Licença paternidade pode ser ampliada no Brasil para até um mês

Nesta quinta-feira (23), voltou à tona a possibilidade de ampliação dos dias da licença-paternidade. O STF (Supremo Tribunal Federal) deu um ultimato ao Congresso Nacional, já que o parlamento ainda não se reuniu para discutir o tema, e o Supremo pode interferir para definir a aprovação ou não do projeto.

O direito à licença-paternidade já está previsto desde 1988, na Constituição Nacional; porém, só em 2016 teve prazo definido de 5 dias. Na proposta atual, a ideia é aumentar essa licença em até 30 dias, de forma gradual, acrescentando 5 dias por ano até 2030, totalizando 30 dias ao final do período.

Pedro Campos

O deputado federal e relator da medida, Pedro Campos (PSB-PE), falou sobre os objetivos da iniciativa, como ela é percebida pelo público e por que está sendo pautada agora, em 2025.

“O  grande desafio é promover uma transformação cultural. Há quase quatro décadas, temos o direito à licença-paternidade, mas nunca houve uma legislação específica que a regulamente. Ainda hoje, convivemos com visões muito divergentes sobre o papel do pai. Há quem defenda uma presença mais ativa e quem ainda não veja isso como necessário.”

Pedro Campos também lembrou que, na proposta de 1988, muitos deputados da época desdenharam do tema, alegando que a ideia de uma licença à paternidade seria uma espécie de proposta para homens gestantes”. Ele completou: “No fim, o autor desta fala pediu desculpas e a Constituição aprovou esse direito, que se repita em 2025.”


Pedro Campos falando da importância da licença paternidade (Vídeo: reprodução/X/@pedrocampospe)

A economia

No Brasil, historicamente, sempre há questionamento sobre o impacto econômico de projetos que preveem ausência em dias trabalhados, como o caso da escala 6×1, entre outros projetos sociais. Pedro Campos fez questão de explicar o potencial econômico a longo prazo e ainda estabeleceu uma comparação entre a média brasileira de pessoas em licença-paternidade e outros países da América do Sul.

“O  impacto econômico é menor do que se previa inicialmente. Começaria em R$ 2,2 bilhões e chegaria a R$ 6,5 bilhões.”

Ele completa: “É uma conta que, para a Previdência do Brasil, é pequena e vai diminuindo ao longo do tempo, já que estamos vivendo em um país que tem envelhecido e que tem diminuído a sua taxa de natalidade.”

Em relação à média sul-americana, Pedro Campos deixa claro que o Brasil é a maior economia do continente e, mesmo assim, tem apenas 5 dias de licença-paternidade, quatro a menos que a média da região, que é de 9 dias. Esse é mais um motivo para a aprovação do projeto liderado por ele.

Netflix enfrenta revés no terceiro trimestre com gigantesca despesa tributária no Brasil

A gigante do streaming, Netflix, divulgou recentemente seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre do ano, um período que se revelou mais desafiador do que o esperado pelos analistas de Wall Street. Apesar de registrar um lucro líquido robusto de US$ 2,5 bilhões e um lucro diluído por ação de US$ 5,87 entre julho e setembro, os números ficaram aquém das projeções do mercado, que apontava para um lucro líquido de US$ 3 bilhões, equivalente a US$ 6,97 por ação, segundo dados da LSEG. A grande responsável por este desvio de rota foi uma onerosíssima e inesperada despesa tributária decorrente de uma disputa fiscal em território brasileiro.

A própria companhia atribuiu o desempenho abaixo do consenso à necessidade de provisionar uma despesa extraordinária de aproximadamente US$ 619 milhões, o que se traduz em cerca de R$ 3,3 bilhões na moeda nacional, referente a uma pendência tributária “em andamento” no Brasil. Este montante singular teve um impacto direto na margem operacional do período, que fechou em 28%. A Netflix fez questão de ressaltar, em seu relatório de resultados, que, na ausência deste evento não recorrente, a margem operacional teria superado a própria expectativa interna da empresa, que era de 31,5%.

Disputa fiscal impacta margem operacional

Embora a Netflix não tenha detalhado a natureza exata da disputa fiscal, foi revelado que ela abrange um período que se inicia em 2022 e se estende até o terceiro trimestre atual. A empresa comunicou que o impacto acumulado dessa provisão é significativo, com cerca de 20% relacionado ao ano de 2025 e o restante distribuído entre 2022 e 2024, resultando em uma redução de mais de cinco pontos percentuais na margem operacional do trimestre em questão. Para tranquilizar o mercado sobre o futuro imediato, a plataforma declarou que “não esperamos que esse assunto tenha um impacto material sobre os resultados futuros”.


Post sobre o balanço financeiro da Netflix (Foto: reprodução/X/@thassius)

Olhando para frente, o quarto trimestre parece promissor, com a Netflix projetando uma receita de US$ 11,96 bilhões, ligeiramente acima da estimativa de Wall Street de US$ 11,90 bilhões. O lucro por ação previsto para os próximos meses é de US$ 5,45, um centavo acima da média dos analistas. O final do ano será marcado por eventos de grande apelo, incluindo o lançamento das partes finais da aclamada série “Stranger Things” em novembro e dezembro, além da transmissão de dois jogos da temporada da NFL no dia de Natal.

Confiança renovada e sucesso de conteúdo

A empresa expressa confiança, afirmando estar “terminando o ano com um bom ímpeto” e uma programação de lançamentos “empolgante”. No âmbito do conteúdo, o terceiro trimestre foi coroado pelo sucesso da animação “K-Pop Demon Hunters”, que, segundo a companhia, se tornou o filme mais assistido da história da Netflix. Vale lembrar que a empresa, que conta com mais de 300 milhões de assinantes globais, abandonou a divulgação de números de assinantes no início do ano, pedindo aos investidores que se concentrem nos indicadores de receita e lucro.

Ministério Público da Itália se manifesta a favor de Carla Zambelli

A Advocacia Geral da União (AGU) informou que o Ministério Público da Itália se pronunciou sobre a decisão de extradição da deputada federal Carla Zambelli para o Brasil, dando um parecer à favor da decisão. Apesar do parecer positivo, a decisão será analisada pela justiça da Itália, assim como a situação da deputada. A decisão final sobre a extradição e condição de Zambelli será dada pelo governo italiano após as análises.

Em maio, a deputada buscou refúgio na Argentina após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar ela e o hacker Walter Delgatti Neto. Já em meados de junho e julho, a deputada se refugiou nos Estados Unidos e, posteriormente, se fixou na Itália, onde foi detida por apresentar um “risco de fuga”.

A prisão da deputada

Carla Zambelli, deputada federal pelo PL, está presa na Itália desde o dia 29 de julho, após uma tentativa de fuga ser considerada pelo governo italiano. A deputada foi incluída na lista vermelha da Interpol, que indica as pessoas mais procuradas no mundo. 

Zambelli buscou refúgio no país europeu após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de invasão dos Sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica. Atualmente, ela aguarda a decisão do caso enquanto é alvo de um processo de extradição para o Brasil. Ela está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, cidade localizada no nordeste da Itália.

Condenação no Brasil

Em maio, o Supremo Tribunal Federal condenou por unanimidade a deputada pela invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por falsidade ideológica. A denúncia, feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), acusou a deputada federal e o hacker Walter Delgatti Neto de produzirem e incluírem dois documentos falsos que colocavam em xeque a legitimidade da justiça nos documentos do Conselho.


Carla Zambelli em reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (Foto: reprodução/Lula Marques/Agência Brasil)


Na acusação, a PGR afirma que Carla Zambelli teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça para produzir e incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Esse foi um dos dois documentos falsos que estão incluídos no processo. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, enquanto Walter foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.

PL Antifacção: Projeto de Lei traz novas ferramentas contra crime organizado

O cenário da segurança pública brasileira caminha para uma inflexão significativa com o iminente envio do Projeto de Lei Antifacção ao Palácio do Planalto, encabeçado pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Este pacote legislativo visa impor um rigor muito maior às organizações criminosas, elevando substancialmente as penas e introduzindo qualificadoras específicas que miram, sobretudo, no poder territorial e econômico de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e milícias.

A proposta será enviada nesta quarta-feira (22), batizada internamente como “antimáfia” por críticos e apoiadores, estabelece um aumento imediato nas punições básicas. A pena atual para quem integra, promove ou financia o crime organizado saltaria de 3 a 8 anos para um patamar de 5 a 10 anos de reclusão. O foco do endurecimento, no entanto, reside na criação da figura da “organização criminosa qualificada”. Esta modalidade se configurará quando a atuação do grupo implicar o controle de territórios ou de atividades econômicas por meio de violência ou ameaça, impondo uma pena que varia de 8 a 15 anos. Uma vez tipificada como qualificada, a infração passa a ser considerada hedionda, tornando-se inafiançável e insuscetível a perdões como indulto ou anistia.

Repressão máxima e inteligência investigativa

O projeto não poupa a vida. Em um dos pontos mais severos, um homicídio perpetrado sob o comando de uma organização criminosa qualificada pode levar o responsável a uma pena que oscila entre 12 e 30 anos de prisão, uma das mais elevadas da legislação nacional. Ademais, o texto prevê circunstâncias agravantes que podem majorar a pena de dois terços ao dobro, incluindo o uso de armamento, o envolvimento de agentes de segurança, a participação de menores de idade, a infiltração de servidores públicos, e a atuação transnacional com remessa de capitais ao exterior.

Além do foco punitivo, o PL Antifacção municiará as investigações com instrumentos aprimorados. Estão previstas medidas para facilitar a infiltração de agentes e colaboradores em células criminosas, bem como a criação de empresas fictícias como isca para desmantelar esquemas complexos de lavagem de dinheiro, um tema que ganhou urgência após operações recentes desvendarem o envolvimento de fintechs e empresas de combustível com o crime organizado em centros financeiros.


Post sobre a PL antifacção (Foto: reprodução/X/@brasil247)

Controvérsias Constitucionais e Lacunas Estratégicas

Contudo, o projeto também abre espaço para debates acalorados no meio jurídico, especialmente na seção que trata do monitoramento de comunicações no sistema prisional. A previsão é que a gravação de diálogos entre líderes faccionados e seus advogados, mesmo no parlatório ou via videoconferência, possa ocorrer mediante ordem judicial, desde que haja indícios de que a comunicação esteja sendo usada para fins delituosos, uma cláusula que colide com a garantia constitucional do sigilo profissional.

Intervenções diretas no patrimônio ilícito também foram contempladas, permitindo à Justiça determinar intervenção em empresas utilizadas pelo crime, com nomeação de gestores externos e a suspensão cautelar de contratos com o poder público. O texto final, contudo, deixou de fora a polêmica criação de uma agência nacional de combate ao crime organizado e também não alterou as penas para crimes eleitorais cometidos pelo grupo, mantendo a expectativa de que outras propostas parlamentares possam suprir essa lacuna, dada a preocupação com a infiltração política. A tramitação no Congresso, após o envio ao Executivo, definirá o futuro da linha de frente contra o poderio das facções no país.

Chuva de meteoros Orionídeas poderá ser visualizada no céu do Brasil nas madrugadas de terça, quarta e quinta

Na noite desta terça-feira (21), no céu do Brasil, uma chuva de meteoros Orionídeas será vista, e também nas madrugadas de quarta-feira e quinta-feira. As Orionídeas são uma chuva anual de meteoros que ocorre quando a Terra passa por uma região do espaço cheia de fragmentos deixados pelo cometa Halley. Ele é visto pelas pessoas na Terra, parecendo que os meteoros vêm da constelação de Órion, especialmente de uma região próxima à estrela Betelgeuse ao leste.

Sobre a chuva de meteoros Orionídeas 

Como dito anteriormente, a chuva de meteoros Orionídeas é um fenômeno, formado por fragmentos deixados pelo cometa Halley. Além disso, esses meteoros têm uma intensidade que pode ser até 20 vezes maior que a de um meteoro normal, com meteoros cortando o céu a uma velocidade média de 66 quilômetros por segundo. E, segundo a NASA, é um dos fenômenos mais bonitos do ano. Mesmo que a contagem por hora não seja altíssima, os rastros luminosos das Orionídeas costumam ser longos e brilhantes.


imagens da chuva de meteoros orionídeas (Vídeo: reprodução/Youtube/InfoMoney)

Ademais, todos os anos, entre os meses de outubro e novembro, a Terra cruza essa trilha de detritos deixados pelo cometa Halley. Ao entrarem na atmosfera, essas pequenas partículas queimam rapidamente, formando os riscos luminosos que podem ser visíveis no céu noturno.

Como assistir

Para conseguir assistir os meteoros passarem, a NASA recomenda procurar um local escuro e aberto, longe de luzes artificiais da cidade. Olhar para o leste, em direção à constelação de Órion, de onde os meteoros parecem surgir, evite o uso de telescópios, o que a NASA recomenda é observar a olho nu. Se for para um lugar longe das luzes artificiais, é recomendado que chegue com antecedência para permitir que os olhos se adaptem da melhor forma à escuridão (no mínimo cerca de 20 minutos).


Imagem de um Céu com estrelas (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Nigel Killeen)

Para concluir, o momento de maior visibilidade desses meteoros no céu do Brasil ocorrerá na noite dessa terça-feira, e entre meia-noite e 2h da manhã de quarta (22) e quinta-feira (23). Portanto, busque um lugar que tenha pouca iluminação artificial para observar o máximo possível dessa passagem, observar a leste e aproveitar os rastros luminosos das Orionídeas.

 

Ed Sheeran empolga fãs ao confirmar a “Loop Tour” no Brasil em 2026

O cantor Ed Sheeran assustou os fãs ao anunciar as datas de sua nova turnê mundial, a “Loop Tour”, deixando o Brasil de fora. No entanto, ele tranquilizou o público ao responder o comentário de uma fã: “Eu volto mais tarde em 2026. Não se preocupe”.

O ruivinho anunciou em suas redes sociais as datas da primeira etapa pela América Latina. A “Loop Tour” passará pela República Dominicana, Porto Rico, Colômbia, Peru, Equador, Guatemala e Costa Rica. Os shows acontecem em maio de 2026 e fazem parte da nova fase do cantor, que promete uma experiência mais interativa com o público.

As vezes em que o ruivinho conquistou o Brasil

A última passagem de Ed Sheeran pelo Brasil aconteceu em 2024, quando o cantor foi um dos headliners do Rock in Rio. O britânico emocionou o público com uma apresentação repleta de sucessos como Shape of You, Perfect e Eyes Closed. Sozinho no palco, com sua inseparável loop station, ele mostrou por que é considerado um dos artistas mais talentosos e carismáticos da atualidade.

Antes disso, Sheeran já havia passado pelo país em 2019, com shows lotados em São Paulo e Porto Alegre durante a turnê Divide Tour. Na época, o cantor conquistou ainda mais o público brasileiro com apresentações marcadas pela simplicidade, simpatia e pela interação direta com os fãs. Desde então, o público espera ansiosamente por seu retorno aos palcos brasileiros e a expectativa volta a crescer com o anúncio da Loop Tour.


Datas divulgadas na América latina (Foto: reprodução/Instagram/@edhq)


A nova era de Ed Sheeran com o álbum Play

Ed Sheeran inaugura uma nova fase na carreira com o lançamento do álbum Play, projeto que promete explorar sonoridades mais experimentais e íntimas. Após uma sequência de discos que formaram a chamada “era matemática”, o cantor britânico aposta agora em arranjos mais orgânicos e letras que refletem seu amadurecimento pessoal e artístico. O novo trabalho marca um recomeço criativo, revelando um Ed mais confiante e disposto a se reinventar musicalmente.

A novidade chega após o sucesso da Mathematics Tour, turnê que percorreu estádios pelo mundo entre 2022 e 2024 e consolidou Sheeran como um dos artistas mais assistidos da década. Com apresentações marcadas pelo uso da loop station e pela interação direta com o público, o cantor transformou cada show em uma experiência única. Agora, com o álbum Play, ele promete um espetáculo mais intimista, voltado à conexão emocional com os fãs e a uma nova estética sonora.

Ed Sheeran anunciou a Loop Tour, nova turnê mundial que acompanha o lançamento do álbum Play e promete explorar sons mais íntimos e experimentais. O cantor reforça sua conexão com o público e mostra que segue se reinventando após anos de sucesso global. Embora as datas ainda não estejam definidas, ele garantiu que o Brasil deve entrar na rota da turnê.

Boulos promete aproximar governo da população e dos movimentos sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável por articular o governo com os movimentos sociais e com a sociedade civil. A nomeação foi oficializada após uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Marcio Macedo, ministro substituído por Boulos.

“Minha missão será levar o governo para a rua”, diz Boulos

Após o anúncio, Boulos agradeceu a Lula pelas redes sociais e destacou que pretende aproximar o governo da população. “Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”, afirmou. O novo ministro também destacou sua trajetória nos movimentos sociais e prometeu “honrar a confiança com muito trabalho”.

De acordo com fontes do Planalto, Boulos permanecerá no cargo até o fim do mandato de Lula e não disputará as eleições de 2026. A nomeação marca um gesto político importante do presidente em direção à esquerda, abrindo espaço ao PSOL dentro do Palácio do Planalto e reforçando a presença de lideranças ligadas aos movimentos populares. A Secretaria-Geral é um dos cinco ministérios sediados no próprio Planalto, o que facilita o contato direto com o presidente.


Presidente Lula fazendo a transição de Márcio Macedo para Guilherme Boulos (Foto: reprodução/Instagram/lulaoficial)

Trajetória marcada por militância e liderança nacional

Aos 42 anos, Guilherme Boulos é um dos nomes mais expressivos da esquerda brasileira. Professor e psicanalista, formou-se em Filosofia e tornou-se liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Foi candidato à Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024. Em 2022, elegeu-se deputado federal com mais de 1 milhão de votos, sendo o mais votado do estado de São Paulo.

Ex-deputado e um dos vice-presidentes do PT, Marcio Macedo ocupava a Secretaria-Geral desde janeiro de 2023. Durante sua gestão, coordenou o G20 Social e manteve interlocução com movimentos populares. Apesar do histórico de lealdade a Lula, enfrentou críticas por dificuldades de mobilização em eventos recentes. A transição entre as equipes de Macedo e Boulos já começou e deve ser concluída nos próximos dias.

 

Lula nomeia Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para comandar a Secretaria-Geral da Presidência do Brasil. A troca já vinha sendo debatida nos bastidores há meses e marca uma nova fase de articulação política para o governo.

A pasta vinha sendo ocupada por Márcio Macêdo desde o início da atual gestão, e sua substituição por Boulos indica a intenção de fortalecer a interlocução com bases sociais e movimentos de moradia, um espaço no qual o novo nome tem influência consolidada.

Perfil de Boulos e trajetória política

Guilherme Boulos, de 43 anos, é formado em Filosofia pela USP e possui mestrado em Psiquiatria pela mesma universidade. Ele se tornou figura pública nacional por sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde luta por moradia digna há mais de duas décadas.

Em 2022, foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos. Também já concorreu à presidência e à prefeitura de São Paulo pelo PSOL. Sua experiência e perfil social elevam expectativas de articulação mais próxima entre governo e movimentos populares.


Presidente Lula faz nova escolha em seu governo (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)


Significados da nomeação e desafios à frente

A escolha de Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência tem forte caráter simbólico e estratégico. A pasta é responsável pela agenda institucional do presidente, pela interlocução com movimentos sociais e entidades, o que combina diretamente com a militância que Boulos representa. Observadores interpretam a mudança como tentativa de ampliar a base de apoio do governo para o ciclo eleitoral de 2026.

No entanto, ele chega com desafios importantes: terá que conciliar as demandas de mobilização social com a lógica institucional da presidência, gerir conflitos internos e atuar em meio a disputas políticas intensas. A expectativa também recai sobre até que ponto ele conseguirá influenciar decisões além de sua pasta, especialmente em áreas estruturais como habitação, urbanismo e políticas sociais.

A troca na Esplanada também pode refletir desejo do governo de renovar imagem e mostrar mais abertura ao diálogo com setores que se sentiram distantes. Resta saber se Boulos irá manter a postura combativa do passado ou ajustar-se ao ambiente institucional. Em cenário polarizado, a eficácia de sua atuação será observada com atenção.

Alerta no Mercado: Anvisa interdita venda de azeite “Ouro Negro”

Uma nova intervenção regulatória atingiu o mercado de alimentos nesta segunda-feira (20), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinando a proibição total da venda, distribuição, importação e propaganda do azeite de oliva da marca “Ouro Negro”. A medida drástica foi oficializada através de publicação no Diário Oficial da União (DOU), acendendo um alerta sobre a fiscalização de produtos importados no país.

A justificativa central apresentada pela agência reguladora reside na desclassificação do produto pelo Ministério da Agricultura, que apontou a origem desconhecida do azeite. Em um setor onde a procedência e o controle de qualidade são cruciais para garantir a autenticidade e segurança do alimento, a falta de rastreabilidade clara representa uma falha grave que levou à intervenção imediata.

Irregularidades na importadora expõem falhas

A ação da Anvisa não se limitou apenas ao produto, mas se estendeu à empresa responsável pela entrada do azeite no território nacional. Foi identificada a Intralogística Distribuidora Concept Ltda como a importadora. Uma verificação adicional revelou que esta empresa possui o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) com situação suspensa junto à Receita Federal, adicionando uma camada de irregularidade administrativa ao caso.

Este cenário levanta questionamentos sobre os mecanismos de controle prévios à distribuição de produtos alimentícios no Brasil, especialmente aqueles oriundos de importação. O azeite, frequentemente visado por fraudes devido ao seu alto valor agregado, exige um rigoroso controle documental e laboratorial. A suspensão do CNPJ da importadora sugere que a companhia pode não estar em conformidade com obrigações fiscais e cadastrais básicas, o que fragiliza a cadeia de responsabilidade sobre o produto final que chega ao consumidor.


Post sobre a proibição de azeite de origem desconhecida (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Retirada do azeite “Ouro Negro” revela lacunas na fiscalização

A determinação da Anvisa abrange todos os lotes e locais onde o azeite “Ouro Negro” possa estar armazenado, exigindo a retirada imediata do produto das prateleiras para evitar penalidades. A agência reforça que a medida tem como objetivo proteger a saúde pública, diante do risco de adulterações ou contaminações associadas à ausência de controle sobre a origem do azeite.

A ausência de informações claras sobre a regularidade da empresa importadora e as circunstâncias da entrada do produto no país levanta dúvidas sobre os procedimentos de fiscalização e controle aplicados à importação de alimentos. O caso evidencia a importância de uma vigilância constante e rigorosa, especialmente em produtos com alto valor agregado e suscetíveis a fraudes, como o azeite.

Último voto pendente: Fux solicita devolução de voto para revisão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, solicitou a revisão de seu voto do julgamento da trama golpista que resultou na  condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. A solicitação do Ministro a Secretaria Judiciária da Corte foi enviado no início de outubro como um pedido de revisão gramatical do texto antes da formalização do acórdão.

Importância do Acórdão

A informação, divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo e confirmada logo depois pelo O Globo, ganha especial relevância porque o voto do ministro Luiz Fux é o único que falta para que o acórdão — o documento que consolida os votos do colegiado — seja publicado e abra o prazo para os embargos das defesas dos réus. Com a devolução, a publicação do documento fica adiada, o que impacta diretamente o cronograma dos recursos que poderão ser apresentados pelos condenados.


Ministro do STF, Luiz Fux (Foto: reprodução/Brenno Carvalho/ OGlobo)


Além dos embargos de declaração, as defesas ainda poderão apresentar embargos infringentes, no prazo de 15 dias, com o objetivo de tentar reverter o resultado do julgamento. No entanto, para o Supremo Tribunal Federal esse tipo de recurso só pode ser admitido quando há, pelo menos, dois votos favoráveis à absolvição. No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro e da maioria dos réus, apenas o ministro Luiz Fux votou pela absolvição, o que, em princípio, inviabiliza o uso desse instrumento jurídico para o caso citado.

O Julgamento

O pedido de Fux revela bastidores de um julgamento histórico para o país, no dia 11 de setembro de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro da história a ser condenado por atentado do Estado Democrático de Direito.
O voto de Fux, entretanto, foi divergente dos outros integrantes da turma, ele votou pela absolvição de Bolsonaro e de outros réus ou pela incompetência da Corte para julgá-los. 

A demora no envio final do voto reforça a tensão e a urgência estatal de encerrar um capítulo tão simbólico. A publicação tardia do acórdão pode trazer custos políticos e jurídicos para a Corte e para o país. Resta agora aguardar os próximos passos: a publicação formal do documento, o prazo para os embargos da defesa e a definição de quando — e se — as penas começarão a ser executadas.