. A declaração foi feita após Alexandre de Moraes pedir a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante uma entrevista para o programa Bastidores CNN, Sóstenes Cavalcante afirma que Alexandre de Moraes estaria perseguindo Jair Bolsonaro de forma política e religiosa, e planeja expor o ministro do Superior Tribunal Federal às embaixadas localizadas em Brasília.

A declaração

Sóstenes Cavalcante falou a respeito do ministro Alexandre de Moraes durante uma entrevista ao programa Bastidores CNN. Nos depoimentos, o líder do PL na Câmara dos Deputados fez críticas fortes ao ministro do Supremo Tribunal Federal. “A democracia no Brasil está em xeque com os avanços e desrespeitos constitucionais do ministro Alexandre, que, para mim, é um psicopata em alto grau”, disse Sóstenes Cavalcante.


Sóstenes Cavalcanti fala da prisão de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN Brasil)


O político também afirmou que Alexandre de Moraes estaria perseguindo Jair Bolsonaro. Esta declaração se refere ao pedido de prisão preventiva do ex-presidente, assinado pelo ministro do STF. Sóstenes Cavalcante disse que irá expor Alexandre de Moraes, e que irá denunciá-lo em embaixadas e organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro estava em prisão domiciliar e usava uma tornozeleira eletrônica para que os seus movimentos fossem monitorados. Na noite da última sexta para  sábado (entre os dias 21 e 22 de novembro), a tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro emitiu alertas de violação.

O ex-presidente declarou que usou um ferro de solda para abrir a caixa do equipamento. A tentativa de arrombamento e a proximidade da casa de Jair Bolsonaro com a embaixada dos Estados Unidos levantou suspeita de fuga; por este motivo, conforme o ministro Alexandre de Moraes, foi decretada a prisão preventiva do ex-presidente. 

Câmara aprova proposta antifacção para endurecer combate ao crime organizado

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (18), o projeto conhecido como “PL Antifacção”, uma proposta que busca reforçar o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. O texto recebeu 370 votos favoráveis, mostrando forte apoio no plenário, e segue agora para análise do Senado. O projeto endurece penas, cria novas restrições para condenados e amplia o poder do Estado para confiscar bens ligados a facções e milícias.

A proposta também estabelece regras mais rígidas para impedir que integrantes de organizações criminosas recebam benefícios como indulto, liberdade condicional e graça. Segundo parlamentares que defenderam a aprovação, o objetivo é enfraquecer financeiramente os grupos e limitar a atuação de lideranças que, mesmo presas, seguem comandando atividades ilegais.

O que muda na lei

O texto aprovado prevê pena de 20 a 40 anos de prisão para quem for condenado por integrar facções ou milícias. Esse é um dos pontos mais duros da proposta e representa um salto significativo em relação às regras atuais. Outra mudança importante é a possibilidade de bloqueio e apreensão prévia de bens, antes mesmo da condenação definitiva, desde que haja indícios consistentes de ligação com atividades criminosas.

O projeto também inclui novas exigências para investigações e reforça o uso de medidas como cooperação entre forças de segurança, ampliação de bases de dados e monitoramento financeiro de suspeitos. Para os defensores da proposta, essas ferramentas vão facilitar a identificação da cadeia financeira das facções e ajudar a desmontar estruturas complexas que movimentam grandes quantias de dinheiro.


Resultado da votação da Câmara dos Deputados (Vídeo: reprodução/X/@CentralDireitaB)


Críticas e próximos passos

Apesar da ampla votação, o projeto gerou debates intensos. Deputados da base governista criticaram o parecer do relator e afirmaram que algumas mudanças podem dificultar investigações da Polícia Federal e reduzir recursos destinados ao combate ao crime organizado. Os parlamentares alegam que pontos sensíveis do texto foram alterados sem diálogo suficiente com especialistas e órgãos de segurança.

Agora, o projeto segue para o Senado, onde poderá receber ajustes. A expectativa é que os senadores discutam principalmente as regras de bloqueio de bens e a definição formal do que caracteriza uma facção criminosa. Caso seja aprovado sem alterações, o texto segue para sanção presidencial; se for modificado, retorna para nova análise na Câmara.

Câmara tenta votar o Projeto Antifacção em meio a impasses

Nesta terça-feira (18), a Câmara dos Deputados prevê a votação do projeto de lei denominado Projeto Antifacção. Apesar de ser uma pauta do governo Lula, o relator do projeto é o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), atualmente licenciado do cargo de secretário de Segurança do Estado de São Paulo para estar a frente do projeto.
Ao que tudo indica, o PL anti facção será a única pauta em votação na Câmara.

Textos e votações

O projeto prevê o endurecimento das leis que tratam de organizações criminosas, sobretudo facções. Leis como a de Execução Penal e a Lei de Organizações Criminosas podem sofrer alterações caso o texto seja aprovado.
Porém, a Câmara vem enfrentando dificuldades para chegar a um consenso sobre as versões apresentadas, o que tem impedido a votação. O texto não agrada a nenhum dos lados políticos: nem aos partidos alinhados ao governo Lula, nem à oposição.


Câmara dos Deputados (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


A princípio, a votação deveria ter ocorrido na última quarta-feira, mas, após alguns líderes não chegarem a um acordo, a sessão foi adiada. Governadores e outros políticos tentaram o adiamento de 30 dias para uma nova análise, porém, sem sucesso.

Divergências

Há diversas questões em debate que dificultam um acordo entre governo e oposição. Uma das críticas da oposição diz respeito ao afastamento do objetivo original e principal do projeto, que buscava equiparar facções criminosas a organizações terroristas. Já o governo afirma que o relatório apresentado pelo relator apresenta falhas técnicas, que podem abrir brechas ou até enfraquecer o papel da Polícia Federal no cenário. Alguns especialistas em segurança pública também criticam trechos do projeto, alegando que não adianta elevar penas sem realizar reformas estruturais no sistema prisional.

Mesmo com ambos os lados tentando marcar uma nova data para discutir o texto do PL, o presidente da Câmara, Hugo Motta, mantém — até o momento — a votação marcada para a próxima terça-feira (18).

Investigação de Valdemar Costa Neto é reaberta pelo STF

Nesta terça-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reabrir a investigação contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), por suspeita de participação no golpe de Estado. A decisão foi tomada por unanimidade entre os ministros do STF. 

Alexandre de Moraes tomou a decisão após defender em seu voto a apuração sobre a atuação de Valdemar na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e por participação em organização criminosa na trama golpista.

Núcleo 4 e Instituto Voto Legal

A decisão da reabertura da investigação de Valdemar foi tomada durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, onde o grupo era responsável pelo envio de desinformações sobre o sistema eleitoral, com o objetivo de desacreditar a segurança das urnas eletrônicas nas eleições de 2022.  Os sete réus no processo pelo núcleo 4 foram condenados pelo STF. 

Mesmo sem ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Valdemar Costa já havia sido indiciado pela Polícia Federal por apoiar financeiramente e corroborar os questionamentos sobre a integridade do sistema eleitoral, sendo um dos principais responsáveis por disseminar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. 


Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (Foto: reprodução/Rosinei Coutinho/STF)

Também no julgamento do núcleo 4, Valdemar foi citado no caso de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, réu no processo e presidente do Instituto Voto Legal. Segundo Alexandre de Moraes, Carlos Cesar produziu relatórios falsos sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e esses relatórios foram utilizados pelo PL para justificar o pedido de verificação dos votos.

Desdobramentos

Com a conclusão do julgamento do núcleo 4, principalmente com o caso do réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, a reabertura da investigação contra Valdemar visa apurar os fatos e verificar se ele cometeu os mesmos crimes dos outros réus condenados. 

Os réus do núcleo 4 foram condenados por participação em organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. Dependendo dos agravantes de cada crime, como o uso de arma de fogo na tentativa de abolição do Estado, a pena varia de 4 a 17 anos.

PL Antifacção: Projeto de Lei traz novas ferramentas contra crime organizado

O cenário da segurança pública brasileira caminha para uma inflexão significativa com o iminente envio do Projeto de Lei Antifacção ao Palácio do Planalto, encabeçado pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Este pacote legislativo visa impor um rigor muito maior às organizações criminosas, elevando substancialmente as penas e introduzindo qualificadoras específicas que miram, sobretudo, no poder territorial e econômico de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e milícias.

A proposta será enviada nesta quarta-feira (22), batizada internamente como “antimáfia” por críticos e apoiadores, estabelece um aumento imediato nas punições básicas. A pena atual para quem integra, promove ou financia o crime organizado saltaria de 3 a 8 anos para um patamar de 5 a 10 anos de reclusão. O foco do endurecimento, no entanto, reside na criação da figura da “organização criminosa qualificada”. Esta modalidade se configurará quando a atuação do grupo implicar o controle de territórios ou de atividades econômicas por meio de violência ou ameaça, impondo uma pena que varia de 8 a 15 anos. Uma vez tipificada como qualificada, a infração passa a ser considerada hedionda, tornando-se inafiançável e insuscetível a perdões como indulto ou anistia.

Repressão máxima e inteligência investigativa

O projeto não poupa a vida. Em um dos pontos mais severos, um homicídio perpetrado sob o comando de uma organização criminosa qualificada pode levar o responsável a uma pena que oscila entre 12 e 30 anos de prisão, uma das mais elevadas da legislação nacional. Ademais, o texto prevê circunstâncias agravantes que podem majorar a pena de dois terços ao dobro, incluindo o uso de armamento, o envolvimento de agentes de segurança, a participação de menores de idade, a infiltração de servidores públicos, e a atuação transnacional com remessa de capitais ao exterior.

Além do foco punitivo, o PL Antifacção municiará as investigações com instrumentos aprimorados. Estão previstas medidas para facilitar a infiltração de agentes e colaboradores em células criminosas, bem como a criação de empresas fictícias como isca para desmantelar esquemas complexos de lavagem de dinheiro, um tema que ganhou urgência após operações recentes desvendarem o envolvimento de fintechs e empresas de combustível com o crime organizado em centros financeiros.


Post sobre a PL antifacção (Foto: reprodução/X/@brasil247)

Controvérsias Constitucionais e Lacunas Estratégicas

Contudo, o projeto também abre espaço para debates acalorados no meio jurídico, especialmente na seção que trata do monitoramento de comunicações no sistema prisional. A previsão é que a gravação de diálogos entre líderes faccionados e seus advogados, mesmo no parlatório ou via videoconferência, possa ocorrer mediante ordem judicial, desde que haja indícios de que a comunicação esteja sendo usada para fins delituosos, uma cláusula que colide com a garantia constitucional do sigilo profissional.

Intervenções diretas no patrimônio ilícito também foram contempladas, permitindo à Justiça determinar intervenção em empresas utilizadas pelo crime, com nomeação de gestores externos e a suspensão cautelar de contratos com o poder público. O texto final, contudo, deixou de fora a polêmica criação de uma agência nacional de combate ao crime organizado e também não alterou as penas para crimes eleitorais cometidos pelo grupo, mantendo a expectativa de que outras propostas parlamentares possam suprir essa lacuna, dada a preocupação com a infiltração política. A tramitação no Congresso, após o envio ao Executivo, definirá o futuro da linha de frente contra o poderio das facções no país.

Moraes determina reforço de segurança na casa de Bolsonaro após alerta da PF

Nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o reforço da segurança na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com aumento da presença policial ostensiva no entorno do imóvel.

A decisão atende a um pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Em ofício enviado ao STF, a PF solicitou “reforço urgente e imediato” na vigilância da residência, além da manutenção e monitoramento contínuo da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro.

O documento da Polícia Federal alerta para um “risco concreto” de fuga por parte do ex-presidente. Segundo o ofício, Bolsonaro poderia tentar se deslocar até a Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 10 minutos de sua residência, para solicitar asilo político.

A PF explica que a Embaixada é considerada território norte-americano, o que impossibilitaria o cumprimento de ordens judiciais brasileiras ou de eventuais mandados de prisão sem a autorização do governo dos Estados Unidos. “Tal circunstância poderia frustrar a execução da decisão judicial e comprometer a aplicação da lei penal”, afirma a corporação no documento.

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e permanece sob monitoramento eletrônico. Ele está proibido de usar telefone celular e de receber visitas sem autorização judicial, exceto de familiares e advogados.

Também nesta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favoravelmente ao aumento da segurança. O procurador-geral, Paulo Gonet, destacou que o monitoramento deve ser discreto, respeitando a privacidade do domicílio e evitando transtornos aos vizinhos.

Monitoramento reforçado

A presença policial será intensificada no entorno da residência do ex-presidente, com atenção especial ao cumprimento das regras impostas pela Justiça. A Polícia Federal seguirá acompanhando de perto a situação, garantindo que a lei seja aplicada sem risco de evasão.


Reforço de segurança na casa de Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@realpfigueredo08)


Regras da prisão domiciliar

Bolsonaro permanece em prisão domiciliar, sob tornozeleira eletrônica, e deve obedecer às restrições impostas pelo STF, incluindo a limitação de visitas e a proibição do uso de aparelhos de comunicação sem autorização judicial.

Nikolas Ferreira se declara abertamente contra PL da Adultização

No decorrer da noite desta última terça-feira (19), o deputado (PL) Nikolas Ferreira se declarou contra a emenda que oferece regulamentar as redes sociais para as crianças e adolescentes. Segundo as palavras do próprio parlamentar, essa medida seria uma desculpa do PT, Partido dos Trabalhadores, para monitorar as ações dos cidadãos nas redes sociais. Assim, Nikolas afirma que essa medida do partido opositor não visa a proteção dos menores de idade, mas sim, surfar na onda do assunto que virou pauta após um vídeo do influenciador Felipe Bressanim, popularmente conhecido como Felca, criticando a adultização dos jovens na internet.

Desse modo, o deputado postou uma sequência de stories em sua conta oficial do Instagram. No conteúdo publicado, ele deixou claro que votaria contra o projeto de lei 2628/2022, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). A medida em questão, visa regulamentar plataformas de mídias digitais para menores de idade.

Nikolas Ferreira revelou ter conversado com Jadyel Alencar

Sendo assim, nesta última terça foi aprovada a urgência para a votação da emenda sem o uso de uma análise de mérito. Nesse ritmo, Nikolas Ferreira afirmou que o PT tem vários mecanismos que podem resultar em censura e que durante a votação de urgência se sentiu em uma audiência “tratadora”, ordenada de maneira “deselegante” pelo atual presidente da Câmara, Hugo Motta. Além disso, o deputado declarou para os seguidores que ainda conversou com o relator do projeto, Jadyel Alencar (Republicanos PI).


Câmara de deputados divulga reunião parlamentar no dia 20 de agosto para eleger iniciativas para o combate da adultização de menores (Foto: reprodução/Instagram/@camaradeputados)


Segundo o jornal O Globo, Nikolas revelou que durante a tarde esteve conversando com o deputado Alencar. O foco do bate-paro era para que Jadyel conseguisse moldar o texto de um modo que o deixasse bom. De acordo com o parlamentar, sua intenção era tratar o problema de forma preventiva com o devido cuidado aos jovens na internet. Ainda nas palavras do deputado, ele afirmou que o debate que deveria ter acontecido não ocorreu.

Nikolas Ferreira prevê futuras restrições no Brasil

Em seguida, a figura política sustentou o discurso de que o PT pretende se aproveitar do projeto para “censurar pessoas nas redes sociais”. De acordo com o próprio Nikolas, quem está no poder atualmente, não se encontra preocupado com crianças e adolescentes. Para ele, o partido opositor pretende utilizar uma pauta considerada legítima e séria para gerar uma restrição no Brasil.

O Globo ainda ressaltou, que o requerimento de urgência para a eleição do PL 2628/2022 estava na pauta do plenário da Câmara desde o início deste mês. No entanto, não foi votada por conta da rejeição significativa do partido bolsonarista. Ainda assim, é notório reconhecer que a emenda protagonizou destaque nacional após a repercussão do vídeo do influenciador digital. O conteúdo de Felca, levantou debates sobre a exposição precoce e desenfreada de menores de idade nas redes sociais. Além disso, suas denúncias evidenciaram o grande e problemático consumo desenfreado de adultos por materiais com adultização explícita.